Wesak é a mais importante comemoração
dos budistas e para todos os que se interessam pelos Ensinamentos do Buddha,
porque é a semana em que se comemora o Nascimento, a Iluminação
e o Passamento de Siddhartha Gautama, o Sábio do clã dos
Sakyas. No Sudeste Asiático, em alguns países como Malásia
e Singapura; em tradições tibetanas e em centros budistas
do Ocidente, esta é a época de festas mais colorida e ostensiva
dos budistas em geral.
Foi numa manhã de lua cheia do quarto mês lunar, que corresponde quase sempre ao mês de maio, que nasceu como um príncipe, Siddhartha Gautama, na cidade de Kapilavatthu, hoje na fronteira da Índia com o Nepal. Seu Nascimento foi uma bênção para todos. Aos dezesseis anos, como era da tradição hindu, Ele desposou a princesa Yasodhara. Os dois tiveram uma vida luxuosa e cheia de prazeres, até que a verdade do sofrimento humano pesou sobre os ombros Dele. Aos vinte e nove anos Ele finalmente atingiu o limite de sua insatisfatoriedade com a maneira como vivia, sentindo a inutilidade dos prazeres materiais a que estava acostumado. Fez um voto de renunciar às coisas do mundo para procurar a Verdade. Numa lua cheia do mês de Wesak (maio), aos trinta e cinco anos de idade, após ter passado seis anos de mortificações e penitências, estava enfraquecido. Decidiu largar estas práticas, para seguir um sentido interior que sempre tivera desde pequeno. Sem a ajuda de ninguém, a não ser de Seu próprio esforço; sem a orientação de ninguém, a não ser Sua percepção, sentou resoluto sob uma figueira e alcançou alto grau de Iluminação. A partir daquele momento, Sua principal tarefa, auto-imposta, foi a
de transmitir Suas descobertas da causa do sofrimento e da cessação
do sofrimento, através da observação dos preceitos
da Doutrina e da Compreensão Correta (Senda Óctupla). Após
ter instruído sobre a Sublime Verdade, durante quarenta e cinco
anos, passou o Buddha para o Paranirvana com a idade avançada
de oitenta anos, na localidade de Kusinagara, também num dia de
lua cheia.
|
FATOS HISTÓRICOS |
Agora, neste ano, queremos ver qual a atualidade e o significado do
Festival do Wesak, nos difíceis momentos por que a humanidade está
passando. Vinte e cinco séculos após, as Verdades proclamadas
pelo Budismo se mantém, na medida em que sua Doutrina contém
afirmações que podem ser verificadas como verdadeiras hoje.
Portanto, a veracidade do Budismo não depende da precisão
histórica à respeito do nascimento, vida e morte do Buddha.
Os Ensinamentos de Buddha diferem muito do que os ocidentais
sabem, pensam que sabem ou acham que sabem a respeito de Budismo,
pois não tem a ver com ritos e mitos, mas com uma terapêutica
psicológica, uma ética de vida, uma metafísica da
ontologia. Tudo dirigido para a Compreensão, Liberação
e Felicidade de todos os seres.
Não se pode negar que o Buddha foi o primeiro pensador na história que transmitiu uma mensagem universal, sem distinção de raça, classe social ou credo religioso. Também não se pode negar o fato histórico de que o Buddha não desejava morrer até ter criado uma ordem monástica que conhecesse a Doutrina, tivesse recolhido seus frutos e fossem competentes para lidar com as críticas dirigidas ao Seu método revolucionário. Atualmente, os budistas veneram o Buddha, oferecendo flores,
incenso, e luzes, etc à Sua imagem. Porém o Buddha
dizia que a melhor maneira de prestar-Lhe homenagem era praticando Seus
Ensinamentos, pelos quais a pessoa atinge Compreensão. Quando Seu
discípulo e primo Ananda se preocupava em como fazer o Seu funeral,
o Buddha lhe pediu para não se preocupar com isto,
mas sim com a prática dos Ensinamentos, pois Ananda, de todos os
primeiros discípulos do Buddha, ainda não tinha
se tornado um Arahant (Iluminado).
|
NÃO É UMA RELIGIÃO |
O Buddha diz para deixar de lado a questão de
quais as religiões ou filosofias que são verdadeiras ou falsas.
