Que dia é hoje? Domingo, 01 de outubro de 2001. http://www.tresler.cjb.net Olá! Está é a edição número 24 do nosso fanzine eletrônico. Espero que você goste (ou não). Olha o que temos no menu de hoje: 1. Editorial (Daniel Wildt) 2. Encontros Lingüísticos (Ariadne Amantino - CARPE DIEM) 3. Poesias (Daniel Wildt - BORN TO BE WILDT) 4. O Matrimônio (Eduardo Seganfredo - DE NOVO, PÔ!) 5. Always someone (Vincent Kellers - LINHAS DE PENSAMENTO CAÓTICO & PARALELO) 6. As vezes flores não bastam (Regina Azevedo - O PLUS A MAIS DE HOJE) 7. Livros Do Mal convida para (Livros do Mal - UTILIDADE PÚBLICA!) 8. CRÉDITOS FINAIS =========================================================================== ======================== EDITORIAL (Daniel Wildt) ========================= =========================================================================== Cara, sim, hoje é segunda-feira. O Tresler atrasou. Eu dormi ontem o dia inteiro. Minha namorada viajou para São Paulo, para fazer um curso, e eu fiquei me drogando para tentar acabar com uma gripe maldita que me atacou. Meus pais acham que o motivo de tanto sono é do remédio que estou tomando. Disseram que um parente nosso teve efeitos colaterais e que a pressão baixou e tal. Enfim, parecia um bebê, acordava, comia alguma coisa, e dormia novamente. Agora estou bem, então vamos lá que eu quero almoçar! Hoje temos o lançamento de dois livros aqui em Porto Alegre, no Garagem Hermética. Os livros estarão custando 10 pilas amanhã e depois nas livrarias, 12 pilas. Leia mais a respeito no item "7" do Tresler, com informações sobre os autores e sobre o projeto envolvendo os livros. Rapidinhas da semana e o que vem por aí! - Comprei uma gaita de boca! Agora tenho que aprender a tocar! - Completo hoje 6 meses de namoro. Beijo amor! - Comprei um "bag" para minha guitarra! - Comprei um cabo extra e novas palhetas, para o primeiro ensaio da Slaves, a banda formada com os colunistas do tresler e mais um camarada (ah, slaves é nome provisório, ou não)! Dia 6 de outubro é quando nasce a criança. Músicas da semana! U2 - Desire Charlie Brown Jr. - Gimme O Anel Álbuns da Semana! Charlie Brown Jr. - Transpiração Continua Prolongada Led Zeppelin - Remasters Riff da semana! The Wonders - That Thing You Do (Sound Track) Bom, essa tablatura foi a primeira tablatura que eu montei. Achei legal. É o solinho que vem depois de "and i just can't take it anymore...", aí mete um Si (B) sete vezes e sai torando o solinho. e |-----------------------------------------------------------------| B |--5--5--2--5--7b9--5--2--0--5--5--2--5--7b9--5--2--0-------------| G |-----------------------------------------------------------------| D |-----------------------------------------------------------------| A |-----------------------------------------------------------------| E |-----------------------------------------------------------------| e |-----------------------------------------------------------------| B |--5--7--9--7--5--7--5--7--9--7--5--7--5--------------------------| G |-----------------------------------------------------------------| D |-----------------------------------------------------------------| A |-----------------------------------------------------------------| E |-----------------------------------------------------------------| e |-----------------------------------------------------------------| B |--5--7--9--7--5--2--0--4--2--0-----------------------------------| G |--------------------------------0--------------------------------| D |-----------------------------------------------------------------| A |-----------------------------------------------------------------| E |-----------------------------------------------------------------| E no Tresler de hoje (éíssáí), papo com portugueses (bleah), umas poesias (uhhu), lançamentos da livros do mal (iêba), flores que não são o bastante (uau), mais flores em matrimônios e músicas românticas (?). Daniel Wildt =========================================================================== ====================== CARPE DIEM (Ariadne Amantino) ====================== =========================================================================== ENCONTROS