Nietzsche (1844 – 1900)
Nietzsche
nunca se casou e nem deixou descendentes. Porém teve muitos amores e
conseqüentemente muitas decepções amorosas. Dentre as muitas paixões de
Nietzsche está Salomé que é uma das mais belas jovens de sua época. Em sua vida
não houve nenhuma outra paixão tão forte como está. Nietzsche sofreu muito por causa de Salomé.
Ele chegou a pedi-la em casamento, mas ela não aceitou. Era uma mulher que
causava muita cobiça e tinha também muitos amores, muitos homens eram perdidamente
apaixonados por ela.
As mulheres sempre estiveram bem
próximas de Nietzsche. Ele ficou órfão de pai aos 04 anos de idade. Com isso ele foi criado apenas pela mãe.
Curiosamente, no final de sua vida ficou sobre os cuidados da irmã. Nietzsche escreveu muitas obras, as quais
foram estudadas ao longo do século vinte. Para ele a
investigação filosófica não parte de um pressuposto e sim de um problema. A literatura nietzschiana está
cronologicamente dividida em três períodos: o primeiro começa em 1870 e vai ate
1876; o segundo de 1876 a 1882 e o terceiro período de 1882 a 1889.
No primeiro período vamos conhecer o jovem Nietzsche que é professor de
Filologia da universidade de Basiléia. Neste período ele publica varias obras.
Dentre elas estão: o Nascimento da Tragédia a partir do Espírito da Musica
(1872); o Devoto e o Escritor (1873); da Utilidade e da Vantagem da Historia
para Vida (1874); Schopenhauer como Educador (1874) e
Richard Wagner em Bay Reuth
(1876).
Alguns textos permaneceram inéditos durante a vida de Nietzsche. Estes
textos são de grande importância para a compreensão de sua obra. Dentre estes
muitos textos podemos citar: O Drama Musical Grego, Sócrates e a tragédia, a Cosmovisao Dionisíaca e Nascimento do Pensamento Trágico.
Todos de 1970.
De 1871 a 1873 também temos alguns textos: Sócrates e a Tragédia Grega
(1871), Sobre o futuro de nossas instituições de ensino (1872), Cinco Prefacio
para Cinco Livros não Escritos (1872), A filosofia de Época Trágica dos Gregos
e sobre a verdade e a mentira no Sentido Moral (1873).
Nesta primeira fase Nietzsche foi influenciado por Schopenhauer
e Wagner. Do primeiro por sua tradição espiritual da filosofia alemã e do
segundo por sua irresistível musica alemã. A música seria então uma arte
privilegiada diante das demais modalidades artísticas; mas também seria
privilegiada diante da própria Ciência, à medida em que
é, tanto para o jovem Nietzsche quanto para Schopenhauer,
a única via de acesso à verdade do mundo; a única linguagem capaz de comunicar o em si do mundo.
Embora Nietzsche afirme que a música não é a aparência da vontade, e sim
o inverso, poderíamos nos perguntar se em O Nascimento da Tragédia não
há uma transposição onde Dionísio assume o lugar da vontade schopenhaueriana.
Paralelamente, em Schopenhauer, a música é
objetivação da vontade. Dionísio e vontade se encontram, portanto, de maneira
bastante relevante aqui. Isto porque a música, como já foi dito, não
é a aparência da vontade, e sim é a vontade a
aparência da música. Vemos, portanto, que a sutil distinção entre relação
simbólica e relação direta somente pode ser compreendida a partir
desta já não tão sutil diferença entre o caráter contemplativo e o caráter
produtivo da música - onde até a própria vontade passa a ser um produto da
arte musical.
Vemos, portanto, que a metafísica no jovem Nietzsche adquire um sentido
diferente da de Schopenhauer. Conforme vimos, não há
qualquer caráter contemplativo na música nietzscheana.
Nietzsche não está interessado em constituir "um puro sujeito do conhecimento"
como Schopenhauer (MVR 34). Neste sentido, a "força simbólica"
da música é uma força de amálgama, uma força que une o homem a esta realidade
subjacente, produzindo com isso o conforto metafísico. Através da experiência
oferecida pela música, a falta de sentido original do mundo, transfigurada
simbolicamente em dissonância musical, passa agora a ser inscrita no próprio
homem.
Referencia
bibliográfica
GIACOIA
JUNIOR, Oswaldo. Nietzsche. São
Paulo: PubliFolha, 2000.
VELOZO, Diomar do Carmo. Ideologia do poder conotação em Nietzsche.
1983.
ANSELL-PEARSON, Keith. Nietzsche como pensador político: uma introdução. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1997
DELEUZE, Gilles. Nietzsche e a Filosofia. Porto: RES, 1998.
DELEUZE, GILLES; 1925-. Nietzsche. São Paulo: M. Fontes, 1985.
MARTON, Scarlett Zerbetto. Nietzsche: Das forças cósmicas aos valores humanos. São Paulo: Brasiliense, 1990.