Que dia é hoje ? Domingo, 29 de abril de 2001. Olá ! Está é a edição número 2 do nosso fanzine eletrônico. Espero que você goste (ou não). Olha o que temos no menu de hoje: 1. Editorial (Daniel Wildt) 2. Sobre o Tempo (Ariadne Amantino) 3. Qualquer coisa (Daniel Wildt) 4. Eu formiga (Eduardo Seganfredo) 5 There's only one Bad Religion (Vincent Kellers) 6. Sobre o escândalo Regina Borges/José Roberto Arruda/ACM (Eduardo Seganfredo) =========================================================================== ======================== EDITORIAL (Daniel Wildt) ========================= =========================================================================== Sempre reclamam que eu falo sozinho. Bom, agora não falo mais. Desde a última segunda-feira meu melhor amigo é uma barata. Depois de uma busca frenética pelo bicho, ele está em algum canto do meu quarto. É deprimente. Já falei pro pessoal aqui em casa não deixar escancarada a janela do banheiro, mas ninguém me ouve. Agora eles não tem que estar com a sensação de que tem algo com antenas andando sobre você durante a noite. Urgh ... Enfim, isso não é o pior, pois pelo menos tinha alguém para me ouvir gritar quando abri a conta de telefonemas DDI que fiz nestas férias, que foi a última brincadeira de mal gosto recebida. A D O R E I !! O detalhe é que analisando a situação friamente, poderia ter economizado uma boa grana ... sem dúvidas !! Nem que eu gastasse toda ela em um psicólogo, mas sei lá, adoradores de umbigo estão cheios por aí ... não tem como fugir deles. Sim, se morder minha língua agora morro envenenado !! E pensando neste jogo da vida, me lembro do jogo da vida (sessão túnel do tempo), quem não lembra ? Não ? Então vai brincar com sua irmã/irmão mais novo, ou com aquela pessoa especial (sim, é um convite! :-)) ... do something ! Bom, o ponto é que seria interessante ter aquele cartão "dividindo a despesa", ou simplesmente mais interessante seria lambuzar minha cara com tacolac (lembram desse esquema ?) e enviar esta conta para outro endereço ... OH BEHAVE ! Fim de papo, não falo mais nisso, é passado e o presente me leva ao fato que o mundo está louco. Isso fica claro nas histórias de hoje. Ou não. Fazendo uma sessão esta é sua vida (ou não), minha história de hoje fala sobre um momento passado, naqueles que você espera que alguém chegue perto de você e diga "Smile ! You're on candy camera !" ... mas isso não acontece e você se dá conta que a vida é a vida e ela tem momentos como estes contados por mim, assim como tem momentos de extrema alegria, como os que vivo no momento atual e que vou contar em outras oportunidades. Então viva a vida ! E não espere que o próximo capítulo chegue em suas mãos, faça você mesmo sua história ! Tenha atitude ! No mais, a galera fala sobre o tempo, sobre política (esse Brasil hein !?), sobre coisas para deixar você pensando sobre sei lá o que, mas a idéia é essa mesmo ! Não pode é lagartear, sem rumo algum, senão o Sol te queima e já era ! E o pensamento para o dia, semana, mês, ano, enfim, milênio, vida, é: "no jardim, olhe para as flores, não para as folhas caídas" ... quando eu estava buscando motivação, para encarar de frente alguns problemas da vida, um amigo me falou isso. Amigo, mestre Zu, valeu mesmo ! =========================================================================== ====================== CARPE DIEM (Ariadne Amantino) ====================== =========================================================================== SOBRE O TEMPO O tempo é uma coisa que me intriga, me incomoda. Somos escravos dele e a ele estamos presos por toda a nossa vida. Nunca dá tempo para tudo que se tem que fazer quando se tem muito o que fazer. Sempre sobra tempo quando não se acha o que fazer. O tempo não é linear, não pode ser! Por que 5 minutos parecem horas quando aquele alguém não chega ou quando são os últimos 5 minutos de um dia cansativo de trabalho? E por que 5 dias passam voando quando aquele alguém está do lado ou quando aquele tão sonhado feriadão chegou? E, assim como o tempo, a vida também não é linear. Às vezes tenho a impressão de que as "coisas a fazer" se atraem. Como assim? Quanto mais eu tenho para fazer, mais aparece. E se eu não tivesse nada, com certeza nada mais apareceria. Uma coisa puxa a outra, uma vida puxa a outra. E quanto mais vidas participam de uma existência, mais agitada ela fica. Mas e o tempo...? Maldito tempo! Meu dia tinha que