LINGÜÍSTICOS É muito interessante notar como as pessoas que falam a mesma língua se encontram e se entendem pelo mundo todo. Vocês devem estar pensando "se falam a mesma língua, é óbvio que se entendem!" Não, mas não é só isso que quero dizer com "se entendem". É interessante como o simples fato de ouvir alguém falar a língua materna da gente, já gera uma certa sensação de familiaridade com aquela pessoa, como se ela fosse muito próxima da gente. E, na verdade, tudo que sabemos, a princípio, é que falamos a mesma língua. Hoje, no metrô, sentei por acaso do lado de três portugueses. Por acaso por que não sabia que eram portugueses antes de sentar. Preconceitos à parte, gosto muito do sotaque deles. Como faço todas as manhãs, peguei meu livro para ler. Casualmente agora estou lendo um livro em português. Poderia ser em inglês e, nesse caso, eles nunca ficariam sabendo que "eu estava a entendê-los" como eles mesmos dizem. Tentei ler o meu livro como sempre faço, mas como eles falavam português isso perturbava um pouco a minha concentração, fazendo com que eu não soubesse nem o que estava lendo nem sobre o que eles estavam falando. Eles me pareceram simpáticos e alegres. Claro, falam a minha língua! Então notei que o senhor que estava sentado do meu lado, lá pelas tantas, resolveu espichar o olho para o meu livro. Por alguns minutos, vi que ele lia o meu livro enquanto eu fingia que estava lendo e prestava atenção neles. Convencido do que lia, ele falou para os outros em voz baixa. "É português..." Engraçado como nessas horas, acostumados que estamos a não sermos entendidos pela maioria, a gente não se dá conta que vai ser entendido e sempre fala alto demais. Já me aconteceu várias vezes, ou com pessoas que estavam comigo, na presença de outros brasileiros ou mesmo de portugueses, de eu ter que dizer: "Fala baixo por que esses nos entendem..." E é bem assim mesmo. A gente se acostuma a não ser entendido e quando tem alguém por perto que entende, a gente até esquece desse pequeno detalhe. Mas voltando ao metrô, alertando os outros com sua declaração sobre a minha língua materna, ele alertou a mim também. "Português do Brasil." Eu disse. E foi o suficiente para estabelecer um pequeno diálogo até a parada: - Ah, Brasil?! Então estavas a nos entender... - É, o sotaque é diferente, mas dá para entender sim. - Se não desse aí é que seria ruim pois é a mesma língua. E não deu tempo para muito mais do que isso porque chegamos na parada. E aí eu fico pensando por que não temos esse tipo de coisa no Brasil. Essa mistura cultural tão interessante onde, num dia de trabalho comum no metrô, é possível ouvir diversas línguas diferentes inclusive a minha. A minha língua materna... Português! Fico pensando também por que português. Poderia ser qualquer outra língua... E então eu escutaria as pessoas falando português e acharia estranho ou simplesmente não daria a menor bola por não entender nada... Mas é interessante como isso funciona aqui. Em qualquer lugar que se esteja, ao se ouvir alguém falando português, já se estabelece uma certa conexão. Na maioria das vezes, ambos os lados já se interessam em saber, pelo menos, de onde o outro é, o que faz longe de casa e quais as impressões do país e seus habitantes. Tudo isso apenas porque falamos a mesma língua. No Brasil, eu passo todo o dia por centenas ou milhares de pessoas (boa essa, quantas pessoas em média será que a gente vê por dia?) que falam português e jamais penso em estabelecer qualquer contato com elas só porque falam a mesma língua que eu! É óbvio que falam e isso não as torna mais especiais quando estamos em casa. Mas quando estamos longe, só isso já pode nos fazer "sentir em casa" um pouco. Enfim, provavelmente por ser a língua esse importantíssimo instrumento de comunicação, é que ela liga e aproxima pessoas pelo mundo afora. Ariadne Amantino =========================================================================== ===================== BORN TO BE WILDT (Daniel Wildt) ===================== =========================================================================== POESIAS