Principal Programação Resumo das Novelas Chat Lista de Discussão Links


O Midas vai ao cinema

De ‘A Partilha’ a ‘O Auto da Compadecida’, tudo que o lendário diretor de tevê lança na telona vira sucesso. ‘Caramuru’, que estréia em novembro, também promete

[Fonte - Istoé Gente]

‘Carga Pesada’, ‘Malu Mulher’, ‘Confissões de Adolescente’, ‘A Vida como Ela É’ – a lista de sucessos de Daniel Filho é extensa. E aumenta ainda mais, não com programas de televisão, mas filmes para cinema. Na direção artística da Globo Filmes, lançou sete longas-metragens: De ‘Orfeu’ e ‘Bossa Nova’ até ‘Simão, o Fantasma Trapalhão’ e ‘Zoando na TV’. Todos com mais de 500 mil espectadores. Dirigiu ‘A Partilha’, visto por mais de 1,4 milhão de pessoas e superando as expectativas da própria produtora – de 800 mil a 1,1 milhão. ‘O Auto da Compadecida’ levou 2,1 milhões de brasileiros aos cinemas. "Chamo-o de ‘O Milagre da Compadecida’. Foi um caso à parte", diz. "Como homem de indústria, vejo que precisamos produzir muitos filmes com bastante público, para balancear com os que dão menos", afirma.

O gosto pela audiência certamente influenciou Daniel Filho a lançar no cinema outro produto da televisão. Em 2 de novembro, chega à telona ‘Caramuru’, que, assim como ‘O Auto da Compadecida’, originou-se de uma minissérie da Rede Globo, ‘A Invenção do Brasil’, dirigida por Guel Arraes, que reencontra Daniel na Globo Filmes. "Para vários dos meus programas, ele funcionou como produtor artístico, questionando projetos, estimulando ou desencorajando caminhos", diz Arraes. Para ‘Caramuru’, Daniel guarda expectativas mas não arrisca previsões de público. "Claro que espero bastante. Quanto? Impossível prever", diz. ‘A Vida como Ela É’ também se transforma em filme logo. "Tenho sonhado em juntar televisão e cinema há algum tempo", conta. Pensando nisso, fez em película seriados como o independente ‘Confissões de Adolescente’ e os globais ‘A Justiceira’ e ‘Mulher’. Ser chamado de global, aliás, é motivo de irritação. "Meu nome nunca sai sem a companhia do ‘global’. É preconceito. Não vêem que existo antes da Globo. Por que não dizem a ‘sbtal’ Hebe?", pergunta. Também incomoda a fama de bravo. "Não sei de onde veio. Possivelmente de quem não trabalhou comigo", afirma. Andréa Beltrão, dirigida por ele em ‘A Partilha’, confirma: "O Daniel pode ficar zangado às vezes, mas, se é pelo bem do trabalho, isso não interessa".

Os projetos para cinema se enfileiram: ‘Cidade de Deus’, de Fernando Meirelles, ‘Carandiru’, de Hector Babenco, uma produção sobre Cazuza. Ele próprio engatilha um filme, baseado na peça ‘A Dona da História’, de João Falcão. Planeja uma série de telefilmes, dos quais o primeiro, ‘O Filho Pródigo’, está em finalização. Daniel tem um pé em cada meio: "Não existe o homem da televisão e o homem do cinema. Sou um homem do audiovisual".

A paixão pela sétima arte é antiga. Daniel atuou em obras como ‘Boca de Ouro’, de Nelson Pereira dos Santos, e ‘Os Cafajestes’, de Ruy Guerra. E morre de saudades da antiga profissão. "Adoro trabalhar como ator. Mas são raros os convites, para não dizer nenhum. Talvez não seja tão bom assim", brinca.