TRESLER
Que dia é hoje ? Domingo, 22 de abril de 2001.

Olá  ! Está é a edição número 1 do nosso fanzine eletrônico.
Espero  que você goste (ou não). Olha o que temos no menu de
hoje:

1. Editorial (Daniel Wildt)
2. Eu (Ariadne Amantino)
3. Minha Sincera Opinião (Daniel Wildt)
4. A carta (Eduardo Seganfredo)

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======================== EDITORIAL =========================
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Agora  está  tocando American Jesus (Bad Religion) no meu CD
player.  Que  show  esses caras fizeram aqui no Brasil, mais
especificamente o que foi realizado aqui em POA, um que vale
a  pena  ver  de novo, realmente. Vale a pena ver de novo me
faz  lembrar  do  passado,  além  claro das novelas da Globo
(jura?),  me  faz  rir  dele.  Sendo assim, temos que rir do
passado. Tanto do passado que apodreceu nosso presente atual
como  o  passado que nos fez ir parar nas nuvens ou ainda do
passado  que  nos  tornou  pessoas  melhores,  pessoas  mais
fortes.  Todos  os  momentos  são  momentos válidos na nossa
vidinha  mais  ou  menos.  Vidinha  mais ou menos, expressão
adicionada no meu vocábulário após o carnaval ... isso é uma
outra  história,  que  faz parte do meu passado. Posso dizer
que  um  amor pode ser contado em carnavais ... mas o melhor
de  tudo  é  não  contar  o amor, e sim viver o amor, saca a
idéia mano ?

Ontem  a  gente tava discutindo sobre a relação existente em
uma relação de amor e a relação com o teu emprego. Acordamos
todos  os  dias  bem  cedo  para ir trabalhar (eu tento pelo
menos), para se dedicar, se esforçar ao máximo, fazer tudo o
que  pode,  e  depois  ouvir  no  final  do  dia  que  a sua
produtividade anda baixa, que a dedicação poderia ser  maior 
e melhor (dica: quando você conhece pessoas que te valorizam
isso  não  acontece)  ...  essas são as famosas expectativas
furadas,  que  vivemos  no  trabalho, no amor, e em qualquer
lugar.  Aquele  filme,  "Do  que as mulheres gostam", aquele
filme  era  a  solução,  mas  tinha que ser uma solução mais
generalizada,  para  que soubéssemos o que as pessoas pensam
de modo geral, pois as pessoas (dadas as raras exceções) são
falsas  e mentem, escondem o que sentem, guardam sentimentos
em suas cabeças complicadas e sem solução. Não, isso não foi
para  você. Cabeça complicada é o normal dos dias de hoje, e
se   não  fosse  o  curso  de  Psicologia  não  teria  tanta
concorrência. O mundo tá louco mesmo.

Todos  os  dias  quando  eu  acordo eu não me lembro mais de
certas  coisas que ficavam antes martelando minha cabeça, me
deixando  mal.  Bom,  isso  porque o passado tem um camarada
chamado  tempo,  eles  funcionam  sempre  juntos.  De vez em
quando  eles  chamam a saudade para tomar um trago, pode ser
lá  no  Bar  do Nito, ouvindo Samba em Prelúdio (Vinícius de
Moraes  e  Baden Powell) por exemplo, mas o melhor de tudo é
quando  chega  o presente e manda todo mundo para casa, pois
agora a história é outra e eles não estão com nada.

Agora finalizo meu editorial ouvindo uma obra do Tom, Eu sei
que  vou  te amar. E para finalizar mesmo, mando uma poesia,
esperando  a  noite  cair logo, pois quero ver minha menina,
uma  peça  no  São Pedro (Trem Bala !!!), comer batatinhas e
ver as estrelas no céu. Eta vida boa essa ! Encontre a paz e 
seja feliz.