ter 48 horas, desde que eu continuasse gastando só 8 para trabalhar e 8 para dormir. Minha semana teria, então 14 dias, com muito mais tempo para ver os amigos, jogar conversa fora, escutar música, filosofar, escrever e... pensar na vida. Acredito que a gente pára para pensar na vida quando se tem tempo sobrando! Quando não se tem, vai se levando como está. Mal dá tempo de arrumar o quarto, que dirá pensar na vida. Será que está bom assim? Deve estar, não está me sobrando tempo para pensar sobre isso... O tempo, eu aposto, é manipulado por alguém. Alguém que está lá em cima e acelera ou desacelera esse maldito relógio imaginário quando bem entende. E nós...? Nós ficamos aqui, tentando usá-lo da melhor maneira possível para conseguir fazer aquilo que gostamos e ainda tentar conciliar com o trabalho e outras obrigações... Tentando fazer de nossas existências algo diferente, algo prazeroso para cada um de nós... Mas até para isso é preciso de tempo. =========================================================================== ===================== BORN TO BE WILDT (Daniel Wildt) ===================== =========================================================================== QUALQUER COISA Detalhes importantes de uma vida sem importância ... como ouvi em um filme, o ponto alto do meu dia foi você ... e você, e você aí escondido, também foi ponto alto do meu dia. Todos os dias temos momentos (representado sempre por pessoas) que nos fazem feliz, que nos deixam triste, que nos mostram medo, raiva, felicidade, frustração, insegurança, momentos que são especiais, e ainda assim não enxergamos certas coisas, são oportunidades jogadas no lixo sem perdão, sem avaliação, sem ao menos um pouco de reflexão. As certezas existem devido ao medo que temos de estarmos inseguros e errados. Estas certezas incertas hoje rondam minha cabeça e poluem meu coração de expectativas, com relação ao trabalho, ao amor, com relação às minhas amizades, aos meus medos, derrotas e conquistas. Vivemos para fazer um mundo melhor, vivemos para sermos melhores, mas eu acho estranho esta ambição de querer mudar o mundo e muitas vezes sermos impotentes para mudar o mundo à nossa volta, me revolto com este tipo de reflexão, nem sei por que penso nisso, as palavras são jogadas sem piedade aqui, sem nenhum pensamento prévio, sem nenhum discernimento do que é certo e do que é errado. E pensando assim, vejo que nós somos assim, no final das contas somos egoístas e insensíveis, conosco ou com os outros. E no meu caso vejo que sou egoísta e insensível comigo mesmo, me faço sofrer à toa, me faço de palhaço pelo menos 1000 minutos por dia (nos outros minutos estou dormindo), sou um verdadeiro exemplo vivo de que sim, você pode ser feliz durante um momento, mas antes e depois, bem, é uma incógnita, o que senti, o que deixei de sentir, acho que nunca saberei ao certo. Me vejo como um jogo de basquete, tenho um armador (cara que faz o jogo) que procura o melhor ângulo, para prover passes, assistências que resultem em cestas de qualidade, que façam o time ganhar o jogo, que façam o time se divertir em quadra, jogar o jogo com vontade. O que acontece é que quando estamos perdendo o jogo (e aqui falo essencialmente sobre o jogo que não conseguimos ter controle emocional, o jogo do amor) o nosso armador acaba achando que o pivô do time (o cara grandão responsável por cuidar para que o adversário não marque cestas e ao mesmo tempo fazer as cestas mais certas pois está bem perto da cesta) está livre e acaba fazendo um passe fácil, que é interceptado. A cada passe frustrado, o armador perde seu senso de vontade de continuar no jogo, e o que faz ele continuar é que outros times existentes por aí passam pelos mesmos problemas que ele passa, e aí então ele encontra forças para continuar jogando, para continuar passando a bola, pois um dia ele conseguirá acertar passes, sempre existe uma possibilidade de recuperação, enquanto o time estiver respirando. No final não sei para que serve tudo isso que escrevi, mas acho que deve servir para alguma coisa, assim eu posso dizer o que sinto e quem sabe alguém consegue achar para si o sentido deste texto, pois sinceramente, hoje tanto faz o que eu sinto ou deixo de sentir, pois não posso exercer minhas melhores características. Não, eu não vou dizer quais são estas características. Quem deve ser afetado por este texto sabe delas ... e sabe o quanto sofro por isso, por não