TRESLER
Que dia é hoje ? Domingo, 29 de abril de 2001.

Olá ! Está é a edição número 2 do nosso fanzine eletrônico. Espero que você
goste (ou não). Olha o que temos no menu de hoje:

1. Editorial (Daniel Wildt)
2. Sobre o Tempo (Ariadne Amantino)
3. Qualquer coisa (Daniel Wildt)
4. Eu formiga (Eduardo Seganfredo)
5  There's only one Bad Religion (Vincent Kellers)
6. Sobre   o  escândalo  Regina  Borges/José  Roberto  Arruda/ACM  (Eduardo
   Seganfredo)

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======================== EDITORIAL (Daniel Wildt) =========================
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Sempre  reclamam  que  eu  falo  sozinho. Bom, agora não falo mais. Desde a
última  segunda-feira  meu  melhor  amigo é uma barata. Depois de uma busca
frenética  pelo bicho, ele está em algum canto do meu quarto. É deprimente.
Já  falei  pro  pessoal  aqui  em  casa  não deixar escancarada a janela do
banheiro,  mas ninguém me ouve. Agora eles não tem que estar com a sensação
de que tem algo com antenas andando sobre você durante a noite. Urgh ...

Enfim, isso não é o pior, pois pelo menos tinha alguém para me ouvir gritar
quando  abri  a  conta  de telefonemas DDI que fiz nestas férias, que foi a
última  brincadeira  de  mal gosto recebida. A D O R E I !! O detalhe é que
analisando  a situação friamente, poderia ter economizado uma boa grana ...
sem  dúvidas  !!  Nem que eu gastasse toda ela em um psicólogo, mas sei lá,
adoradores de umbigo estão cheios por aí ... não tem como fugir deles. Sim,
se morder minha língua agora morro envenenado !!

E  pensando  neste jogo da vida, me lembro do jogo da vida (sessão túnel do
tempo),  quem  não lembra ? Não ? Então vai brincar com sua irmã/irmão mais
novo,  ou  com  aquela  pessoa  especial  (sim,  é  um convite! :-)) ... do
something  !  Bom,  o  ponto  é  que  seria  interessante ter aquele cartão
"dividindo  a  despesa",  ou  simplesmente mais interessante seria lambuzar
minha  cara  com tacolac (lembram desse esquema ?) e enviar esta conta para
outro endereço ... OH BEHAVE !

Fim  de  papo,  não falo mais nisso, é passado e o presente me leva ao fato
que  o  mundo  está  louco.  Isso fica claro nas histórias de hoje. Ou não.
Fazendo  uma  sessão  esta é sua vida (ou não), minha história de hoje fala
sobre  um momento passado, naqueles que você espera que alguém chegue perto
de você e diga "Smile ! You're on candy camera !" ... mas isso não acontece
e  você  se  dá  conta  que  a  vida é a vida e ela tem momentos como estes
contados  por  mim, assim como tem momentos de extrema alegria, como os que
vivo  no momento atual e que vou contar em outras oportunidades. Então viva
a vida ! E não espere que o próximo capítulo chegue em suas mãos, faça você
mesmo sua história ! Tenha atitude !

No mais, a galera fala sobre o tempo, sobre política (esse Brasil hein !?),
sobre  coisas  para  deixar você pensando sobre sei lá o que, mas a idéia é
essa  mesmo ! Não pode é lagartear, sem rumo algum, senão o Sol te queima e
já era !

E  o  pensamento para o dia, semana, mês, ano, enfim, milênio, vida, é: "no
jardim,  olhe  para  as  flores,  não  para as folhas caídas" ... quando eu
estava buscando motivação, para encarar de frente alguns problemas da vida,
um amigo me falou isso. Amigo, mestre Zu, valeu mesmo !

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====================== CARPE DIEM (Ariadne Amantino) ======================
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SOBRE O TEMPO

O  tempo  é  uma coisa que me intriga, me incomoda. Somos escravos dele e a
ele  estamos  presos por toda a nossa vida. Nunca dá tempo para tudo que se
tem  que  fazer  quando se tem muito o que fazer. Sempre sobra tempo quando
não se acha o que fazer.

