PREPARAÇÃO: Mesmo que nossos objetivos não sejam agora a Iluminação
Final, estas práticas todas nos trarão acuidade mental, capacidade
de concentração reforçada, paz, tranqüilidade,
saúde física e mental, enfim, pois serão eliminadas
ansiedade, stress e preocupações. Entretanto, estas
práticas não são um fim em si mesmas, mas meios de
se preparar o terreno mental para o cultivo mais profundo da Plena Atenção,
conhecida no Budismo como treinamento mental em Vipássana, quando
temos a visão de primeira mão do que somos (autoconhecimento),
e das 3 características de todos os fenômenos (transitoriedade
/ interdependência, insatisfatoriedade e impessoalidade ).
REQUISITOS: Um toque: O Budismo ensina a interdependência do corpo e da mente, daí que se um está calmo, o outro também estará pacificado; se um está agitado, o outro estará também. CAMINHO DO MEIO: busca da sabedoria interior: samadhi/ pañña Relaxar deitado(a) de costas e barriga para cima, no chão
ou sobre cama dura. Não usar travesseiro ou almofadas. Pode-se utilizar
tapetes no chão. Ambiente em penumbra, de preferência.
Deixar o corpo cair imóvel , como se fosse um boneco de pano e na
posição que cair, ficar. Olhos fechados. Observar o corpo
à procura de pontos de tensão, para que, caso existam,
possam ser aliviados trocando-se a posição como caíram.
Após estar confortavelmente deitado no chão, braços
caídos bem para os lados, ou mãos entrelaçadas sobre
a barriga, procurar manter a posição do corpo imóvel,
sem tensões. Não se tratando de ascetismo - o praticante
poderá mudar a posição do corpo sempre que estiver
dolorido, ou com cãibras -, mas deve saber que a mudança
constante de posição (inquietação) prejudicará
sua prática consideravelmente. Por isto é melhor procurar
a melhor posição naturalmente imobilizada antes de prosseguirmos.
Ouvir. Uma vez relaxados, procuramos somente ouvir os sons que nos chegam aos ouvidos. Sem querer guardá-los, sem querer repelí-los, sem querer atraí-los ou repetí-los mentalmente para nós. Vamos somente ouvir. Ficamos neste estado, e a tranqüilidade virá, primeiramente com o adormecimento do corpo. Você verá que o corpo dorme, sua respiração se torna lenta, mas sua mente estará em vigília. Você estará acordado. Não adormeça. Esta prática não é para dormir. Se cochilar, comece tudo de novo. Sua tarefa agora única e exclusivamente será ouvir os sons. Com a prática, você verá que ouve sons internos do seu corpo nunca antes percebidos, mas não se assuste ou se prenda. Continue praticando somente o ouvir sem apegos ou aversão. Benefícios: esta prática trará primeiramente muita tranqüilidade ao corpo e à mente. Você verá como sua mente se tornará mais atenta. No seu dia a dia, as pessoas estarão falando ao seu redor, a cacofonia da cidade grande se fará presente, o mundo pode desabar. Você não se abalará. Longe de se tornar insensível ao que está acontecendo ao seu redor, você estará plenamente ciente delas acontecendo, e poderá agora agir livremente, já que agora os sons não lhe afetam mais como antes. Você os ouve e os conhece no momento em que acontecem e poderá reconhecer a todos como são. Os samurais do Japão antigo buscaram este estado, que eles definiam como deixar a mente inabalável como a base de uma montanha. Estamos fundamentando nossas mentes em bases mais estáveis. Outro benefício é a regularização das funções fisiológicas.
a um modelo espiritual: karuna muditar Uma vez praticado o relaxamento, teremos um altar pessoal em casa,
com imagem ou foto ou pintura de nosso objeto de devoção
particular, que no caso dos budistas, é o Senhor Buddha, ou seus
discípulos realizados, ou um Deva em particular. O que importa é
o que estes seres representam, pois o ato de devoção traz
para nós as qualidades de Amor, Compaixão, Retidão,
Altruísmo, Força Espiritual. Esta prática nós
chamamos de Puja ou Oferecimento devocional. A devoção
no Budismo também é meditativa, pois procuramos visualizar
em nossas mentes as imagens dos Buddhas e Bodhisattvas, mentalizá-los
agindo como seres viventes. Visualizar Buddhas, Discípulos, Bodhisattvas,
Devas e Oferendas ocupa nossas mentes com o que é mais importante
para nós, de uma maneira visual e pessoal, e não meramente
com palavras. Assim relembramos mais vivamente as boas qualidades
do Buddha, mais do que se o fizéssemos só por meio de palavras.
Entretanto, as palavras também são utilizadas, e temos o
Puja cantado. Cantar sutras, acender velas e incensos, arrumar um altar,
colocar o ponto focal da devoção (imagem ou pintura) em nossa
frente, etc, são aparatos externos para trazer de dentro o que mais
interessa: as boas qualidades, a gratidão, e a devoção
pura mesmo, sem segundas intenções. Sobre isto tudo
o Budismo tem diversas práticas diferentes, que podem ser pesquisadas
mais detalhadamente por cada um em particular.
Uma prática inserida neste contexto meditativo é a Meditação do Amor Universal, complementada pelo Sermão do Amor Universal. Vale a pena conhecê-los.
Ao deitarmos no fim do dia, antes de adormecermos, e com os olhos fechados,
bem relaxados, procuraremos rever todos os nossos atos visualmente, procurando
nos lembrar com o máximo de detalhes, só que de trás
para frente, do fim para o início! A idéia não
é castigar-se ou premiar-se por algo realizado durante o dia, mas
avaliar a possibilidade de termos feito uma tarefa qualquer de uma forma
diferente, talvez melhor, por que não tentar da próxima vez?
Este é um exercício de tomada de consciência. Da próxima
vez em que estivermos em situação semelhante o conhecimento
de que há outra saída para uma mesma situação
nos virá em auxílio.
Praticar, praticar e praticar. Budismo é prática. É religião viva porque fala de nossas condições internas e como podemos melhorá-las em nossas vidas diárias. Ajude-se e ajude assim a todos os seres! Tudo de bom! |