Barão Vermelho
Agora tudo acabou
Ela passou noites
E mais noites sem pintar
Dessa vez exagerou
Eu não posso perdoar
Agora a minha vida mudou.
Eu acordo ela não está
Com certeza está com outro
Só pra me sacanear
Porquê eu gostava dela
E eu já não gosto mais
Anda com outros caras
Circulando pela cidade
Gastando o meu dinheiro
Aproveitando a pouca idade
Pro outros animada
Pra mim sempre cansada
Mas uma hora a mesa vira
Tudo tem de mudar
Porquê eu gostava dela
E eu já não gosto mais
Porquê eu gostava dela
Mas agora tudo acabou
Antes era diferente
Se eu não tava legal
Me servia o café na cama
Como ela não tinha igual
Ser tratado assim é fogo
Eu cansei de avisar
Eu abrir o jogo
Eu vou ter que escrachar
Porquê eu gostava dela
E eu já não gosto mais
Porquê eu gostava dela
Mas agora tudo acabou
Amor de irmão
Está chegando
Um novo tempo de paz
Junto com a chuva
Indo embora pro mar
E num improviso da jazz
Nossas manias se encontram
Está chegando
Um novo tempo de paz
Tanto faz
Com quem esteja a razão
Vamos ser amigos
Enfrentar os perigos
Não amargar nenhuma tensão
Sem paixão, tanto faz
Amor de irmão ta valendo mais
O que antigamente era vida ou morte
Foi ficando real mais forte
E nossos corações já não sofrem
Do mal da última palavra
E nossas conversas serão
Doces sobremesas calmas
Tá valendo mais
Que qualquer coisa na vida
Mais do que qualquer grilo
O tanto que a gente amou
Que ficou
Amor, meu grande amor
Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções
Como as paixões e as palavras
Me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me venha sem saber
Se sou fogo ou se sou água
Amor, meu grande amor
Me chegue assim bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir o que não sente
Que tudo que ofereço
É meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo
Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser
Que seja de qualquer maneira
Enquanto me tiver
Que eu seja o último e o primeiro
E quando eu te encontrar
Meu grande amor me reconheça
Que tudo que ofereço
É meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo
Amor, meu grande amor
Que eu seja o último e o primeiro
E quando eu te encontrar, meu grande amor
Por favor, me reconheça
Pois tudo que ofereço
É meu calor meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo
Azul, azulão
Aproveitando a sombra
do teu barraco
Minha alma é puro sol
Um avião passa, um produto anuncia
Acendo um cigarro
Tudo parece ter um pouco de magia
Vacas no pasto a ruminar
Estórias e desejos
A sujeira do mal
Asas abertas eu quero voar
Na minha cabana
Tudo é liberdade e amor
Exercícios todo o dia à beira-mar
Peixes, frutas à vontade
E o sol todo dia vem
Uma voz salta de dentro de mim
Azul, muito azul, azulão
Baby Suporte
Amor escravo de nenhuma
palavra
Não era isso que você procurava
Não viu no fundo da retina a mágoa
A luz confusa onde o tudo é o nada
A esperança está grudada na carne
Que diferença há entre o amor e o escárnio?
Cada carinho é o fio de uma navalha
Oh! Baby, não chore
Foi apenas um corte
A vida é bem mais perigosa
Que a morte
Suporte, Oh! Baby, suporte
Suporte, Baby, suporte
Bagatelas
Eu dizia: \"apareça\"
Quando apareceu, não esperava
Um dia me beijou e disse: \"não me esqueça\"
Foi embora e só esqueci metade
Que bom que eu não tinha um revólver!
Quem ama mais com bala que com flecha
Não! Não diga isso é over!
