Julgo oportuno este trabalho, a fim de que ele restabeleça o verdadeiro sentido da mensagem budista, como os budistas ensinam, e não como partidários de outras religiões o vêem. |
Este trabalho surgiu devido às palavras de um defensor da Igreja Católica e de um pastor da Igreja “Universal”; contra as outras religiões eles estão unidos nas mesmas calúnias e incompreensões. Nos seminários teológicos, aprendem a justificar e glorificar seus dogmas às custas do rebaixamento e visão deturpada das outras religiões. |
O autor destas linhas uma vez entrou numa livraria, pegou um livro da prateleira com uma bonita capa, mostrando cenas orientais com monges e templos, e o abriu para ver do que se tratava. Qual surpresa, quando viu que cada uma das religiões antigas e atuais ali era sumariamente atacada e caluniada. No fim do livro surge o cristianismo imaculado. ... Pelo menos o cristianismo deles, é claro! |
Presumivelmente, os cristãos devem deter as únicas chaves do Céu e devem pensar que “quem não está do meu lado está contra mim”. Entretanto, será desnecessário dizer que todo tipo de incompreensão se deve ao fato de nos agarrarmos às palavras, e as palavras são limitadas; e que um sistema de pensamento transplantado de sua origem não pode ser entendido como se entende aqui o cristianismo, por exemplo, de forma não-experimental e teo-alógica? |
O Budismo ensina: | “Todas as coisas são impermanentes
Todas as coisas são interdependentes Toda existência implica sofrimento Nirvana é Paz.” |
Encontramos em qualquer templo budista imagens dos Buddhas e divindades. Mas será que só por isso é que somos idólatras? Primeiro, não se adora imagens, mas a idéia que elas transmitem. Se o budista se inclina devotamente ante uma imagem representando o Buddha, ele não está adorando o pedaço de gesso ou bronze modelado, mas prestando homenagem àquele que tomou como Mestre. O ocidental tende a escrutinizar tudo, procurando sempre justificar as coisas e os atos. Então os mais cultos dentre nós acha que “essas coisas” são para os ignorantes, e não para inteligentes como eles. Para o treinamento interior, no Budismo, o que importa é com que consciência, nível ou estado mental você realiza um ato. Obviamente isto se estende a qualquer ato na vida, mas para a mentalidade comum talvez as atividades religiosas, como por exemplo a devoção dentro de um templo, seja a única oportunidade de uma pessoa dar trégua à sua mente perturbada pelo cotidiano...Ao prestarmos convencionalmente uma homenagem ao Buddha, à Doutrina (Dhamma) e à Comunidade (Sangha), com a mente livre de desejos e pensamentos egoístas, estamos não somente reforçando em nós as boas qualidades da Doutrina, do Buddha e daqueles que colhem os frutos de Seus Ensinamentos, como desenvolvendo e reafirmando internamente o amor, e toda as boas coisas, sem pensar a respeito, sem raciocínios. Além do mais, a devoção pura é uma coisa que, sem pedir favores, dá paz e contentamento. É uma foram de meditação. Pelas práticas devocionais se desenvolve o amor e os bons estados mentais. Aquele que é altamente intelectualizado despreza isto; entretanto, o ser completo, no conceito budista, é aquele que uniu e desenvolveu as qualidades do coração e da mente. Um sem o outro é incompleto, como o intelectual rígido e seco, ou o insensato de bom coração. Todo ritual visa ao treinamento das massas, e induzem na mente a formação de bons pensamentos e tendências mentais; e já que nossas ações são resultados de nossa mente, elas refletirão o interior. Então, quando se inclina ante uma imagem do Buddha, de espírito vazio, estamos somente e especialmente reforçando na mente as qualidades do Buddha, como Sua Compaixão, Sabedoria e Equanimidade, etc. Estamos desenvolvendo humildade - necessária para o recebimento de qualquer ensinamento espiritual. O intelectual, assoberbado, não consegue inclinar-se diante de uma simples imagem, porque não tem humildade. | |
