Carta a um jovem


     
   
     







Caro jovem, quero que você me ouça antes de me usar.
Eu quero que você me conheça, que saiba quem eu sou e o que faço, como me comporto dentro das pessoas e como irá se sentir depois do contato comigo, da minha ilusão. Não tenho nome certo nem sobrenome. Sou batizada a toda hora e a todo instante por aqueles que me usam.
Não tenho amigos. A todos que se aproximam de mim eu consigo destruir. E quando não o faço completamente, eu os deixo sem cabeça, sem coração e sem pensamento.
Os que me tomam como companheira são aqueles de coração amargurado, abandonados, aqueles que se sentem sós e que procuram em mim uma fuga para os problemas, principalmente os que me desconhecem, na fuga que é passageira e dolorosa.
Os contatos preferidos que mantenho acontecem atrvés das veias. É também através delas que mergulharei no seu sangue. E serei levada a uma viagem poe todo o seu corpo.
Atravessarei seus membros, canais e artérias. Passarei pelo seu sistema nervoso, deixando aí a minha marca, enquanto você viverá as ilusões mais custosas que alguém pode viver. Atingirei seu cérebro. E roubarei o pensamento, a memória e a razão.
Por fim chegarei ao seu coração e você ficará sabendo quem eu realmente sou. Aliás, não vai saber, porque até lá você já terá morrido. É isso aí ! Se quiser contar comigo, procure-me. Estarei pronta para lhe tirar a paz, liberdade e a vida, dizendo que irei ao seu enterro.

Respeitosamente,
A Droga.





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