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No Brasil, a
primeira tentativa para implantação de uma Estrada de Ferro, deu-se em
1835, quando o regente Diogo Antônio Feijó promulgou uma lei, concedendo
favores a quem quisesse construir e explorar uma Estrada de Ferro ligando o
Rio de Janeiro às capitais de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia. Não
houve interesse na ocasião, em tão arriscada empresa.
Em 1836, o Estado de São Paulo programou um
"Plano de Viação" e concedeu o direito de construção e exploração
a uma companhia, tentativa esta, também frustrada.
Em 1840, o médico inglês, Tomaz Cockrane,
obteve concessão para fazer a ligação ferroviária Rio de Janeiro - São
Paulo, com diversos privilégios.
Também esta tentativa falhou, pois os
capitalistas ingleses, convidados a participar do empreendimento, não se
animaram a investir capital numa empresa de êxito duvidoso.
Em 1852, surgiu a figura intrépida de IRINEU
EVANGELISTA DE SOUZA, mais tarde Barão de Mauá, que, quase exclusivamente
por sua conta, pois subscreveu a quase totalidade do capital necessário,
construiu a ligação entre o Porto de Mauá (no interior da Baía de
Guanabara) e a raiz da Serra (Petrópolis). Em 30 de abril de 1854, foi
inaugurada a primeira Estrada de Ferro no Brasil, com 14,5 km de extensão,
percorridos em 23 minutos, ou seja, com a velocidade média de 38 km/h. Esse
trem foi rebocado pela locomotiva "Baronesa", cujo nome constituiu
uma homenagem a esposa do então Barão de Mauá.
Em 1855 foi organizada a Estrada
de Ferro D. Pedro II, que deu origem à Estrada de Ferro Central do Brasil.
CRESCIMENTO
DA VIAÇÃO FÉRREA BRASILEIRA, POR DECÊNIOS
Depois da implantação
da estrada de ferro no Brasil por Mauá, a nossa Rede Ferroviária teve o
seguinte crescimento:
DECÊNIOS |
QUILÔMETROS |
1854 a 1863 |
428
|
1864 a 1873 |
70
|
1874 a 1883 |
4 225
|
1884 a 1893 |
6 131
|
1894 a 1903 |
4 525
|
1904 a 1913 |
8 604
|
1914 a 1923 |
5 311
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1924 a 1933 |
3 148
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1934 a 1943 |
1 698
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1944 a 1953 |
2 248
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Total até 1953 |
36 388
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Após 1953, a Rede Ferroviária do Brasil atingiu 37 200 quilômetros,
ficando por muitos anos estacionada a sua extensão ferroviária.
Atualmente, após a extinção de várias
linhas consideradas anti-econômicas, possuí o Brasil 30 550 quilômetros
de estradas de ferro, sendo o quarto Pais das Américas e o segundo da América
do Sul, em extensão de linhas férreas (a Argentina possui cerca de 41 000
quilômetros de ferrovias).
A
ORGANIZAÇÃO DA REDE FERROVIÁRIA FEDERAL S.A.
Diversas estradas de ferro brasileiras, apesar de construídas com fins
comerciais, passaram a dar prejuízos, entrando em falência. As causas do
regime deficitário são diversas. Várias estradas foram construídas com o
objetivo de transportar determinada mercadoria (café, por exemplo), cuja
produção regional desapareceu posteriormente. Outras tiveram objetivo
pioneiro de penetração e desbravamento e em decorrência de seu anacrônico
traçado e da obsolescência de seu equipamento, não puderam suportar a
concorrência de outros meios de transporte. Essas estradas, em regime de
falência, foram encampadas pelo Governo Federal, a fim de evitar o seu
fechamento e as conseqüentes inconveniências para as regiões por elas
servidas, quase sempre com precários meios de transportes.
Algumas dessas estradas passaram a ser dirigidas diretamente pelo Governo
Federal outras por meio de autarquias e outras, ainda, arrendadas a Estados
da Federação.
Há anos surgiu a idéia de congregar todas
as Estradas de Ferro da União em uma organização única, que
disciplinasse a operação das mesmas, padronizando o seu equipamento , seus
serviços e métodos de trabalho, dando um caráter industrial à sua
exploração, impedindo ou evitando interferências politico-partidárias
nas administrações das estradas.
Surgiu, assim, em 1957, a Rede Ferroviária
Federal Sociedade Anônima ( RFFSA ), que teve por escopo tornar a exploração
das ferrovias federais a mais econômica possível, de modo a diminuir
gradativamente os déficits operacionais.
A Rede Ferroviária Federal S.A., até sua
privatização e ou terceirização, possuía 23 083 quilômetros, assim
divididos:
a) SR 1
- Superintendência Regional de Recife:
- Superintendência de Produção de Fortaleza 1418 Km
- Superintendência de Produção de Recife 2618 Km
- Divisão Operacional de São Luiz 807 Km
Total da 4843 Km
b) SR 7
- Superintendência de Produção de Salvador
Total 1900 Km
C) SR 2
- Superintendência Regional de Belo Horizonte:
Total 4364 Km
d) Subúrbio da Grande Rio:
Total 432 Km
e) SR 3
- Superintendência Regional de Juiz de Fora:
- Superintendência de Produção de Juiz de Fora 1185 Km
- Divisão Operacional de Campos 1466 Km
Total 2651 km
f) SR 4
- Superintendência Regional de São Paulo:
- Divisão Especial de Subúrbios de São Paulo 177 Km
- Divisão Operacional de Santos 105 Km
- Superintendência de Produção de Bauru 1613 Km
Total 1895 Km
g) SR 5
- Superintendência Regional de Curitiba:
Total 3395 Km
h) Divisão operacional de Tubarão
Total 175 km
i) SR 6
- Superintendência Regional de Porto Alegre:
Total 3430 km
Total da Rede Ferroviária Federal S.A.
23083 km
Fonte:
BRINA, Helvécio Lapertosa. Estrada de Ferro. Belo Horizonte: UFMG, 1988.
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