Faria, Luís Figueira
Luís Figueira de Faria, era natural de Câmara de
Lobos, onde nasceu ao sítio do Serrado da Adega, no dia 19 de Outubro de 1904.
Era filho de Francisco Figueira de Faria e de Maria Hermínia da Silva. Fez a
instrução primária em Câmara de Lobos, ingressando em 1920 no Seminário
Diocesano, que abandona cerca de 7 anos depois, mas onde se inicia na arte
musical, demonstrando desde o início grande aptidão para a música polifónica. Em
1925 era já um exímio executante de música sacra em órgão, sendo também regente
da Banda da Escola de Artes e Ofícios.
Na ânsia de se valorizar e aperfeiçoar na arte que
escolheu para profissão, matriculou-se em 1934 no Conservatório Nacional de
Música, em Lisboa, fazendo os três primeiros anos num e regressando em 1939 à
Madeira, com o curso de harmonia.
Para além da execução musical, Luís Figueira de
Faria, distinguir-se-ia também na área das reparações de harmónios e órgãos,
havendo mesmo indícios de que se tenha deslocado a França, para se aperfeiçoar
na sua construção e reparação. Esse seu profundo domínio, não só da técnica de
execução musical, como da técnica de construção de orgãos, levou-o a aceitar, em
1939 o desafio lançado pelo padre António Pinto, de Câmara de Lobos, da
construção de um monumental órgão, para a igreja do Convento de São Bernardino.
Em 1960, depois de cerca de 73.000 horas de trabalho, distribuídas ao longo de
20 anos, Luís Figueira de Faria dava por terminada a sua gigantesca obra, obra
que infelizmente, ficaria abandonada, na capela do convento onde foi construído,
e sujeita aos actos de vandalismo, acabando por ser totalmente destruído.
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