Aqui vão algumas poesias para vocês. -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- Beautiful Girl beautiful girl, stay with me til the end of my days, cause you make me happy, you make my day beautiful girl treat me right, cause you know how good we can be under sheets beautiful girl, close your eyes and see my love passing by beautiful girl, where are you? now, everything seems to be so dark i think the night has just come in it's cold in here, where are you beautiful girl? oh no, please come back beautiful girl! [... silence ...] oh yes, it's just a dream! -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- Encontros (é a letra de uma música) Mal posso esperar Pelo nosso próximo encontro Fico esperando meu relógio despertar Para sonhar novamente contigo A paz prevalece quando nos vemos Sinto um bem enorme Um que de melhores momentos Sem me preocupar com comparações Pois teu amor é incomparável Sublime e incontestável Forma de amor Simples e eterna Equanto durar Não quero pensar Em nada que possa Me distanciar Do teu amor -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- The Wildt Blues (é a letra de uma música) eu só quero te ver e dizer que nada brilha sem você quero te beijar, declamar meu amor que veste minha vida conta minha história agora é com você quero dizer o que penso o que te digo eu falo e sinto não sei falar sobre nada que me leve de você histórias sem fim fazem pensar no nosso início que no meio do nada fez aparecer amor que nasceu de forma simples agora aproveita o que temos e deixa tuas inseguranças de lado pensando apenas no bem que a gente se faz -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- Pensamento (em homenagem aos 6 meses) pensando em ti em como tudo isso foi acontecer sei que vou continuar imaginando teus proximos passos e ficarei esperando pelo proximo ônibus para estar ao teu lado o mais breve possível e te dizer que te amo olhando nos teus olhos e segurando tua mão com firmeza para que saibas que nunca irei te deixar que nunca irei te desapontar que nunca te deixarei na mão pois danço com a vida vendo felicidade aos infelizes saúde aos enfermos e vida aos mortos alegro a juventude acalmo os idosos sou apenas um bom rapaz que quer te amar e sempre te fazer feliz te dizendo palavras ternas e cheias de amor afirmando o quanto te amo e o quanto te quero perto de mim pois o teu amor me ilumina me faz ver ao longe prever o futuro junto de ti -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- Daniel Wildt =========================================================================== ==================== DE NOVO, PÔ! (Eduardo Seganfredo) ==================== =========================================================================== O MATRIMÔNIO Esta manhã, contrariando minha tendência natural, acordei espontaneamente muito cedo. Efeito colateral de excesso de champanhe. Se é que se pode usar a palavra excesso quando se trata de tão nobre bebida. Tive dificuldade para lembrar de alguns momentos, o que pensei ser uma qualidade da bebida fina, afinal este pode ser um desejo comum entre os abastados: esquecer a noite anterior. Mas aquele sabor estrangeiro foi apenas um dos encantos da noite de gala no Leopoldina Juvenil. Antes que se possa confundir este texto com alguma reportagem da Caras, permitam-me citar outro atrativo da festa: o "exuberante" penteado da primeira dama de Porto Alegre, cuidadosamente trabalhado para parecer um chapéu de aba larga. A ocasião era um matrimônio da eminente filha do vice-presidente de grande banco brasileiro com um amigo e colega de formatura. Ousarei seguir a "linha Gasparoto" para dizer que o vestido da noiva, confeccionado por um renomado estilista de São Paulo, enaltecia sua barriguinha de gestante, já um tanto saliente. O padre veio do centro do país exclusivamente para celebrar a união, que ocorreu no mesmo ambiente da festa que teve todo requinte que a alta sociedade da capital gaúcha exige. Quanto a mim, literalmente um peixe fora d’água naquele luxuoso ambiente, tratei de buscar entre minhas limitadas qualidades aquela que mais me ajudaria no momento em