Que dia é hoje? Domingo, 25 de novembro de 2001. http://www.tresler.cjb.net Olá! Está é a edição número 32 do nosso fanzine eletrônico. Espero que você goste (ou não). Olha o que temos no menu de hoje: 1. Editorial (Daniel Wildt) 2. Noite de amor (Daniel Wildt - BORN TO BE WILDT) 3. Sopa de fubá (Eduardo Seganfredo - DE NOVO, PÔ!) 4. Por exemplo (Marcelo Ferrari - O PLUS A MAIS DE HOJE) 5. CRÉDITOS FINAIS =========================================================================== ======================== EDITORIAL (Daniel Wildt) ========================= =========================================================================== Semanas complicadas no trabalho, desilusões (você já recebeu seu 13o?) e desentendimentos. Porra, eu fico pensando que os seres humanos tem essa capacidade única de poder se comunicar racionalmente, e vê só que merda, a gente está sempre brigando. As vezes dá vontade de ter um personal psicólogo e quando se nota algo de estranho já sai falando olha ele! ou olha ela!, e daí o personal psicólogo faz o seu trabalho, explicando através de teorias colhidas durante anos de estudos que a pessoa é uma mala e que ela deveria ficar quieta para manter a paz no ambiente. E a inteligência dos seres humanos hein? Isso não pode se negar nunca! Vê só o que eles conseguem bolar. Sabem que estamos em uma crise energética. Eu tenho 22 anos e nunca vi nada disso e de repente o país está em crise. A luz vai acabar!! Bom, agora as companhias de energia elétrica vão aumentar as tarifas, para compensar a baixa que aconteceu no consumo de energia. Preciso comentar mais alguma coisa sobre a inteligência dos seres humanos? Falar sobre guerras? Melhor não. E prezado leitor, o Site do Tresler está começando a sofrer mudanças positivas, claro. Estamos disponibilizando mais algumas edições antigas, estamos disponibilizando pacotes com edições antigas para você que quer fazer download e ler na paz do seu lar. E o layout aos poucos vai ser modificado. Então visite o Site, fale para seus amigos, peça para eles lerem o tresler. Para eles assinarem é questão de tempo! E olha só, participe do nosso e-zine! Mande seu conto, crônica, alguma crítica com o que acontece com o Brasil, mande poesias, mande seu comentário, o que você acha das histórias, o que poderia ser diferente,enfim. E-mails para conato: * Enviar críticas e/ou contribuições: treslerbr@yahoo.com.br * Para assinar: tresler-subscribe@yahoogroups.com Música da semana! Gammaray - Man on a mission Álbum da Semana! Marvin Gaye - The Very Best of Marvin Gaye No Tresler de hoje, fubá, passado glorioso, presente macabro, futuro incerto, tudo num esquemático só. Lê aí. Daniel Wildt =========================================================================== ===================== BORN TO BE WILDT (Daniel Wildt) ===================== =========================================================================== NOITE DE AMOR Chegamos naquele local escuro e Mari começou subindo na cama, procurando uma posição ideal. Eu fiquei só olhando e até disse para ela tira logo isso, mas ela me pediu paciência, e já largou um fica quieto, para me colocar no lugar. Vai saber, eu queria logo acabar com aquilo, sem ladainhas. Ela começou a girar o corpo bem lentamente, com os braços esticados e ficava me olhando por debaixo dos olhos. Eu dizia para ela chegar mais para a esquerda, as vezes mais para a direita. Ela girava o corpo bem devagar, me deixando cada vez mais louco, pois ela sempre me provoca para provar que eu fico na mão dela. Sobre a mesa, uma embalagem fechada. Ela pede para eu alcançar, e eu prontamente passo o pacote para ela, esperando que ela fizesse o que eu esperava com aquilo. Os olhos dela quando entravam em contato com a penumbra do final de tarde me deixava louco, pois ela tem olhos lindos e cada vez que nossos olhares se cruzam, eu não sei o que fazer. Tentei subir na cama, para abrir a embalagem e ajudar ela a colocar, e quem sabe..., mas ela não deixou. Ela queria fazer aquilo sozinha, e me disse senta aí e fica olhando. Eu sentei. A cama, colchão novo, era fácil andar sobre a cama, e ela não perdia o equilíbrio. Com o colchão anterior era um problema, uma vez ela conseguiu torcer o pé na mesma situação. Ainda bem que ela caiu sobre a cama mesmo, então