TRESLER
Que dia é hoje? Domingo, 11 de novembro de 2001.

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Olá! Está é a edição número 30 do nosso fanzine eletrônico. Espero que você
goste (ou não). Olha o que temos no menu de hoje:

1. Editorial (Daniel Wildt)
2. Aconteceu num elevador (Ariadne Amantino - CARPE DIEM) 
3. Para alguém muito especial (Daniel Wildt - BORN TO BE WILDT)
4. Poesias (Marcelo Ferrari - O PLUS A MAIS DE HOJE)
5. Um retrato do Brasil (Daniel Romani - FALANDO SÉRIO)
6. CRÉDITOS FINAIS

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======================== EDITORIAL (Daniel Wildt) =========================
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Você  aceitaria  ganhar  mais  de  200 mil reais para ficar em uma casa com
outras  pessoas,  mandando  todos para longe, arrumando uma encrenca aqui e
outra ali? Aceitaria comer cérebro de boi ou algo parecido para se dar bem,
posar  nua, ir no Jô e depois passar a tarde no Faustão? Você (aqui só para
mulheres),  aceitaria  ficar rebolando a sua bunda todas as noites, fazendo
os  mesmos movimentos, tentando criar uma "necessidade sexual" na cabeça de
adolescentes alienados?

Já  que  levantei  o assunto No Limite, eu estava olhando em um programa de
fofocas a matéria sobre a prova das comidas no No Limite. Tinha um pouco de
tudo,  testículo,  cérebro,  fígado cru, olhos de cabra e a mais abominável
comida  de  todas!  Macarrão  com  minhoca? Que nada. É CHOCOLATE! EU ODEIO
CHOCOLATE! Precisava desabafar isso.

E  pensando em coisas que eu odeio, me lembrei de injustiças, me lembrei do
índio  queimado,  do  cara  que matou a atriz, dos caras que a cada dia que
passa  detonam  mais  com  o nosso país, lembrei de milhares de pessoas que
perdem  a esperança na vida honesta e no trabalho justo e passam a viver de
forma  alternativa,  encontrando um caminho "mais fácil". E fazem isso pois
não acreditam nesses caras que nós elegemos para fazer democracia.

E  hoje ouvi uma coisa muito legal. Estava num churrasco onde a maioria das
pessoas  já  eram  pessoas de terceira idade, mas isso não quer dizer nada,
pois  se quando eu chegar na terceira idade, chegar com a disposição deles,
estarei  muuuito  bem. Um senhor me passou que entre o que se pensa e o que
se  fala  deve  existir  uma sincronia muito grande (ou uma distância muito
pequena,  como  preferir).  Do  contrário,  temos  pessoas que se fecham em
mundos próprios, onde nada os atrapalha, nada gera contrariedades. Será uma
vida platônica? Será que se pode classificar assim?

Música da semana!
U2 - Dancing Barefoot

Álbum da Semana!
Blink 182 - Take off your pants and jacket 

E no Tresler de hoje temos poesias, texto falando de  impunidade  do  nosso
país querido que faz leis para facilitar a desordem e a injustiça, quando o
objetivo de leis não é nada mais que o contrário disso. Temos ainda a falta
de conversa entre as pessoas.

Daniel Wildt

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====================== CARPE DIEM (Ariadne Amantino) ======================
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ACONTECEU NUM ELEVADOR

Os  dois  se  encontram  num  elevador.  Provavelmente  trabalham  na mesma
organização, no mesmo prédio, quem sabe até no mesmo andar:

- Hi. 
- Hi.
- So… How is your life?
- Yeah… Good… And what about your life?
- Yeah… Could be better…
- I suppose it could always be better…

Não  sei  dizer se esse tipo de diálogo me deixa triste ou indignada. É por
isso  que muitas vezes acho que as pessoas aqui me parecem falsas. Elas até
conversam  umas  com  as  outras,  mas de uma forma que me parece tão pouco
natural. Parece  que  definitivamente não querem conversar, e dizer aquelas
poucas palavras é um esforço enorme pelo social.

Imaginem tal diálogo numa empresa no Brasil:

- Oi.
- Oi.
- E aí... Tudo bem?
- É... Tudo bem. E contigo?
- É... Tudo bem... Poderia estar melhor....
- Acho que sempre pode estar melhor

Humm...  Não  me  soa nada "brasileiro" isso. A menos que um dos dois ou os
dois  não  estivessem num dia muito bom. Eu imaginaria algo mais animado do
tipo:

- Oi! Tudo bom?
- Tudo bem! E contigo?
- Tudo  bem. Sabe como é que é, né... Seempre matando cachorro a grito,  mas
  tudo bem.
- Pois é a coisa não tá fácil mesmo. 
- É. Mas também não tá difícil, né. A geente vai levando.

E  se  desse  tempo, com certeza, a conversa continuava. Aqui não. Eles tem
tudo  que  precisam  para  viver comodamente, mas não sabem aproveitar. Com
certeza,  sempre  poderia ser melhor. Mas poderia ser pior também. E se for
para  ser  melhor, quem tem que fazer melhor é a gente mesmo, certo? Me deu
vontade de perguntar para o cara:

- O  que  poderia  ser  melhor? Por que  tu não faz ficar melhor se é a  tua
  vida?

Mas  tudo  bem, é o jeito deles. Não especificamente a inércia de não fazer
nada   para  mudar  o  que  não  está  bom,  porque  acredito  que  isso  é
característica  de  muitos  brasileiros também. Mas o que me incomoda nesse
jeito  deles  é  o individualismo excessivo, a pouca vontade de estabelecer
contatos  e  a  falta  de  vivacidade e veracidade no que dizem que, muitas
vezes,  me  faz  pensar  que  não vem de dentro. Dizem porque tem que dizer
alguma  coisa e fim. Mas até onde pude observar, muitos deles sabem que são
assim, reclamam deles mesmos, mas não fazem nada para mudar.