TUDO (Daniel Wildt)

Tudo que penso vem com teu carinho
Tudo o que faço vem com teu amor
Eu não quero estar sozinho
Quero te ver hoje mesmo meu amor

Não se preocupe que já vou chegar
Bons momentos já pode esperar
O fim da nossa saudade poderemos comemorar
Convivendo com nosso amor e alegria

De sermos duas pessoas
De sermos dois amores
De vivermos duas vidas

Que encontraram de maneira mágica
Que se completam de forma única
Que vivem em plena harmonia 

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==========  DADI FOR FRIENDS (Ariadne Amantino) ============
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EU

Escrevi esse texto há 7 anos, exatamente no dia 22 de abril.
Para  os  céticos,  pode  ser uma simples coincidência. Para
mim,  ele  foi escrito com a finalidade de ser colocado aqui
hoje.

De vez em quando me dá uma vontade de viver a vida diferente
Uma vontade de viver mais do que eu vivo
(E  não  sei  por  que eu tenho que achar que não vivo o que
deveria)
Quero ser tanta coisa que não posso
Quero fazer tanta coisa que não sei
Quero gritar tão alto como o infinito
Quero pular e brincar como uma criança de novo
Quero fazer loucuras como adolescente (inconseqüente)
E não quero crescer
Não quero pensar que já cresci,
Que já passei por tanta coisa
Que  já  tem  tanta  coisa que mesmo querendo não posso mais
fazer
Que já deixei de fazer tanta coisa a seu tempo
E é por isso que queria que o tempo parasse
Que cada segundo equivalesse a uma hora
Que cada hora fosse eterna
Eternamente vivida
Quero amar, mas amar a vida.
Amar a liberdade de viver e ser o que se é
Queria  que  as  pessoas realmente pudessem sempre ser o que
são
Queria que as pessoas pudessem realizar seus sonhos
Queria realizar, de repente, todos os meus sonhos
E  ver,  aos  poucos,  todos  eles  se  tornando a mais pura
realidade na minha frente
Queria vê-los se abrindo em felicidade real
Mas não sei se sou capaz de realizar tudo aquilo que sonho
Queria  chegar  ao fim da vida e poder dizer que fui feliz e
fiz o que quis mesmo que poucos saibam quem sou
Mas não sei se chegarei assim
Se desde agora já acho que faltou viver alguma coisa
E se eu estiver fora do meu tempo?
Viver  não  é  só  saber,  só  aprender  e  ter  uma  grande
quantidade de conhecimento
Viver  é  não  saber, é curtir, é pirar, é correr e pular, é
dançar, é cantar e gritar, sorrir e amar e...
Às vezes me sinto presa dentro de mim mesma
Tem um eu lá dentro (que é diferente de mim) e que quer sair
e  não  acha portas, apenas pequenas frestas por onde escapa
de vez em quando
É um eu mais solto, mais louco, mais vida!
Brincando  com as palavras procuro explicar a razão da minha
pequena tristeza
Uma  tristeza  de  não ser mas ao mesmo tempo uma alegria de
viver e poder tentar
Dizem que quem é louco é porque tem amor à vida
E quem tem amor à vida VIVE, sem restrições, sem vergonhas
Será que eu tenho?
Ou  será  que  tenho  falta  de  coragem de viver aquilo que
quero?
Eu  não  sei, eu não tenho nem resposta, que dirá certeza do
que eu quero ou do que vim fazer aqui neste mundo...
Mas será que alguém tem?
Acredito que não...
Enfim,  eu  continuo  tentando, continuo buscando e acima de
tudo continuo vivendo!

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============= BORN TO BE WILDT (Daniel Wildt) ==============
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MINHA SINCERA OPINIÃO

Como assim cara !? Eu não acredito nisso. Então queres minha
opinião sobre isso ? Sincera ? Então toma !