Qualquer religião que não contiver em seus ensinamentos o
caminho da Correta Compreensão e da Sabedoria, não pode dar
a seus seguidores nem o primeiro, nem o segundo, nem o terceiro e o quarto
“graus de santidade”. Qualquer religião que contiver a Senda Óctupla,
levará seus seguidores à santidade de vida.
O resultado desta afirmação é que não existe salvação fora da Nobre Senda Óctupla (Compreensão, Pensamento, Palavra, Ação, Meio de Vida, Esforço, Atenção e Concentração corretos, plenos, totais). A única maneira para obter a salvação dos seres e a libertação do sofrimento é a Compreensão de si mesmo e das coisas. A Mensagem do Buddha não determina um credo, mas um convite à investigação da Realidade, um modo e meio de vida ético, de forma a se passar a vida da melhor maneira possível, não causando o mal para si nem para nossos semelhantes. O respeito à vida e a unidade de tudo o que vive permeia o modo de pensar e agir dos budistas. A Mensagem de Buddha é benéfica a todas
as pessoas, pois independe das concepções religiosas e filosóficas
que cada um tenha, de modo que se verifique uma prática verdadeiramente
salutar - o autoconhecimento. Todos se beneficiam: pretos, brancos, amarelos
e pardos. Religiosos e não religiosos. Cada vez mais, no Oriente
e no Ocidente, pessoas acorrem para o conforto da mensagem de Buddha,
e até padres e freiras andam participando de retiros budistas.
|
O PRIMEIRO ESTÁGIO DE SANTIDADE |
Que tipo de pessoa é aquela que alcança este primeiro
grau? É a pessoa que atinge a compreensão do desenvolvimento
mental (Sotapanna) e em conseqüência sua salvação
é assegurada. Tal pessoa, afirma-se, elimina três grilhões,
a saber: (1) a crença num ego auto-existente e auto-suficiente;
(2) dúvidas quanto à Doutrina, e (3) dependência às
formas externas de religião.
Será que é possível em nossos dias, alcançar
esse primeiro estágio de santidade? Segundo o Buddha,
vivenciando a prática, alcançar este e outros estágios
mais avançados é e será possível a qualquer
pessoa, em qualquer tempo.
|
A NATUREZA DO BUDDHA |
Então pensais que ao olhar a imagem de um Buddha estás
vendo o Buddha verdadeiro? É claro que não.
Não adoramos imagens, elas são lembretes de que um homem
atingiu um estado divino de Conhecimento e Compreensão, e também
será possível, um dia, ocorrer o mesmo para nós.
Não procures o Buddha através da forma e seus
atributos. A natureza de Buddha é Iluminação.
Embora falemos de Sua forma (como Gautama ), o Buddha é
eterno em natureza, não tem forma, mas pode manifestar-se sob qualquer
forma. Buddha é Consciência Cósmica,
a qual Siddhartha evidenciou completamente em Sua última vida terrena.
Buddha preenche cada parte do universo; alcança a
tudo e existe fora do tempo.
Buddha é combinação perfeita e completa
de Sabedoria e Compaixão. Através destas qualidades,
Ele se manifesta sempre que a Doutrina desaparece do mundo, para
restaurar o Caminho para a Liberação, por Amor aos seres.
A Compaixão é a Essência de Seu Dharma
(Ensinamento), através da qual o Buddha usa todos
os métodos e meios habilidosos para salvar os seres, ensinando-lhes
conforme a capacidade e tendência individual de cada um.
|
ILUMINAÇÃO |
Se examinarmos a vida do Buddha, do Seu nascimento até
Seu passamento, nos surpreende o fato de Sua Iluminação não
ter sido uma graça, recebida “do alto”, e sim uma “iluminação”
interior.