questão. Felizmente, apresentou-se insolenemente a irreverência para lidar com o problema. Sim. Somente ela seria capaz de me trazer diversão naqueles momentos. E foi ela quem, habilmente, me fez cumprimentar o prefeito com a mão esquerda, pois a direita segurava o prato recém abastecido com razoável fartura no buffet. E também foi ela a culpada de eu ter me aproveitado de um descuido do garçom para conquistar a sua simpatia e garantir champanhe gelada em abundância até o final da festa. Eis que, antes de aberto o buffet - que se encontrava em outro ambiente, protegido de nossos cobiçosos olhares - para apreensão minha e dos amigos que partilhavam a mesa, foi servida uma entrada vegetal composta basicamente de flores. Sim, flores. Espantado, rebusquei uma lembrança dos tempos de criança, quando costumava ir para o interior com o meu tio. Lá havia uma ovelha que adorava comer flores, especialmente as margaridas. Além disso, seu pelego após tosquiado assemelhava-se muito com alguns dos penteados femininos da festa. Enfim, antes que eu arrancasse algumas pétalas das rosas brancas que decoravam a mesa para misturar em meu prato, deixei-me ceder a um ousado impulso de curiosidade. Comi duas flores de cores diferentes, sendo seguido por outros intrépidos desbravadores do paladar grã-fino. O que posso dizer disso é que desaconselho em absoluto a satisfação da curiosidade. É claro que durante toda a festa a criatividade se manifestava em forma de piadas circunstanciais que faziam a mesa toda gargalhar, atraindo olhares carregados de desprezível censura. Bom, se a Célia Ribeiro porventura passar os olhos sobre esta coluna eu corro o risco de ser responsabilizado criminalmente, pois ela certamente terá alguns chiliques. Ou "piripaques", para melhor adaptar minha linguagem aos meus atos. Sobre o noivo, pareceu-me feliz, embora um tanto distante dos seus amigos menos afortunados, por assim dizer. Para que isto não soe como alguma espécie de orgulho ferido ou algo do gênero, acresentarei que sua mãe manifestou explicitamente preocupação em relação a isso, dizendo temer que ele se deixe envolver pelas ardilosas armadilhas da luxúria. Nestas horas eu agradeço a Deus por poder contar com meu próprio conceito de felicidade, que descarta quaisquer definições prévias criadas por outrem. Apesar de tudo, diverti-me muito naquele ambiente, com a grande vantagem de não escutar música sertaneja, pagode ou o "Bonde do Tigrão". Realmente, tudo tem seu preço. Mas tendo que optar entre narizes empinados com prato de flores, e a completa vulgarização social e cultural, eu fico com a primeira. Afinal, o "qué dançá, qué dançá..." é ainda muito mais difícil de engolir que uma floricultura inteira. Felicidades ao jovem casal e a todos vocês. Eduardo Seganfredo =========================================================================== ======== LINHAS DE PENSAMENTO CAÓTICO & PARALELO (Vincent Kellers) ======== =========================================================================== ALWAYS SOMEONE Oi! Ouçam No use for a name e sejam felizes. Lyrics for "Always carrie", by No use for a name No use for a name - Always carrie When I'm awake at night, sometimes I picture you And hear those words again you said, "I'm leaving" I couldn't hold you down and not expect that you would drown I'm a clown, but no one's laughing Maybe you're from another planet, one I want to invade It's all been said (it's all been said) To me you're dead (to me you're dead) And it's time you turn your page I'm not sure what it was that led us down a dead-end road Some of those signs can be quite deceiving I knew your favorite things, didn't know that one of them was someone else I'm done believing Someday there will be understanding Everyday is a tragedy It's me you blame (it's me you blame) But it's the shame (but it's the shame) That you will always carrie, that wou will always carrie That you will always carrie Vincent =========================================================================== ================= O PLUS A MAIS DE HOJE (Regina Azevedo) ================== =========================================================================== AS