poder ser verdadeiro, por saber que não posso mais sentir o que quero, por não poder pensar sem me machucar, por não poder ser feliz, e feliz no sentido mais completo, de poder olhar no espelho e ver que tudo o que tenho (sentimentos) me faz bem. Basicamente, hoje eu sou a pessoa que mais odeio, pois olho para o espelho e minto descaradamente, por não poder ser como gostaria de ser, vivo com sentimentos recolhidos, sentimentos que um dia me farão bem ? Eu acho que não, pois senão eu não estaria assim ... ou será que é este o sentido da minha vida ? Sofrer, como os velhos poetas românticos, será que é este meu objetivo ? Sofrer para poder escrever e assim os outros podem rir da minha solidão, da minha infelicidade, podem ficar fazendo pouco caso dos meus sentimentos, podem me fazer sofrer mais do que já sofro ... para que assim depois possam ler minhas histórias e dizer "essa era eu", "eu fiz ele ficar desse jeito", "viu como eu sou" ... a verdade é que todas as pessoas que devem ser afetadas por este texto são pessoas especiais, pessoas que merecem o meu amor, respeito e sinceridade. E sinceramente, eu me odeio por isso, por não poder ser sincero, por não poder amar, e por não conseguir ter respeito por mim, e digo plenamente e não em um caso específico. Eu sou apenas um, e todas pessoas ao redor compartilham do mesmo estado interno em que vivo, que é este descrito anteriormente. O texto acima foi escrito em 26 de março de 2001, quando já conseguia pensar um pouco e refletir sobre o que acontecia na minha vida. E sabem aquela frase que diz que o mundo dá voltas, mas só os espertos sentam na janelinha ? Bem, felizmente descobri que sou um poeta que vive para o amor, para o bom amor, para o amor de verdade, para o amor recíproco, amor sem fronteiras e sem medo de alturas. Sendo assim eu mostro a poesia que marcou o início desta história que vivo ! EU CAMINHAVA Eu caminhava procurando alguém especial E você apareceu Aqueles olhos, teus olhos Me chamaram, me conquistaram E eu não sabia o que fazer com minha timidez Quanto mais olhava mais queria te conhecer E queria olhar para eles Queria ouvir tua voz, saber teu nome E fiz o que deveria fazer Um pedido para dançares comigo Para te ter perto de mim E poder olhar teu rosto de perto E dizer que és linda E dizer que teus olhos produzem suspiros dentro de mim E dizer também que eles fizeram meu coração disparar Assim como o teu beijo Suave beijo Que expressava uma felicidade tácita Felicidade que não paro de sentir E nem quero Espero que vocês estejam tendo uma boa noite, Daniel Wildt. P.S.: eu precisava dizer isso e precisava de alguém para ler, e escolhi vocês. Façam o que quiserem, mas façam, não sejam indiferentes, e não digo indiferentes comigo, leiam o que escrevi até isso gerar alguma coisa dentro de vocês, raiva, ódio, felicidade, saudade, esperança, amor, enfim, qualquer coisa. =========================================================================== ==================== DE NOVO, PÔ! (Eduardo Seganfredo) ==================== =========================================================================== EU FORMIGA Em uma certa fazenda no sul do Brasil existia um formigueiro. Neste formigueiro viviam e trabalhavam centenas de milhares de formigas. No entanto, somente para encurtar a história, vamos contar a vida de apenas duas. Anna era a formiga aventureira. Adorava trabalhar nas longas trilhas pelos gramados, subindo nas árvores, atravessando poças d'água e fugindo de pequenos predadores. Adorava as grandes gotas de orvalho frio pelas manhãs de inverno ou do cheiro da terra ainda molhada do sereno matutino. Quando tinha folga do serviço chegava a passar duas ou até três noites ao relento, sem voltar para o formigueiro. Procurava ser amigável e conversar com todas as espécies que encontrava, mas as adversidades do mundo selvagem a ensinaram a ser mais sisuda para defender-se de insetos mal intencionados. Com Clara era diferente. Clara era contemplativa. Adorava o interior do formigueiro. Passava dias e dias desvendando seus labirintos e conhecia cada caminho. Sempre que possível trabalhava dentro do formigueiro, construindo mais túneis, organizando a passagem dos alimentos trazidos pelas outras formigas, orientando a estocagem da produção para o inverno, selecionando madeira e folhas para serem utilizadas nas construções internas do formigueiro ou simplesmente se encarregando de tirar a sujeira