Nós  somos  mais  de bem com a vida e com as pessoas, apesar de não ter uma
vida  tão  fácil  no  Brasil.  Com todas as nossa dificuldades, conseguimos
vibrar  e  aproveitar  mais as coisas boas para deixar de pensar nas ruins.
Talvez uma pitada de brasileirismo fizesse bem para eles aqui.

Ariadne Amantino

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===================== BORN TO BE WILDT (Daniel Wildt) =====================
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PARA ALGUÉM MUITO ESPECIAL

Quero tomar um banho de chuva
Para celebrar a liberdade
Que sinto ao te ver
Que tenho ao te ter 

Quero beber litros e litros de vinho
Para me embriagar
E sentir o mesmo efeito
Que teu amor causa em minha mente

Quero sentir o vento
O calor do sol
O frio da noite
Quero ouvir o teu silêncio

Quero ter saudade
Para ao te encontrar dizer o quanto te amo
Para que mesmo longe de ti possa ser romântico
Para dizer que nada é simples se não estás por perto

Quero o ciúme
De ver outras pessoas te olhando com um vestido lindo
De nossas brigas que sempre terminam no café da manhã 
Onde nossos corpos se transformam no alimento da nossa alma

Quero ver teu rosto
Após uma noite de sonhos inesquecíveis
Quero receber teu sorriso
Que me faz sentir como o melhor dos homens

Quero viver o amor 
E tudo mais o que for possível
Que nos faça ter a vida que queremos
Que nos faça ter o mundo aos nossos olhos


Daniel Wildt

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================= O PLUS A MAIS DE HOJE (Marcelo Ferrari) =================
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POÇAS PELO CHÃO

A chuva faz poças pelo chão
O homem pisa em ovos
Protege a cabeça, esquece de guardar os pés
Quem dera o homem pudesse perder a hora, 
a noção e o trabalho
Afundar em possibilidades

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AOS POUCOS

Sente-se na poltrona
Voe para bem longe desses neurônios
Que só existem na sua cabeça
Tome um café
Sinta o sabor decorado na ponta da língua
Apague o cigarro
Atenda o telefone
Engula mais uma pílula 
Lembre-se:
Remédio não cura
Loucura


Marcelo Ferrari

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====================== FALANDO SÉRIO (Daniel Romani) ======================
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UM RETRATO DO BRASIL 

Ontem  (quarta,  07/11/2001)  ouvi  boatos  que  o Guilherme de Pádua (sim,
aquele  que  matou  Daniela Peres com tesouradas) recebeu parecer favorável
para  ser  perdoado  perante  a  justiça  e  voltar  a  ser considerado réu
primário,  como se nada tivesse acontecido, como se nunca tivesse feito mal
a ninguém.

Preferi  fazer  de  conta  que  tinha ouvido mal, mas logo em seguida vi em
outro veículo de comunicação que realmente é isso que está acontecendo. Ele
vai  ser  perdoado  e  vai  ter  ficha  limpa. Dá para acreditar nisso? Réu
confesso  de  um  assassinato  com  requintes  de  crueldade  perdoado pela
justiça. Dinheiro. É só nisso que consigo pensar num momento desses.

E  o índio? Pobre índio que dormia numa parada de ônibus. Incendiado por um
monte  de  guris  com sérios problemas mentais (sim, porque para fazer isso
não  pode  ter  os parafusos nos lugares certos). Esta semana estes imbecis
foram  julgados.  Sabem  o  que  está  para  acontecer?  Serão  absolvidos.
Argumento:  eles  não  tinham  a  intenção  de  matar  pois  era apenas uma
brincadeira. Fugiram porque se assustaram. Dá para acreditar? Pois é.

Agora  eu  pergunto:  e  se  um  Zé Ninguém da Silva, que ganha menos de um
salário  mínimo  para alimentar uma família de 5 filhos, rouba um pacote de
bolacha  num  supermercado  e  é  pego? Chega a ser cômico, mas é julgado e
condenado.

Não  adianta,  é a justiça dos ricos. Quem pode pagar fica impune, ou preso
em  celas  que  são  verdadeiros palácios, melhor que a casa da maioria dos
brasileiros. Quem não tem dinheiro é preso.

Na  boa,  pena  que  num país com tantas riquezas naturais e que tinha tudo
para  ser  um  país de primeira temos que viver com pessoas como o advogado
destes  sujeitos  e  as pessoas que fizeram parte destes julgamentos. Assim
como eles existem milhões que só me fazem, as vezes, sentir vergonha de ser
brasileiro.

Menos  mal  que  esta semana foi aprovada a medida que diminui a impunidade
parlamentar  dos  deputados  em  casos policiais. Bom, este é outro assunto
muito sério. Fica para outra vez. Mas só de lembrar que um deputado federal
custa  à  União  cerca de 7 mil reais por dia(eu disse por dia) já me causa
náuseas. Sem contar nos ministros e tantos outros.

É revoltante. Vão todos eles tomar no c.....

Daniel Romani

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============================= CRÉDITOS FINAIS =============================
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  Ariadne Amantino (ariadnedbka@yahoo.com)
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  Vincent Kellers (vkellers@terra.com.br)
Colaboradores da edição de hoje:
  Daniel Romani (semaforo@terra.com.br)
  Marcelo Ferrari (marceloferrari@ajato.com.br)
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Última atualização em 31 de março de 2002
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