VEZES FLORES NÃO BASTAM Lembranças. Um primeiro sorriso, anunciando a aproximação. Podia lembrar como se fosse hoje, a sensação que teve ao olhar aquele rosto. Não acreditava no que via, que existisse um sorriso como aquele: por isso foi conferir rápido, com medo de que jamais a visse. Laura. Aquele nome fazia parte de sua vida, parte de si, por todo o tempo. Já não sabia mais viver sem ela. Lembrou de quando convidou-a para sair pela primeira vez: o nervosismo, as flores murchas no banco traseiro do carro. Mas ele não precisava de flores, nem de um lugar perfeito e um discurso pronto: só precisa daquele sorriso, para ele. Laura e Pedro, inseparáveis. Começou a surgir a dependência, um dia longe dela o desnorteava. Os amigos já não conseguiam imaginar um sem o outro, e quando um deles aparecia sozinho, podia ter certeza que a noite seria triste. Pedro sabia que nem tudo era perfeito: ás vezes ele errava, ás vezes ela também se perdia. Mas não conseguia mais, já havia planejado um futuro ao seu lado. Durante algum tempo, juntou dinheiro em segredo e comprou um apartamento. Esperava ansiosamente para contar-lhe, mas guardou para a mesma data em que se conheceram: queria que fosse especial. Esse seria o melhor aniversário deles, e com ansiedade, remexou no bolso o molho de chaves. Tomou cuidado em comprar flores: estavam lindas, em perfeito estado, dessa vez não erraria em nada. Tocou a campainha, ansioso, e esperou Laura descer. Mas ela demorava,e ele cada vez mais ansioso. Depois de alguns minutos, ela apareceu. Curiosamente não acendeu a luz. Estava com os olhos no chão, calada. Pedro não acredita no que vê quando ela o olha: seu rosto machucado, cheio de escoriações e hematomas. Mudo, paralisado pelo choque, não conseguiu proferir uma palavra. E é ela quem diz: -Não queria fazer isso com você... Pedro quis falar, mas não consegue. Ainda perplexo com tudo, apenas a observa com os olhos arregalados. -Acabou, Pedro. Não tenho como esconder mais de você. Mas não se preocupe comigo, eu me cuido. Pedro começa a se sentir tonto, e começa a tremer: as flores caem no chão. -Pode me xingar, me bater, me odiar pro resto da sua vida, Pedro. Eu mereço... A custo, um murmúrio sai da boca dele: -Por que.... por que??? Laura não o olha. Ficam por segundos em completo silêncio, até que ela toma coragem e diz: -Pedro, você é bom demais pra mim...e eu não mereço. Ele começa a sentir toda sua perplexidade virar raiva. Um ódio tão intenso, e fala inesperadamente: -Mas é disso que você gosta então? Você prefere ficar com um marginal qualquer e se destruir? Você ficou louca? Eu não te amei o suficiente? Laura se afasta. Olha as flores no chão. Antes de fechar a porta, diz: -Pedro, ás vezes flores não bastam. Cansei de ser idolatrada, eu não sou tudo isso. Faça um favor a si mesmo: me esqueça. Esse é o caminho que eu escolhi, porque me faz me sentir mais viva. E não morta, como essas flores. Pedro ficou horas sentado na rua, completamente mudo e sem reação. Devagar, começou a chorar, pensando em como pudera ser traído dessa forma. A cada lágrima que caía, parecia que a dor ia aumentando, e o enlouquecendo mais. ........ No dia seguinte, o amante de Laura chega completamente bêbado no endereço dela. Não entende porque tantas pessoas se aglomeram na calçada. Ao se aproximar, apenas distinguem um rosto desfigurado e um carro ensaguentado. Estranhou tantas pétalas de rosa no chão. Riu sozinho: "estou bêbado". Pensou também que teria que beber mais e não tinha dinheiro. "Hoje aquela vadia tem que me dar dinheiro, senão apanha ainda mais". Foi a custo que ele conseguiu subir as escadas, para encontrar Laura, que o esperava apaixonadamente. Regina Azevedo =========================================================================== =================== UTILIDADE PÚBLICA (Livros do Mal) ===================== =========================================================================== LIVROS DO MAL convida para Coquetel de Lançamento dos livros de contos "Dentes Guardados", de Daniel Galera e "Ovelhas que Voam se Perdem no Céu", de Daniel Pellizzari Dia 1 de Outubro, 19h30 no Garagem