Um  pinheiro.  Sim, um pinheiro. Um belo início de história,
mas  sabe, eu nunca tinha visto aquele pinheiro que fica bem
na  frente  da  minha  janela, uns 30 metros de distância da
minha  janela  ...  coisa estranha. Assim como este pinheiro
que  nunca  tinha aparecido na frente de meus olhos, existem
outras  coisas que nos fazem pensar em como somos desligados
ou  como não damos importância para certos acontecimentos na
nossa  vida.  Amores,  pessoas, momentos, enfim, nós estamos
sempre vendo, ouvindo, tocando, sentindo, e somos desligados
de muitas coisas simples.

Sim,  está  ficando meio pirado isso, mas quem disse que não
pode  ficar  ?  Pense  bem  em tudo o que você deixou de ver
hoje.  E  no que deixou de fazer !? Ah, isso é uma certeza !
Você  viu  aquela menina linda, que faz aula de italiano com
você, que tem uma boca maravilhosa, olhos verdes, e você não
faz  nada,  apenas olha. Olhar é bom, e pode ter certeza que
ela  olha  para  você também. Só que as mulheres desenvolvem
uma  técnica  que  se resume basicamente no fato que elas te
olham  quando você não está olhando. E quando você olha para
elas,  bem,  elas fazem de conta que você não existe. Sabe o
que  você  é  ?  Sério, você não sabe o que você é ? Pois eu
tenho  um  recado  para  te  dar,  você  gosta  de viver uma
fantasia. Você deve esperar que esta menina olhe para você e
dê  um sorriso que diga: "eu te quero ! Você é demais, quero
fazer  amor  com  você  !"  ...  aí  você  acorda, pois está
sonhando  acordado  e  a  professora  chamou  seu  nome pela
terceira  vez  consecutiva e sim, você está fazendo uma cara
de  cu,  olhando para o nada, imaginando coisas. E advinha o
que aconteceu ? Você virou a atração do dia, o cara de bunda
olhando  pro nada, imaginando tudo. Isso é deprimente, mas é
a  vida  afinal  de  contas. E ainda bem que é a sua e não a
minha !

São situações como estas que nos fazem levantar da cama todo
dia. Expectativas furadas. Isso acontece com todo mundo, é o
menino  que  pede tênis e ganha sapato, é o cara que pede um
xis  sem  maionese  e ganha um sem ovo ... é o maluco beleza
que  espera  o  amor  voltar  de  longe  e recebe um fora, é
verdade,  pura verdade. É tudo uma questão de ponto de vista
com  relação  ao que deixamos que fazer. Muitos desses fatos
passam  pelos  nossos  olhos  e  nós  nos mantemos intactos,
ficamos quietos, deixamos a coisa rolar, ver o que acontece.

Mantenha  o  foco,  sempre  ouço  isso.  Falando no pinheiro
novamente,  o  ponto onde quero chegar é que sempre deixamos
coisas  por fazer, frases sem fim, amores sem perdão, enfim,
parece até uma característica nossa aceitar certas coisas. E
pense  como  fica a pessoa que recebeu uma frase sem fim ...
bom,  ela pode completar a frase como ela bem entender. Isso
é  ótimo,  certas pessoas deveriam ouvir as frases que formo
quando  recebo um presente desses ... enfim, o ponto mesmo é
que  você  deve notar o que acontece a sua volta e deve mais
que  tudo  dar  valor  as pequenas coisas, e mais ainda, dar
valor  para  a pessoa que você enxerga no espelho quando vai
no banheiro escovar os dentes.

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===========  DE NOVO, PÔ! (Eduardo Seganfredo) =============
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A CARTA

Oi Carla! Tudo bem?

Vi você  conectada  hoje,  mas  infelizmente não pude falar.

Bom, estou escrevendo este mail pois percebi que te chateias
porque  não conto o que acontece comigo ou na minha família.
Mas eu vou mudar isso! Sei lá, criar o costume de falar mais
das  coisas  que  me  rodeiam  ... Eu vou mudar. Desta vez é
sério  ...  Por  favor, confie em mim. Preciso desabafar com
alguém ...

