MUNDOS HABITADOS "Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. Virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também" (Palavras de Jesus, Mateus 14.2-3). Allan Kardec assim interpretou esta mensagem: "A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço", habitados pelos espíritos. Refutamos tal interpretação: 1) A casa de Deus é o céu, e para lá iria Jesus. Ao ladrão crucificado ao seu lado, Jesus prometeu: "Hoje estarás comigo no paraíso". "Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra o estrado dos meus pés... não fez a minha mão todas estas coisas, e assim vieram a existir?" (Isaías 66.1-2). Aquele ladrão não iria vagar por muitas encarnações e planetas outros até morar num "mundo ditoso", como quer o espiritismo. 2) Jesus promete voltar para levar os seus para junto de si: os vivos serão arrebatados, e os mortos, ressuscitarão (1 Tessalonicenses 4.16-17). Com isso, a doutrina da reencarnação perde seu sentido: na Sua volta, como ficariam os desencarnados que não cumpriram as etapas para purificação? É evidente que Allan Kardec ignorou a segunda parte do versículo em que Jesus promete voltar para ressuscitar os que dormem. Não estaremos espalhados por vários mundos, mas reunidos, numa só família, com Cristo. A ressurreição dos mortos anunciada na passagem acima está de acordo com Hebreus 9.27: "Aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo". Só morremos uma única vez.
O espiritismo ensina que as almas, criadas por Deus, já existem em estado "simples e ignorantes". Aos poucos vão sendo encaminhadas à Terra para viverem num corpo humano: "O mundo espírita preexiste e sobrevive a tudo. Os Espíritos estão por toda parte; povoam o espaço infinito. Estão continuamente ao vosso lado, observando e agindo, malgrado vosso, porque são uma das forças da natureza e os instrumentos de que Deus se serve para a realização de seus desígnios providenciais" (Livro dos Espíritos, questões 85 e 87). A mim me parece que o espiritismo confunde anjos com espíritos humanos. Em certo debate, um espírita apresentou uma série de passagens bíblicas, como a seguir, para justificar a preexistência da alma. Refutamos do seguinte modo: Malaquias 3.1
A
palavra "ANJO" (hebraico malak; grego angelos) significa
mensageiro. Os anjos são mensageiros ou servidores celestiais de Deus:
"Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para
servir a favor dos que hão de herdar a salvação"? No versículo
sob comento, o anjo que seria enviado - "envio o meu anjo" -
seria João Batista, ou seja, o mensageiro João Batista, que viria
preparar o caminho de Jesus, o qual assim se referiu: "João é
aquele de quem está escrito: adiante da tua face envio o meu anjo, que
preparará diante de ti o caminho" (Mateus 11.10; Marcos 1.2; Lucas
1.76). O "anjo do concerto" é Jesus, conforme Malaquias 3.5. Jeremias 1.5
Deus não está limitado ao tempo. Deus, onisciente, tem o conhecimento de todas as coisas, do ontem ao amanhã, do início do mundo à plenitude dos tempos. O próprio Deus assim se revelou: "Eu sou Deus e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam" (Isaías 46.9-10). É por isso que há profecias que falam de um fato futuro como se já tivesse passado. Vejamos: "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca; como cordeiro foi levado ao matadouro"(Isaías 53.3-7, 700 a.C.) "Deram-me fel por alimento, e na minha sede me deram a beber vinagre"(Salmos 69.21. séculos X a V a.C. ). Logo, antes que Jeremias nascesse Deus já o conhecia; antes mesmo de sua formação, de sua concepção. Antes que o espermatozóide atingisse o óvulo, para dar início a um novo ser humano, Deus já o chamava pelo nome e preparara para ele um ministério profético. Expressões equivalentes foram ditas por Paulo: "Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça..."(Gálatas 1.15), e por Davi: "Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe..."(Salmo 139.16). Isaías 49.1, 2, 5
Salmo 139
Mateus 18.8-9 - Marcos 9.42-48
Jesus,
usando o recurso da linguagem figurativa, diz que para entrarmos no
reino Deus é necessário cortarmos todas as ligações com o pecado,
pois é melhor vivermos uma vida de sacrifício, de repulsa aos prazeres
mundanos, do que sermos lançados no inferno. Jesus advertiu sobre a
imperiosa necessidade de os crentes darem bons exemplos às crianças,
afastando-as das influências ímpias do mundo; não induzirem pessoas
à prática do mal; não serem instrumentos de "escândalos"
para a perdição dos demais (drogas, bebidas, pornografias, falsas
doutrinas, filmes imorais, piadas obscenas, prática do ocultismo).