Ela deixou furo e a porta que se abriu
Jamais se fecha
Nada disso tem moral nem tem lição
Curto as coisas que se acendem e se apagam
E se acendem novamente em vão
Será que a gente é louca ou lúcida
Quando quer que tudo vire música
De qualquer forma não me queixo
O inesperado quer chegar, eu deixo
E a gente faz e acontece nessa vida
Nessas telas
Nossas belas bagatelas
Beijos de arame farpado
Naqueles dias
Todo dia eu renascia
Na pele dos teus lábios
E trazia comigo uma oração
Pros tumultos da paz
Porque naqueles dias
Eu te amava demais
Eram dias de pura luz
Refletindo nos metais
E pelos nossos beijos
Caravelas e língua passeavam
Em delírios fluviais
Amor à luz de velas
Mensagem na garrafa perdida
Vinda na saliva de outros carnavais
Mas hoje em dia meu amor
Nossos beijos tem sabor enferrujado
E nos machucam a boca
Feito arame farpado
Meus cabelos já cresceram
E eu não vi passar
Nem pétala, nem rastro
Daqueles dias
Sobre os nossos ombros, nunca mais pousaram os anjos
Apenas os escombros
Sobre os nossos ombros
Nunca mais pousaram os anjos
Apenas os escombros
Bete balanço
Pode seguir a tua
estrela
O teu brinquedo de star
Fantasiando em segredo
O ponto aonde quer chegar
O teu futuro é duvidoso
Eu vejo grana, eu vejo dor
No paraíso perigoso
Que a palma da tua mão mostrou
Quem vem com tudo não cansa
Bete balança meu amor
Me avise quando for a hora
Não ligue pra essas caras tristes
Fingindo que a gente não existe
Sentadas, são tão engraçadas
Donas das suas salas
Pode seguir a tua estrela
O teu brinquedo de star
Fantasiando em segredo
O ponto aonde quer chegar
O teu futuro é duvidoso
Eu vejo grana, eu vejo dor
No paraíso perigoso
Que a palma da tua mão mostrou
Quem tem um sonho não dança
Bete Balança, por favor
Me avise quando for embora.
Bicho humano
Dance, eu quero
Que você me canse
Até o sol raiar
Canse, eu quero
Ver você em transe
Me chamar
Me gritar pedindo, deixando
Bicho humano uivando
Bicho humano uivando
Eu não te amo, não
Dance, eu quero
Aproveitar a chance
E me acabar
Canse, eu quero
Que você me alcance
Na hora \"H\"
Me gritar pedindo, deixando
Bicho humano uivando
Bicho humano uivando
Eu não te amo, não
Bilhetinho Azul
Hoje eu acordei com
sono
Sem vontade de acordar
O meu amor foi embora
E só deixou pra mim
Um bilhetinho
Todo azul com seus garranchos
Que dizia assim:
\"Xuxu, vou me mandar
Vou pra Bahia, talvez volte
Qualquer dia
O certo é que eu tô vivendo
Tô tentando
Nosso amor foi um engano\"
Hoje eu acordei com sono
Sem vontade de acordar
Como pode alguém
Ser tão demente, coisa louca
Inconsequente e ainda amar
Ver o amor como um abraço curto
Pra não sufocar
Billy Negão
Eu conheci um cara
Num bar lá no Leblon
Foi se apresentando
\"Eu sou o Billy Negão
A turma da baixada
Sabe que eu sou durão
Eu só marco touca
É com o coração
Bati uma carteira
Pra pagar o meu pivô
Sorri cheio de dentes
Para o meu amor
Mas ela nem olhou
Foi me acusando de ladrão
Pega ladrão, pega ladrão
Alguém passava perto
E sem querer escutou
Correu no delegado
E me dedurou
E logo o bairro inteiro
Caiu na minha esteira
Pois nessa depê
Eu tava maior sujeira\"
E nesse exato instante
Eu vi parar um camburão
E o Billy sarto fora
Com a minha grana na mão
Deixou na minha conta
Três conhaques de alcatrão
Pega ladrão, pega ladrão
Billy dançou, dançou coitado
Billy dançou, foi baleado
Foi autuado, enquadrado
Um coração rejeitado
Condenado
Blues de abandono
Você me largou
Sem adeus ou remorso
E o seu desespero veio
Roer todos os meus ossos
Você me deixou
E o mundo parece desmoronar (desabar)
Eu não consigo
Rir ou chorar
Só vejo a morte lenta
De todos os meus sonhos
Nada mais faz sentido
É tudo um pesadelo medonho
Você sumiu
Não posso crer no que acontece
Eu tenho delírios de paixão
Nem o espelho me reconhece
Blues do iniciante
Eu traço tantos planos
Brilhantes, antes
De te ganhar num salto
Mortal, de iniciante
Na pirraça de te ter
Por enquento, por enquanto
Miro o índio que eu sou
No teu ser
Eu alcanço
Viagens tão óbvias
Loucuras tão sóbrias
De iniciante
Aprendiz das piscinas
Tingidas de escuro, escuro
Aonde peixe safo
Eu nado até você
Até o seu mundo
Que eu também procuro
Nesse quarto sem luz
Nessa ausência de tudo
Se prepare, estou \"loki\"
Só precisas de um toque
De iniciante
Bumerangue blues
Tudo o que você faz,
um dia volta pra você
Tudo o que você faz, um dia volta pra você
E se você fizer o mal, com o mal um dia você vai ter de viver
Não me entregue o seu ódio, sua crise existencial
Preliminares não me atingem, o que interessa é o final
E não me venha com problemas, sinta sozinho o seu mal
