Poelixo

 

 

 

 

 

A poesia foi pro lixo;

 

 

meu coração na cesta

 

 

pulsava descompassadamente,

 

 

meio que parado, meio que reagindo,

 

 

como se lá não quisesse estar

 

 

 

 

 

num gesto de arrependimento

 

 

tomei meu coração nas mãos;

 

 

devolvi-o ao seu habitat natural;

 

 

 

 

 

já no peito,

 

 

pulsava o músculo, incessantemente;

 

 

o sangue passeando pelo corpo

 

 

aquecia a alma, encharcava as idéias;

 

 

 

 

 

floriram os sentimentos,

 

 

renasceram os amores

 

 

que outr’ora estiveram em uma poesia;

 

 

 

 

 

essa, lá no cesto,

 

 

não passa agora de palavras soltas

 

 

em frases desconexas;

 

 

 

 

 

a poesia agora sou eu

 

 

 

 

Tusca-92

 

 

 

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