|
LINHAS:
Os trilhos e os dormentes que constituem uma linha férrea estão dispostos
sobre o leito da ferrovia, terreno terraplanado, devidamente preparado como
base de apoio à linha. O leito da ferrovia segue, naturalmente, o traçado
planejado para a ferrovia. A linha principal une as cidades mais importantes.
As linhas de ramais estendem-se entre as linhas principais e os diversos
locais não servidos pelas linhas principais. Grande parte das linhas
principais consiste de dois ou mais trilhos colocados lado a lado. Essa via
dupla ou múltipla permite aos trens viajarem em direções opostas na mesma
linha e ao mesmo tempo. As linhas de via única devem ser equipadas com um
sistema de desvio, disposto em vários pontos ao longo do trajeto. Esse desvio
consiste, em essência, de um pequeno trecho de trilhos que acompanha o
sentido de uma linha principal ou auxiliar, para o qual é desviado um dos
dois trens, até o outro trem passar.

A linha férrea e o leito da
ferrovia, juntamente com outras estruturas da ferrovia como túneis, viadutos
e pontes, são denominados pista da ferrovia. Além da pista, as ferrovias
contam ainda com certa extensão de terra de ambos os lados da pista. Esta área
de terra e à pista constituem o terreno ocupado legalmente pela ferrovia.

Rodas e
linhas do trem
Os trens correm sobre
rodas com roscas. Uma rosca é um aro existente na borda
interna da roda que a orienta ao longo da linha. A
linha, por sua vez, consiste de
dois trilhos apoiados em dormentes. Os dormentes são
assentados sobre um leito de cascalho.
OS TRILHOS E OS DORMENTES:
As usinas siderúrgicas produzem trilhos de 18m de comprimento, de aço
laminado, de peso médio de 50 kg por metro. Os trilhos são ligados nas
extremidades por peças de aço chamadas talas de junção. As talas de junção
são fixadas no trilho por intermédio de parafusos especiais, que passam
através de orifícios nas talas e nos trilhos. No entanto, as talas de junção
não unem os trilhos de uma forma perfeita; deixam pequenos intervalos entre
eles. Estes intervalos produzem pequena trepidação no trem quando este passa
sobre eles.
Atualmente, os antigos trilhos de l8 m vêm
sendo substituídos por trilhos novos, maiores, de cerca de 400m. Esses
trilhos são formados pela soldadura de diversos trilhos de 18m. Os trilhos
soldados apresentam menos intervalos e proporcionam uma viagem mais tranqüila.
Além disso, o trilho soldado facilita o trabalho de manutenção dos
empregados da ferrovia.
A via férrea é constituída pelos trilhos, colocados sobre dormentes, que
distam 53 cm um do outro. Os dormentes podem ser de madeira, concreto ou aço.
O número médio de dormentes por quilômetro é 1.900. Duas finas placas de aço,
chamadas placas do dormente, são presas com pregos à parte superior dos
dormentes, uma perto de cada extremidade. Cada placa possui um encaixe,
moldado a fim de possibilitar a fixação à parte inferior do trilho. O
encaixe e os pregos mantêm o trilho firmemente seguro ao dormente.

As duas placas do dormente devem
se encontrar à mesma distância sobre cada dormente, em toda a extensão da
linha. Esta distância uniforme entre os trilhos é denominada bitola. A
bitola é medida entre as faces internas das duas filas de trilhos, 12 mm
abaixo do plano de rodagem.
. .
Pela conferencia Internacional de Berna, em 1907,
ficou oficialmente adotada como "bitola internacional" a bitola de
1,435 m . Na atualidade é adotada pela maioria dos países, apesar de
continuarem existindo outras bitolas.
Além da bitola internacional, são
usadas, também, as seguintes bitolas:
Itália |
1,445 m |
França |
1,44 m |
Espanha |
1,674 m |
Portugal |
1,665 m |
Argentina e Chile |
1,676 m |
Rússia |
1,523 m |
Nesses países existem, também, outras bitolas
diferentes, como as de 1,00 m , chamada "bitola estreita".
No Brasil, pelo Plano Nacional de Viação, a
"bitola padrão" é de 1,60 m , chamada "bitola larga".
Existem, entretanto, outras bitolas menores.
A divisão da estrada de ferro
brasileira por bitola é a seguinte:
bitola de 1,60 m |
4430 km |
bitola de 1,435 m |
194 km |
bitola de 1,00 m |
25.355 km |
bitola de 0,76 m |
13 km |
O LEITO DA FERROVIA E O TRAÇADO:
A construção do leito da ferrovia exige importantes trabalhos de engenharia,
pois o terreno deve ser nivelado, tanto quanto possível, as curvas pouco
pronunciadas e as rampas suaves. Este processo é chamado de nivelamento. A
maior parte dos leitos é coberta por uma camada de cascalho, que consiste de
materiais como pedregulhos e pedras esmigalhadas. O leito pode ser coberto
também por areia, pedra britada, escórias ou terra. O cascalho mantém os
dormentes no lugar, contribuindo desse modo para que a linha permaneça estável.
O cascalho ajuda a distribuir o peso dos trens que passam. Portanto, os trens
viajam com mais facilidade sobre o cascalho do que sobre a terra nua. O
cascalho também promove a drenagem da água da chuva e dificulta o
crescimento de capim.
Antes de construir o leito da ferrovia, os
engenheiros projetam um traçado com o menor número possível de elevações
e curvas. O traçado ideal de uma ferrovia seria uma linha reta que
atravessasse um terreno totalmente plano. Nessas condições, os trens de
carga poderiam transportar carregamentos pesados sem dificuldade, e os trens
de passageiro viajariam a alta velocidade. Elevações muito abruptas impedem
que um trem transporte cargas pesadas ou viaje em alta velocidade. Se uma
estrada atravessa uma região montanhosa, os engenheiros assentam a linha de
forma que esta circunde as elevações, ao invés de passar sobre elas. Nesse
caso, a linha terá obrigatoriamente muitas curvas. As curvas reduzem a
velocidade do trem, mas não o impedem de transportar cargas pesadas.
Para uma estrada atravessar uma
montanha, algumas vezes seria necessário percorrer um número tão grande de
curvas que a viagem se tornaria extremamente demorada. Os engenheiros
solucionam este problema com a construção de túneis e pontes sobre os vales
mais profundos. Os túneis e as pontes são construídos para estender o traçado
da ferrovia debaixo ou através de rios e de outras massas de água.
|