Biografia
Como nasce uma Crossdresser
Parte II
Por infelicidade do destino voltamos para o Brasil em Janeiro de 99, digo voltamos porque vieram a Betina e eu. Ela ja existia oficialmente... O sobrenome so veio depois de eu ter visto que no Brazilian Crossdresser Club (veja secao de links) todo mundo tinha um. O meu e a traducao do meu verdadeiro nome para o alemao.
Depois de alguns meses arranjei um trabalho aqui e conheci minha S/O (Significant Other ou Supportive Oppositive - para quem nao sabe, minha namorada do sexo feminino). No inicio, nosso relacionamento era como um outro qualquer, homem e mulher. Corri, com ela, o mesmo risco de antes ao abrir o jogo sobre a Betina Edelmann, mas ela aceitou, nao sem passar por alguns conflitos que nos trouxeram muita chateacao. Hoje em dia dividimos o armario, somos, alem de namoradas, duas amigas e quem a conhece gosta muito dela. Fica aqui meu reconhecimento e meu amor a Ana.
O pior passo ainda estava por vir: contar para a familia. Minha Mae e uma mulher muito boa e aberta, mas para aceitar meu estilo de vida, a historia e outra (assim pensava eu). Tenho dois irmaos, uma mais velha (a ja mencionada dona da "casa de aluguel de roupas intimas" hehehe) e um irmao mais novo.
Antes de conhecer o BCC fui ao centro da cidade, colher informacoes com aquelas que eu achava ser minhas "iguais": os travestis. Seguindo o conselho deles comecei a tomar anti-concepcionais. (Que grande besteira: nao facam isso, meninas!) Dou gracas a Deus por ter conhecido a Veronica Lane, que me deu as orientacoes certas na hora certa, com relacao a quimica errada que eu estava colocando no meu corpo...
Comecei a tomar hormonios femininos, de acordo com orientacao medica, que mudaram rapidamente meu corpo, me deram seios bonitinhos e estao acabando com a pouca barba que tenho. A sensacao e otima e no inicio o preco e alto: causa impotencia.
No inicio deste ano de 2000, descobri o BCC (gracas ao bom Deus) fucando na Internet e vi que nao estava sozinho no mundo. Devorei o Site sentindo a mais profunda alegria... Entao entrei em contato com algumas amigas pelo ICQ e depois com a Vero pelo telefone. Marcamos um encontro no Shopping Paulista, onde fui com minha S/O e ela levou a Carmem Maura. Dali a mais alguns dias e varios contatos, saimos na epoca do Carnaval para a minha "primeira vez" na minha querida cidade de Sao Paulo, onde a Tina se mostrou viva, alegre, feliz e realizada. Hoje me considero uma das mais espoletas do clube... Adoro sair por ai e aprontar de montao...
Ainda ficou faltando dizer que ja contei para os meus familiares. Eles torceram o nariz mas aceitaram numa boa. Hoje creio que a aceitacao de outras pessoas so depende da maneira pela qual expomos os fatos. Ninguem vai nos colocar na forca, numa geladeira ou nos "deserdar", se usarmos as palavras certas nos momentos certos ao contarmos que somos CD's...
Hoje em dia posso dizer que sou uma pessoa realizada por ter tirado a Tina do armario, por ter conhecido as meninas do BCC, que sao minha verdadeira "tchurma" e por ter me aceito como sou, meio homem, meio mulher, bem androgino e feliz.
Rapazes, por favor, nao escrevam. Sou absolutamente lesbica. Aguardo o contato com garotas e CDs para amizade e troca de informacoes
ICQ 60873585