Hermética - Rua Barros Cassal, 386, Porto Alegre Site: http://www.livrosdomal.org E-mail: editora@livrosdomal.org Telefone: (51) 9128.6101 / 3248.4637 (Daniel Galera) LIVROS DO MAL é um projeto editorial independente de Daniel Galera, Daniel Pellizzari e Guilherme Pilla, cujo objetivo é publicar livros de novos autores gaúchos, buscando uma renovação na cena literária local e brasileira. Esta meta surge da certeza de que há muita literatura de qualidade sendo produzida de forma independente, sobretudo por autores que já exploram meios eletrônicos para divulgar seu trabalho. Na estréia da editora, serão lançados dois livros de contos: "Dentes Guardados", de Daniel Galera, e "Ovelhas que Voam se Perdem no Céu", de Daniel Pellizzari. O coquetel de lançamento ocorrerá no dia 1 de outubro, às 19h30, no Garagem Hermética (Rua Barros Cassal, 386, Porto Alegre). A publicação dos dois livros recebeu apoio do FUMPROARTE e da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, em projeto aprovado em primeiro lugar geral no edital 2001/1 do FUMPROARTE, entre mais de uma centena de projetos nas áreas de literatura, música, teatro, dança, cinema e outras. DANIEL GALERA nasceu em São Paulo, em 1979, mas morou a maior parte da vida em Porto Alegre. Escreve e publica na internet desde 1996. É colunista do e-zine Cardosonline e um dos idealizadores da Livros do Mal. Já trabalhou como produtor de sites e hoje é redator em um guia cultural. Tem um site pessoal no endereço http://dentesguardados.cjb.net , com uma coletânea de contos e crônicas de sua autoria. "Dentes Guardados", seu primeiro livro, reúne catorze contos, a maioria deles publicados em sites e fanzines eletrônicos no período de 1997-2001. São histórias que registram instantes de desconforto e pequenas epifanias por trás de situações cotidianas e relacionamentos íntimos. DANIEL PELLIZZARI nasceu em Manaus, em 1974, e dez anos depois se mudou para Porto Alegre. Escreve ficção desde criança, e foi um dos primeiros autores brasileiros a explorar a internet como meio de divulgação e laboratório literário. Vários de seus resíduos digitais podem ser encontrados na rede, nos lugares mais improváveis. É também tradutor, um dos colunistas do e-zine Cardosonline e um dos idealizadores da Livros do Mal. Seu site pessoal é http://mojolandia.cjb.net. Trabalha com tecnologia de informação e sistemas de inteligência artificial. "Ovelhas que Voam se Perdem no Céu" é sua estréia em livro. Os dezessete contos exploram limites psicológicos e a sensibilidade do indivíduo contemporâneo, com freqüente experimentalismo formal. Os dois livros, bem como outros futuros lançamentos da Livros do Mal, estarão à venda em pequenas livrarias culturais de Porto Alegre e de outras cidades em todo o Brasil, mas também poderão ser adquiridos pelo correio. Uma lista completa de pontos de venda, bem como instruções para compra pelo correio, estarão disponíveis no site da Livros do Mal, no endereço http://www.livrosdomal.org . O site oferece ainda informações completas sobre o projeto Livros do Mal, seus integrantes, catálogo de títulos e mais. == == == == == == == == == == == == == == == == == == == A literatura é o essencial ou não é nada. O Mal - uma forma penetrante do Mal - de que ela é a expressão tem para nós, creio eu, o valor soberano. Mas esta concepção não impõe a ausência de moral, exige uma 'hipermoral'. A literatura é comunicação. A comunicação impõe a lealdade: a moral rigorosa, neste aspecto, é dada a partir de cumplicidades no conhecimento do Mal, que estabelecem a comunicação intensa. A literatura não é inocente, e, culpada, ela enfim deveria se confessar como tal. Georges Bataille, A Literatura e o Mal == == == == == == == == == == == == == == == == == == == A idéia da Livros do Mal surgiu quando estávamos executando para terceiros um trabalho não-remunerado na área editorial. Há alguns anos vínhamos escrevendo literatura, fazendo fanzines eletrônicos e impressos, organizando festas, produzindo material gráfico para nossos projetos pessoais e, no caso do Pilla, desenvolvendo trabalhos nas áreas de cinema e ilustração. Numa madrugada, tivemos