Porque tentar, tentei demais e você só me usou
Eu tentava ajudar e você sé me queimou
Mas é errando que se aprende: minha boa vontade se esgotou
Como um bumerangue
Tudo vai voltar
E a ferida que você me faz
É em você que vai sangrar
Eu tenho cicatrizes
Mas eu não me importo, não
Melhor do que a sua ferida aberta
E o sangue ruim do seu coração
Só não entendo como fui cair
Dentro da sua teia
E não tentei fugir
Me sinto mal lembrando o que aconteceu
Você tentou roubar
Mas o bumerangue agora é meu
Carente profissional
Tudo azul
No céu desbotado
E a alma lavada
Sem ter onde secar
Eu corro, eu berro
Nem dopante me dopa
A vida me endoira
Eu mereço um lugar ao sol
Ganhar pra ser
Carente profissional
Se eu vou pra casa
Vai faltando um pedaço
Se eu fico, eu venço
Eu ganho pelo cansaço
Dois olhos verdes
Da cor da fumaça
E o veneno da raça
Carnaval
Carnaval
Eu danço no temporal
Carnaval
Eu queimo meu arsenal
Carnaval
Nos trilhos da central
Carnaval
Das tribos do litoral
Quero ver você brincar
Farra malandra ao luar
Baile de máscaras bizarras
Malandros, otários em arruaça
Vem bailar comigo
Vem me abocanhar
Sua saia preta
Eu quero estraçalhar
Sedução
Não passa de traição
Pra quem não tem solução
Solidão
Sozinho na multidão
Maldição
Às trancas do coração
Folia... me faz rir
O ano inteiro sem parar
Quero ver você me embalar
A noite inteira sem pisar
Vem bailar comigo
Vem me abocanhar
Sua saia preta
Eu posso estraçalhar
Carne crua
Mais um dia
Não há espanto
Nem correria
Nas ruas
É carne crua
Sangrando
Transbordando
Solidão
A felicidade não inspira
Confiança pra mim
Vale a vontade
De ir em frente até o fim
E quem me prove
Que não é bom o veneno
Suicidar com todos os desejos
E ver nascer a flor
Depois de tantos enganos
Verdades que me deixaram tonto
A felicidade não inspira
Confiança pra mim
Vale a vontade
De ir em frente até o fim
Ninguém me deu a mão
Ou esperou por mim
Também não reparou
Que fez sem ver
O amor fugir
Carne de pescoço
Eu andava tão calmo
Dava pra desconfiar
Vivendo minha vida
Sem me preocupar
Você pintou
Eu tava quieto no meu canto
Curtiu com minha cara
Foi me provocando
Pensando que eu fosse cair no teu jogo
Brincar de apaixonar
O coração de um bobo
Depois tirar o corpo fora
Pra variar
Achando otário todo o cara
Que quer te amar
Baby, você marcou touca
Porque eu sou carne de pescoço
Você topou com um louco
Pra se livrar de mim
Vai ser fogo, vai ser fogo
Cena de cinema
Tava queimando no meu
carro
A tal da gasolina
E do meu lado, meu amor me avisou
Vou sair de cena
Me deu um beijo na corrida
Correndo ela sumiu
Desceu correndo a escadaria do metrô
Cena de cinema
Lá embaixo não tem estrela
É a maior ficção
Fico alucinado
E a luz do fim do túnel
Vem me ipnotizar
Tava queimando na estrada
Ao sol do meio dia
E de repente, o rádio tocou
Cena de cinema
Vi meu amor numa lambreta
Na sua capa preta
Passou por mim a menos de cem
E saiu de cena
Certo dia na cidade
Já nem sei quanto
tempo faz
Ele foi como quem se distrai
Viu na cor de um som a cor que atrai
Foi num solo que não volta atrás
Tchau, mãezinha, fui beijar o céu
A vida não tem tamanho
Tchau, paizinho, vou levando fé
É tudo luz e sonho
Vou viver, vou sentir tudo
Vou sofrer, vou amar demais
Ei, garoto, a força que me conduz
É leve e é pesada
É uma barra de ferro jogada no ar
Vou levando fé, vou levando fé
Cidade fria
A cidade está tão
fria
Eu tô na rua principal
O meu amor passou por mim,
Na contramão, não quis olhar
Eu tô sozinho aqui de novo
E a tristeza mora em mim
Eu nunca vou me esquecer
Das vezes que já te perdi
O vento corta o silêncio
Misterioso exterior
A lua fria não me engana
Nem fere o anjo protetor
Olho pro céu não há estrelas
A noite quando vem me dilacera
Mas sei que nunca vai haver um fim
Pro amor que se regenera
Comendo vidro
Nas diurnas
Nas noturnas
Um cigano vagabundo
Um clown pirado
De barriga vazia
E o sapato furado
Tudo tão exposto
A qualquer estação
Nem vou pensar
Que vai ser diferente
Comendo vidro
Eu tô comendo vidro
Comendo vidro
Mastigando e engolindo
A estrada é longa
Tão bom andar
Ontem ali
Hoje acolá
Não é fácil não
É mais que duro
É como comer vidro
E andar no escuro
A poesia num letreiro qualquer
O dom é necessário pro malabarista
Desses que extraem do organismo
alimento para uma canção
Um blues ao sol, ao sol do meio-dia
Pulando de galho em galho
Na tela do computador
Como um risco de foguete
Em cada espaço uma explosão
Comendo vidro
Eu tô comendo vidro
Comendo vidro
Mastigando e engolindo
Como um furacão
Porque razão isso
acontece?