Portanto, nada do que foi dito Por Jesus tem qualquer ralação com
preexistência da alma. Mais uma vez Jesus fala do castigo eterno para
os recalcitrantes, os duros de coração, os ímpios.
"O
Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se
dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o
outro, e o mais velho servirá ao mais moço". Os versículos acima contam a história do nascimento dos gêmeos Esaú e Jacó. Deus, de antemão, sabia que desses dois sairiam duas nações e seriam entre si antagônicas: os israelitas, descendentes de Jacó, de cuja linhagem surgiria o Redentor; e os edomitas, descendentes de Esaú. Esses "dois povos" se hostilizaram e se guerrearam por muitos e muitos anos. O maior exemplo desse relacionamento conflituoso foi quando o rei de Edom negou a passagem de Israel pelo seu território, por ocasião do Êxodo (Números 20.21). A menção da luta no ventre de Rebeca reforça o entendimento de que desde o começo haveria desavenças entre Jacó e Esaú no seio da família, e entre seus descendentes, tal como aconteceu. A Palavra do Senhor foi cumprida em sua inteireza. Portanto, nada que possa legitimar o ensino da preexistência ou reencarnação das almas encontra-se na passagem bíblica sob análise.
O
Brasil todo assistiu ao desenrolar das apurações e debates em torno do
mais espetacular e desastroso fenômeno de mediunidade de todos os
tempos. Um milhão de pessoas atendidas pelo médium Rubens Faria Júnior,
que diz incorporar uma entidade espiritual denominada "Dr. Fritz".
Num período de três a quatro anos teriam sido realizados cerca de
duzentos mil atos cirúrgicos em doentes que diariamente buscavam alívio
para suas dores. Esse
espírito, "Dr. Fritz", há vinte anos atua no Brasil. Foi
incorporado de início pelo médium Zé Arigó; depois, pelo médium
Edson Queiroz, e, por último, pelo médium Rubens. Conforme declarações
dos referidos canalizadores, "Dr. Fritz" é o espírito de um
médico alemão falecido há muitos anos. O trabalho de atendimento médico-cirúrgico do médium foi suspenso como conseqüência de graves denúncias: morte de uma jovem paciente, ocultação de cadáver, enriquecimento ilícito, exercício ilegal da Medicina, e outras. Nada temos contra a pessoa do Sr. Rubens, que, diga-se de passagem, é vítima do maior inimigo de Deus e dos homens, como veremos a seguir. Pretendemos tão-somente analisar o fenômeno espiritual em si, à luz da palavra de Deus, à luz dos ensinos bíblicos. Para que os leitores possam conhecer a extensão do problema, transcrevemos matéria publicada no jornal O Dia, Rio, 6.2.99, sob o título "DR. FRITZ SOB INVESTIGAÇÃO": "A
briga entre o médium Rubens Faria Júnior, o Dr. Fritz, e sua ex-mulher
Rita de Cássia Costa Faria não só ainda vai dar panos para mangas
como está virando escândalo. Policial. A Polícia Federal, que entrou
no caso para investigar possíveis crimes de sonegação fiscal e
remessas ilegais de dólares para o exterior, feitas por Rubens,
descobriu três mortes, que teriam ocorrido no galpão de atendimento do
médium, na Rua Quito, na Penha. O delegado Marcelo Bertolucci soube dos
cadáveres pelo segurança de Rubens - Nélson José Nunes Júnior -
preso no dia 26 de janeiro por porte ilegal de pistola 9mm (arma
privativa das Forças Armadas). Ele confessou ter sido o responsável
pela remoção dos três corpos, pacientes do Dr. Fritz. Os cadáveres não
foram para o Instituto Médico Legal (IML) mas, segundo Nélson contou
no depoimento, para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde existiria
um esquema montado para registrar os óbitos como se fossem de internos
daquele hospital. Essa semana, o delegado Bertolucci pretende colher
mais subsídios com Nelson, para investigar as mortes. Mas ele não
estará sozinho. Ao saber da história pelo O DIA, o superintendente de
Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Ricardo Peret, prometeu
promover uma auditoria ao HGV para cruzar os registros de óbitos com os
de entrada dos pacientes no hospital, tentando confirmar a história. A
dor-de-cabeça que Rubens Faria terá a partir da briga que vem mantendo
com Rita, em torno da partilha dos bens do casal, não pára por aí.
Tanto Rita como seu irmão, Sebastião Odilo Moreira da Costa, que
durante muito tempo auxiliaram Rubens Faria quando ele incorporava o Dr.
