A ESTIRPE IMPERIAL DE AMATERASU
Da deusa e virgem Amaterasu nasceu um filho, Osi-ho-mimi, a quem a deusa do Sol pediu que descesse à Terra para governar o Japão, tomando para si o reino que tinha o descendente do seu irmão Susa-no-o, O-Kuni-nushi e que pensava passar para o seu filho e sucessor Kotosiro-nushi. Mas Osi-ho-mimi não cumpriu a ordem divina e justificou-se perante a mãe dizendo-lhe que o filho que ele tinha tido, Ninigi, no seu casamento com a filha de Takamimusubi, devia ser o precursor da estirpe imperial japonesa. Aceitou Amaterasu a troca e Ninigi foi enviado para o Japão, na companhia de cinco deuses e com as três jóias imperiais que lhe serviriam para adorar a deusa do Sol em qualquer momento e como prova do seu poder divino, aterrando na corte celestial sobre o país dos juncos. Depois se dividiram, indo os cinco deuses pelo seu lado, para estabelecer o culto do Shintô, e Ninigi pelo dele, à procura da donzela que teria que ser sua esposa Encontrou em Kasasa a muito bela princesa Kono-hana-Sukuya-hime e fê-la sua esposa; mas, na sua primeira noite, a princesa anunciou que já esperava o nascimento de um filho; Ninigí não pôde aceitar que aquele filho pudesse ser seu e respondeu-Ihe que devia ser filho de um ser da terra; perante as suas dúvidas, a princesa Kono-hana-Sukuya-hime mandou construir uma cabana, depois encerrou-se nela até que chegaram as dores do parto: então, queimou a cabana, jurando que se o filho que vinha não era filho de Ninigi, pedia que o mesmo fogo matasse esse menino, dando assim prova da sua virtude. E a princesa Sukuya-hime deu felizmente à luz, não a uma, mas três criaturas, três belos homens, que receberam, como recordatório da honestidade da mãe, o nome do fogo probatório (ho), chamando-se: Ho-deri (fogo brilhante), Ho-suseri (fogo ardente) e Ho-ho-demi (fogo de brasas).