Huynh Phu So nasceu no povoado de Hoa Hao, na Província de Chau Doc. Tinha 19 anos quando iniciou as atividades do Phat Giao Hoa Hao. So estudou a doutrina como explicada por Phat Thay, um monge célebre que foi ativo no delta do Mekong no século XIX. Ao mesmo tempo foi discípulo do monge Thay Xom, em Nui Cam. Este monge, além de predicar a Doutrina, também se valia de métodos paralelos, como acupuntura e hipnotismo, para aliviar as dores das pessoas.
Sendo bastante eloqüente, So era convincente. Suas prédicas foram rergistradas num livro chamado "Sam Giang"; e para propagar suas doutrinas, ele se utilizou do nome do povoado onde nascera, sob cujo nome até hoje é conhecido seu movimento. Seus primeiros "convertidos" foram aqueles que deram testemunho de suas "curas". Sua popularidade foi reforçada pela aparente previsão da derrota dos franceses durante a II Guerra Mundial, a ocupação japonesa e a posterior chegada dos americanos.
Seu talento de curar enfermos com ervas, acupuntura e cânticos o fez parecer sobrenatural a muitos que acorriam a ele. Os adeptos do Hoa Hao naqueles tempos o viam como um Phat Son - um Buddha vivo. As autoridades francesas - que dominavam o Vietnam na época -, pelo contrário, consideravam seus ensinamentos como anti-francês e altamente politizado, e o exilaram em My Tho e em Cai Be, onde fez numerosos adeptos. Os franceses o internaram num hospício, em Cholon, para descobrir que também lá ele havia convertido o diretor do hospital...
Foi novamente exilado para a província de Bac Loi, onde a história das conversões se repetia. Desesperados, os franceses o expulsaram para o Laos, país vizinho. Mas os japoneses o trouxeram de volta a Saigon, como protegido especial... Após a derrota dos japoneses, So e seus seguidores uniram-se à Frente Nacional Unificada, uma organização do Viet Minh que lutou pela independência do Vietnam. Mas nem o movimento Cao Dai nem o Hoa Hao queriam ficar sob a tutela do Viet Minh, e separaram-se dele. Então So aparece como líder anti-francês e anticomunista.
O Viet Minh, desejando aproveitar-se da liderança de So, nomeou-o "comissário especial" do Conselho Executivo para o Vietnam do Sul, composto de nove membros, todos comunistas, com exceção de So. A conseqüência era óbvia. As divergências cresceram, e So rompeu definitivamente com o Viet Minh em 1946. Em abril de 1947, quando se dirigia para uma reunião de reconciliação patrocinada pelo Viet Minh, So foi capturado, julgado e executado pelos comunistas em Long Xuyen. Ao mesmo tempo, os comunistas espalhavam a notícia de que So havia se retirado temporariamente, para regressar no momento oportuno. Isto causou exasperação entre os adeptos do Hoa Hao, que desconfiaram, com razão, dos comunistas.
Os quatro preceitos Hoa Hao são :
O adepto Hoa Hao deverá "rezar" quatro vezes ao dia. O primeiro
Puja é dedicado ao Buddha, o segundo Puja à realização
da Terra Pura, o terceiro aos antepassados e parentes vivos e mortos, e
o quarto é dedicado "às massas de pessoas sofredoras, que
padecem devido à ignorância".
Os altares nas casas de familiares ou em templos são muito modestos.
São cobertos com um pano roxo, onde se colocam 3 jarros de flores
ou frutas, e mais 3 copos de água. Para os vietnamitas, o roxo simboliza
a Compreensão universal, porque para eles o roxo engloba todas as
demais cores.
Em razão das condições políticas e sociais
do Vietnam na época do surgimento deste movimento, ele tornou-se
uma organização religiosa-político-militar. A morte
de So provocou uma certa desordem no movimento, mas, embora seus adeptos
possam divergir sobre assuntos políticos e militares, eles estão
fortemente unidos pela sua religião, que observam com zelo inigualável.
Por esta razão, os adeptos do Hoa Hao são muito fiéis
aos seus líderes e a seu país.