RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO A PALAVRA DO ESPIRITISMO: A espinha dorsal do kardecismo é a crença na reencarnação, isto é, na possibilidade de as almas, preexistentes, voltarem à vida corpórea para purificação, quantas vezes seja necessário. Preexistência da alma e pluralidade das existências são termos chaves no ensino reencarnacionista. Ressurreição é o retorno, à vida, de um corpo morto, com a mesma alma. "A
reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome ressurreição...
Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais
judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição dá
idéia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência
demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos
desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos. A
reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em
outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o
antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não
a Elias, nem aos outros profetas. Não há, pois duvidar de que, sob o
nome de ressurreição, o princípio da reencarnação era ponto de uma
das crenças fundamentais dos judeus, ponto que Jesus e os profetas
confirmaram de modo formal; donde se segue que negar a reencarnação é
negar as palavras do Cristo" (O Evangelho Segundo Espiritismo, cap.
IV, itens 4 e 16). Note-se que Allan Kardec declara ser cientificamente
impossível a ressurreição, mas aprova a de Lázaro. "Com efeito, demonstra a Ciência a impossibilidade da ressurreição conforme o dogma vulgar. Se os despojos do corpo humano ficassem homogêneos, mesmo que dispersos e reduzidos a pó, ainda poderia compreender-se sua reunião num dado momento... Sendo a matéria em quantidade definida e, por outro lado, sendo as suas transformações indefinidas, como é que cada um dos corpos poderia ser reconstruído com os mesmos elementos? Eis aí uma impossibilidade material. Racionalmente é, pois, inadmissível a ressurreição da carne, a não ser como uma figura, simbolizando o fenômeno da reencarnação, e, assim, nada que choque a razão, nada em contradição com os dados da ciência"(Livro dos Espíritos, questão 1011). A PALAVRA DO CRISTIANISMO: "E,
como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o
juízo..." (Hebreus 9.27). O homem não precisa morrer várias
vezes para alcançar a suprema glória de morar no céu e estar com
Cristo. A doutrina da reencarnação nega o poder de Deus de perdoar
totalmente nossos pecados, e despreza o sacrifício de Jesus na cruz.
Ora, perdão é perdão. Havendo sincero arrependimento e desejo de não
mais pecar, o perdão de Deus será incondicional. Prova inequívoca
disto é a afirmação de Jesus que disse o seguinte ao ladrão
arrependido, crucificado ao seu lado: "Em verdade te digo que hoje
estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23.43). Com esta afirmação
Jesus confirmou que os salvos - arrependidos, perdoados e crentes em
Jesus -, após a morte, seguirão imediatamente para o céu ou paraíso.
Aquele ladrão, segundo a doutrina da reencarnação, teria que passar
por uma ou várias vidas corpóreas, ou seja, sua alma voltaria à vida
humana para expurgar toda nódoa do mal. Paulo,
"servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o
evangelho de Deus", declarou em Filipenses 1.23: "...tenho
desejo de partir e estar com Cristo...". Paulo tinha a certeza de
que não ficaria vagando no espaço à espera de uma oportunidade para
voltar à vida corpórea. "Se
permanecerdes no meu ensino, verdadeiramente sereis meus discípulos.
"Então conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Se o
Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8.31, 32,
36). Ora, o espírito que necessita voltar em carne para sofrer, não
está verdadeiramente livre. Não se livrou de suas culpas, de seus
pecados, do peso de suas transgressões. Carrega-os consigo. E quem
poderá livrá-lo de uma vez por todas desse peso? Jesus. Ressurreição e Milagres "A ressurreição dá idéia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível..." (E.S.E., Allan Kardec, cap. IV, item 4). Dito isto, o espiritismo não acredita na ressurreição de Jesus. A Bíblia registra duas formas de ressurreição: 1) ressurreição do corpo que estava morto, ou restauração da vida, mas que voltará a morrer. São sete os casos:
2)
ressurreição plena, real, para não mais morrer. Exemplo único: a
ressurreição de Jesus (Mateus 28.1-10; Marcos 16.1-8; Lucas 24.1.12;
João 20.1-10; 1 Coríntios 15.4, 20-23). Haverá, ainda, uma ressurreição
coletiva: a dos justos, na segunda vinda de Jesus (1 Tessalonicenses
4.16-17); e a dos ímpios, para condenação (Apocalipse 20.5). A Bíblia
registra, ainda, uma ressurreição coletiva ocorrida logo após a morte
de Jesus (Mateus 27.52). Sobre a ressurreição de Jesus, Paulo assim se
expressou: "Pois
primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por
nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que
ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E que foi visto por
Cefas, e depois pelos Doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de
quinhentos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem.
Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos, e por último
de todos apareceu também a mim, como a um abortivo" (1 Coríntios
15.3-8). Da mesma forma como Jesus ressuscitou num corpo celestial e
glorioso, os que dormem em Cristo ressuscitarão quando do Seu retorno
à Terra, e os que estiverem vivos nessa ocasião serão arrebatados:
"Pois o mesmo Senhor descerá do céu com grande brado, à voz do
arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo
ressurgirão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro do Senhor
nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor" (1
Tessalonicenses 4.16-17). Como
não é possível explicar cientificamente ou racionalmente o milagre da
ressurreição, o espiritismo tropeça e não ensina com segurança.
Vejam o que Allan Kardec diz na conclusão do Livro dos Espíritos, item
II: "Que são os milagres? Não são fatos maravilhosos e
sobrenaturais por excelência, uma vez que, conforme o sentido litúrgico,
são derrogações das leis da natureza? Não cabe ao Espiritismo
examinar se há ou não há milagres; isto é, se, em certos casos, pode
Deus derrogar as leis eternas, que regem o universo. A tal respeito ele
(o Espiritismo) deixa inteira liberdade de crença". Ó céus! Se
Allan Kardec afirma que o Espiritismo é a Terceira e última Revelação
de Deus; que Deus só se comunica com os homens através dos Bons Espíritos;
que o Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus para ensinar aos
homens todas as coisas; que o Espiritismo veio dar luz às coisas
obscuras, esclarecer o que foi dito através de alegorias, etc. , como
é que o Espiritismo não possui os meios necessários para explicar a
ocorrência de milagres?
Reencarnação
- Aspectos particulares
João
Batista e Elias
Nascer
de novo
Jó
1.21
A
palavra ventre tem o significado, também, de "interior da
terra". Analisemos: "Nu saí do ventre de minha mãe e nu
tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o
nome do Senhor" (Jó 1.21). Este versículo também é usado pelos
espíritas para afirmar que a doutrina da reencarnação é bíblica, ou
seja, "nu voltarei" significaria que Jó, após sua morte,
voltaria à vida corpórea. Essa interpretação não é verdadeira. Se
ele reencarnasse iria para o ventre de outra mãe. O sentido correto é
que Jó não trouxe nada quando veio ao mundo, e voltaria sem levar
nada. Vejamos: Em Gênesis 3.19 lemos: "...porquanto és pó e em pó
te tornarás". Paulo escreveu: "Porque nada temos trazido para
o mundo nem coisa alguma podemos levar dele"(1 Timóteo 6.7).
"Como saiu do ventre da sua mãe, assim nu voltará, indo como
veio. Nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão"
(Eclesiastes 5.15) ..."quando morrer, nada levará consigo, nem a
sua glória o acompanhará" (Salmo 49.17). Então, Jó voltaria nu
ao interior da terra, da mesma forma como saiu, nu, do ventre da sua mãe.
Portanto, nada há nessas passagens que possa justificar ou legitimar o
ensino da preexistência das almas ou da reencarnação. Salmo
126.5-6
A
mensagem do referido Salmo está longe de significar qualquer coisa
relacionada com reencarnação. A sua abordagem não é espiritual; é
material. O Salmo é uma manifestação de alegria pelo fim do cativeiro
babilônico, e retorno à terra natal. Mas a alegria é mesclada de
tristeza e de lágrimas por ver a terra desolada, a atividade rural
quase sem perspectiva. No verso 4 a oração de confiança no Senhor:
"Restaura a nossa sorte, ó Senhor, como as correntes do Neguebe
[ou as correntes do sul]", isto é, os riachos temporários da região
árida do sul da Judéia, conhecida como Neguebe. Aquela gente estava
disposta a recomeçar a atividade rural. Com tristeza ou não, o povo de
Deus estava disposto a semear para mais tarde colher com alegria os
frutos.
O
espiritismo acredita que haverá várias semeaduras e várias colheitas.
A alma, através do corpo, plantaria na primeira, na segunda e em outras
tantas encarnações, e a cada uma delas colheria os frutos do que
semeou. Assim continuaria até alcançar o estado de espírito puro.
Essa doutrina é antibíblica. Se semearmos na carne, isto é, se
trabalharmos apenas para satisfazer as paixões do corpo, sofreremos na
própria vida os danos dessa decisão: prostituição, impureza,
idolatria, feitiçarias, orgias, bebedices, invejas, etc. Mas se
semearmos no Espírito, isto é, andarmos guiados pelo Espírito Santo,
a Ele submisso, colheremos o que a Bíblia chama de "fruto do Espírito":
amor, paz, bondade, mansidão, domínio próprio. (Gálatas 5.16-24).