Nos primeiros séculos, o Buddha nunca foi representado em forma humana. Isto só começou quando o Império greco-macedônico chegou até as fronteiras da Índia, havendo então grande intercâmbio cultural. Os gregos são os responsáveis pela influência antropomórfica da arte budista. | |
As imagens dos Buddhas e divindades são simbólicas. Ninguém realmente sabe como eram as feições do Buddha, de forma que toda imagem é estilizada. As divindades são sempre representadas com aparatos e objetos que seguram nas mãos, etc, onde tudo tem um significado. Isto é uma tradição que veio dos hinduístas. Imagem é um símbolo tridimensional. Sem palavras, elas transmitem muitas idéias. | |
Budismo é um caminho de liberação por excelência, e não pode ser confundido com idolatria. O idólatra crê que a imagem não só é um retrato fiel, como também está vivificada ou imbuída pelo objeto de adoração... Diz-se normalmente, “oh, uma imagem do Buddha”, mas “Buddha” é o estado de Iluminação, algo abstrato para a mente entender. A Iluminação é representada na imagem do Buddha, porque Gautama Siddharta, um homem, atingiu-a. Então estas imagens são um lembrete de que um homem atingiu o Fruto Supremo e está ao nosso alcance também esta possibilidade. | |
Quem pega o Budismo pela sua forma externa, ritualística, está se fixando no menos significativo, entretanto. Está se enganando. Budismo é o Caminho do Meio, do discernimento. E que mal há na arte religiosa? Sem idolatrias, consideramos as imagens o que elas são realmente: representação e lembrete da Doutrina e, às vezes, valiosos objetos de arte. | |
A moral budista é de fato a ciência dos costumes e psicologia. O código ético visa muito mais que pacificar e proteger o indivíduo, mas proteger a harmonia e bem-estar da sociedade. E a ética budista apela para a compreensão do indivíduo, e não para a força ou coação, de forma alguma. No Budismo, as propostas éticas são significantes. Não pode haver um código ético sem um conceito de responsabilidade moral. Porém, não pode haver responsabilidade moral a menos que nossas ações sejam livres e não constrangidas nem por (um) Deus ou autoridade alguma; que se tenha conhecimento de que ações boas e más trazem conseqüências agradáveis e desagradáveis, respectivamente; e que se tenha conhecimento de que a Consciência sobreviva à morte para fazer justiça às ações. | |
Diz o Venerável H. Saddhatissa: “A moral budista é,
de fato, uma moral natural; ela é baseada na compreensão
do indivíduo, através da experiência dos resultados
de suas ações e na própria escolha consciente e esclarecida
de seguir este caminho em vez de um outro. Não existem leis, no
sentido em que entendemos a palavra - um “dever”. O budista
é convidado a tomar para si certas regras de treinamento. O fundamento
moral em que se baseia o ensinamento do Buddha é formulado em 5
preceitos básicos:
|
|
A moral budista não tem por regra suprema ou base o homem, mas a Lei de Karma, ação e reação. A ética tem no homem unicamente um campo de ação; nem Deus algum impõe regras. É inegável que o Buddha foi o 1º Instrutor a apresentar publicamente uma ética de amor e igualdade, sem “revelações” divinas. | |
O budista não está interdito de fazer isto ou aquilo. No entanto o Budismo deixa em nossas mãos a responsabilidade pelos nossos atos. A semeadura é livre. Mas a colheita é obrigatória! Cada um recebe da vida aquilo que dá à Vida. Neste sentido, a Doutrina é taxativa: cada um constrói seu destino; tem livre arbítrio para agir. Sofrerá depois os resultados dos atos praticados. Assim é que o Budismo nos mostra que certas ações tranqüilamente praticadas são sementes de alegrias ou tristezas futuras. A moral budista não é imposta por ninguém, mas baseia-se na aceitação consciente, da compreensão dos resultados dos atos, como indica o pronome oblíquo “me” dos 5 preceitos. | |
É uma asneira dizer que o budista pratica a benevolência e a caridade, não por amor ao próximo, mas sim porque teme “piorar o seu Karma”, caso não pratique! Deixo a Doutrina e a vida do Buddha responderem a isto, citando o que está nas escrituras, e a Verdade falará por si. | |