Fritz, agora o acusam de charlatanismo. Sebastião, que no galpão era
conhecido como Renato, era quem organizava todos os atendimentos,
funcionando com uma espécie de coordenador, tanto na Penha (RJ), como
no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo. Ambos garantem que
demoraram a descobrir que tudo não passava de um embuste. Eles dizem
que a injeção que o médium costumava dar nos pacientes não passava
de um fingimento. A seringa era abastecida com aguarrás, álcool e
iodo. "A injeção não era dada na pessoa, mas num pedaço de gaze
escondida na mão esquerda do Dr. Fritz", afirmou Sebastião. Rita
não só confirma a história da falsa injeção como põe mais pimenta
na história do galpão. Garante ter surpreendido o médium sozinho com
moças sem roupas na sala de cirurgia. Em depoimento que assinou,
confessa: Espírito mau ou bom? O
espiritismo não admite a existência de demônios, Inferno, Juízo
Final, Satanás, Diabo, pecado, salvação pela graça, morte expiatória
de Jesus, condenação eterna, e outras doutrinas bíblicas. Por isso,
cristianismo e espiritismo são irreconciliáveis. Portanto, a partir da
crença espírita, o Dr. Fritz é o espírito de uma pessoa falecida.
Resta saber se é um espírito bom ou mau. Hippolyte Léon Denizart
Rivail, que usa em seus livros o pseudônimo Allan Kardec, o codificador
das doutrinas espíritas, afirmou que existem espíritos capazes de
tudo: mentirosos, enganadores, imitadores de caligrafias e de vozes,
perversos, orgulhosos, semeadores de discórdia, criadores de sistemas
absurdos (e porque não criadores de doutrinas absurdas), enganadores de
médiuns, levianos, vaidosos, medíocres, ambiciosos, capazes de todos
os ardis, etc. (O Evangelho Segundo o Espiritismo (E.S.E.), de Allan
Kardec, caps. XXI e XXVIII, págs. 335, 340, 342 e 414; Livro dos Médiuns,
págs. 272, 281, 282 e 285). Se o Dr. Fritz é do grupo dos perversos,
então justificam-se as dificuldades enfrentadas pelo "canal"
Rubens, os transtornos na sua vida conjugal, a morte de doentes por ele
atendidos, e de outras coisas mais. Ninguém sabe quantas pessoas
atendidas pela entidade espiritual chamada Dr. Fritz ficaram em situação
pior, nem quantas sofreram ou morreram nas mãos dos médiuns Zé Arigó
e Edson Queiroz. Não se trata do exercício legal de práticas
religiosas, assegurado na Constituição. O exercício da mediunidade,
nesses termos, equivale-se ao curandeirismo. Se os espíritas consideram como válida a hipótese de o Dr. Fritz ser um espírito mau, seria de bom alvitre fazê-lo "subir" numa sessão espírita para tentar doutriná-lo, ou aconselhá-lo a reencarnar. Então, a comunidade espírita apresentaria mais tarde um novo Dr. Fritz, em melhores condições de dar prosseguimento ao seu trabalho. Entretanto, os defensores dessa idéia estariam diante de algumas dificuldades: 1) Dr. Fritz, usando de seu livre-arbítrio, poderia recusar a reencarnação ou a conversão; 2) Os espíritos bons presentes nessa sessão poderiam não ser tão bons assim, porquanto, segundo Kardec, há espíritos que enganam os médiuns; 3) Possibilidade de o Dr. Fritz não atender ao convite, ou seja, não "subir". Kardec consente nessa real possibilidade quando diz no cap. XXVIII, pág. 447, do Evangelho Segundo o Espiritismo: "Os maus espíritos são aqueles que ainda não foram tocados de arrependimento; que se deleitam no mal e nenhum pesar por isso sentem; que são insensíveis às reprimendas, repelem a prece e muitas vezes blasfemam do nome de Deus. São essas almas endurecidas que, após a morte, se vingam nos homens dos sofrimentos que suportaram e perseguem com o seu ódio aqueles a quem fizeram mal durante a vida, quer obsidiando-os, quer exercendo sobre eles qualquer influência funesta. Duas categorias há bem distintas de Espíritos perversos: a dos que são francamente maus e a dos hipócritas. Infinitamente mais fácil é reconduzir ao bem os primeiros do que os segundos. Aqueles, as mais das vezes, são naturezas brutas e grosseiras, como se nota entre os homens; praticam o mal mais por instinto do que por cálculo e não procuram passar por melhores do que são". Kardec
