NAMO BUDDHAYA - NAMO DHARMAYA - NAMO SANGHAYA !

POR UMA QUESTÃO PURAMENTE ECONÔMICA
Carta à Revista National Geographic Brasil, abril 2.002, sobre o artigo
“Tibetanos - Avanço e Resistência”.

Por uma questão puramente econômica, o ocidente não impõe restrições à China Comunista, porque representa para estes países um mercado promissor... Assim, ninguém se "intromete" nos "assuntos internos" da RPCh, por medo de perderem um bom mercado consumidor! 
Entretanto, não somente os países fortes ou a ONU, que poderiam fazer frente a esta situação obscena - que é a violação deliberada e contínua de direitos humanos -, como nós mesmos no Ocidente, nnão fazemos nada de efetivo para contornar a tragédia do Tibet. 
Não nos afetamos com o sofrimento dos tibetanos, porque uma das razões é eles estarem geograficamente muito distantes de nós. E, como diz o ditado: "O que os olhos não vêem, o coração não sente". Recentemente, com as viagens do Dalai Lama e os filmes de Hollywood este assunto veio à baila, mas a resposta internacional é muito fraca! 
É fraca porque os povos ainda são levados por muita ojeriza de raça e religião - creio eu também serem causas do descaso internacional. Não interessa dar a conhecer povos tão "estranhos" e "atrasados". Assim, as classes de história geral falam de tudo, menos se detém na história oriental, muito menos na tibetana, pois não interessa. E assim, também não interessa à média dos seres humanos o sofrimento que o Comunismo impôs e ainda impõe nos países em que deita sua mão de ferro, causando genocídios de nações inteiras como o Tibet e o Camboja. 
Se os tibetanos não tivessem sido invadidos, talvez eles ainda hoje seriam um celeiro de esperança espiritual para toda a humanidade, pois, por mais que houvessem falhas humanas nos sistema teocrático tibetano, a civilização tibetana tem como profunda marca a espiritualidade, a docilidade, a busca da vida interior, e foi uma das raras civilizações que souberam implementar na terra uma sociedade alegre, amorosa e compassiva. O Tibet invadido é perda sem medidas para toda a humanidade. Creio eu que se os tibetanos hoje fossem livres, o Dalai Lama já teria reformado o sistema teocrático e o país seria tão dinâmico e desenvolvido quanto o Tibet "chinês" o é hoje, pois a cada dia o mundo torna-se uma aldeia, e os ventos da mudança material soprariam também no Tibet... só que de um modo totalmente diferente. 
O Tibet é dos tibetanos, e isto é um direito inalienável.