O PROBLEMA DA MENTE – CORPO

 

 

            Searle volta para os quatro problemas para tentar encontrar uma solução do problema Mente-Corpo. Em seu primeiro problema: como é possível a consciência?

            O autor comenta que a melhor maneira de mostrar como algo é possível é mostrar como efetivamente existe. As dores por exemplo, são concretamente causadas por processos neurofisiológicos que ocorrem no tálamo e no córtex sensorial. Durante muito tempo, numerosos biológicos e filósofos pensaram que era impossível explicar a existência da vida em bases puramente biológicas. Julgavam que além dos processos biológicos deve ser necessário algum outro elemento, deve postular-se algum élan vital para emprestar a vida ao que, de outro modo, era matéria morta e inerte. Houve anteriormente uma disputa entre o vitalismo e o mecanicismo, porém hoje não é levado a sério. Não importa quem venceu, mas porque conseguimos compreender melhor o caráter biológico dos processos que são características dos organismos vivos. Logo que compreendemos como as características típicas dos seres vivos têm uma explicação biológica, já não constitui para nós mistério algum que a matéria deva ser viva. Ainda não entendemos completamente os processos, mas compreendemos o seu caráter geral, e que há certas atividades eletro químicas específicas que ocorreu entre os neurônios ou módulos neuronais e talvez outras características do cérebro, e esses processa a consciência.

            O segundo problema: como podem os átomos no vazio ter intencionalidade? Como podem eles ser acerca de alguma coisa?

            Sobre este problema Searle da o exemplo da sede, que certos tipos de sede são causados no hipotálamo por seqüências de explosão nervosas. A sede é causada por uma série de acontecimentos no sistema nervoso central. A sede é um estado intencional. As experiências visuais e auditivas, as sensações táteis, a fome, a sede, e o desejo sexual, são todos causados por processos cerebrais e realiza-se na estrutura do cérebro e são todos fenômenos intencionais.

            O terceiro problema é: como inserimos nós a subjetividade dos estados mentais no interior de uma concepção objetiva do mundo real?

            Searle inicia este terceiro problema falando que a existência subjetividade é um fato científico objetivo como qualquer outro. Assim a explicação da subjetividade dos estados mentais, visto que é justamente um fato óbvio que a evolução biológica produziu certos tipo de sistemas biológico, a saber, os cérebros humanos e de certos animais, que têm características subjetivas. O meu estado presente de consciência é uma característica do meu cérebro, mas os seus aspectos conscientes são-me acessíveis de um modo que não são acessíveis a vocês. A existência da subjetividade é um fato objetivo da biologia. O autor comenta que é um erro definir “ciência” em termos de certas características existentes. Se o fato da subjetividade vai contra uma certa definição de “ciência”, então é a definição e não o fato que teremos de abandonar.

            Quarto problema da causação mental é explicar como é que os eventos mentais podem causar eventos físicos. Como é que, por exemplo, algo “imponderável” e “etéreo”, como o pensamento pode suscitar uma ação?

            A resposta é que os pensamentos não são imponderáveis e etéreos. Quando temos um pensamento, está efetivamente a ocorrer à atividade cerebral. A atividade cerebral causa movimentos corporais mediante processos fisiológicos. Ora, porque os estados mentais são característicos do cérebro, têm dois níveis de descrição – um nível superior em termos mentais e um nível inferior em termos fisiológicos. Os mesmos poderes causais do sistema podem descrever-se em qualquer um dos níveis.

            Segundo a concepção para Searle, a mente e o corpo interagem, mas não são duas coisas diferentes, visto que os fenômenos mentais são justamente características do cérebro. Uma maneira de caracterizar esta posição é vê-la como uma asserção do fisicalismo e do mentalismo. Suponhamos que nós definimos o “fisicalismo ingênuo” como a concepção de que tudo o que existe no Mundo são partículas físicas com as suas propriedades e relações. O poder do modelo físico da realidade é tão grande que é difícil ver como podemos contestar seriamente o fisicalismo ingênuo. E definamos, o “mentalismo ingênuo” como a concepção de que os fenômenos mentais existem realmente. Existem, de fato, estados mentais; alguns deles são conscientes; muitos têm intencionalidade; todos têm subjetividade; e muitos funcionam causalmente na determinação dos eventos físicos no Mundo. A tese do primeiro capítulo pode agora enunciar-se de uma maneira muito simples. O mentalismo e o fisicalismo ingênuos são perfeitamente consistentes entre si. Na realidade, tanto quanto sabemos algo sobre o modo como o mundo funciona, eles não só são consistentes, mas são ambos verdadeiros.

 

 

Benedito, fique a vontade se for preciso modificar, ok?

 

Resumo para a classe:

 Searle, vai dar as respostas dos quatros problemas abordados no início do capítulo, em síntese sobre a consciência o autor comenta que a melhor maneira de mostrar como algo é possível é mostrar como efetivamente existe. O segundo problema, os átomos, Searle dá o exemplo da sede, que certos tipos de sede são causados no hipotálamo por seqüências de explosão nervosas. Sobre a subjetividade, a existência da subjetividade é um fato objetivo da biologia. E o último, sobre causação mental. A resposta é que os pensamentos não são imponderáveis e etéreos.

            Segundo a concepção para Searle, a mente e o corpo interagem, mas não são duas coisas diferentes, visto que os fenômenos mentais são justamente características do cérebro.