acertou na descrição das qualidades desses espíritos malignos, mas
errou em não chamá-los de demônios liderados por Satanás, o maior
inimigo de Deus e dos homens. Admitida a hipótese de ser Dr. Fritz um espírito bom, teriam que explicar porque a vaca foi pro brejo, ou seja, porque as coisas desandaram. Os espíritos bons, no entender da doutrina espírita, protegem e ensinam o bom caminho. Logo, o Dr. Fritz não permitiria que o trabalho mediúnico fechasse as portas. Digo isto porque, segundo Kardec, Deus se comunica com os homens SOMENTE através dos espíritos bons. Fico a meditar se Deus, soberano e ilimitado, estaria limitado nas suas comunicações. Em resumo, entendo que o médium Rubens não incorpora um bom espírito, porque um bom espírito ter-lhe-ia dado total proteção para o êxito no exercício da mediunidade. A hipótese de o Sr. Rubens ser médium e não ser espírita não encontra respaldo nos ensinos kardecistas. Kardec declara que os "médiuns receberam de Deus um dom gratuito", ou seja, "o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé...". Não esclarece em quem é a fé. O médium, segundo a doutrina espírita, é um canal (daí a expressão moderna de "canalizador") por onde fluem os espíritos dos mortos. Os bons espíritos ouvem a Deus, recebem de Deus as instruções e as repassam aos homens, diz o espiritismo. É por essas e outras que Kardec considera o espiritismo a Terceira Revelação de Deus. Resumindo, temos: Kardec diz que médium é o que incorpora espíritos de mortos; o Sr. Rubens diz que incorpora espíritos de mortos; logo, o Sr. Rubens é médium. Nem todo espírita é médium; mas todo médium é espírita. Como também nem todo médico é cardiologista, mas todo cardiologista é médico. Creio que a maioria dos espiritistas aspiram à mediunidade. E os líderes incentivam os novos a essa prática: "você tem mediunidade e precisa desenvolvê-la". A mediunidade é para o espiritismo, como a enxada é para o lavrador. Logo, não se pode dissociar a mediunidade do espiritismo. Nós, cristãos, sabemos que não são espíritos de pessoas falecidas que eles incorporam. Outra hipótese é a que não aceita as qualidades mediúnicas do Sr. Rubens, e, portanto, não o tem como espírita. Seria um pseudo-médium, charlatão, trapaceiro. Os que assim pensam certamente enfrentam alguma dificuldade em explicar: 1) A comunidade espírita engoliu por muitos anos a farsa sem nada perceber? 2) Idem, idem, com relação aos médiuns Zé Arigó e Edson Queiroz? 3) Os bons espíritos, que "sobem" ou "descem" nas centenas de sessões por esse Brasil a fora, não falaram nada, não deram nenhuma dica, levando em conta que estava em jogo o conceito da mediunidade, o conceito do espiritismo, o conceito dos próprios bons espíritos? 4) A comunidade de médiuns, embora sabendo da farsa, resolveu silenciar? Não há como, com os "dons" mediúnicos disponíveis, detectar um falso médium? 5) As alterações de voz e semblante observáveis no Sr. Rubens, quando este se diz possuído pelo Dr. Fritz, denunciam ou não a presença de uma entidade espiritual? 6) Se se trata de uma farsa, o que dizem milhares de pessoas que estiveram com ele? 7) Como explicar os cortes cirúrgicos - de peles, nervos e ossos - sem que as vítimas demonstrassem sentir qualquer dor? Os mortos não voltam Segundo os ensinos da Palavra de Deus os mortos não voltam. O princípio é que os mortos nada podem fazer pelos vivos, e estes, nada, pelos mortos. Após a morte do corpo, o espírito segue para um lugar determinado, para a paz eterna ou para o eterno sofrimento. Assim diz o Senhor Jesus: "Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. QUEM NELE CRÊ NÃO É CONDENADO, MAS QUEM NÃO CRÊ JÁ ESTÁ CONDENADO, PORQUE NÃO CRÊ NO NOME DO UNIGÊNITO FILHO DE DEUS" ( João 3.17-18). Da
parábola do "rico e Lázaro", proferida pelo Senhor Jesus,
ficamos conhecendo a que tipo de condenação Ele se referiu. Deduz-se
que os mortos se encontram em lugares já definidos, sem condições de
mudança e sem permissão para se comunicarem com os vivos. O rico - não
pelo fato de ser rico, mas porque idolatrava sua riqueza - estava num
lugar infernal, em tormentos; e Lázaro, em um lugar de gozo e paz.
