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Na Ponta dos Dedos

 

 

Noções das Etapas de Criação de um Títere para o Cinema

 

Abaixo você pode conferir e conhecer um pouco mais sobre as etapas comumente seguidas pelos artistas de efeitos especiais para criar um títere. É claro que isso não é uma regra, mas estas etapas são as mais freqüentemente seguidas durante o processo de criação. O exemplo abaixo é sobre a criação de um boneco animatrônico, no caso o Espinossauro do filme Parque dos Dinossauros 3, mas estas etapas são válidas para qualquer tipo de boneco ou títere.

 

1) Desenho conceitual - O desenho conceitual define o "conceito" do personagem segundo o que a equipe de produção acha que ele deva ser, ou seja, o desenho conceitual define o visual do personagem. Assim, os desenhos conceituais são ilustrações, em preto e branco ou coloridas, feitas para projetar o visual do personagem, produzidas a partir de um conceito ou idéia inicial. Começando com esboços, o desenhista cria e desenvolve o visual do personagem. Baseado no roteiro e em conversações com o diretor, o artista começa a fazer uma série de desenhos sobre o personagem, definindo o estilo, se é realista ou estilizado. Do conceito à visualização, desenhistas trabalham em conjunto com o departamento de arte e o diretor afim de concretizar sua visão. Assim, estes desenhos servirão como a planta de construção durante a fase de escultura.

Na foto abaixo você pode ver o artista conceitual Mark "Crash" McCreery do Stan Winston Studio fazendo o desenho conceitual do espinossauro para o filme Parque dos Dinossauros 3.

 

2) Criação de uma maquete - Após a criação dos desenhos conceituais, o próximo é criar uma maquete a partir destes desenhos. Uma maquete é uma escultura de tamanho menor que o tamanho final do boneco. Uma maquete é esculpida afim de explorar a forma antes de definir o personagem numa escultura em tamanho real. Através do pequeno tamanho da maquete, o personagem pode ser reavaliado e redefinido, antes do visual final ser aprovado. Assim, tanto o desenho conceitual e a maquete servem para definir o visual do personagem. A maquete, freqüentemente, é mostrada ao diretor para comentários e correções antes dos escultores começarem a esculpir o personagem em tamanho natural.

Na foto abaixo, você pode ver o artista Jim Charmatz do Stan Winston Studio fazendo os toques finais na maquete. Geralmente, a maquete é pintada também com o esquema de cores desejado, servindo como referência para o boneco em tamanho real.

 

 

 

3) Escolha do tipo de titeragem - Depois que o visual do personagem já foi definido pelos desenhos conceituais e pela maquete, e então aprovado, é necessário definir o(s) tipo(s) de técnica(s) de titeragem, ou seja, de que forma o boneco ou títere irá ser movimentado, como ele vai atuar. A escolha do tipo de técnica depende de vários fatores, dentre eles: 1) Do orçamento; 2) Da atuação esperada do boneco; 3) Das características físicas do personagem e 4) De como será filmado.

O orçamento é, sem dúvida, um dos principais fatores. Algumas técnicas de titeragem, sobretudo a animatrônica, podem exigir custos maiores. A atuação esperada do personagem também é importante. Se um boneco precisa apenas de abrir e fechar a boca, inúmeras técnicas podem ser utilizadas, desde os baratos fantoches até os caros animatrônicos. As características físicas do personagem também são importantes. Se você vai criar um boneco de meio metro de altura, talvez as técnicas de fantoches e de varas possam ser utilizadas, mas se o boneco precisa ter 10 metros de altura isto seria impossível. Da mesma forma se você for criar um gorila, a técnica de performance com um ator fantasiado de gorila serviria, mas uma marionete em tamanho natural do gorila já não serviria tanto. A forma como o boneco será filmado também influencia muito na decisão sobre o tipo de titeragem. Se você precisa criar um pequeno animal e ele precisa aparecer em close abrindo e fechando a boca (por exemplo, ao rugir), talvez a técnica de fantoche possa servir. Mas se ele precisar aparecer de corpo inteiro, esta técnica já não ficaria tão adequada.