o insight: fazer a nossa própria editora, nossa marca e nosso grupo de iniciativa independente. Levar nossos próprios contos, e futuramente a literatura de outros escritores, para o universo da publicação impressa, para as pequenas livrarias e estantes das pessoas. Então sentamos na frente dos nossos computadores, nos reunimos algumas vezes, repassando pilhas de desenhos do Pilla, revisando e selecionando nossos textos, até chegarmos a um projeto: Livros do Mal. Não uma editora no sentido formal da palavra, e sim um esforço de publicação independente, apoiado na simples vontade de fazer um trabalho legal, fazer livros, divulgar nossa literatura e divulgar a literatura de outros escritores desconhecidos cujo trabalho admiramos. A Livros do Mal é uma cooperativa: talvez seja esse o termo mais adequado. Nela investimos nosso dinheiro, e nosso retorno deve ser o prazer de ver livros de nossa autoria impressos e divulgados, e de poder publicar ainda outros autores. E não queremos apenas editar livros: queremos dar uma socializada no que a produção literária e artística deste país tem de mais legal, debater, compartilhar, discutir rumos, alcançar o máximo número de pessoas que for possível. Para iniciar a idéia, partimos para a publicação de dois livros de contos: "Dentes Guardados", de Daniel Galera, e "Ovelhas que Voam se Perdem no Céu", de Daniel Pellizzari, ambos com capas ilustradas por Guilherme Pilla. Em busca de apoio, inscrevemos um projeto no FUMPROARTE, programa de financiamento cultural da Prefeitura de Porto Alegre. Com elogios a seus atributos formais e artísticos, o projeto Livros do Mal foi selecionado em primeiro lugar na classificação geral do edital 2001/1 do Fumproarte, entre mais de uma centena de projetos nas áreas de literatura, música, teatro, dança, cinema e outras. Estes dois livros marcam o momento em que nossa idéia entusiasmada deixou de ser mera idéia e passou a ser um fato. O coquetel de lançamento dos livros e da estréia da Livros do Mal acontece no dia 1 de outubro, a partir das 19h30, no Garagem Hermética (Barros Cassal, 386), em Porto Alegre. Os livros estarão à venda em pequenas livrarias culturais de Porto Alegre e de cidades em vários estados do Brasil. O nosso site traz uma lista dos pontos de venda e informações sobre compra pelo correio. E não queremos parar por aqui. Queremos dar espaço para a produção e discussão do novo na literatura e, posteriormente, nas artes em geral. Temos planos para o ano que vem. Apoiar arte que traga visões novas, que ultrapassem o exercício estético vazio, o lugar-comum da classe média ou deslumbramento com o mundo pop. Pensamos em lançar títulos com propostas mais ousadas, menos tradicionais, e apresentar a um público mais amplo autores iniciantes e extremamente talentosos que ainda produzindo literatura por aí, alguns deles participantes dos meios eletrônicos de laboratório e divulgação. Leiam o novo. É trimmmassa. Galera, Mojo e Guigui. =========================================================================== ============================= CRÉDITOS FINAIS ============================= =========================================================================== Este fanzine maluco que você recebe por email todo domingão se chama Tresler. Um grupo de amigos escreve histórias para o seu deleite. Se você quiser entrar em contato conosco, visitar o nosso Site (você pode ler os números anteriores do nosso fanzine eletrônico), se cadastrar ou descadastrar, enfim, utilize os emails/urls no final da mensagem. Tresler Team: Ariadne Amantino (ariadnedbka@yahoo.com) Daniel Wildt (dwildt@oocities.com) Eduardo Seganfredo (edu.zu@ig.com.br) Vincent Kellers (vkellers@terra.com.br) Colaboradores da edição de hoje: Regina Azevedo (azevedo_regina@hotmail.com.br) Livros do Mal (editora@livrosdomal.org) Visite o Site do nosso e-zine: http://www.tresler.cjb.net Para entrar em contato com o e-zine, mande um email para: treslerbr@yahoo.com.br Para receber o nosso e-zine mande um email para: tresler-subscribe@yahoogroups.com Para não receber mais o e-zine, mande um email para: tresler-unsubscribe@yahoogroups.com