O  tempo não é linear, não pode ser! Por que 5 minutos parecem horas quando
aquele  alguém  não  chega  ou  quando  são  os últimos 5 minutos de um dia
cansativo  de trabalho? E por que 5 dias passam voando quando aquele alguém
está do lado ou quando aquele tão sonhado feriadão chegou?

E,  assim  como  o  tempo,  a  vida  também  não é linear. Às vezes tenho a
impressão  de que as "coisas a fazer" se atraem. Como assim? Quanto mais eu
tenho  para fazer, mais aparece. E se eu não tivesse nada, com certeza nada
mais  apareceria.  Uma  coisa puxa a outra, uma vida puxa a outra. E quanto
mais vidas participam de uma existência, mais agitada ela fica.

Mas  e o tempo...? Maldito tempo! Meu dia tinha que ter 48 horas, desde que
eu  continuasse  gastando só 8 para trabalhar e 8 para dormir. Minha semana
teria,  então  14  dias,  com  muito  mais  tempo para ver os amigos, jogar
conversa  fora,  escutar  música,  filosofar, escrever e... pensar na vida.
Acredito que a gente pára para pensar na vida quando se tem tempo sobrando!
Quando  não  se  tem,  vai  se levando como está. Mal dá tempo de arrumar o
quarto,  que  dirá pensar na vida. Será que está bom assim? Deve estar, não
está me sobrando tempo para pensar sobre isso...

O  tempo,  eu aposto, é manipulado por alguém. Alguém que está lá em cima e
acelera ou desacelera esse maldito relógio imaginário quando bem entende. E
nós...?  Nós  ficamos aqui, tentando usá-lo da melhor maneira possível para
conseguir fazer aquilo que gostamos e ainda tentar conciliar com o trabalho
e outras obrigações... Tentando fazer de nossas existências algo diferente,
algo prazeroso para cada um de nós... Mas até para isso é preciso de tempo.

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===================== BORN TO BE WILDT (Daniel Wildt) =====================
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QUALQUER COISA

Detalhes importantes de uma vida sem importância ... como ouvi em um filme,
o  ponto  alto  do meu dia foi você ... e você, e você aí escondido, também
foi  ponto  alto  do  meu  dia.  Todos os dias temos momentos (representado
sempre  por  pessoas)  que  nos fazem feliz, que nos deixam triste, que nos
mostram  medo, raiva, felicidade, frustração, insegurança, momentos que são
especiais,  e  ainda  assim não enxergamos certas coisas, são oportunidades
jogadas  no  lixo  sem  perdão,  sem  avaliação,  sem  ao menos um pouco de
reflexão.  As  certezas  existem  devido  ao  medo  que  temos  de estarmos
inseguros  e  errados.  Estas  certezas incertas hoje rondam minha cabeça e
poluem  meu  coração de expectativas, com relação ao trabalho, ao amor, com
relação às minhas amizades, aos meus medos, derrotas e conquistas.

Vivemos  para  fazer  um mundo melhor, vivemos para sermos melhores, mas eu
acho  estranho  esta  ambição de querer mudar o mundo e muitas vezes sermos
impotentes  para  mudar  o mundo à nossa volta, me revolto com este tipo de
reflexão,  nem sei por que penso nisso, as palavras são jogadas sem piedade
aqui, sem nenhum pensamento prévio, sem nenhum discernimento do que é certo
e do que é errado.

E  pensando  assim,  vejo  que  nós  somos assim, no final das contas somos
egoístas  e  insensíveis,  conosco ou com os outros. E no meu caso vejo que
sou  egoísta  e  insensível  comigo mesmo, me faço sofrer à toa, me faço de
palhaço  pelo  menos  1000  minutos  por  dia  (nos  outros  minutos  estou
dormindo),  sou  um verdadeiro exemplo vivo de que sim, você pode ser feliz
durante  um momento, mas antes e depois, bem, é uma incógnita, o que senti,
o que deixei de sentir, acho que nunca saberei ao certo.