acumulada. Não saía de dentro do grande condomínio a menos que fosse realmente necessário. Anna e Clara tinham se conhecido na infância e passado a vida separadas pelas preferências. Muitos anos haviam se passado quando Anna, sentindo o corpo enfraquecido pelo desgaste da idade e pressentindo que o ciclo natural da sua existência aproximava-se do fim, convenceu-se de que deveria recolher-se ao formigueiro a fim de sentir-se protegida no doloroso momento de partir. Chegando então ao interior do formigueiro, com as antenas arriadas pelo cansaço, deparou com a antiga amiga Clara que, também com a dificuldade inerente a idade avançada, a acolheu em um confortável leito e lá fez companhia a ela. Já acomodada na cama, Anna falou: - "Ah minha amiga ... O tempo passou e fui muito feliz lá fora. Vivi intensamente e vi as mais variadas coisas que este mundo abriga. Coisas fantásticas, inimagináveis. E hoje estou aqui, enclausurada para morrer neste quarto cercado de terra. Confesso que não consigo entender, cara amiga, como podes ter desperdiçado a sua vida inteira dentro deste lugar. " - "Como assim??" - respondeu Clara em tom de espanto. E continuou: - "Eu é que não consigo entender como conseguiste viver sem nunca teres vindo vislumbrar o resultado da tua obra! Trabalhaste por tanto tempo e acaso sabes o que foi feito do que produziste? Sabes quantas e quais bocas as folhas que arrastavas nas costas até a entrada do formigueiro alimentavam? Sabes o que foi construído com os pequenos galhos secos que trazias para cá? Por acaso tens idéia do que se modificou aqui dentro deste formigueiro por causa do teu trabalho e tuas experiências lá fora? Tudo o que fiz aqui dentro foi apenas orientar e vislumbrar a obra maravilhosa que tua vida produziu. Foi tratar de entender o que acontecia aqui dentro cada vez que trabalhavas lá fora. Foi cuidar para que o interior se mantivesse forte, sólido, vivo, para que o dia que tivesses que partir ele pudesse servir de aliado e te proteger dos anseios, dos temores que o desconhecido reserva. Preservei o interior para que a vida continuasse em cada nova formiguinha que nasce, em cada novo grão de areia ou pedacinho de pau que se acrescenta a nossa obra". E Anna partiu ... rumo ao desconhecido, levando consigo as palavras de Clara e a certeza de que tinha sido útil, embora jamais tivesse pensado sobre isso. E pensando que talvez tivesse aproveitado mais e melhor a vida se tivesse tido consciência da sua obra, da sua parte no todo. E assim também são os Homens. Se preocupam com o interior apenas quando é o único lugar que lhes resta. Apenas quando a matéria já dá sinais de falência. E se surpreende quando depara consigo mesmo dentro de si. Porque nunca se preocupou em conhecer a si mesmo e identificar as metamorfoses que sofre em seu interior ante aos fatos da vida. Até enfim perceber que é ali, no interior de si, que está a fórmula simples para entender sua missão, chamada consciência. E aqueles que conseguem perceber isso tratam de fortalecer seu interior, orientando, construindo, selecionando ou limpando, como a formiguinha. Orientando aos amigos, construindo bons hábitos, selecionando bem-fazer de mal-fazer ou simplesmente limpando-se de pensamentos ruins. Não importa qual o seu tipo de formiga, cuide sempre para que seu interior seja sólido. =========================================================================== ======== LINHAS DE PENSAMENTO CAÓTICO & PARALELO (Vincent Kellers) ======== =========================================================================== THERE'S ONLY ONE BAD RELIGION Oi! O tema para a coluna de hoje já estava definido há umas duas semanas, mas como sempre, uma série de coincidências (coincidências existem, Ariadne? ;) acabaram alterando meus planos originais. Então, sairemos de uma egotrip altamente psicodélica para um tema "um pouco" diferente... punk rock! Mais especificamente, a banda de punk rock melódico Bad Religion. O Daniel havia comentado rapidamente no Editorial da primeira edição do Tresler o show que o Bad Religion fez em Porto Alegre. Naturalmente eu estava presente neste show. Pra ser mais preciso, estava exatamente na frente do palco, sendo compactado pela massa enlouquecida, que delirava ao som "da maior banda de punk rock da atualidade". Pena que encontrei o Daniel apenas no final do show... De qualquer forma, foi um showzaço! O Opinião inteiro cantando o refrão de "The New America" foi