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15082003

BH - VITÓRIA  >  VIDA SEM PRRESSA

Leitura, crochê e bate-papo preenchem o tempo de quem não tem pressa para chegar ao destino

A leitura de um romance, costura, orações e bate-papo são passatempos para quem permanece praticamente o dia todo a bordo do trem. Vale até pensar na vida, nos problemas, na família e refletir, à beira da janela, o quanto a beleza de Minas agrada aos olhos. A ex-salgadeira Maria José Silva, de 47 anos, preenche o tempo ocioso confeccionando fuxicos. "Sempre trago a costura, vou fuxicando, fuxicando e passo uns minutinhos gostosos, né?", diz, enquanto prepara uma colcha para forrar sua cama. Ela conta que já fez bolsas, toalhas e até um biquíni, que estreou no verão passado.

"Sou aprendiz de fuxiqueira", conta a estudante Celeste Pereira, de 19, que aprendeu a costurar com a vizinha de vagão. De tempos em tempos, Maria José vai ao Espírito Santo cuidar dos imóveis que aluga para temporadas na praia de Jacaraípe, próximo a Vitória. 'Aproveito para tomar um solzinho e procurar inquilinos para os apartamentos", ressalta. Ela é separada e já não tem muitas preocupações com o filho, de 25 anos. Durante a viagem, não dispensa cafezinho, pão com mussarela, salgadinhos e bolinhos.

A ex-salgadeira, de Belo Horizonte, não quer ter preocupações com curvas, alta velocidade ou imprudência, e há muitos anos não vai ao litoral de ônibus. "Às vezes, vou de avião, mas quase sempre de trem. Fica uma viagem gostosa. Tenho a tranqüilidade de não ver um carro na frente, tem a natureza do lado e amanhã vou estar descansada", conta. Segundo ela, a viagem de trem é excelente para a solução de problemas. "Você fica matutando, vendo como vai ficar, e, no final da viagem você, já tem a solução. Também costumo dizer que o trem também é cultura, pois já fiz muitas amizades e até aprendi a fazer sabão", explica.

Para compor o enxoval do casamento que, se Deus permitir, sairá no ano que vem, a professora Raquel Pereira Tavares, de 28, e a mãe, a dona de casa Conceição Pereira Tavares, de 56, vão fazendo crochê de Baixo Guandu (ES), onde moram, até Ipatinga, no Vale do Aço, onde visitarão parentes. Pano-de-prato, caminho de mesa, toalhas, entre outros, já estão prontos para servir Raquel e o pretendente, há quatro anos juntos. "Durmo um bocado, faço crochê, e a viagem fica menos tensa. No ônibus não consigo pregar o olho", afirma a professora.

Mesmo sempre sozinha, a funcionária pública Maria das Dores de Oliveira, de 46, vai de Coronel Fabriciano, a 198 quilômetros da capital, a Vitória, onde planeja visitar a amiga, entre rezas e orações. Com o terço sempre à mão, ela pede à Nossa Senhora das Dores, sua padroeira, proteção durante a viagem. "Quero sempre ter ela e Deus perto de mim. Porque não é o maquinista quem dirige, mas Deus. Por isso, nunca estive num acidente", acredita.

Fonte: www.em.com.br

 

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