Me  vejo  como  um jogo de basquete, tenho um armador (cara que faz o jogo)
que  procura o melhor ângulo, para prover passes, assistências que resultem
em cestas de qualidade, que façam o time ganhar o jogo, que façam o time se
divertir  em  quadra, jogar o jogo com vontade. O que acontece é que quando
estamos  perdendo  o  jogo (e aqui falo essencialmente sobre o jogo que não
conseguimos  ter  controle emocional, o jogo do amor) o nosso armador acaba
achando  que o pivô do time (o cara grandão responsável por cuidar para que
o adversário não marque cestas e ao mesmo tempo fazer as cestas mais certas
pois  está  bem  perto da cesta) está livre e acaba fazendo um passe fácil,
que  é  interceptado.  A cada passe frustrado, o armador perde seu senso de
vontade  de continuar no jogo, e o que faz ele continuar é que outros times
existentes  por  aí passam pelos mesmos problemas que ele passa, e aí então
ele encontra forças para continuar jogando, para continuar passando a bola,
pois  um dia ele conseguirá acertar passes, sempre existe uma possibilidade
de recuperação, enquanto o time estiver respirando.

No  final  não  sei para que serve tudo isso que escrevi, mas acho que deve
servir  para  alguma  coisa,  assim  eu posso dizer o que sinto e quem sabe
alguém  consegue  achar  para  si o sentido deste texto, pois sinceramente,
hoje  tanto  faz  o que eu sinto ou deixo de sentir, pois não posso exercer
minhas  melhores  características.  Não,  eu  não vou dizer quais são estas
características. Quem deve ser afetado por este texto sabe delas ... e sabe
o  quanto  sofro  por isso, por não poder ser verdadeiro, por saber que não
posso  mais  sentir  o que quero, por não poder pensar sem me machucar, por
não  poder  ser  feliz, e feliz no sentido mais completo, de poder olhar no
espelho e ver que tudo o que tenho (sentimentos) me faz bem.

Basicamente,  hoje eu sou a pessoa que mais odeio, pois olho para o espelho
e  minto  descaradamente,  por não poder ser como gostaria de ser, vivo com
sentimentos  recolhidos,  sentimentos que um dia me farão bem ? Eu acho que
não,  pois  senão  eu não estaria assim ... ou será que é este o sentido da
minha  vida ? Sofrer, como os velhos poetas românticos, será que é este meu
objetivo  ? Sofrer para poder escrever e assim os outros podem rir da minha
solidão,  da  minha  infelicidade,  podem ficar fazendo pouco caso dos meus
sentimentos,  podem me fazer sofrer mais do que já sofro ... para que assim
depois possam ler minhas histórias e dizer "essa era eu", "eu fiz ele ficar
desse  jeito",  "viu  como eu sou" ... a verdade é que todas as pessoas que
devem  ser  afetadas  por  este  texto  são  pessoas especiais, pessoas que
merecem o meu amor, respeito e sinceridade. E sinceramente, eu me odeio por
isso,  por  não  poder ser sincero, por não poder amar, e por não conseguir
ter respeito por mim, e digo plenamente e não em um caso específico. Eu sou
apenas um, e todas pessoas ao redor compartilham do mesmo estado interno em
que vivo, que é este descrito anteriormente.

O  texto  acima  foi  escrito  em  26 de março de 2001, quando já conseguia
pensar  um  pouco  e  refletir sobre o que acontecia na minha vida. E sabem
aquela  frase  que  diz que o mundo dá voltas, mas só os espertos sentam na
janelinha ? Bem, felizmente descobri que sou um poeta que vive para o amor,
para  o  bom  amor, para o amor de verdade, para o amor recíproco, amor sem
fronteiras e sem medo de alturas. Sendo assim eu mostro a poesia que marcou
o início desta história que vivo !