Quando analisamos o primeiro sermão do Buddha, novamente somos confrontados com processos práticos, como o Nobre Caminho Óctuplo, que leva à emancipação, à felicidade e à realização. É o caminho reto e estreito, equilibrado entre a indulgência de nossos desejos e as privações ascéticas. Aparentemente, o caminho mais óbvio para a felicidade é a gratificação dos desejos; infelizmente existe uma lei de gratificação decrescente, que opera neste caso. Gratificação dá satisfação temporária, porém gratificação continuada nos dá cada vez menos gratificação. As privações ascéticas, austeridades e mortificações, por outro lado, resultam em repressão e sofrimento auto-imposto. Impressionam as massas, mas não transformam a pessoa, nem terminam os sofrimentos. Elas substituem um sofrimento por outro. O Caminho que nos leva à liberação, como preconizado por Buddha, é o da Vigilância, exercitada pela pessoa em todas as situações do seu dia, sobre todas as ações, palavras e pensamentos. É um estado vigilante, que se só ganha e se exterioriza através da prática meditativa ou de introspecção. Através da meditação a pessoa tem a chance de tranqüilizar a sua mente, conhecê-la, e reconhecer todas as suas características e condicionamentos, podendo assim transformar-se. Sem conhecer-se, não há como a pessoa transformar-se. A Reforma que Buddha ensinava, não era pela força repressora nem pelo mergulho de cabeça nos prazeres dos sentidos, mas pelo conhecimento de nós mesmos, de primeira mão, sem palavras e conceitos. Uma vez que estejamos conscientes de nossos condicionamentos, nossas tendências mentais, nossos padrões de comportamento e pensamentos, é que nós podemos ter o verdadeiro autocontrole, naturalmente, sem tensão. A meditação propicia uma visão clara de tudo isto, e muito mais, como por exemplo, uma real compreensão das três características de tudo o que é manifestado, a saber: a impermanência, a impessoalidade e a insatisfatoriedade. Em Compreensão, ou Sabedoria como dizemos, as coisas continuarão existindo, ninguém deixará de viver e de sentir, somente que neste caso as paixões (raiva, ódio, preguiça, inveja, desejos, etc) e os antigos padrões de comportamento não nos acorrentarão mais, pois encontramos na prática meditativa um ponto, um centro de onde vemos com equanimidade todas estas coisas. Encontramos a Paz. Decerto meditar sentado é somente um meio, mas não um fim em si mesmo. É uma ferramenta para a transformação pessoal. Isto é complementado por uma vida ética, de respeito à toda forma de vida e pelos semelhantes, bem como um sentimento de Amor-compassivo por todos. É difícil avaliar o grau de Iluminação do Buddha pois, como Ele mesmo afirmou, o que Ele sabia e não ensinava era comparado às folhas de uma floresta; e o que Ele realmente ensinava era comparado às folhas que cabiam em Suas mãos. E porque Ele deixou de ensinar sobre certas coisas? Porque não são essenciais à vida de uma pessoa. Buddha só ensinava aquilo que interessava à emancipação, à felicidade e à Compreensão da vida. Isto acarreta em dizer que todo o restante é especulação, passatempo e divertimento mental. Realmente não transforma ninguém para melhor. Buddha foi eminentemente prático. Devido ao fato de Seu magistério ter durado quarenta e cinco anos, Seus Ensinamentos são muito vastos, como é evidente ao analisarmos as escrituras budistas. Se virmos sua essência, poderemos avaliar o imenso valor dos Ensinamentos e, em conseqüência, o verdadeiro significado do Wesak, dias festivos que celebram a Sabedoria, a Compaixão e a Humanidade. Nesses Ensinamentos encontramos uma teoria de conhecimento, uma teoria
da realidade, um sistema ético, uma filosofia social e política,
e uma filosofia do Direito.
|
TEORIA DO CONHECIMENTO |
Os eventos naturais não ocorrem ao acaso, não são
eles devido à vontade de um Deus onipotente e nem são devido
às leis determinísticas de causação. A Lei
da Originação interdependente, preconizada por Buddha,
nos afasta dos extremos do indeterminismo e do estrito determinismo, seja
de origem divina ou natural.
