Ana Carolina

Alguém me disse

Alguém me disse
Que tu andas novamente
De novo amor, nova paixão
Todo contente
Conheço bem tuas promessas
Outras ouvi igual a essa
Esse seu jeito de enganar
Conheço bem
Pouco me importa que tu beijes tantas vezes
E que tu mudes de paixão todos os meses
Se vais beijar Como eu bem sei
FAzer sonhar Como eu sonhei
Mas sem ter nunca amor igual Ao que eu te dei

Armazém

Se precisar de alguma coisa
Vai lá no meu armazém
Tem de tudo quase tudo tem
No meu armazém
Tem de tudo quase tudo
Tem rodo, tem barbante
Tem farinha , pedra-pomes
Prendedô,passadô, escorredô
Esmalte vermelho
E tem até couro pra pandeiro
Mas tudo é embrulhado
Num papel fuleiro
Se precisar de alguma coisa
Vai lá no meu armazém
Tem de tudo quase tudo tem
Mas se você não vem
A saudade é longa dobro minha manga
A saudade é tanta te vendo uma fanta
A saudade é dura vendo também miniatura
A saudade não passa
Só não vendo de graça
A saudade me cala não tem trocado leva bala
A saudade é um bocado paro de vender fiado
A saudade é uma bocado paro de vender fiado
Se precisar de alguma coisa
Vai lá no meu armazém
Tem de tudo quase tudo tem
(Incidental) Por entre o realejo la no fim do dia

Beatriz

Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz

Se elamora no sétimo céu

Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel

E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que ela é louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz

Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desas tres tem na minha mão
Diz se é perigos o a gente ser feliz

Garganta

Minha garganta estranha quando não te vejo
Me vem um desejo doido de gritar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar
Vem a madrugada perturbar teu sono
Como um cão sem dono me ponho a ladrar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar

Sei que não sou santa, as vezes vou na cara dura
As vezes ajo com candura pra te conquistar
Mas não sou beata, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar
Mas não sou beata, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar

Vim parar nessa cidade, por força da circunstância
Sou assim desde criança, me criei meio sem lar
Aprendi a me virar sozinha,
e se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar
Aprendi a me virar sozinha
e se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar

Nada pra mim

Eu não vim aqui
Pra entender ou explicar
Nem pedir nada pra mim
Não quero nada pra mim
Eu vim pelo que sei
E pelo que sei
Você gosta de mim é por isso que eu vim
Eu não quero cantar
Pra ninguém a canção
Que eu fiz pra você
Que eu guardei pra você
Pra você não esquecer
Que eu tenho um coração
E é seu
Tudo mais que eu tenho
Tenho tempo de sobra
Tive voce na mão
E agora

Tenho só essa canção

Tô saindo

Um buraco é um lugar onde alguém afunda
Um buraco é um lugar onde eu não quero estar
Deixa estar. deixa estar
Minha boca linda
Quero te ver, quero te ver passar
Eu tô saindo, eu tô saindo, eu tô saindo deste
Eu tô saindo, eu tô saindo deste buraco
Help! Eu preciso sambar Help!
Não há quem me pare Help!
Eu preciso sambar
Um buraco no chão é uma armadilha
Um buraco no teto é complicação
Se chover quero estar do teu lado, ó minha
Se o sol aparecer já não garanto não
Eu tô saindo, eu to saindo deste, eu tô saindo deste
Eu tô saindo, eu to saindo deste, eu tô saindo já
Eu tô saindo, eu to saindo deste, eu tô saindo deste
Eu tô saindo, eu to saindo deste, eu tô saindo deste buraco
Help! Eu preciso sambar
Help! Não há quem me pare
Help! Eu preciso sambar
Uma fenda, uma fossa, uma rachadura
Uma val, um cabresto eu não quero não
Eu te vi no buraco da fechadura
Com um buraco feito a bala no teu coração

Trancado

Eu tranco a porta pra todas as mentiras
E a verdade também está la fora
Agora, a porta esta trancada
A porta fecha me lembra você toda hora
A hora me lembra o tempo que se perdeu
Perder é não ter a bússola
É não ter aquilo que era seu
E o que você quer?
Orientação?
Eu tranco a porta pra todos os gritos
E o silêncio também está lá fora
Agora a porta está trancada
Eu pulo as janelas
Será que eu tô trancado aqui dentro?
Será que você tá trancado lá fora?
Será que eu ainda te desoriento?
Será que as perguntas são certas?
Então eu me tranco em você
E deixo as portas abertas