A compaixão do Buddha estendia-se igualmente a todos os seres. Relatam-nos alhures nas escrituras: “Certa vez o Sublime observava um rebanho de carneiros que avançava lentamente, conduzido pelos pastores. Chamou-lhe a atenção uma ovelha com dois cordeirinhos, sendo que um deles, ferido, caminhava penosamente. Buddha tomou-o nos braços e exclamou: “Pobre mãe, tranqüiliza-te. Para onde fores levarei teu querido filhote. É preferível impedir que sofra um animal, a permanecer sentado nas cavernas contemplando os males do universo”. | |
Sabendo pelos pastores que o rebanho seria levado à noite para o sacrifício e imolado em honra aos deuses por ordem do rei, o Buddha resolveu acompanhar o rebanho. E os seguiu pacientemente. Chegando à sala dos holocaustos, observou brâmanes fazendo orações e preparando o fogo crepitante do altar. Um dos sacerdotes, apoiando a faca no pescoço estirado de uma cabra, exclamou: “Eis aí, ó deuses, o princípio dos holocaustos oferecidos pelo rei Bimbisara. Regozijai-vos vendo correr o sangue e gozai com a fumaça da carne tostada nas chamas ardentes; fazei com que os pecados do rei sejam transferidos a esta cabra e que o fogo consuma-os ao queimá-la; vou dar o golpe final...” | |
Aproximando-se, o Buddha disse docemente: “Não a deixeis ferir, ó grande rei!”, ao mesmo tempo que desatava os laços da vítima, sem que ninguém o detivesse, tão imponente era Seu aspecto. Depois de haver pedido permissão, falou da vida que todas as criaturas amam e pela qual lutam; da vida que todos podem tirar, mas ninguém pode dar; a vida, esse dom precioso para todas as criaturas, maravilhoso e caro a todos, mesmo aos mais humildes e ínfimos, um dom precioso para todas as criaturas que sentem piedade, porque a piedade faz o homem doce para com os débeis e nobre para com os fortes. O Sublime emprestou às mudas criaturas do rebanho palavras enternecedoras para defendê-las; demonstrou que o homem que implora clemência aos deuses não tem misericórdia; ele, que é como um deus para os animais, fez ver que tudo o que tem vida está unido por um laço de parentesco; que os animais que matamos nos deram o doce tributo de seu leite e sua lã e depositaram sua confiança nas mãos de quem os degolam. | |
E concluiu: “Ninguém pode purificar com sangue sua mente; se os deuses são bons, não se comprazem com o sangue derramado, e se são maus, não podem lançar sobre um animal o peso de um fio de cabelo, sequer, dos pecados e erros pelos quais se devem responder pessoalmente. Cada um deve se dar conta de si mesmo, segundo esta aritmética do universo, dando a cada um sua medida segundo seus atos, palavras e pensamentos, lei exata, que vigia eternamente e faz com que o futuro seja fruto do passado...” Falou com tal misericórdia e dignidade, inspirado pela compaixão e justiça, que os sacerdotes lavaram suas mãos de sangue e despojaram suas facas. O rei Bimbisara torna-se discípulo. | |
O Buddha foi o primeiro reformador histórico, que proclamou um evangelho tanto de compaixão, como de sabedoria. Em nenhuma outra alma houve uma combinação tão perfeita de coração e mente, sabedoria e compaixão. Pelos Seus atos e doutrina, isto transparece bem, enquanto que, sem desfeita por outros Instrutores, a tônica ou é só na sabedoria ou só na compaixão. Os méritos do Buddha são ainda maiores quando lembramos que Ele não foi um deus que veio “prontinho” dos Céus, mas conquistou Sua Vitória por Si. É por isso que o Buddha é chamado “Jina”, o Vitorioso. É por isso que Gautama auto-intitulou-se de “Tathagata”, “Aquele que assim foi”, isto é, aquele que assim percorreu os caminhos para a Vitória. | |
Fica patente que o episódio acima transpira em amor e justiça. A piedade não é a identificação com o sofrimento alheio, de forma a despertar o amor e o desejo de aliviar a dor? Foi por isto que o Buddha não pregou somente o Amor, Ele é Amor. | |
Disse o Sublime: “Se um homem incessantemente me faz mal, eu o pago com a proteção de meu desinteressado amor. Quanto mais mal vir dele, mais bondade sairá de mim”. | |
