Engenho
das Cales
Antiga
denominação tanto de engenho como de lugar
pertencente ao concelho de Câmara de Lobos,
localizado nas proximidades do actualmente denominado Caminho do
Vigário e que definiria uma área de terreno situado no lugar das
Calles, onde teria existindo um engenho.
Segundo o Diário de Notícias de 13 de
Outubro de 1925, os herdeiros do Morgado António Correia tinham
terrenos no Engenho das Calles, terrenos esses que na
altura estavam à venda. Outros terrenos deste
morgado situavam-se no Serrado da Adega, Pé de Pico, Caminho
Grande e Preces, Lourencinha, Palmeira, Pico e Salões, Pedregal,
Fonte da Rocha, Água do Alto, Ribeira da Caixa, Garachico, Serra e
Castelejo. Nesta altura provavelmente todos os herdeiros se
encontrariam em Lisboa, uma vez que o advogado que se encontrava a
tratar da venda tinha lá escritório.
Numa escritura de celebrada a
16 de Junho de 1894, pelo notário António Joaquim de Freitas
Henriques, relativa à casa que Henry Veitch possuía em Câmara de
Lobos, no actualmente denominado Caminho do Vigário, junto à
também actualmente denominada "ponte do Sabino" referia-se que
esta mesma casa estava implantada no sítio das Calles,
Nazareth e Engenho.
A avaliar pela descrição
deste prédio e sua implantação, fácil será admitir que o sítio
das Calles, Nazareth e Engenho ficariam na margem
esquerda da Ribeira do Vigário e seria limitado a sul pela
actual Estrada Santa Clara e estendendo-se para Norte numa
distância que, apesar de neste momento ser difícil de precisar,
muito provavelmente, não chegaria à ponte da Aldeia.
Nesta área parecem não
existirem dúvidas da existência tanto um engenho como uma capela
em honra de Nossa Senhora da Nazaré, construída em 1694 por João
de Bettencourt Henriques, na margem esquerda da ribeira, junto
do seu engenho. Por outro lado, as Calles dariam origem à
denominação do caminho que atravessava este sítio - a Rua das
Calles - depois chamada de
Caminho do Vigário.