Glóbulos oculares

 

 

 

 

 

ebulindo dos becos

 

 

seguem as ambulâncias

 

 

buzinando suas células

 

 

numa busca sonâmbula

 

 

alardeando a tragédia

 

 

emboscada nas veias

 

 

que vagam pulsantes

 

 

nas noites embriagadas

 

 

 

 

 

focos vermelhos

 

 

iluminam a fadiga

 

 

do medo que afoga

 

 

essa vida assimétrica

 

 

e rasgando o silêncio

 

 

seguem percurso

 

 

pelo solo fecundo

 

 

que o tempo semeia

 

 

 

 

 

é a vida que passa

 

 

por sobre o roto

 

 

asfalto cinzento

 

 

deixando pasmadas

 

 

atentas pupilas

 

 

que giram e piscam

 

 

do alto mirante

 

 

da face sombria

 

 

que a tudo observa

 

 

da ponte aérea

 

 

do setor aeroporto

 

 

 

 

Tusca-97

 

 

 

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