Em outra ocasião, disse: “Em ocasião alguma o ódio combate o ódio; o ódio somente pode ser vencido pelo amor. Que o homem combata o ódio de seu semelhante com o amor e supere o mal do próximo com seu próprio bem”. | |
“Sê como o sândalo, que perfuma o machado que o fere” - o Buddha. | |
Em oposição à Roda da Vida, o Buddha apresentou a Roda da Lei, simbolizada numa roda de carruagem (ou timão de barco) com 8 raios. Cada raio significa um dos ítens do Nobre Caminho Óctuplo ou Senda Óctupla, ensinada por Buddha. A Nobre Senda Óctupla são oito fatores de nossa vida que devem ser aperfeiçoados para termos nosso progresso espiritual. E é exatamente o segundo fator, “Pensamento Correto”, que fala que devemos alimentar pensamentos de amor, caridade, renúncia, desapego, não violência, estendendo-se a todos os seres, e procurando evitar pensamentos egoístas, de apego, má vontade, crueldade, violência, etc. | |
Nas religiões orientais, a prática meditativa assume formas diversas. Mas a forma de meditação que elas ensinam é do tipo que somente dá tranqüilidade. O Budismo não rejeita, e até incorpora práticas meditativas que levam à tranqüilidade. Porém, o Buddha desenvolveu a prática meditativa; e o Budismo tem como tônica a meditação da Plena Atenção que leva ao autoconhecimento. Pode-se falar muito deste tipo de prática, mas para conhecê-la, somente praticando. Entretanto quero aqui mostrar que existe um tipo de meditação que pertence ao grupo da tranqüilização, chamada Meditação do Amor. Nesta meditação, visualizamos nossos parentes, amigos, conhecidos, colegas, nossa cidade e vizinhos, e assim por diante, passando pelos doentes, presidiários, países... até englobarmos o mundo. Depois disso mentalizamos os seres invisíveis... Ao mesmo tempo que visualizamos, de preferência, uma pessoa de cada vez quando possível, estendemos nossos pensamentos de amor e compreensão a todos os seres, até que estejamos vibrando em amor. Esta prática destina-se a desenvolver em nós o amor universal. | |
Existem várias práticas budistas para desenvolver o METTA (amor). Diz-se que os seguidores do Buddha deveriam empenhar-se em sentir por todos os parentes, amigos, inimigos e estranhos, o mesmo que uma mãe sente por um filho. É uma tarefa difícil devido ao ego, mas desejável antes de qualquer progresso no reino espiritual. | |
Os sectários estão tão presos aos conceitos, que só podem ver nas outras religiões o que querem ver nelas. Se o Buddha não houvesse pregado o Amor, além da Sabedoria, e não tivesse dado Ele mesmo o exemplo disto, não haveria como, hoje, milhões de pessoas venerá-lo. Pois, das qualidades que mais chamam a atenção das mentes simples, é o Amor irrestrito que mais toca o coração. | |
Dizem que o forte do ensinamento budista é a “sabedoria”. Porém, mesmo através da Sabedoria, o Buddha pregou o Amor. Pois uma não nasce sem a outra na pessoa realizada! O Buddha denunciava a tendência da mente a apegar-se, a ser egoísta. Por isto Ele nos ensinou práticas de controle e subjugação do ego. Ego e apego, um é conseqüência do outro. Onde há apego, não pode haver caridade, muito menos amor verdadeiro, mas só paixão. Só damos uma coisa a outro quando não estamos apegados a ela, caso contrário, não a daríamos. Desapego significa que a barreira do egoísmo, que tudo separa, está quebrada. Amor significa a não-separação entre eu e o outro. Portanto, o amor e o desapego estão de mãos dadas. | |
Das Dez Paramitas (“Virtudes”) ensinadas pelo Budismo, Dana
a chave da caridade, e amor imortal, é a primeira. Para quem quiser
saber das 9 restantes, elas são, a saber:
|
|
Todos que desejam seguir o Caminho do Buddha devem tomar o voto do Bodhisatva: “Estou trabalhando para estabelecimento da incomparável esfera do saber entre todos os seres. Eu não estou somente cuidando da minha salvação. Todos os seres devem ser salvos por mim do oceano da Ilusão...” (Vajradhavaja Sutra, Siksásamuccaya, de Santideva). Em outras palavras, nossa meta é não somente atingir o Budato, como ajudar todos os seres a atingi-lo também, por Amor. | |