EU CAMINHAVA

Eu caminhava procurando alguém especial
E você apareceu
Aqueles olhos, teus olhos
Me chamaram, me conquistaram

E eu não sabia o que fazer com minha timidez
Quanto mais olhava mais queria te conhecer
E queria olhar para eles
Queria ouvir tua voz, saber teu nome

E fiz o que deveria fazer
Um pedido para dançares comigo
Para te ter perto de mim
E poder olhar teu rosto de perto

E dizer que és linda
E dizer que teus olhos produzem suspiros dentro de mim
E dizer também que eles fizeram meu coração disparar
Assim como o teu beijo
Suave beijo
Que expressava uma felicidade tácita
Felicidade que não paro de sentir
E nem quero


Espero que vocês estejam tendo uma boa noite,
Daniel Wildt.

P.S.:  eu  precisava  dizer  isso e precisava de alguém para ler, e escolhi
vocês.  Façam o que quiserem, mas façam, não sejam indiferentes, e não digo
indiferentes comigo, leiam o que escrevi até isso gerar alguma coisa dentro
de  vocês,  raiva,  ódio,  felicidade,  saudade,  esperança,  amor,  enfim,
qualquer coisa.

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==================== DE NOVO, PÔ! (Eduardo Seganfredo) ====================
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EU FORMIGA

Em  uma  certa  fazenda  no  sul  do  Brasil  existia um formigueiro. Neste
formigueiro  viviam  e  trabalhavam  centenas  de  milhares de formigas. No
entanto,  somente  para  encurtar a história, vamos contar a vida de apenas
duas.

Anna  era a formiga aventureira. Adorava trabalhar nas longas trilhas pelos
gramados,  subindo  nas  árvores,  atravessando  poças  d'água e fugindo de
pequenos  predadores. Adorava as grandes gotas de orvalho frio pelas manhãs
de  inverno  ou do cheiro da terra ainda molhada do sereno matutino. Quando
tinha folga do serviço chegava a passar duas ou até três noites ao relento,
sem voltar para o formigueiro. Procurava ser amigável e conversar com todas
as  espécies  que  encontrava,  mas  as  adversidades  do  mundo selvagem a
ensinaram a ser mais sisuda para defender-se de insetos mal intencionados.

Com  Clara  era  diferente.  Clara era contemplativa. Adorava o interior do
formigueiro.  Passava  dias  e  dias desvendando seus labirintos e conhecia
cada  caminho.  Sempre  que  possível  trabalhava  dentro  do  formigueiro,
construindo  mais  túneis,  organizando  a  passagem dos alimentos trazidos
pelas  outras  formigas, orientando a estocagem da produção para o inverno,
selecionando  madeira  e  folhas  para  serem  utilizadas  nas  construções
internas  do formigueiro ou simplesmente se encarregando de tirar a sujeira
acumulada.  Não  saía  de  dentro  do  grande  condomínio a menos que fosse
realmente necessário.

Anna  e  Clara  tinham  se conhecido na infância e passado a vida separadas
pelas  preferências.  Muitos anos haviam se passado quando Anna, sentindo o
corpo  enfraquecido  pelo  desgaste  da  idade  e  pressentindo que o ciclo
natural da sua existência aproximava-se do fim, convenceu-se de que deveria
recolher-se ao formigueiro a fim de sentir-se protegida no doloroso momento
de  partir.  Chegando  então  ao  interior  do  formigueiro, com as antenas
arriadas  pelo  cansaço, deparou com a antiga amiga Clara que, também com a
dificuldade  inerente a idade avançada, a acolheu em um confortável leito e
lá fez companhia a ela. Já acomodada na cama, Anna falou:

-  "Ah  minha  amiga  ...  O  tempo  passou e fui muito feliz lá fora. Vivi
intensamente  e  vi  as  mais variadas coisas que este mundo abriga. Coisas
fantásticas,  inimagináveis.  E  hoje  estou aqui, enclausurada para morrer
neste  quarto  cercado  de  terra.  Confesso que não consigo entender, cara
amiga, como podes ter desperdiçado a sua vida inteira dentro deste lugar. "

