Kendô

   Primeiramente, nós kendoistas devemos aprender que na infância deve-se praticar a "técnica básica" como fundamento, e ao desenvolver-se, alcançar a compreensão de que KEN, a espada. Na antigüidade, era uma arma de combate, mas, atualmente, tornou –se uma "vivência no aprendizado de ensinamento de ken", isto é, constantemente aprimorar sentimentos de "respeitabilidade", "humildade" e "gratidão", capacitar à razão e à justiça, desenvolver o físico, a mente, e o espírito, para se tornar um indivíduo "íntegro".

Portanto, esse é o objeto do treinamento de aprendizagem do kendô, recomendo pois, que instrutores orientem não só a prática da técnica, mas no desenvolvimento espiritual dos jovens.

Para aprendizado de kendô, é necessário pré –disposição não só dos kenshis, mas também dos pais, dos irmãos e interessados. A fim de melhor conscientização do kêndo

temos no nosso "dojou" um painel com dizeres "Aprendizagem de kêndo – Ensinamentos Orientativos".

Treinar com afinco os ensinamentos milenar de ken do Japão, objetivando desenvolvimento do corpo, mente e espírito dos infanto – juvenis.

 

 

Pré – disposição para o aprendizado de Kêndo

 

 

Primeiramente tomar postura correta de respeito fazendo "seiza", em seguida o ato de reverenciar altar "Bu – Shin", tomar postura de zen e fazer mokussou prometendo a Deus de samurais: estudar corretamente o kêndo, desenvolver o assim terminar o mokussou.

Isto é um procedimento normal de kendoista, entretanto os associados em geral da nossa Associação Cultural e Esportiva dizem que ficaram impressionados com o "Painel de Orientação" feito por mim.

Praticamos Kêndo duas vezes por semana, apesar disto, por reconhecimento da direção, de que o nosso departamento de Kêndo é benéfico ao desenvolvimento dos associados, tem abolido a cobrança de aluguel e por motivo de nosso instrutores ensinarem filantropicamente não são cobrados as mensalidades.

O aprendizado de Kêndo não é para atacar inimigos e nem para defesa pessoal. Tem como finalidade desenvolver um corpo saudável e um espírito forte e em relação as lutas competitivas, segue – se o ditado: " vencedor, reaperta – se a fivela do capacete", isto é, se vencedor não de vangloriar; se perdedor não de odiar, ao contrário, lutar sempre com espírito de respeito ao adversário.

Kêndo ensina que o seu treinamento é para iluminar e alimentar o mal do seu espírito obscurecido.

A maioria dos kenshis são universitário e, assim para os graduados devemos orientar que estudem os ensinamentos de kendô na sua profundidade, onde se encontra a filosofia oriental.

Desejo que estes ensinamentos atinjam a compreensão, mínimo que seja, e assim, em breve, no aguardo gratificante de que sejam desenvolvidos uma turma de sucessores, contanto com esforços em conjunto de todos.

Kendô não é apenas esporte, mas sim, tem como objetivo os dizeres do famoso Professor Hanshi de Kendô Ozawa sensei: Os kendoístas através dos ensinamentos de kendô deve atingir o limite de sentimentos onde não mais existe eu. É importante compreender que o treinamento é o caminho para atingir o limite no nível espiritual, onde o indivíduo e Deus, tornam – se num único ente.

Para dar instruções de kendô há várias dificuldades. De início já sentimos por falta de "bogus" portanto, antes de inaugurar o "dojou " atual, preocupei – me em obter "bogus".

Quando da visita ao Japão, estive na sede de um jornal da minha província, e explanei a dificuldades de obter "bogus". De imediato jornal publicou o fato à comunidade, e tivemos como retorno, doações de 19 jogos de "bogus", além de keikoguis e hakamas.

Despedi – me, agradecendo, por meio de um texto escrito para cada doador.

Enviei todo esse material, por via marítima, as minhas expensas, como doação ao departamento de kendô. Portanto, para alunos mirins e infantis temos keikoguis e "bogus " para serem emprestados e sem cobrança de mensalidade.

Estas atitudes são muito importante para divulgação do kendô.

Após estes fatos, para minha surpresa, fui sondado para conceder uma entrevista ao jornal "o estado de São Paulo " sobre kendô e "Iai". Relutei bastante, mas acabei concordando com a entrevista. Levei os repórteres e meus netos ao "dojou" e fizemos demonstrações das práticas de kendô e "Iai", com explanação sobre o que em a ser "Budou", com tradução intermediada por meu filho, por cerca de quatro horas.

Surpreendentemente, a entrevista foi publicada de maneira simples em duas páginas inteiras e coloridas e eu que sou adepto de " Não fale, faça", fiquei constrangido perante à sociedade.

Logo após a publicação da matéria, passei a receber inúmeros telefonemas: 04 canais de televisão, 04 empresas de revista, até religiosos, tive também solicitação de entrevista por parte de uma revista do Japão e até mesmo em assuntos comerciais.

Em conseqüência, a família inteira ficou tumultuada em poder atender.

Entretanto, para nós kendoistas consideramos estes fatos como acontecimentos normais, mas para muitas pessoas do mundo todo que tem despertado interesse pelo kendô, elogiam estas posturas de espiritualidade de kendoistas. Sou, também, religioso e além de rezar diante do altar familiar; todos os dias antes de iniciar o meu serviço, reverencio diante do altar existente no local de trabalho.

Mesmo idoso rezo agradecendo a Deus e meus antepassados, por receber apoio de todos. Agradeço também, por ter saúde apesar da idade avançada.

Ao finalizar desejo que este espírito de "Budou" seja divulgado em todo território nacional e na convicção de que a Confederação Brasileira de Kendô terá um grande desenvolvimento.

 

Termino assim a exposição dos meus pensamentos.