Caráter da mais antiga escrita dos egípcios. Estes, além da escrita hieroglífica, possuíam a hierática(assim chamada pelos gregos, que julgavam tratar-se da escrita dos sacerdotes); e a demótica(demos, ‘povo’). São ambas estilizações da escrita de natureza pictográfica ou hieroglífica. Porque os hieroglíficos primitivos eram pictogramas; evoluíram para ideogramas, e, finalmente, adquiriram valores de fonogramas. A escrita hieroglífica foi decifrada pelo sábio francês Jean-François Champollion (1790-1832), o fundador da egiptologia. Baseou-se numa inscrição existente num bloco de basalto capitão de artilharia Boussard junto ao forte de roseta. Essa inscrição, conhecida como pedra de Roseta, foi trazida para a França por Napoleão Bonaparte quando retornou da expedição militar do Egito.
Levara uma missão de sábios e especialistas que deveriam estudar a civilização egípcia. Vários orientalistas tentaram em vão decifrar o texto egípcio. Champollion, após beneditino estudo comparativo, conseguiu descobrir o valor dos hieróglifos. A chave da decifração foram as referências a nomes próprios, que, no texto, figuram cercados de uma espécie de moldura - cartouche(cartuchos), como dizem os franceses. Bem árduos foram os trabalhos de Champollion, entre os quais sobressaem uma gramática egípcia e um dicionário.
A pedra de Rosetta se encontra, atualmente, no museu Britânico, em Londres. Muito valeu a Champollion o seu conhecimento do Copta e dos indiomas semíticos. No texto existiam cerca de 600 caracteres de valores diversos, porque, às vezes, um sinal eqüivalia a uma letra, outras a uma sílaba e outras a uma palavra. As primeiras tentativas foram feitas com os nomes de Ptolomeu(Ptolomeu V), Berenice, Cleópatra e Alexandre. A ordem direta é a chave da frase egípcia. A escrita hieroglífica foi utilizada pelos egípcios nos monumentos e nas inscrições. Já a escrita hierática usava-se na vida corrente e, finalmente, a escrita demótica reservavam-na para os contratos e os textos comerciais. Na verdade, a hierática e a demótica não passavam de simplificações da escrita hieroglífica. O tema da inscrição da pedra Rosatta é um decreto dos sacerdotes egípcios relativo às honras que deveriam ser prestadas ao faraó Ptolomeu Epifânio (196 a.C.), da dinastia dos lágidas. Impotante na elucidação da escrita egípcia foi ter partido Champollion da idéia acertada o Copta era a evolução da escrita dos antigos egípcios. A língua Copta ainda era falada no Egito no séc. XVI. Hoje extinta como indioma falado, persiste, todavia, como língua litúrgica dos cristãos do Egito. Essa idéia, aliás, já tinha sido sustentada pelo abbé Barthélemy e amplamente estava familiarizado com o indioma Copta e chegou a escrever uma gramática desta língua. Com tais elementos, pôde alcançar a solução do problema que tinha desafiado numerosos estudiosos. Champollion comunicou a sua descoberta à academia das inscrições e das Belas - Letras no dia 22 de Setembro de 1822 através de uma memória conhecida sob o título Lettre à M. Dacier. Desde esse momento a egiptologia surgiu em bases positivas em bases positivas e seguras. A história do velho Egito passou a ser mais bem conhecida pelos modernos que pelos autores antigos, como Heródoto e outros que deram notícias da civilização nilótica.
No séc. XIX sobressaíram como egiptólogos
Rougé e Maspéro no França e Lepsius na Alemanha.
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