não teve maiores problemas. E claro, tendo um médico em casa, pude logo cuidar daquele pezinho. Ela começou a cantarolar alguma coisa, era Marisa Monte, e começou baixinho a me falar amor i love you, só que quando ela pronunciava o you ela fazia um biquinho meio pedindo beijo, mas mais que tudo provocando. Eu já não me aguentava mais, ficando ali sentado. Estávamos perdendo tempo eu pensava, mas ela queria fazer assim eu deixava. Naquela semana ela comandava a casa. Foi chato, cheguei até a dormir por um momento e logo que ela viu já gritou acorda Marco! Estou aqui para você e você dorme aí. Se não quer me ver, vá ver TV ou algo assim! Claro que ela diz isso para me provocar, mas eu não quero ver TV. Ela sabe o que eu quero. Pronto, agora pode vir, ela me disse. Eu não tive nenhuma dúvida, pulei sobre a cama, me arrumei bem, três travesseiros, e antes dela descer, pedi para ela direcionar um pouquinho mais para a direita. Ela prontamente atendeu meu pedido. Abri a gaveta, puxei meus óculos de leitura e peguei meu livro. E antes dela sair para ir para a cozinha fazer a nossa janta eu agradeci, educadamente, por ela ter trocado a lâmpada do quarto. Mas eu tenho certeza que trocaria muito mais rapidamente. Daniel Wildt =========================================================================== ==================== DE NOVO, PÔ! (Eduardo Seganfredo) ==================== =========================================================================== Pessoal, o texto a seguir NÃO É meu! E infelizmente onde eu o encontrei não tinha o nome do autor, de tal forma que eu agradeceria muito se alguém pudesse me informar quem o escreveu. Eu achei bem legal e por isso gostaria de colocá-lo na minha coluna de hoje. Semana que vem eu volto! Abraços Eduardo Seganfredo SOPA DE FUBÁ - Bom dia, crianças. Cadernos de tarrefa em cima da carteira que eu vou olhar. Meu caderno está aqui. Eu fiz a tarefa ontem de tardinha, antes de escurecer que a luz de casa foi cortada. Fiz a cópia, a cópia era fácil, mas os problemas... Sódei conta de fazer um. Depois a mãe nunca que chegava e eu saí para procurar. - Quem não fez a tarefa em casa vai ficaar fazendo na saída. Bem que eu não devia ter vindo hoje na escola. Mas, e a merenda ? Mãe tá bêbada desde ontem e lá em casa não tem nada de comer. Nem café eu tomei hoje. - Agora vamos falar dos bandeirantes. É muito importante que vocês saibam o que fizeram estes bandeirantes paulistas. Tá bom, eram bravos paulistas que afundavam a cara no mato, andavam, pescavam e catavam ouro nos rios. Ninguém pra dar ordens, pra proibir coisas, nem horário nem nada. Taí, aposto que nem relógio eles tinham. - Zé, será que eles tinham relógio? - Sei lá, pergunta pra ela. Fome é que eles não passavam, tanta fruta gostosa e peixe dando sopa nos rios.. por falar nisso, que sopa será que tem hoje? - Zé, cê sabe que sopa é hoje? - Cale a boca, menino. Além de não preestar atenção, fica atrapalhando os outros. Qual é a dúvida? - Nada, não, professora, é o número da ppágina que eu perdi. - Página quarenta e seis. Então, como euu ia dizendo, os bandeirantes saíam… Acho que é sopa de fubá. Quando eu cheguei na escola a cozinheira vinha da porta com um baita maço de couve. Sempre que dá jeito eu entro pela porta da frente, só porque é proibido passar na sala dos professores. Tem uma dona gorda que senta virada pra porta com as pernas abertas, é um barato. Mas hoje foi mais gozado: a porta da diretoria estava mal fechada e eu vi o diretor dormindo no sofá todo enrolado na bandeira. Com esse frio, o velhinho não quer nada com nada. Se embrulha bonitinho na bandeirona de dia de festa e puxa o ronco. Eu até dei uma paradinha para olhar melhor, mas a cozinheira, com a couve na mão, me mandou sair. - Zé, será que hoje tem sopa de fubá comm couve? - Quê ? - Toninho, outra vez conversando, meninoo impossível; o que é agora? - É a borracha que caiu, cê viu ela, Zé?? - Depois você procura, ouça primeiro a eexplicação. Quando Fernão Dias Paes Leme chegou em… Eu adoro sopa de fubá bem grossa e amarelinha, com uma porção de fios verdes de couve boiando. Sou capaz de tomar três pratos. Duvida? A professora que gosta de usar essa palavra, duvida? Pois é verdade. É só falar pra dona Ana, me dá um pouco, ontem eu não jantei… e