-  "Como assim??" - respondeu Clara em tom de espanto. E continuou: - "Eu é
que  não  consigo  entender  como  conseguiste  viver sem nunca teres vindo
vislumbrar  o  resultado  da  tua obra! Trabalhaste por tanto tempo e acaso
sabes  o  que  foi  feito do que produziste? Sabes quantas e quais bocas as
folhas  que arrastavas nas costas até a entrada do formigueiro alimentavam?
Sabes  o  que  foi construído com os pequenos galhos secos que trazias para
cá?  Por acaso tens idéia do que se modificou aqui dentro deste formigueiro
por  causa do teu trabalho e tuas experiências lá fora? Tudo o que fiz aqui
dentro  foi  apenas  orientar  e vislumbrar a obra maravilhosa que tua vida
produziu.  Foi  tratar de entender o que acontecia aqui dentro cada vez que
trabalhavas  lá  fora.  Foi cuidar para que o interior se mantivesse forte,
sólido,  vivo, para que o dia que tivesses que partir ele pudesse servir de
aliado  e  te proteger dos anseios, dos temores que o desconhecido reserva.
Preservei  o  interior para que a vida continuasse em cada nova formiguinha
que nasce, em cada novo grão de areia ou pedacinho de pau que se acrescenta
a nossa obra".

E  Anna  partiu  ...  rumo  ao desconhecido, levando consigo as palavras de
Clara  e  a  certeza  de que tinha sido útil, embora jamais tivesse pensado
sobre  isso. E pensando que talvez tivesse aproveitado mais e melhor a vida
se tivesse tido consciência da sua obra, da sua parte no todo.

E assim também são os Homens. Se preocupam com o interior apenas quando é o
único  lugar  que  lhes  resta.  Apenas  quando  a  matéria já dá sinais de
falência.  E se surpreende quando depara consigo mesmo dentro de si. Porque
nunca se preocupou em conhecer a si mesmo e identificar as metamorfoses que
sofre em seu interior ante aos fatos da vida. Até enfim perceber que é ali,
no  interior  de  si,  que está a fórmula simples para entender sua missão,
chamada  consciência.  E  aqueles  que  conseguem  perceber  isso tratam de
fortalecer seu interior, orientando, construindo, selecionando ou limpando,
como  a  formiguinha.  Orientando  aos  amigos,  construindo  bons hábitos,
selecionando    bem-fazer  de  mal-fazer  ou  simplesmente  limpando-se  de
pensamentos ruins.

Não  importa qual o seu tipo de formiga, cuide sempre para que seu interior
seja sólido.

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======== LINHAS DE PENSAMENTO CAÓTICO & PARALELO (Vincent Kellers) ========
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THERE'S ONLY ONE BAD RELIGION

Oi!

O  tema  para a coluna de hoje já estava definido há umas duas semanas, mas
como sempre, uma série de coincidências (coincidências existem, Ariadne? ;)
acabaram  alterando  meus  planos originais. Então, sairemos de uma egotrip
altamente  psicodélica para um tema "um pouco" diferente... punk rock! Mais
especificamente, a banda de punk rock melódico Bad Religion.

O  Daniel  havia  comentado  rapidamente no Editorial da primeira edição do
Tresler  o  show  que  o  Bad Religion fez em Porto Alegre. Naturalmente eu
estava  presente  neste  show.  Pra  ser mais preciso, estava exatamente na
frente  do palco, sendo compactado pela massa enlouquecida, que delirava ao
som  "da  maior  banda  de  punk  rock da atualidade". Pena que encontrei o
Daniel  apenas  no  final  do show... De qualquer forma, foi um showzaço! O
Opinião inteiro cantando o refrão de "The New America" foi algo!

E  por  que  razão  esta  é  a maior banda de punk rock da atualidade? Isto
deve-se a sonoridade da música, e às letras da músicas.

A  sonoridade  é  um  pouco  diferente  das outras bandas de punk rock... o
instrumental  é  um  pouquinho mais trabalhado (as músicas têm solo!!!), os
refrões  são  extremamente  cativantes  e  existem  os onipresentes backing
vocals

Letras  que  te  fazem  pensar na vida. Quando você está ouvindo os cd's em
casa... você não pensa na vida num show de punk rock. Alguns alegam que num
show  de  punk  rock  não se pensa em porcaria nenhuma, mas isso é história
para outra hora.

Letras  que  te  fazem  pensar  na atual situação do mundo, nas centenas de
marginais gerados pela sociedade.