A Compreensão é, portanto, a chave da salvação e não a crença cega em dogmas que não podem ser verificados. A Compreensão exige uma atitude imparcial. Não nos devemos deixar influenciar por preconceitos, pelo medo, nem por crenças. Para se adquirir Conhecimento, é necessário não se apoiar em nenhuma autoridade, revelação, tradição, escrituras, ou pontos de vista. Mas pesquisar, inquirir, questionar. A verificação pessoal e a vivência é o único critério para encontrar o Real - Buddha mesmo preconizou isto com relação a Ele e Seus Ensinamentos - que eles fossem postos à prova e comprovados por cada um em particular. Essa teoria do Conhecimento é o que hoje se chama “ciência”. Em conseqüência disto, o Budismo não causou inquisições, nem caça a hereges e bruxas. Muito pelo contrário, o Budismo estimula o reconhecimento da dignidade da vida humana e sua inviolável liberdade para agir e pensar. Como na ciência moderna, o Buddha reconhecia a percepção dos fenômenos e a inferência como fontes de conhecimento. Porém, com uma diferença da ciência clássica (mas concordância com a física quântica): o que percebe e o que é percebido são aspectos de uma mesma e única realidade, que não podem ser separados ou divididos, concluindo-se disso que a pessoa que percebe também influencia e afeta aquilo que está sendo observado. Para o Budismo, a mente é a precursora de tudo, ela é primordial. Ela afeta os fenômenos externos, e também é por eles afetados ou influenciados. É a interdependência de todas as coisas, o que nos faz pensar sempre numa rede cósmica e universal de seres, forças e astros. Aquilo que conhece e o conhecido são um. Assim, uma atitude científica já existia há mais
de 2500 anos atrás, nos Ensinamentos do Buddha, só
que direcionados para o bem-estar das criaturas.
|
TEORIA DA REALIDADE |
O Budismo reconhece a realidade (relativa) do mundo material e seu
impacto sobre a experiência humana. O fenômeno consciente tem
uma base física, no corpo e no cérebro. As interações
entre essas duas polaridades, mental e corporal, condiciona os relacionamentos
humanos e afeta a moralidade.
A exemplo de psicólogos modernos, Buddha não dá importância ao conceito de uma alma eterna, e analisa a personalidade humana do ponto de vista de sua experiência direta com o mundo. As experiências se obtém através de impressões e idéias, sentimentos, sensações, atividades cognitivas e semi-cognitivas. Reconhecia a dinâmica de todos esses fatores como num eterno fluxo de consciência, em duas modalidades: a consciente e a inconsciente. Se encontra nos textos budistas a primeira menção explícita aos processos mentais inconscientes e à motivação inconsciente do comportamento humano. Procurar ver as coisas como elas são é, portanto, um dos
principais objetivos da Doutrina budista. Da Compreensão Correta
da realidade surge a “iluminação” interior.
|
ÉTICA |
No Budismo, as propostas éticas são significativas. Não
pode haver um código ético sem um conceito de responsabilidade
pelos próprios atos. Porém, não há responsabilidade
ética a não ser que (1) nossas ações sejam
livres e não constrangidas, (2) se saiba que as ações
são seguidas por conseqüências agradáveis e desagradáveis
e, (3) se saiba que a consciência sobrevive à morte física,
para fazer justiça às suas ações.
É óbvio que, se as ações humanas não fossem livres, não faria sentido falar-se em responsabilidade ética. Em conformidade com as concepções budistas, a natureza é tal que as condições mencionadas acima são preenchidas e, portanto, a responsabilidade ética é um fato. Perguntado sobre os Ensinamentos dos Buddhas passados, o Buddha Siddhartha responde que consistiam de : “evitar o mal, fazer o bem e purificar a própria mente”. “Purificar a própria mente” corresponde à compreensão e ao pensamento correto, e é o aspecto “positivo” da Doutrina, que fecunda o modo de vida budista. Não fazer o mal corresponde à palavra correta, ação correta e meio de vida correto. Não é possível evitar o mal sem a sabedoria advinda da clareza da mente, portanto, “não fazer o mal” é o aspecto “negativo” da Doutrina, a massa a ser trabalhada pelo ser humano. “Fazer o bem” compreende ao esforço correto, à plena atenção e à concentração correta. É fácil observar que fazer o bem é somente em Vigilância. De outra maneira, são ações parciais e de efeito limitado, ou discriminatório. A meta da ética budista é permitir aos seres sensíveis alcançar a felicidade e a harmonia social. A teoria da realidade e sua ética é sintetizada nas Quatro
Nobres Verdades, a saber: a existência do sofrimento, as causas
do sofrimento, a extinção do sofrimento, e o caminho que
leva à extinção do sofrimento, que é a Nobre
Senda Óctupla.