ela torna a encher o meu prato, uma, duas, três vezes. O pior é que nem sempre é mentira, fácil, fácil a gente fica sem janta.Quando a mãe amarra pileque são dois, três dias sem café, sem almoço, sem comida hora nenhuma. … E de São Paulo partiu a expedição de Bartolomeu Bueno. Toninho, acorda menino, está sempre no mundo da lua. - Tô quieto professora, escutando direittinho. Eh dona chata, com esses bandeirantes que já morreram faz tempo, pra que quero saber as estrepolias que eles fizeram? Tomara cuidar dos meus problemas, até minha blusa de uniforme, que a escola me deu, sou eu que tenho que lavar, verdade sô, a mãe fica jogada num canto gemendo e se sujando toda, eu fico louco da vida. Se meu pai não estivesse preso, acho que as coisas seriam diferentes. Quando ele estava em casa - faz tempo, eu era pequeno mas ainda me lembro - minha mãe não bebia e a gente sempre tinha o que comer. Agora é aquela dureza, será que ele volta logo? Outro dia a vizinha lá do cortiço disse que, vai ver, ele morreu de fome e de apanhar lá na cadeia. Que a mãe é boba de ficar esperando ele, com tanto homem rondando ela devia aproveitar, era até capaz de fazer um bom dinheiro. - Zé, cê acha que mãe devia... - Professora, olha o Toninho aqui enchenndo a gente… - Seu Antônio, francamente. Acho que agora o senhor passou dos limites, afinal para que estamos aqui na escola? O senhor, pelo que parece, é só para brincar e perturbar os colegas o dia inteiro olhando o teto ou cutucando os companheiros. - Não professora, sabe o que é… - Não sei e não quero saber. Vou falar ccom o diretor sobre o senhor e para aprender a se comportar vai ficar sem recreio. Os outros podem guardar o material e formar fila para sair. Falar com o diretor… Vai ter que acordar ele primeiro. Que saco. Sem recreio. Sem sopa. E de fubá, ainda. Ai meu estômago tão fundo, tão vazio, não ronca desgraçado que eles vão perceber a fome que eu estou. Ontem foi Domingo, a mãe começou cedo e vai daí nem almoço nem janta, só um pão que eu ganhei na feira. O Zé, aposto que comeu até estufar a pança, o filho da mãe dedando a gente. Ele me paga, na saída vou arrebentar aquela cara de bosta. A sopa deve estar uma delícia, quentinha, dá para sentir o cheiro gostoso… não chora fresco, seja macho, o que é uma porcaria duma sopa de fubá? =========================================================================== ================= O PLUS A MAIS DE HOJE (Marcelo Ferrari) ================= =========================================================================== POR EXEMPLO Ela virou as costas e partiu... Não tínhamos como continuar juntos naquela situação. Fazer o que? Correr atrás? Bem que eu queria. Mas como? Até pra falar “eu te amo” tive dificuldades, devido a falta de saliva. Engraçado é que antes ela não me largava por nada. Eu andava de carrão, tinha dinheiro, aparecia em colunas sociais... Festas, bebedeiras, eu era o cara. Agora sou o “lembra!”... Me usa como exemplo, para censurar nosso filhos. Ah! Sempre quis servir de exemplo para o meu filho, pena que não vivi pra ver isto! Marcelo Ferrari =========================================================================== ============================= CRÉDITOS FINAIS ============================= =========================================================================== Este fanzine maluco que você recebe por email todo domingão se chama Tresler. Um grupo de amigos escreve histórias para o seu deleite. Se você quiser entrar em contato conosco, visitar o nosso Site (você pode ler os números anteriores do nosso fanzine eletrônico), se cadastrar ou descadastrar, enfim, utilize os emails/urls no final da mensagem. Tresler Team: Ariadne Amantino (ariadnedbka@yahoo.com) Daniel Wildt (dwildt@oocities.com) Eduardo Seganfredo (edu.zu@ig.com.br) Vincent Kellers (vkellers@terra.com.br) Colaborador da edição de hoje: Marcelo Ferrari (marceloferrari@ajato.com.br) Visite o Site do nosso e-zine (edições antigas e outras coisas mais!): http://www.tresler.cjb.net Para entrar em contato com o e-zine, mande um email para: treslerbr@yahoo.com.br Para receber o nosso e-zine mande um email para (DIVULGUE!): tresler-subscribe@yahoogroups.com Para não receber mais o e-zine, mande um email para: tresler-unsubscribe@yahoogroups.com