NAMO BUDDHAYA - NAMO DHARMAYA - NAMO SANGHAYA !

A REFLEXÃO DE DON

Instado a falar sobre o que eu havia declarado certa vez, não me lembro mais em que contexto, o Sr. Don Kulatunga me perguntou : “O Sr. Carlos Lessa disse uma vez que “nem tudo é sofrimento; que o Buddha não disse que tudo era sofrimento... O que eu queria dizer com isto?”. 

Don dissera que o que um sábio fala ele aceita sem falar coisa em contrário, e que o Buddha declarara : “sabbe sankhara dukkhatti - todas as coisas compostas são sofrimento”. 

Eu tentei explicar dizendo que “todas as coisas encerram a possibilidade de ser sofrimento, e não são sofrimento por si mesmas; que o Buddha não era fatalista; que a grande diferença para as coisas serem ou não sofrimento para nós estaria na mente; mas Don continuou falando. Procurei entender o que ele dizia.

E ele acabou dizendo a mesma coisa que eu declarara, mostrando uma outra maneira interessante de expor o que eu dizia, que eu não havia pensado. 

Ele falou : “tudo é sofrimento. Mas aquele homem, Gautama Siddhartha, também disse que existia o Nirvana - a extinção dos sofrimentos; e se tudo fosse sofrimento, então aí se incluiria o Nirvana. 

Por outro lado, existem os prazeres. Se existem prazeres, então são lampejos de felicidade que nós temos. Mas para uma pessoa iluminada, estes prazeres são sofrimentos! Para alguém que já avançou no campo de sua consciência, os prazeres são sentidos como algo que concedem pequenas felicidades passageiras, são sentidos como insatisfatórios mesmo. Na meditação, à medida avançamos, conseguimos atingir muita paz. Mas mesmo assim o Buddha diz para ir além, a diante, pois se ficarmos nessa primeira paz, que é um estado passageiro, não conseguiremos saber o que é realmente a Felicidade - que é a extinção dos sofrimentos. 

Porém, uma tradução melhor para : “sabbe sankhara dukkhatti” seria : “todas as coisas compostas são insatisfatórias” . Ficaria melhor assim para entendermos nas entrelinhas que a diferença se faz na mente.