NAMO BUDDHAYA - NAMO DHARMAYA
- NAMO SANGHAYA !
CERIMÔNIA
DE KATHINA THERAVADA
"Kathina", é um manto especial,
e é também o nome dado a uma cerimônia onde estes mantos
são presenteados aos monges. Esta tradição religiosa
lança raízes nos tempos idos do Buddha. Naquela
época, quando chovia na Índia, era impraticável viajar
pelas estradas e florestas do país, devido às fortes monções
e lamaçais que se formavam nas parcas estradas. Então as
pessoas permaneciam muito mais tempo dentro de suas casas e não
se aventuravam longe. Da mesma forma, o Buddha e seus discípulos
não tinham mais como ir de vila em vila, e então se reuniam
em cavernas ou nos mosteiros construídos e doados por leigos ricaços,
para passar a época chuvosa. Nesta época então o Buddha
aproveitava para treinar e ensinar mais intensamente seus discípulos
na meditação. Até hoje, na escola Theravada, ficou
a tradição de uma prática mais intensa de meditação
durante a estação chuvosa do Oriente, mesmo que os monges
se encontrem em centros urbanos, com fácil mobilidade. Nas escolas
Zen
também temos um reflexo disto na chamado época do Angô,
quando se enfatiza ainda mais a prática meditativa, e que cai geralmente
em Agosto. A estação chuvosa do Oriente vai de meados de
Julho até Outubro. Nos países de tradição Theravada,
um mês após este período de prática intensa
findar, numa Lua Cheia de Novembro, realiza-se a Cerimônia de Kathina,
onde aqueles monges que mais se destacaram em suas práticas são
presenteados com um manto novo. Considerando-se os poucos pertences de
um monge, um manto é sempre um presente bem-vindo!
"Kathina" quer dizer "o mais puro",
e em países como Sri Lanka, Tailândia, Myanmá (ex-Birmânia),
Laos, etc, Kathina agita o povo para os preparativos da festa,
que começa bem cedo ao amanhecer. O povo enfeita as suas casas,
comidas tradicionais são preparadas, oferendas budistas de todos
os tipos são levadas aos templos, muitas vezes penduradas em uma
árvore, e a alegria é geral. É uma festa de cunho
marcadamente religioso, relembrando o Buddha reunido com
seus discípulos na época das chuvas, e a prática dos
monges. Antigamente, o manto de Kathina era confeccionado
quase no mesmo dia em que seria presenteado, desde a colheita do algodão,
tingimento do pano, corte e costura, até chegar às mãos
do(s) monge(s). Era o esforço de diversas mãos em mutirão.
Hoje isto é mais raro, os mantos já são industrializados,
mas o significado de Kathina permanece intacto.
A Sociedade Budista do Brasil comemora normalmente
Kathina
no mês de Novembro. Maiores informações, contatar Monge
P. Vipassi ou Sr. Emídio Neto, na Estrada Dom Joaquim Mamede, 45,
Santa Teresa, Rio de Janeiro.
Tel. (0xx21)-526-1411.