E,  embora  esse  não  seja  o  tema  preferido  da  banda atualmente, eles
costumavam abordar a questão religiosa em suas músicas. E sinceramente, não
me  aventurarei  a  sequer  tangenciar  tal  questão,  pois sei que algumas
pessoas  que lêem o Tresler podem ficar ofendidas. Não que alguém leia esta
coluna, mas enfim... neste caso, melhor não arriscar.

Quando  chego em casa após um longo dia de trabalho ou de estudos, cansado,
com  fome,  eventualmente irritado, e junto-me a meus pais na insanidade de
assistir  o  Jornal  Nacional,  meu  cérebro  fica martelando pedaçinhos de
músicas  com "The handshake" quando vejo mais um encontro dos líderes dos 7
países  mais  desenvolvidos  do  planeta,  com  o  intuito de "planejar uma
estratégia  de  ajuda  e  suporte"  para suas colônias, aliás, os países em
desenvolvimento.  Ou  quando  vejo  aquela corja de Brasília "lutando pelos
interesses do povo". Sei, sei.... whatever.

"Every time you shake someones hand and it feels like your best friend
 Could it be that it's only superficiality
 Without regard to well-being, without an inkling of compromise
 Handshakes are nothing but a subtle 'Fuck you'
 Contracts determine the best friendships"
         Greg Graffin - The handshake - Stranger than fiction Album

When  I'm  feeling  blues (ah, linger on your blue eyes... dream on loser),
Slumber is a good call.
Desnecessário dizer que esta música resume o sentimento de eventuais crises
existenciais adolescente/pós-adolescente/pré-adulto/whatever.

"So you're feeling unimportant
 'Cause you've got nothing to say
 And your life is just a rumble
 No one understands you anyway"
         Greg Graffin - Slumber - Stranger than fiction Album

Quando  estou de saco cheio do trabalho e quero mandar tudo longe, canto "A
walk".

"I'm going for a walk, and there's nothing you can do
 'Cause I don't have to live like you
 So I'm going for a walk"
         Greg Graffin - A walk - The gray race Album

Os  caras do Bad Religion me surpreenderam no bom sentido com uma música em
particular,  chamada  "Ten in 2010". A idéia da letra é comentar a situação
do  planeta  Terra no ano de 2010, quando de acordo com previsões da ONU ou
sei  lá  de  quem,  contaremos  com  10  bilhões  de pessoinhas vivendo (ou
tentando viver) neste planeta.
Ah...  o  primeiro  verso  desta  estrofe abaixo foi suprimida pois como eu
disse, não tangenciarei a questão religiosa nesta coluna...

"...
 10 in 2010
 Ten billion people all suffering
 10 in 2010
 Truth is not an issue just hungry mouths to feed
 10 in 2010
 Forget what you want, scrounge the things you need"
         Greg Graffin - Ten in 2010 - The gray race Album

Quando  decidi  comprar  um cd do BR, dei um tiro no escuro... tinha ouvido
apenas uma música dos caras, em uma oportunidade anterior. Poderia ser mais
uma perda de dinheiro, mas felizmente, acertei em cheio. Creio que o que me
levou  a  comprar  o  cd  foi a sonoridade da banda, mas tal qual ocorre na
vida,  quando  você  se sente atraído por uma pessoa que julga bela e vem a
descobrir  que  além de bela esta pessoa é tudo aquilo que você sempre quis
em  termos de personalidade (com sorte, até um pouco mais), tive a sorte de
deparar-me com letras muito inteligentes.

Naturalmente,  existe uma letra que se destaca entre todas as outras, que é
a  de  "Don't  sell me short", do álbum mais recente, The New America. Esta
letra  traduz todos meus sentimentos: aparências enganam! E no bom sentido!
Basta  que  você  se permita passar da superfície da personalidade daqueles
que  lhe  rodeiam.  Conheça  as pessoas. Você jamais conseguirá conhecer as
pessoas  completamente  ("Never  enough. Never at all."), mas isso não pode
impedi-lo  de  tentar.  Pelo  menos  é  o  que  fico repetindo a mim mesmo,
incessantemente.

