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Sem preconceito
Glória Perez diz que não vai mudar trama de ‘O Clone’ e mostrará muçulmanos amorosos
[Fonte - O Dia]
Para Glória Perez, quem ligar a televisão para assistir à sua próxima novela das 20h, ‘O Clone’, não está interessado em saber como se forma um grupo terrorista. Nem conseguiria. Com muitos personagens muçulmanos e trazendo a cultura árabe à tona, a autora só quer diminuir o preconceito em relação à religião. "A novela mostra um ‘Romeu e Julieta’ em que o casal está separado por grandes questões culturais", simplifica Glória.
O momento para tratar da religião não poderia ser mais polêmico. "As pessoas estão me perguntando se eu não iria diminuir esse núcleo depois dos atentados terroristas aos Estados Unidos. Os muçulmanos não vão sair da história. Acho bom para acabar com esse preconceito contra os árabes", afirma. "A história não vai entrar em questões políticas", garante. "Todos têm curiosidade de saber mais sobre o assunto. A dança do ventre, por exemplo, sempre fez parte da nossa fantasia", acrescenta. Jayme Monjardim, diretor da trama, faz coro. "Terrorismo não tem pátria. Se tentássemos vender a novela hoje nos Estados Unidos, não conseguiríamos. Mas daqui a algum tempo, não teremos mais problemas", acredita ele. Engajada no movimento pela paz, que levou artistas e políticos à Lagoa no domingo, Letícia Sabatella, a Latiffa da trama de Glória Perez, acredita que é preciso mostrar o descontentamento com a situação atual e abrir espaço para todas as culturas. "Um povo não pode achar que será maior e melhor do que os outros", analisa Letícia. "Muçulmanos também falam de paz", diz a atriz, que se emocionou com costumes da religião. Outra que acredita que a novela poderá difundir de forma positiva a religião é a protagonista da trama, a atriz Giovanna Antonelli, que faz a Jade. "A televisão é o maior meio de comunicação e pode levar informação para pessoas que não têm acesso a jornais e outros meios de comunicação, apenas através de novela. ‘O Clone’ fala de uma religião que as pessoas não conhecem. Aí sim, todos vão ter noção do que é, para poder questionar e analisar. Vão ver que são pessoas iguais, apenas com culturas diferentes", analisa Giovanna.