Jornal voltar
Um Brasil para os Brasileiros

Iniciamos o ano 2000 aceitando sem reação a idéia de que já estamos no século XXI e num novo milênio. Idéia criada pela grande mídia com o intuito de passar-nos a impressão de que iniciamos um novo tempo, uma nova era na história da humanidade. Mas que novo tempo é esse que ao invés de resolver os problemas da sociedade, agrava-os ainda mais? Não são poucas as dúvidas e incertezas, os temores que se abatem sobre todos os povos. A nova ordem mundial, dirigida pela globalização neoliberal, já demonstra sua incapacidade de atender às necessidades sociais e revela seu verdadeiro objetivo, que é o de fortalecer o domínio econômico das grandes potências em especial dos EUA sobre as demais nações. No Brasil, o governo neoliberal de FHC e seus aliados ( PSDB, PFL, PPB ... ) continuam sua traição ao povo brasileiro, submetendo o país aos interesses norte-americanos. FHC ataca o social: restringe e/ou extingue direitos conquistados com muita luta popular ( aposentadoria, leis trabalhistas e etc. ); ataca a soberania: sucateia e privatiza setores estratégicos criados com o sangue e o suor de nosso povo ( CSN, Telecomunicações, Vale do Rio do Doce, Exército e etc. ); e, ataca a democracia: restringe a participação política agredindo sindicatos, entidades estudantis e partidos políticos. Chega a ser desnecessário citar o calamitoso estado da educação, da saúde pública, da segurança, da habitação ou do emprego. Não há brasileiro que não sinta cotidianamente os efeitos da política de Fernando Henrique nessas áreas. Tudo isso mostra-nos que, longe de caminharmos para um tempo de paz, prosperidade e progresso, caminhamos a passos largos para uma completa degeneração moral e econômica da sociedade. É isso o que nos reserva o capitalismo neoliberal. Mas nosso povo já deu mostras de sua imensa bravura, força e coragem de lutar. Lutar por um mundo melhor, mais justo e digno. Portanto, surge como tarefa urgente dos setores comprometidos com o nosso país ( e nós, estudantes, certamente somos um deles ) a construção de um amplo movimento de defesa nacional. Cabe a nós organizarmos, em cada recanto desse país, um núcleo de debate e ação do Movimento em defesa do Brasil, da democracia e do trabalho. A realidade está dada: a pior e mais cruel ameaça que se colocou para nossa nação. Não podemos permitir que nosso país transforme-se em quintal dos Estados Unidos e que os sonhos e esperanças de nosso povo sejam de todo destruídos. A hora é de resistência e contra-ataque!

Brasileiros, 500 anos de lutas
Chegamos aos 500 anos de achamento do Brasil. É hora de reflexão, debate e ação. O que fizemos até aqui? Quem fez e para quem fez? Em que direção estamos, verdadeiramente, indo? Acima de tudo, foram tempos de muita luta de nosso povo. Fomos nós que expulsamos holandeses e franceses. Foi o nosso sangue que se derramou para que conquistássemos a Independência, a abolição e a República. Foi nosso suor que construiu a indústria nacional (Petrobrás, CSN, Vale do Rio Doce...), que hoje é entregue aos estrangeiros. Foram nossas mãos que empunharam armas e bandeiras, derrubando a ditadura e alcançando as "Diretas Já". Fomos nós, enfim, que derrubamos o primeiro Fernando, o Collor, e vamos derrubar o segundo. Venha debater e agir. Ajude a construir um Brasil para os brasileiros. A UENH toma a iniciativa de promover um Fórum dos 500 anos, para debater com os estudantes nas escolas. Nele, várias entidades estarão presentes. Fique ligado e participe!

UENH: Ampla e Democrática

O VI Comes ( Congresso Municipal de Estudantes de NH ), realizado no dia 24 de outubro de 1999, foi um marco do crescimento do movimento estudantil de nossa cidade, e da UENH como aglutinadora e organizadora do movimento municipal. Foi o maior congresso dos últimos anos, seguindo a linha ascendente de participação. Só isso já bastaria para que ele fosse vitorioso. Mas tem mais. Os estudantes presentes votaram e elegeram a chapa Quem quer manter a ordem, que é composta por estudantes de quase todas as escolas de NH. Além disso, preparou a moçada para participar do congresso da UBES ( União Brasileira de Estudantes Secundaristas ) que elegeu Carla Taís dos Santos, ex-presidente da UENH, para presidente nacional da UBES. Essas são provas do grande avanço do movimento estudantil em nossa cidade. E isso só é possível com a sua participação. Parabéns!

Universidade Estadual

Cada dia que passa a barra fica mais pesada para nós jovens. É a violência, o desemprego, a falta de perspectivas. Estudar, trabalhar, fazer uma faculdade? Difícil, em um país em que as elites e o presidente, FHC, cortam verbas para a educação, escancaram nossa economia para os estrangeiros, dá um salário de fome aos trabalhadores! Mas apesar de tudo a juventude se mobiliza. A UENH, está participando do Orçamento Participativo, reivindicando uma Universidade Estadual. Fique ligado, das assembléias do orçamento que estão por vir e participe! A Universidade estadual, pública, gratuita e espalhada por todo o estado, abrirá portas e trará esperança a muitos jovens e trabalhadores. Já temos o programa primeiro-emprego, uma conquista da mobilização da juventude, agora é a vez da Universidade Estadual!!!

