Antigamente os lançamentos de softwares no
mercado eram, em sua grande maioria, lançamentos de
novas versões dos programas, com adição de muitos
recursos, novas ferramentas e aperfeiçoamento das
características funcionais, principalmente a
interface com o usuário. Muitas dessas atualizações
não traziam uma vantagem significativa para o usuário
médio que, na maioria das vezes, se limitava a
utilizar as funções básicas do programa como, por
exemplo, usar um editor de textos exclusivamente
para editar textos!
Entretanto, o usuário não estava interessado em
"quais" recursos eram adicionados na versão
mais nova do seu programa, ele queria se manter
atualizado, a qualquer preço, mesmo que fosse para
adicionar um corretor ortográfico em aramaico
arcaico ou um acoplamento com uma base de dados
alienígena que ele jamais faria funcionar.
Atualmente o cenário está um pouco mudado, os
lançamentos de novas versões continuam existindo
mas as principais novidades são correções de
problemas nas versões atuais. O fabricante, ao ser
notificado de um problema interno no seu produto,
escreve um pequeno programa que corrige o defeito e
o distribui aos seus clientes. Estas atualizações
são divulgadas e recomendadas pelos fabricantes mas
- eis o grande paradoxo - os usuários não dão a mínima!
A não ser que o defeito esteja impedindo o usuário
de utilizar alguma função primordial para seu
trabalho, ele será solenemente ignorado. Este é um
vício que adquirimos durante a era medieval da
computação, quando as redes de computadores eram
raridades e a Internet era um brinquedo das forças
armadas dos EUA.
O motivo pelo qual não tínhamos interesse em
corrigir uma falha é resumido neste pensamento:
"Se eu não uso esta função do programa, para
que vou perder meu tempo tentanto consertá-la?".
Hoje, ao conectarmos milhares de computadores uns
nos outros, este pensamento se tornou muito perigoso,
pois não estamos mais sozinhos no mundo e, se você
não vai se interessar por aquela falha, alguém com
certeza a utilizará para obter alguma vantagem ou
causar problemas.
Os problemas de maior repercussão na área de
segurança, tanto no ramo empresarial quanto doméstico,
estão relacionados a alguma falha em um software.
Quanto mais utilizado o software, maior o número de
pessoas atingidas que precisam aplicar a devida
correção. Como a grande maioria dos usuários não
se importa com aplicação de correções, podemos
imaginar o caos quando, por exemplo, começaram a
surgir os primeiros "nukes", ataques que
exploravam um defeito encontrado no próprio
Windows!
Exemplos como este infelizmente são muito comuns.
É através de falhas não corrigidas em softwares
que quase todos os hackers invadem sites na
Internet. Algumas falhas encontradas nos programas
de uso particular, como navegadores, programas de
email, de bate-papo, etc. também possibilitam ações
danosas, em maior ou menor grau, dependendo do tipo
de problema.
Ao contrário do que pode parecer a princípio,
manter-se na "última versão" dos
softwares para Internet pode não ser tão seguro.
Ao lançar um programa novo - ou uma nova versão
com bastante mudanças - no mercado, os fabricantes
estão dando a largada em um enorme concurso no qual
vence o hacker que primeiro descobrir as novas
falhas do programa. Todos os programas têm falhas e
mais do que nunca se aplica o velho ditado: "Os
pioneiros são identificados pela flecha no peito!".
Solução? Manter contato com o fabricante dos
softwares que você utiliza. Com a internet os
problemas aumentaram mas o socorro também chega
muito mais rápito. Visite regularmente o website do
seu fornecedor e procure por termos do tipo
"security update", "patch",
"service pack", "service
release" etc. Se você não se registrou, pegue
seu cartão de registro, ou através da Internet,
registre-se como usuário legítimo e cadastre-se
nas listas de notificações.
Os responsáveis pelos seus programas estão tão
interessados em fornecer um software seguro quanto
você em recebê-los, então, mantenha-se informado.
Mais do que nunca, a informação é o melhor remédio!