"Don't sell me short! You've been wrong too long
 Don't brush me off just because I don't belong
 Pass me on by, ignore my cry, forget me when I die
 Just don't sell me short, not while I'm still alive

 Everybody's talking about heaven on earth,
 I'm still trying to figure out just what I'm worth
 I'M FULL OF EMOTION AND STUFF YOU CAN'T CONTAIN
 And you just want to flush me down the drain
 BUT YOU CAN'T MAKE ME GO AWAY"
         Greg Graffin - Don't sell me short - The New America Album

Sim,  eu  sei  que  dois  versos acabaram ficando destacados. E ambos estão
relacionados com meu estado psicológico atual.

1. "I'M FULL OF EMOTION AND STUFF YOU CAN'T CONTAIN"
Esta é a idéia do Tresler. Ficamos tão loucos com tudo aquilo que já lemos,
ouvimos,  conversamos,  que  chegou a hora de ampliar o círculo de loucura,
quer  dizer, discussão. Por sinal, eu sempre leio Tresler com uma pronúncia
inglesa... "Thrésler". Too much comics.

2. "BUT YOU CAN'T MAKE ME GO AWAY"
Ditto.

Notas finais...

- Visitem a página do Tresler! http://www.oocities.org/treslerbr
- Visitem minha nova página! Muito mais bonita, elegante, clara, simples  e
  agora com Mega Hyper Bass Boost! http://www.oocities.org/kellers.geo
- Mandem  e-mail  para  os colunistas! Como disse o Daniel, falem  qualquer
  coisa, MAS FALEM!!! Meu e-mail: vkellers@terra.com.br
- Tomem banho de chuva!
- Viva o Didi Gloor, da Tequila Baby! De uma forma ou de outra ele fez  com
  que o tema da coluna de hoje fosse mudado! Ao invés de ficar com uma dark
  egotrip, vocês conheceram  um pouquinho mais sobre o Bad Religion. E olha
  que é domingo e tá chovendo...ambiente perfeito para a reprodução de dark
  egotrips em minha mente...
- Se  você  gostaria de publicar algum material no Tresler, não se  acanhe!
  Entre em contato com a equipe Tresler e você terá seu material divulgado,
  seja ele conto, poesia, crônica, whatever!

Desfaz-se   neste  momento  a  rede  neural  de  psicodelia.  Nos  próximos
capítulos... egotrips, música, cinema, banhos de chuva, provas de semântica
formal, Liberty Meadows, blue eyes & stuff.

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=================== FALANDO SÉRIO (Eduardo Seganfredo) ====================
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SOBRE O ESCÂNDALO REGINA BORGES/JOSÉ ROBERTO ARRUDA/ACM

Eu  não  acredito que mais este escândalo vai ser abafado ou esquecido pela
opinião  pública brasileira. Estamos no limiar da paciência e sedentos pela
punição  devida  a cada envolvido nos escândalos que acercam este país, até
agora  tratados  com excessiva paternalidade. Chegou a hora de instaurarmos
um  sistema  de  tolerância zero para extinguirmos a impunidade dos ricos e
poderosos,  evidentemente  endêmica  em nosso país, para geral vergonha dos
milhões  de brasileiros que labutam de sol a sol alimentando a vã esperança
de uma vida melhor. Paciência tem limite. Devemos pressionar para que estes
pretensos  "cavalheiros"  sejam banidos da política brasileira. Mais ainda,
temos  obrigação  de  exigir que a vida destes senhores seja minuciosamente
investigada  em  busca  de todas as demais práticas anti-éticas e até mesmo
possíveis práticas criminosas nas quais estejam envolvidos.

A  nação  brasileira  tem  o  dever  de  exigir  que  TODOS, a começar pela
funcionária que providenciou a lista, sejam rigorosamente penalizados pelos
seus  atos.  E que a justiça apele para o rigor da lei para amenizar a sede
brasileira de moralidade, antes que esta se transforme em sede de sangue.

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============================= CRÉDITOS FINAIS =============================
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Última atualização em 7 de setembro de 2001
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