Educação para todos

O acesso à educação se debilita. Apesar dos investimentos governamentais para propagandear uma suposta "evolução educacional". O fato é que, o Brasil inteiro, 67% dos jovens de 18 a 24 anos estão fora da escola, segundo o IBGE. Metade deste universo não concluiu sequer o ensino fundamental. No ensino superior a privatização é notável. A cada 7 vagas criadas nos últimos 4 anos, 6 foram em instituições privadas. E para piorar a recente aprovação da DRU (Desvinculação das Receitas Orçamentárias) piora a situação, retirando a educação mais de 3,1 bilhões. Por outro lado, em 99 foram gastos 140 bilhões para pagamento dos juros da dívida pública, segundo estudo feito na Câmara dos Deputados. Metade dos jovens de 18 e 24 anos fora da escola deixam de estudar para procurar trabalho. O mais grave é que 45% deles não encontram emprego, ficando portanto sem qualquer ocupação. Os dados acima são da Fundação Seade e do IBGE.

Mulher na Real

A mulher é um misto de força e vontade de vencer, dois elementos que são distribuídos ao longo de sua vida. São claro os preconceitos enfrentados por estas na sociedade e apesar disso muitas acabam lutando pela eliminações de tais injustiças. Sem citar muitos nomes, é fácil identificar mulheres de luta, de coragem. Desde mães até estudantes, como é o caso de Carla dos Santos, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, uma das mulheres que lutou e continua lutando por um Brasil mais justo, sem descriminação de sexo, rça ou cor. Outro exemplo são as mulheres anônimas da sociedade, que vivem numa luta constante para manter uma família com um salário mínimo, e este é o mais comum esteriotipo da mulher de hoje em dia. Apesar da mulher já ter obtido vários direitos, entre eles o do voto ainda há muito que correr atrás, pois o preconceito é um fato cotidiano a ser superado, e o uso do corpo como meio de trabalho para gerar uma renda maior e suprir suas necessidades, é lhe oferecido por essa sociedade como a melhor opção. Ela ainda é colocada em plano inferior, não tendo grande amparo legal. Realmente todo, mas tudo mesmo, deveria ser novamente escrito para que não existissem tais raízes desse preconceito. Portanto hoje, para superar estas barreiras, é necessário batalhar, lutar, mostrar a cara nas ruas e defender esses direitos tão importantes, acabando com essa discriminação que continua perseguindo as mulheres e muitas vezes as excluindo socialmente.

Olívio: Concursou agora nomeie!

Mais um ano letivo se inicia e novamente um velho problema: falta de professores. Mas agora vemos uma perspectiva, o governo estadual realizou um concurso para professores, falta agora chamá-los para trabalhar. Nós estudantes esperamos ansiosos pelos novos professores e exigimos publicamente a suas nomeações.

Fala Carla!
Carla, ex-presidente da UENH, atual presidente da UBES
Como está sendo sua vida em São Paulo? Em Primeiro Lugar é uma honra estar falando com a UENH, entidade da qual eu fui presidente. O movimento em outras cidades é diferente de SP, mas é tão importante quanto, pois tendo o ME organizado no país é que se fortalece a UBES. Aqui em SP é um verdadeiro turbilhão, uma escola do ME, na qual eu passo por grandes situações de contradições o tempo inteiro, ex.:. Um dia eu tô andando de avião e no outro eu tô passando fome. E vejo minha atuação não só em SP, mas como em todo país, uma oportunidade para aprender.
Quais são as atuais lutas e atividades que estão sendo executadas pela UBES? A UBES em conjunto com a UNE, está lançando uma ofensiva ao projeto neoliberal de FHC, fazendo mobilizações por todo o país, para acabar com essa política de educação do (des)governo de FHC. Sairemos as ruas com milhares de estudantes para reivindicar que 50% das vagas das universidades públicas, por curso, seja para pessoas que estudaram em escola pública. A UBES elegeu um secretário de Relações Internacionais, Rubens Diniz, que vai morar em Cuba por 2 anos para articular o ME na América Latina.

Como foi o Congresso da OCLAE (Organização Latino-america e Caribenha dos Estudantes)? Antes de mais nada, parabenizar a UENH pela representação que teve com o estudante Guilherme (presidente do Grêmio da Feevale) no congresso da OCLAE. O congresso da OCLAE foi um grande evento, que reuniu mais de 6 mil estudantes da América Latina, e também contou com milhares de estudantes de outros continentes. Discutimos a liberdade do menino Elian, das garras do imperialismo, e também o ME em toda a América Latina, entendemos que o movimento universitário, passa pelo movimento secundarista, para se tornar mais forte e combativo


e o mínino cada vez fica mais mínimo...