Portanto, o que semeia no Espírito ganhará a vida eterna. A Bíblia
fala da grande colheita, no final dos tempos, na volta de Jesus, quando
a igreja será arrebatada e os mortos, salvos, ressuscitarão. Jesus
disse que a ceifa é o fim do mundo (Mateus 13.37-43). Todos comparecerão
diante do Justo Juiz para colherem conforme o que semearam. Ezequiel
37.1 ss
Nenhuma
conotação de reencarnação da alma. De acordo com os propósitos de
Deus, Ezequiel foi arrebatado em espírito e teve uma visão: ele viu um
vale de ossos secos; e depois de profetizar sobre eles, ouviu do Senhor
a promessa de dar vida a esses ossos. O próprio Senhor, no verso 11,
esclarece o significado real da visão: "Filho do homem, estes
ossos são toda a casa de Israel". João
9.1-5 Espíritas
há que vêem nesses versículos conotação reencarnacionista, talvez não
explícita, pelo menos velada. Nenhuma coisa nem outra. Pelo contrário.
Jesus afirma que as nossas boas obras devem ser feitas enquanto temos
vida ("enquanto é dia"), porque depois da morte ("a
noite vem") ninguém pode trabalhar. E não haverá outra
oportunidade. Os judeus estavam errados em acreditar que toda
enfermidade era resultado de um pecado cometido pelo enfermo ou por seus
ascendentes. Esta enfermidade, como a de Jó, foi permitida, dentro dos
propósito divino, para manifestação do poder, do amor e da glória de
Deus. Mas há doenças que têm como causa direta o pecado. A AIDS é um
exemplo. A maioria dos aidéticos cometeu o pecado do adultério, do
sexo fora do casamento ou do homossexualismo: "E, semelhantemente,
também, os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em
sua sensualidade uns para com os outros, homem com homem, cometendo
torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu
erro" (Romanos 1.27). Tal assertiva foi confirmada por Jesus,
quando disse a um inválido por ele curado: "Olha, agora estás
curado. Não peques mais, para que não te suceda coisa pior" (João
5.14). Veja-se: aquela enfermidade de oito anos foi decorrente de
pecados cometidos pelo próprio enfermo, e não por existências
anteriores. Não podemos pagar pelos erros dos outros. Todavia, os
filhos, por má influência, podem continuar cometendo os mesmos pecados
dos pais, por várias gerações, como veremos a seguir. Êxodo
20.5
O
espiritismo vê nessa mensagem uma alusão à pluralidade de existências,
em que os pecadores de uma geração pagariam pelos descaminhos de gerações
anteriores. Como texto fala "dos pais nos filhos", teriam os
espíritas de admitir que os filhos seriam necessariamente reencarnações
dos pais, o que é contrário ao ensino kardecista. Ora, em Êxodo
34.6-7, Deus se revela "tardio em iras e grande em beneficência";
que "perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado";
"que ao culpado não tem por inocente". E, é lógico, ao
inocente não tem por culpado. Deus castigará "aqueles que me
odeiam", como está no texto. Ademais, a geração posterior será
culpada e castigada se continuar no pecado; se os filhos, por mau
exemplo familiar, seguirem os passos dos pais, adotando seus hábitos e
procedimentos pecaminosos, sofrerão as conseqüências. Ainda hoje se vê
não uma família apenas, mas nações inteiras na prática da idolatria
e do ocultismo. Não porque estejam pagando pelos erros dos outros, mas
porque seguiram a mesma tradição, os mesmos hábitos e costumes dos
antepassados. Por isso, o Evangelho da salvação do nosso Senhor Jesus
Cristo deve ser pregado a toda criatura. Deus oferece a fórmula para
uma reconciliação: "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se
humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus
caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e
sararei a sua terra"(2 Crônicas 7.14). O filho não carregará a
culpa do pai, salvo se seguir-lhe o mesmo caminho pecaminoso. Ezequiel
18.1 ss
Deus perdoa totalmente: "Ainda que vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve" (Isaías 1.18); "Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro"(Isaías 43.25); "Pois lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados"(Jeremias 31.34); "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados..." (Atos 3.19). A prestação de contas é individual, e haverá o Dia do Juízo: "...todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. De modo que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus" (Romanos 14.11-12); "Cada um morrerá pela sua iniqüidade..."(Jeremias 31.30); "De toda palavra frívola que os homens proferirem hão de dar contas no dia do juízo"(Mateus 12.36); "Mas hão de dar conta àquele que está preparado para julgar os vivos e os mortos" (1 Pedro 4.5). |
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