Story of Final Fantasy VI
"Num único instante mirei e disparei diretamente contra seu coração, decidido a vingar nossos pais. O virote se enterrara profundamente, atravessando a couraça imperial colorida. No instante seguinte, Kefka ia ao chão, com a diminuta flecha cravada no peito. Antes de desaparecer no ar como num passe de mágica, meus olhos foram testemunhas da dor e da ira expressas naquela face palidamente bizarra. As tropas debandavam apressadas com a queda de seu general. Em pouco tempo, somente os corpos e o sangue derramado poderiam denunciar a batalha que houvera nas estepes geladas de Narshe.
A última linha de defesa saía vitoriosa."
"Todos haviam se recomposto. Descansavam nos abrigos improvisados, enquanto tentavam se proteger do gélido ar noturno que desafiava as fogueiras acesas. Entretanto, em meio a este raro momento de calmaria, Terra parecia ao mesmo tempo distante e inquieta... Não era necessária uma única palavra. Ela desejava ver aquilo pelo que lutamos minutos atrás. Estava claro em seus profundos olhos que a ex-assassina imperial queria ver o Esper. Ponderando a atitude que estava preste a tomar, caminhei em sua direção, pousando levemente minha mão sobre seu ombro. Um tremor e um olhar, reações esperadas. Mas, de alguma forma, ela parecia conhecer minhas decisões e compreender minhas atitudes. Sem pronunciar uma palavra, atravessamos o desfiladeiro, passando os guardas e chegamos à beira do grande abismo. E a criatura estava lá, inerte em seu esquife glacial. Terra se aproximou mais, como se quisesse sentir o misto de dragão com aves e peixes. De alguma forma inconsciente, sabia que não deveria impedi-la."
"Uma brisa se iniciou, tornando-se mais e mais forte, acariciando minha pele como se não desejasse minha presença. Foi então que ouvi a voz de Locke, gritando pela jovem. Nesse instante, raios começaram a se desprender do esquife e chegar até a maga guerreira, unindo-os em um elo destrutivo. O que antes era um lento deslocar dos ventos agora resultava em uma feroz ventania. Trovões cruzavam o ar bem diante de meus olhos, labaredas brotavam e lambiam as pequenas lâminas de gelo que infestavam o ar. Olhei para o aventureiro ao meu lado, ameaçando avançar na direção do Esper. Antes que pudesse concretizar meu objetivo, uma explosão de energia impulsionou a todos ali. Locke tombou desacordado, enquanto eu tateava por pedras que pudessem me sustentar e impedisse que eu caísse no abismo... Ouvi um grito e, em seguida, um intenso feixe, a cauda de uma massa de energia. Esforcei-me para erguer a cabeça e entender o que acontecia com Terra. Entretanto, tudo o que pude ver foi o Esper. Somente o Esper..."

Há mais de cinco anos era lançada uma das maiores obras-primas da Square Soft. Final Fantasy VI chegava ao Super Famicom. Mas não chegava somente como uma seqüência da série Final Fantasy. Muito menos como um simples jogo. Em seus 24 Mega de memória, FFVI continha todos os elementos para uma revolução. No dia 2 de Abril de 1994 a história dos RPGs ficou dividida em Antes de Final Fantasy VI e Depois de Final Fantasy VI.

Brincando com o desconhecido
Mágica. Uma energia mística capaz de coisas impossíveis, indo desde mover montanhas até atrair meteoros. Tal energia fora banida do mundo após a "Guerra dos MagiMasters", que devastou boa parte do planeta e fora causada pela disputa da supremacia no planeta entre a raça mágica Esper e os seres humanos. Devido a superioridade numérica, os humanos saíram vitoriosos, obrigando os Espers a uma vida de reclusão atrás de um grande portão selado magicamente. E a partir do momento em que tais seres desapareceram da face do planeta os poderes mágicos começaram a cessar. Uma era de desesperança e pessimismo se seguiu. Sem a magia para se proteger da natureza e dos animais, como os humanos sobreviveriam? Simples. Como dizem, a necessidade é a mãe das invenções e o fim da mágica trouxera a prosperidade do vapor e maquinarias em geral.
Mil anos depois, a humanidade parece ter se esquecido dos abusos realizados com a mágica e, mais uma vez, persegue tal força. O grande Império sediado em Vector desejava para si o controle sobre o mundo. Para tanto, precisava estar acima dos demais, não dependendo somente do maquinário. Eles precisavam da mágica. Sob o braço do já bastante velho Ghestal, abrem os portões do mundo dos Espers e realizam um ataque relâmpago, capturando todos os seres mágicos que conseguem. É então que o Imperador se depara com algo inesperado: uma humana, carregando em seus braços uma criança. A única criança nascida da união de um Esper e uma humana, um hibrido. Ghestal comemora o achado e cria a menina para ser a carta na manga Imperial.
Anos depois, o Império avançava rapidamente sobre outros locais com uma simples ideologia: se não estão sobre o nosso domínio, devem ser eliminados. E, acreditem, o Império tinha poder para isso. Aliando a maquinaria bélica ao poder mágico, conseguiram criar os Magitech Armors, as supremas máquinas de combate. Mechs imensos movidos atravéz de energia mágica removida dos Espers e condensada. Somando a isso o valoroso General Leo, honrado cavalheiro que luta pela justiça; General Celes, linda guerreira que recebera doses massivas de energia mágica e, por isso, é capaz de usá-la; o cientista Cid, responsável pelos projetos dos Magitech Armors, a absorção de energia dos espers e de Celes; o sádico General Kefka (ou Cefka), que não mede esforços para que suas ambições se cumpram; e a jovem meio-esper filha de Maduim e Madonna, o Império era praticamente invencivel.
Tudo teria continuado perfeito se não tivesse sido a reação de Terra (ou Tina), a meio-Esper, ao ver um Esper verdadeiro. Se juntou a Locke e seu grupo de Returners. Os Returners são um grupo de resistência ao dominío do Império.

Mesmo tendo sido superado por seus dois sucessores, o enredo de Final Fantasy VI possui momentos que prendem a atenção do jogador. Momentos como a morte covarde de General Leo pelas mão de Kefka, ou a destruiçào do equilíbrio das forças mágicas em todo o mundo, novamente gerada pelo arauto de Ghestal. A seqüência na ópera House é uma das mais memoráveis de todos os tempos, enquanto a tristeza que aflige o coração de Setzer ao penetrar no túmulo de sua melhor amiga ou a falha de Locke em tentar ressussitar Rachel chegam a marcar os sentimentos de qualquer um. Momentos cruciais que colocam em teste cada um dos sentimentos. Todos agrupados em um único título.


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