New York (EUA) - Já ultrapassam
20 horas e 600 reféns no atentado ao
Aeroporto Internacional JFK em New York,
onde um grupo de hackers terroristas
assumiu o controle de todas as operações
de pouso e de decolagem do aeroporto, após
um pronunciamento acalorado do
presidente dos Estados Unidos da América,
ao apoiar o secretário geral de defesa
e decretar "um fim ao vandalismo e
à guerra virtual que assola a
internet".
Os maiores especalistas dos EUA e
do mundo estão reunidos buscando uma
solução para o problema, inclusive
acatando o pagamento do resgate no valor
de 2,5 bilhões de dólares, exigido
pelo grupo terrorista. "O problema
de pagarmos o resgate é que não temos
garantias. Precisamos confiar nos
hackers de que após a transferência
desta quantia eles nos retornem o
controle do aeroporto. Nem mesmo nossas
técnicas de 'transferência fantasma'
funcionariam para simular o pagamento,
pois eles nos parecem ter total controle
das nossas movimentações bancárias",
declara John Smith, secretário de
defesa e principal negociador, "estamos
completamente perdidos", desabafa.
Como agravante da situação, os
aeroportos próximos a New York e as
freqüências de rádio estão sendo
monitorados e manipulados pelos hackers
no intuito de direcionar o tráfego aéreo
para o JFK. Com isso o grupo já
conseguiu impedir a fuga de vários aviões
e os obrigou a pousar sob ameaças de
mudança de rota e colisões no ar.
Muitos não têm combustível suficiente
para chegar a tempo em um aeroporto
seguro e são obrigados a obedecer. O
prejuízo calculado pelo aeroporto
internacional já chega a 200 milhões
de dólares em atrasos e vôos
cancelados e as perdas causadas pela
imagem da empresa e a falta de confiança
no sistema são incalculáveis.
O cenário acima é pura ficção científica,
só não sabemos ainda até quando. A cada
dia centenas de sistemas vitais estão
sendo interconectados, operando em
conjunto com outros sistemas, tornando a
vida das pessoas cada dia mais fácil - e
perigosa! São sistemas de controle médico:
máquinas de vigilância de pacientes,
diagnósticos pela rede e até cirurgias
online; Controle aéreo:
interoperabilidade entre diversos
aeroportos; Trânsito: semáforos, pontes
móveis, pedágios; Até sistemas de
monitoramento de vulcões que mandam seus
alarmes pela rede...
Infelizmente não é um tópico muito
distante para que digamos: "isso não
é comigo, só quero ficar no meu chat e
fazer meus trabalhos em paz". Todos nós
devemos nos preocupar com a segurança de
agora em diante, ou então estaremos nas mãos
das pessoas que se aproveitaram do fato de
não darmos muita importância a isso.
Certamente você não precisa aprender a
proteger um sistema de controle de tráfego
aéreo, mas está na hora de começar a
adquirir "vícios" de
comportamento seguro.
Durante toda a evolução, os primatas
que criaram o hábito de acender uma
fogueira na entrada das suas cavernas
durante a noite viviam mais, ao contrário
dos outros que, vez por outra, eram
devorados por tigres dentes-de-sabre. Este
costume se espalhou e, mesmo que os mais
novos não soubessem o motivo da fogueira,
este "comportamento adquirido"
era de extrema importância para a sua
sobrevivência.
Com esta matéria, estaremos dando início
a uma série sobre Introdução à Segurança
de Sistemas Computacionais, direcionada ao
usuário final - àquele que utiliza os
computadores como um "meio" para
se chegar ao objetivo, seja administrar
sua agenda pessoal, seu escritório ou até
mesmo passar simples emails e se divertir
pela rede.
A proposta do Curso Básico de Segurança
na Internet é, antes de tudo,
conscientizar você de que a segurança é
muito mais do que um simples ramo de
trabalho ou um bom método de vendedores
de anti-vírus ficarem ricos. Ela não faz
parte do futuro, ela já está presente em
nosso cotidiano e precisamos nos adaptar.
Vamos entrar em uma era virtual onde o
mundo estará evoluindo mais rápido que
nossos pensamentos, onde cada falha pode
custar nossas carreiras, onde a competição
entre seres da mesma espécie chegará a
um nível nunca visto antes na natureza.
Vamos acender uma fogueira na entrada da
nossa caverna.