Ontem, minha mãe ligou pro meu celular enquanto eu estava no
serviço...  Senti  nas entrelinhas da conversa que ela tinha
uma  espécie  de  "surpresa" pra mim. Logo percebi do que se
tratava:  minha mãe tinha outra paixão. Trabalhei o dia todo
meio  encucado  com  aquilo, pensativo, taciturno. Enfim, na
hora  de  ir  embora, passei no super, conforme ela havia me
recomendado  e levei algumas coisas que ela havia me pedido,
com  a  desconfiança  e  a ansiedade aumentando a medida que
percorria os corredores do estabelecimento.

Chegando em casa, um pouco tarde como sempre, já pude sentir
os  fluídos...  Sim,  era  óbvio.  Eu tinha razão. Minha mãe
novamente  tinha  cedido  aos  impulsos  do  coração. Pensei
transtornado:  "De  novo,  mãe!?".  Mas  não  adianta, ela é
assim.    Basta  um  jeitinho  meio  inocente,  uma  carinha
bonitinha  e  pronto,  ela se derrete. Ainda mais quando são
jovens.  Eu  fico louco com isso! Ás vezes ela melhora, fica
mais  consciente.  Mas  é  só  passar um tempo que ela acaba
caindo nessa de novo.

Enfim,  guardei  o  carro e entrei em casa. Ninguém na sala.
Isso era mau sinal.

Instintivamente  subi  até  o  quarto  dela.  Bati  na porta
levemente.  A  doce  voz da minha mãe soou através da porta,
dizendo  que eu entrasse. Abri a porte e ... Pronto. Acertei
de  novo.  Ele  estava  lá, no quarto dela. Confesso que não
esperava, mesmo tendo pressentido.

Embora  tenha  tentado  agir com naturalidade, deixei minhas
feições aparentarem surpresa. Já tinha acontecido antes, mas
esperava  que ela tivesse aprendido. Não era a primeira vez,
nem a segunda nem a terceira.

Olhei  pra  ele,  fixamente  nos  olhos, castanhos, enquanto
pensava:  "Ah,  mãe!". E olhe só você... não que isso seja o
mais  importante.  Na  verdade  sempre  achei  que a cor não
importa  muito.  O  que  importa é o jeito, a personalidade.
Pois é, mas ele é preto. Preto mesmo, escuro como o breu...

Fiquei  ainda  mais  atônito quando vi minha mãe olhando pra
ele  com  ternura,  acariciando  sua  cabeça  e  falando com
doçura,  baixinho.  Aí  entendi  que  não  havia nada que eu
pudesse  fazer. Apenas pensei: "o pai não deve saber de nada
disso ainda ...".

Fiquei  imaginando  qual  seria  atitude  correta  a  tomar.
Conversar  com ela? Acho que não resolveria. Ela parecia bem
decidida. Contar pro pai? Ele também não poderia mudar nada.
Ela  sempre decidiu tudo sozinha, por ela mesma. Nada que eu
fizesse iria mudar a situação.

Foi  então  que  olhei  novamente pra ele... sentado sobre a
cama dela...

E enquanto fitava-o, pensava: "mais um... mais um!".

Então,  com a cabeça mais fria, mais calmo, mais conformado,
abri meu coração.

Sentei-me  também na cama, coloquei a lata de Neston no chão
e  comecei  a  acariciar  seu  pêlo  macio. E acabei cedendo
quando  escutei seu latidinho esganifrado enquanto abanava a
cauda  e  tentava  mordiscar  meu  dedo com a boca ainda sem
dentes.

-  Pô  mãe!  Já não chega o Sasha, a Angel, a Meg, a Demi, o
Júnior  e  o  Nêne?? Tu ainda arranja outro cachorro?? OUTRO
MÃE??

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Última atualização em 7 de setembro de 2001
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