algo! E por que razão esta é a maior banda de punk rock da atualidade? Isto deve-se a sonoridade da música, e às letras da músicas. A sonoridade é um pouco diferente das outras bandas de punk rock... o instrumental é um pouquinho mais trabalhado (as músicas têm solo!!!), os refrões são extremamente cativantes e existem os onipresentes backing vocals Letras que te fazem pensar na vida. Quando você está ouvindo os cd's em casa... você não pensa na vida num show de punk rock. Alguns alegam que num show de punk rock não se pensa em porcaria nenhuma, mas isso é história para outra hora. Letras que te fazem pensar na atual situação do mundo, nas centenas de marginais gerados pela sociedade. E, embora esse não seja o tema preferido da banda atualmente, eles costumavam abordar a questão religiosa em suas músicas. E sinceramente, não me aventurarei a sequer tangenciar tal questão, pois sei que algumas pessoas que lêem o Tresler podem ficar ofendidas. Não que alguém leia esta coluna, mas enfim... neste caso, melhor não arriscar. Quando chego em casa após um longo dia de trabalho ou de estudos, cansado, com fome, eventualmente irritado, e junto-me a meus pais na insanidade de assistir o Jornal Nacional, meu cérebro fica martelando pedaçinhos de músicas com "The handshake" quando vejo mais um encontro dos líderes dos 7 países mais desenvolvidos do planeta, com o intuito de "planejar uma estratégia de ajuda e suporte" para suas colônias, aliás, os países em desenvolvimento. Ou quando vejo aquela corja de Brasília "lutando pelos interesses do povo". Sei, sei.... whatever. "Every time you shake someones hand and it feels like your best friend Could it be that it's only superficiality Without regard to well-being, without an inkling of compromise Handshakes are nothing but a subtle 'Fuck you' Contracts determine the best friendships" Greg Graffin - The handshake - Stranger than fiction Album When I'm feeling blues (ah, linger on your blue eyes... dream on loser), Slumber is a good call. Desnecessário dizer que esta música resume o sentimento de eventuais crises existenciais adolescente/pós-adolescente/pré-adulto/whatever. "So you're feeling unimportant 'Cause you've got nothing to say And your life is just a rumble No one understands you anyway" Greg Graffin - Slumber - Stranger than fiction Album Quando estou de saco cheio do trabalho e quero mandar tudo longe, canto "A walk". "I'm going for a walk, and there's nothing you can do 'Cause I don't have to live like you So I'm going for a walk" Greg Graffin - A walk - The gray race Album Os caras do Bad Religion me surpreenderam no bom sentido com uma música em particular, chamada "Ten in 2010". A idéia da letra é comentar a situação do planeta Terra no ano de 2010, quando de acordo com previsões da ONU ou sei lá de quem, contaremos com 10 bilhões de pessoinhas vivendo (ou tentando viver) neste planeta. Ah... o primeiro verso desta estrofe abaixo foi suprimida pois como eu disse, não tangenciarei a questão religiosa nesta coluna... "... 10 in 2010 Ten billion people all suffering 10 in 2010 Truth is not an issue just hungry mouths to feed 10 in 2010 Forget what you want, scrounge the things you need" Greg Graffin - Ten in 2010 - The gray race Album Quando decidi comprar um cd do BR, dei um tiro no escuro... tinha ouvido apenas uma música dos caras, em uma oportunidade anterior. Poderia ser mais uma perda de dinheiro, mas felizmente, acertei em cheio. Creio que o que me levou a comprar o cd foi a sonoridade da banda, mas tal qual ocorre na vida, quando você se sente atraído por uma pessoa que julga bela e vem a descobrir que além de bela esta pessoa é tudo aquilo que você sempre quis em termos de personalidade (com sorte, até um pouco mais), tive a sorte de deparar-me com letras muito inteligentes. Naturalmente, existe uma letra que se destaca entre todas as outras, que é a de "Don't sell me short", do álbum mais recente, The New America. Esta letra traduz todos meus sentimentos: aparências enganam! E no bom sentido! Basta que você se permita passar da superfície da personalidade daqueles que lhe rodeiam. Conheça as pessoas. Você jamais conseguirá conhecer as pessoas completamente ("Never enough. Never at all."), mas isso não pode impedi-lo de tentar. Pelo menos é o que fico repetindo a mim mesmo, incessantemente. "Don't sell me short! You've been wrong too long Don't brush me off just because I don't belong Pass me on by, ignore my cry, forget me when I die Just don't sell me short, not while I'm still alive Everybody's talking about heaven on earth, I'm still trying to figure out just what I'm worth I'M FULL OF EMOTION AND STUFF YOU CAN'T CONTAIN And you just want to flush me down the drain BUT YOU CAN'T MAKE ME GO AWAY" Greg Graffin - Don't sell me short - The New America Album Sim, eu sei que dois versos acabaram ficando destacados. E ambos estão relacionados com meu estado psicológico atual. 