Rosana dos Ventos

 

 

Dou a partida, arrumo o espelho, aperto o cinto,

 

E a igrejinha azul

Determino a melhor rota

 

Apontando o caminho certo

Qual pirata em busca do tesouro encantado

 

Qual rosa-dos-ventos

   

Rosana dos ventos

Pego o caminho que me leva à T-9

 

Até chegar no desvio

Que me guia ao teu nome

 

Apontando o caminho certo por linhas tortas

     

Sigo no meu percurso

 

A primeira à esquerda

Nos meus pensamentos

 

A primeira à direita

Até passar pelos ônibus no Bandeiras

 

E minha respiração

   

Em movimento pendular

Que bandeiras seriam aquelas?

   

Dos desbravamentos e conquistas?

 

A terceira esquina

Das mortes sem independência?

 

À primeira vista

Ou dos sonhos-torcedores

 

O portãozinho baixo

Que desembarcam suas esperanças

 

E eu nas nuvens

No esmeraldino Serra Dourada?

   
 

 

Abriu-se a porta

Nada disso.

 

E o meu sorriso

Naquela noite, eram flâmulas

   

Que tremulavam no meu peito

 

Na madrugada, o retorno.

Ao sabor das ventanias

 

Só o silêncio na cidade adormecida

Carameladas com a doçura

 

Só o retumbar de um coração em festa

Daquela que me esperava

 

Até passar de volta

 

 

Pelo então sonolento

Contornando a rótula

 

Terminal das Bandeiras

Na espiral do meu sentimento

   

Passando pela baixada

 

Por que terminal

Meu coração em gangorra

 

Se estava apenas começando?

     

Tusca-97

   

 

Volta