O ideal mesmo é definir o seu personagem e só depois tentar encontrar o tipo de técnica mais adequada. E deve-se evitar tentar criar o seu personagem de acordo com a técnica.

 

4) Escultura em tamanho natural - Depois que os desenhos e esculturas foram aprovados e o tipo de titeragem foi definido, são feitas esculturas em tamanho natural do boneco, ou seja, do tamanho que eles devem ser. Dependendo do tamanho da escultura do personagem, um escultor ou até uma equipe de escultores são necessários. A escultura é feita sobre um tipo de armação ou estrutura interna, geralmente de metal. Se a escultura é grande, esta armação pode ser desmontável para que os escultores trabalhem nas partes separadas. Os materiais usados para escultura vão desde a tradicional argila a base de óleo, argila a base de água, até isopor e espuma de uretano.

 

5) Moldes - Depois de feitas as correções e aprovada pela produção do filme, a escultura é envolvida com um material e uma impressão negativa é feita, ou seja, o molde. Estes moldes servem para muitos propósitos, mas a principal é para produzir formas em três dimensões usadas na construção de personagens. Os moldes são tirados a partir das esculturas usando como materiais, a fibra de vidro, o silicone, o gesso e o epóxi, dependendo do tamanho e forma da escultura e de qual material será depositado no molde. Os moldes permitem a reprodução das formas e texturas da escultura em materiais como espuma de látex, silicone, acrílico dental e estruturas internas em fibra de vidro. A arte de capturar e reproduzir a forma da escultura em detalhes é tarefa dos criadores de moldes.

Na foto abaixo, você pode verificar a equipe de moldes do Stan Winston Studio criando moldes a partir da escultura do espinossauro. No caso deste boneco, como ele é de grande tamanho, os moldes precisam ser resistentes e ao mesmo tempo leves, fato que levou a equipe a escolher o epóxi. Os moldes tirados a partir da escultura do espinossauro servirão, principalmente, para se criar a pele de espuma de látex.

 

6) Confecção do boneco propriamente dito - Depois que os moldes estão prontos, são criadas réplicas em silicone ou espuma de látex, no caso de se fazer a pele do boneco, ou outro material que seja mais adequado. Além da parte externa do boneco, é preciso montar a estrutura interna do boneco e que sustentará esta pele. Para montar a estrutura interna dos bonecos, muitos materiais são usados como tecidos, espuma, metal, madeira, plásticos, fibra de vidro e muitos processos como parafusamento, soldagem e colagem. A estrutura interna também permitirá o boneco executar os movimentos desejados. A criação de movimentos através de mecanismos é de responsabilidade do departamento de engenharia. Técnicas tradicionais e modernas são usadas para recriar movimentos naturais.

Na foto abaixo, você pode observar a montagem da estrutura interna do espinossauro. Na realidade, é esta estrutura interna que executa os movimentos do boneco e que sustenta a pele de espuma de látex.

 

7) Pintura e Montagem Final - Depois que a estrutura interna está montada e testada, os artistas procuram obter os tons de peles desejados através da pintura. Caso necessário, pêlos, penas e cabelos podem ser adicionados de acordo com as características do personagem.

Na foto abaixo, veja a equipe de artistas do Stan Winston Studio realizando a pintura da pele do espinossauro.

Em seguida, as peles são colocadas sobre as estruturas internas, ou seja, sobre o "esqueleto" do boneco. Unhas, dentes e olhos são também adicionados nesta fase.

Na foto abaixo, as peles são encaixadas sobre a estrutura interna, além dos dentes, língua e garras.

Após todas esta etapas, alguns ajustes podem ser necessários, quanto ao encaixe de certas partes e padrões de cores. O resultado final é um títere que segue as características definidas pela equipe de criação e produção.

Na foto abaixo, o espinossauro já está no set de filmagem e pronto para a ação!

 

 

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