O Budismo não é mera reação à decadência da casta e religião bramânica. O Budismo desposa a largueza, é uma “religião” universal, atravessando fronteiras e raças, pregando a salvação universal e igual destino para todos os seres; a fraternidade universal e democracia, o verdadeiro socialismo, num sistema ético bem profundo e extenso, aprimorado. Considerando todos os seres irmãos, unidos pela mesma Essência, o Buddha trouxe para as massas sofredoras uma filosofia de amor e igualdade. Foi contra o sistema de castas, pregou contra sacrifícios sangrentos, foi amigo da Natureza. | |
O Buddha não ensinou um modo negativo simples de evitar o sofrimento, senão Ele teria ensinado a autoanulação e passividade intelectuais, que não levam a lugar nenhum a não ser ao sofrimento. O Budismo não é um caminho que leva à fuga do mundo, mas a superá-lo pelo crescimento no conhecimento (Prajna), através do amor ativo (Maitri) para com os outros, por meio da participação nas alegrias e tristezas de nosso semelhantes (Karuna Mudita) e pela equanimidade (Upeksa) em relação aos nossos próprios dissabores, agindo, “fazendo por onde” melhorar nosso ambiente e condições próprias, assim como as dos outros. | |
São muitos os pontos em que o Budismo difere do Hinduísmo e Bramanismo. Porém são pontos sutis e mais profundos. Pela Sua Iluminação, o Buddha foi além dos Vedas e Upanishads e, ao invés de tornar o Budismo mais uma seita do Hinduísmo, cresceu numa religião universal. O Budismo é o verdadeiro Bramanismo. É a filosofia mais consistente e lógica, ao mesmo tempo transcendente, que existe - é o ensinamento essencial de toda religião, o Zen que o diga. E o Senhor Buddha não Se proclamava um mensageiro de alguma nova doutrina, mas o Anunciador de antigas Verdades, perdidas para o mundo. Quem quiser que o estude verá que o Budismo é o retorno ao verdadeiro Hinduísmo, não sua deturpação. Após o advento do Budismo, o Hinduísmo teve de reformar-se para assegurar sua existência, e nessa reforma é que temos a forma atual geral de escolas hinduístas e movimentos novos, influenciados pelo Budismo. O Bramanismo dos tempos do sublime não existe mais. | |
Alguns não vêem no Budismo não mais que uma filosofia da razão. Isto não é totalmente correto. A lógica não constitui o fundamental no Budismo, porque até certo ponto ela é aceitável. Mas a partir de então, ela fraqueja, e deve ceder lugar à intuição ou visão interior. Saibam que a lógica não é final, e se levada até as últimas conseqüências cria paradoxos, e dualismos sem-fim. Dois budistas, Dignana e Dharmakirti, aprimoraram o sistema lógico budista, a ponto de eruditos considerarem-no o mais completo e abrangente. Então vemos que o Budismo não “dissolve” a razão, mas faz bom uso dela até onde for possível. Se você tentar explicar o transcendente por meio de palavras, vai acabar com um amontoado de palavras que são negações ... É este o caso da filosofia do santo Nagarjuna. Entretanto, é a característica racional da Lei do Buddha que a torna tão científica. Não vi ainda religião de massa mais científica e de acordo com os fatos e descobertas científicas que o Budismo, em todas as categorias de conhecimento humano, especialmente no ramo psicologia, o qual não existia como ciência no mundo, mas como ensinamento budista nas escrituras. Cientistas, pesquisadores e gente de todos os caminhos da vida não se cansaram de beber e se maravilhar com a Doutrina. Gente como Alan Watts, Karen Hornen, Carl Jung, Jaspers, Albert Einstein ... O Budismo é um caminho seguro, como 2 + 2 = 4 na base 10, em direção da Verdade Eterna. Pois o Buddha ensinou a Lei Eterna, que não mudará jamais, enquanto durar o universo. | |
“A religião do futuro será cósmica e transcenderá
(a concepção de) um Deus pessoal (antropomórfico),
evitando os dogmas e a teologia. Abrangendo os terrenos material e espiritual,
essa religião será baseada num sentido religioso procedente
da EXPERIÊNCIA de todas as coisas, naturais ou espirituais, como
uma unidade expressiva ou como expressão da Unidade. O Budismo corresponde
a essa descrição.”
- cientista Albert Einstein
|