Não é demais lembrar que o espiritismo exalta as qualidades morais de Jesus, embora não o reconheça como Senhor e Salvador. Kardec não diz que Jesus é totalmente mentiroso. Ele afirmou que "o Cristo veio ensinar aos homens a justiça de Deus"; que "no Cristianismo encontram-se todas as verdades"; que "o Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico-cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos". Ora, o cristianismo, religião fundada pelos discípulos de Jesus, tem por base doutrinal os ensinos do Mestre, a Sua condição de Cristo, o Messias, Sua morte expiatória, Sua ressurreição, dentre outros. Kardec se rende às divinas mensagens do Senhor Jesus, mas ensina que o tempo do Senhor Jesus já passou; que o espiritismo é a Terceira Revelação de Deus; que a alma humana se instalou inicialmente em macacos; que a alma salva-se a si mesma, etc. Kardec se contradiz. Aproxima-se do cristianismo e o reconhece como o caminho da verdade, mas nega essas verdades. Usou o cristianismo para apresentar sua tese, qual planta trepadeira que busca sustentação e vida nas árvores robustas. A que conclusão quero chegar? Concluir que todas as palavras pronunciadas pelo Senhor Jesus, suas mensagens e parábolas, devem ser aceitas e acatadas pelos espiritistas, sob pena de se colocarem em atitude de rebelião contra Kardec ou, copiando o mestre, cair no contraditório. Daí porque deve ser considerada veraz a palavra do Senhor Jesus, e reconhecida a autenticidade dos livros bíblicos por Ele citados, tais como os livros da lei mosaica, o livro de Salmos, a palavra dos profetas, o livro de Jonas, o de Isaías, as palavras de seus apóstolos, que dEle receberam instruções e, por extensão, toda a Bíblia Sagrada. Os espíritas costumam acreditar em algumas mensagens do Senhor Jesus, e rejeitar outras. Como se Ele fosse verdadeiro em apenas parte do que falou e ensinou. Como se Ele fosse metade mentira, metade verdade. Em João 17.17, o Senhor Jesus, intercedendo pelos discípulos, diz: Santifica-os na verdade; A TUA PALAVRA É A VERDADE. Logo, a Palavra santifica e contribui para que a fé nasça nos corações dos homens. O próprio Jesus declara: EU SOU O CAMINHO, A VERDADE, E A VIDA (João 14.6). Ora, Kardec disse que Senhor Jesus ensinou a justiça de Deus, que Deus revelou-se nEle, que o cristianismo contém todas as verdades, e que a missão de Jesus foi divina. Kardec foi muito esperto na elaboração de sua doutrina. Colocou o Senhor Jesus nas alturas, e disse que o cristianismo é a verdade. Porém, quando se vê encurralado dá o pulo do gato. Ele simplesmente diz que o Senhor Jesus não estava falando sério quando se referiu a Satanás e seus demônios, os quais, para Kardec, seriam tão-somente espíritos atrasados, impuros, mas que um dia chegarão à perfeição. No Livro dos Espíritos, questão 131, referindo-se a Jesus e a satanás, diz: "Não se sabe que a forma alegórica é uma das características de sua linguagem? Em síntese, Kardec está duvidando da seriedade do Senhor Jesus. Para Kardec, Jesus estava brincando quando ordenou que Satanás saísse de sua presença (Mateus 4.10); quando classificou o Diabo de homicida e pai da mentira (João 8.44); quando libertou uma mulher das amarras de Satanás (Lucas 13.16); quando outorgou poderes aos crentes para expulsarem demônios (Marcos 16.17).
Tenho
dúvida se ele é o próprio Satanás, se um simples demônio, ou, quem
sabe, um grupo de demônios, uma falange como disse o médium Rubens.
Muito bem disse Kardec quando afirmou que eles mentem, falsificam, são
perversos ao extremo, capazes de tudo. Errou por muito pouco não lhes
dispensando a denominação correta, a correta denominação que o
Senhor Jesus lhes deu. Capazes de tudo, astutos, inteligentes e
organizados, esses demônios dizem que são espíritos desencarnados
(coitadinhos!); enganam os incautos nas sessões espíritas, imitam
caligrafias de pessoas falecidas e suas vozes; falsificam quadros de
pintores famosos; tomam posse dos corpos dos que invocam seu nome; e,
como vimos no fenômeno Rubens/Fritz, cortam corpos e matam.
LOUVADO E ENGRANDECIDO SEJA |
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