|
SOCIEDADE, POLÍTICA E LEI |
Novamente, o Buddha foi o primeiro pensador da história
conhecida a pregar uma doutrina de igualdade. O homem é uma espécie
e a sua divisão em classes sociais e castas não é
uma divisão permanente ou inevitável. Dizia que o caráter
de uma pessoa não é determinado pelo nascimento,
mas pelos atos desta pessoa. Contrariando os dogmas bramânicos de
posições sociais estáticas, o Buddha
explicava que tal e qual classe social surgiu da necessidade natural
dos povos, como a figura do rei, que nada tinha de divino. Até bem
pouco tempo em nossa história ocidental, os “déspotas esclarecidos”
diziam-se reis de origem divina. E os brâmanes dizem que o
sistema de casta foi instituído pelo próprio deus Brahma,
tendo os sudras e párias (escravos e sem-castas) nascido dos pés
do deus. Buddha contestou isto veementemente como uma impossibilidade,
dizendo que a mobilidade das pessoas entre classes era uma realidade.
Segundo Sua Doutrina, todos os homens são capazes de se desenvolverem, moral e espiritualmente. E devem receber essa oportunidade. A doutrina de igualdade não implica numa igualdade física e psicológica, pois isso, obviamente, não ocorre; mas reconhece-se um certo grau básico entre os homens, em termos de suas potencialidades e capacidades, de forma a garantir-lhes um tratamento igualitário e com a merecida dignidade. Um corolário da doutrina da igualdade é a igualdade dos homens perante a lei, igualdade de oportunidades educacionais e outros direitos humanos, tais como o direito ao trabalho, etc. A sociedade, segundo o Budismo, é passível de mudanças estruturais de tempos em tempos. Os fatores que determinam essas mudanças são de natureza econômica e ideológica, pois os homens agem em função de seus desejos e crenças. É, pois, um dever do Estado promover a Justiça e o bem-estar material e espiritual de seus membros. Segue-se que, se o Estado não desempenhar adequadamente sua função, o povo tem o direito de escolher, pela via democrática, um novo governo. A soberania deve se sujeitar à necessidade imposta pela regra do Direito. A regra do poder deve depender da regra do Direito. A punição deve ser reformadora, e somente num plano secundário retributiva. No relacionamento com outras nações, é necessário ter sempre em mente o bem e a felicidade da humanidade como um todo. A sociedade, dentro dos moldes budistas, deve ser democrática e socialista, e deve garantir os direitos humanos, assim como a distribuição igualitária das riquezas e o bem-estar do povo. Obviamente, estas coisas não foram objeto da primeira preocupação do Buddha. Ele foi um Reformador de homens. Se os homens se reformarem., os governos também serão mais justos e compassivos. Governos e Estados refletem a personalidade de seus integrantes. Tanto o Imperador Asoka, da Índia, quanto o Príncipe Shotoku, no Japão, procuraram aplicar a Doutrina em seus governos, e foram reconhecidos como benfeitores, justos e ótimos governantes de suas épocas, pois aplicaram um elemento importante às suas estratégias: a ética e a compaixão budista. A Mensagem budista tende a uma democracia e socialismo. Hoje, nossa democracia e socialismo são teoricamente superiores às formas antigas de governo, mas sem estas qualidades humanas de Compaixão, autoconhecimento e respeito à vida humana são capengas e causaram realmente mais desgraças do que bem. Essa é, em síntese, a mensagem da filosofia do Buddha,
cujo valor e significado total o mundo ainda não realizou.
Essa é a mensagem do Wesak, em seus vários aspectos.
|
Wesak iniciará o Ano budista de 2.546, e em 2.002 cai no dia 26/05. |