Acordes


Chegou como música, de um disco
Que pensava ter quebrado, quem sabe
Escondido, talvez até arranhado.
Mas chegou

E tocou a música há muito não ouvida
Suavemente, a música que chama
Que vem, que sente.
A música
Do coração e mente

E acompanhei a música, seus acordes, seu ritmo
Doce, selvagem, suave, profundo
Angustiado, sereno, música das músicas
Tudo junto, frenesi, extase, calor.
Música do amor

Nem sei como definir, o que é simplesmente
Escutar, ouvir, imaginar.
Esse som, que quando toca, não escolhe lugar
Não escolhe ponto, não escolhe corpo, não escolhe
Olhar.
Toca-se e deixa-se, por essa música
Se levar

E dança-se, e grita-se, e ri-se e volta-se a si
Torna-se um, torna-se perfeito, cada compasso, um toque
Cada toque, um sorriso
Cada sorriso, um querer
Cada querer, um tudo
E em tudo, você.

Embalar-se em sentimentos, puros, reais, líricos
Sem igual.
Ser imortal e por imortal, deixar sua alma vagar
Sentir o sopro dos ventos no rosto, ver os cabelos, em desalinho,
Teimar em ficar, subir por montanhas sagradas, galgar
Cavalgar, sorrir, respirar
E quando o suor do amanhecer,
De tantas emoções presenciar, aparecer
Deixar chegar esse cansaço, e com um toque
Fazer adormecer
E novamente, sonhar ... Para nunca mais, deixar
Essa música
Acabar ...


unick - 09/08/99