Black Lotus - Black Lotus: a Carta
Informações básicas da carta:
Ela é encontrada somente nas edições Limited (Alpha e Beta) e Unlimited, ou seja, as três primeiras, todas lançadas em 1993. As Black Lotus de Alpha e de Beta estão cotadas em US$ 400,00 de acordo com a InQuest de dezembro de 1998. Já a de Unlimited, US$ 315,00, descendo em relação ao mês anterior. A Lotus é um artefato, zero para descer. Quando você vira ela e sacrifica, adiciona 3 manas de qualquer cor a sua reserva de mana.
Informações adicionais da carta:
As 16.500 Black Lotus que circulam pelo mundo têm algo em comum com as belas modelos internacionais: são cobiçadas por muitos, mas possuídas por poucos. Carta rara, que teve sua produção suspensa após a edição Unlimited acabar, a Lotus tornou-se um dos símbolos da popularidade de Magic, ultrapassando em valor todas as outras cartas (já excluídas ou ainda em produção) do jogo, isso sem falar nas cartas dos card games concorrentes, incapazes de atingir somas tão elevadas no concorrido mercado de compra-vende-troca. O preço de uma Lotus pode chegar a 400 reais. Ela ganhou a fama de ser o "truque sujo" capaz de vencer um duelo no primeiro turno, sem chance de reação por parte do adversário.
É exatamente nesta crença que está o primeiro grande equívoco sobre o uso prático da Black Lotus.
Não que ele tenha um efeito "fraco", nada disso. A Lotus é um artefato de custo zero para invocar que, quando sacrificado, adciona três manas de uma mesma cor à reserva do jogador. Assim, dá velocidade e opção extra de mana para qualquer baralho, funcionando de modo especialmente devastador se vier parar na sua mão nos turnos iniciais do duelo. Combinada ao Canal (feitiço verde que permite transformar pontos de vida em mana sem cor) e a uma Bola de fogo (ou mágicas vermelhas de dano direto igual a "X", como Desintegrar ou Lava burst) a Black Lotus permite o seguinte (manjadíssimo) combo:
(Primeiro turno de jogo, você começa a jogar)
Como na vida real, também em Magic o que é bom dura pouco. Quando ninguém conhecia as regras de torneio, hoje utilizadas nas maiorias dos duelos pessoais, era permitido encher o baralho de Canais, feitiços de dano direto e (se você fosse um jogador antigo e sortudo, ou algum milionário viciado em Magic) quantas Lotus fossem possíveis. A realidade das competições mudou isso, restringindo a Black Lotus a uma carta por baralho, nos torneios Tipo I, sendo que é proibida nas demais versões. Para piorar, Canal foi proibido até nos torneios desta modalidade, tornando esse combo clássico impossível de acontecer nas competições.
Ignorando um pouco esta restrição, ainda assim esta sequência só era útil quando você, obrigatoriamente, tinha mais pontos de vida que o oponente. Também era aconselhável, se você não tivesse a sorte de começar jogando, esperar um turno em que o rival gastasse todo o mana dele para torrá-lo. O motivo destes cuidados? Imagine: seu odiado inimigo começa o duelo e baixa uma planície, passando a jogada em seguida. Sorridente, você baixa sua montanha mais a Lotus e completa o combo, ganhando por 1x0. Não, porque ele usa o mana branco, invoca um Bálsamo Restaurador (mágica instangânea branca que ganha ou evita 3 pontos de vida), tecupera três de vida e o placar fica 3x1 para ele! Agora é a vez dele, que desvira a planície e, sem precisar nem ao menos de outro terreno, baixa um simples Pégaso de Meseta, ou qualquer criatura 1/1, e você já estará em maus lençois.
Fica claro que, quanto mais o jogo avança, menos útil é usar a Lotus neste combo. Você teria coragem de invocar a combinação e gastar seus preciosos pontos de vida contra um adversário que estivesse usando a cor azul e com duas (ou pior, mais de duas) ilhas em jogo, prontas para anular a sua Bola de fogo e deixar você sem a Lotus (sacrificada), sem o Canal, gasto, e sem a vida?!