1. "I'M FULL OF EMOTION AND STUFF YOU CAN'T CONTAIN" Esta é a idéia do Tresler. Ficamos tão loucos com tudo aquilo que já lemos, ouvimos, conversamos, que chegou a hora de ampliar o círculo de loucura, quer dizer, discussão. Por sinal, eu sempre leio Tresler com uma pronúncia inglesa... "Thrésler". Too much comics. 2. "BUT YOU CAN'T MAKE ME GO AWAY" Ditto. Notas finais... - Visitem a página do Tresler! http://www.oocities.org/treslerbr - Visitem minha nova página! Muito mais bonita, elegante, clara, simples e agora com Mega Hyper Bass Boost! http://www.oocities.org/kellers.geo - Mandem e-mail para os colunistas! Como disse o Daniel, falem qualquer coisa, MAS FALEM!!! Meu e-mail: vkellers@terra.com.br - Tomem banho de chuva! - Viva o Didi Gloor, da Tequila Baby! De uma forma ou de outra ele fez com que o tema da coluna de hoje fosse mudado! Ao invés de ficar com uma dark egotrip, vocês conheceram um pouquinho mais sobre o Bad Religion. E olha que é domingo e tá chovendo...ambiente perfeito para a reprodução de dark egotrips em minha mente... - Se você gostaria de publicar algum material no Tresler, não se acanhe! Entre em contato com a equipe Tresler e você terá seu material divulgado, seja ele conto, poesia, crônica, whatever! Desfaz-se neste momento a rede neural de psicodelia. Nos próximos capítulos... egotrips, música, cinema, banhos de chuva, provas de semântica formal, Liberty Meadows, blue eyes & stuff. =========================================================================== =================== FALANDO SÉRIO (Eduardo Seganfredo) ==================== =========================================================================== SOBRE O ESCÂNDALO REGINA BORGES/JOSÉ ROBERTO ARRUDA/ACM Eu não acredito que mais este escândalo vai ser abafado ou esquecido pela opinião pública brasileira. Estamos no limiar da paciência e sedentos pela punição devida a cada envolvido nos escândalos que acercam este país, até agora tratados com excessiva paternalidade. Chegou a hora de instaurarmos um sistema de tolerância zero para extinguirmos a impunidade dos ricos e poderosos, evidentemente endêmica em nosso país, para geral vergonha dos milhões de brasileiros que labutam de sol a sol alimentando a vã esperança de uma vida melhor. Paciência tem limite. Devemos pressionar para que estes pretensos "cavalheiros" sejam banidos da política brasileira. Mais ainda, temos obrigação de exigir que a vida destes senhores seja minuciosamente investigada em busca de todas as demais práticas anti-éticas e até mesmo possíveis práticas criminosas nas quais estejam envolvidos. A nação brasileira tem o dever de exigir que TODOS, a começar pela funcionária que providenciou a lista, sejam rigorosamente penalizados pelos seus atos. E que a justiça apele para o rigor da lei para amenizar a sede brasileira de moralidade, antes que esta se transforme em sede de sangue. =========================================================================== ============================= CRÉDITOS FINAIS ============================= =========================================================================== Este fanzine maluco que você recebe por email todo domingão se chama Tresler. Um grupo de amigos escreve histórias para o seu deleite. Se você quiser entrar em contato conosco, visitar o nosso Site (você pode ler os números anteriores do nosso fanzine eletrônico), se cadastrar ou descadastrar, enfim, utilize os emails/urls no final da mensagem. Tresler Team: Ariadne Amantino (ariadnedbka@yahoo.com) Daniel Wildt (dwildt@oocities.com) Eduardo Seganfredo (edu.zu@ig.com.br) Vincent Kellers (vkellers@terra.com.br) Visite o Site do nosso e-zine: http://www.oocities.org/treslerbr Para entrar em contato com o e-zine, mande um email para: treslerbr@yahoo.com.br Para receber o nosso e-zine mande um email para: tresler-subscribe@yahoogroups.com Para não receber mais o e-zine, mande um email para: tresler-unsubscribe@yahoogroups.com