A felicidade me assalta
E nem sequer se esplica
Eu embarco e não duvido
Porque razão isso acontece?
Quando tudo parece estar tão bem
E a tristeza me invade
Tipo fim do mundo
Desmentindo amor e verdade
Cortando fundo
Sem razão e piedade
Porque razão isso acontece?
Alguém sempre aparece
Me cura e esquece
E é como se nada tivesse acontecido
E isso arde em mim feito um vulcão
Me varre pelo mundo feito um furacão
Deus é sábio não vacila
Larga seus filhos
Soltos pela vida
Eu aceito o risco
Mas quero saída
A gente quer saída
Quero abusar da vida
Viver a noite, viver o dia
Nessa euforia
Completamente nova
Curto seu corpo
Quando está no meu corpo
É coisa assim tão nova
Músculos e nervos também
Curto seu corpo, eu curto o que ele faz
Sentir a coluna do seu corpo
Seus ossos e as macias
Firmes ancas
Que de novo beijarei
Curto beijando isso e aquilo de você
Lentamente afagando a penugem
Chocante de seu pelo elétrico
Isso! Goza pela carne rompida
E pelos olhos grandes, nacos de amor
Curto a prova
E o prazer de sob mim você assim
Completamente nova
Conto de fadas
Tudo bem, você se
mandou
Não aguentou o peso da barra
Que é escolher viver de verdade
Se danou, parou na metade
Agora vai, vai correndo pra casa
Papai e mamão tão na sala
Te esperando, tão jantando
Planejando um futuro normal, que mal!
Princesinha dos cachos de mel
Vai enfim achar seu sapato
Esquecido num baile
Vai rasgar os meus retratos
E chorar sozinha no quarto
Se lembrando, duvidando
Planejando um futuro normal, que mal!
Contravenção
Nesses dias calmos
É bom sair de carro
Prá se distrair
Quando menos espero
Eu me desespero
Prá me divertir
Com tudo em cima
A noite vai rolar
Eu sempre fui assim
A rua é o meu lugar
Pr\'eu rolar a noite inteira
Falar muita besteira (fazer muita zueira)
Só pra escrachar
Só pra avacalhar (só pra zoar)
E se a polícia me parar
Eu dou uma grana pra aliviar
Eu peço passagem pra continuar
Até o sol sair
Até a noite sumir
E a cidade acordar
Só ando na contravenção
Por pura vocação
Jamais terá fim
A nossa curtição (a nossa transação)
Copacabana
Copacabana você não
me angana
Com seus bares e quitinetes
Vapores circulando livres pelas lanchonetes
Lembro de velhos safados
De binóculos a espiar das janelas
Andando pelas esquinas
Lambendo a nudez de suas meninas
Copacabana você não me angana
Com seus travestis e generais de pijama
Essa beira-mar, quanto amor e sexo
Ainda há de presenciar ?
O ritmo alucinado nos seus inferninhos
Dia e noite, noite e dia
Da prado Júnior ao Posto Seis
A verdadeira \"Ilha da Fantasia\"
Se eu soubesse a razão
De vidas tão diferentes em seu coração
Se eu sobesse o motivo dessa romaria
Em sua direção
Um pouco mais da naturea humana eu saberia
Daqui por diante
Que angústia
desesperada
Minha fé parece cansada
E nada, nada mais me acalma
Você pisou na flor
E esqueceu do espimho
Virou do avesso sem saber
Os nossos sentidos
Até aonde existe o amor
E suportar suas feridas
Até aonde existe a dor
De quem assume esta sina
Viver é um vôo pra felicidade
E a voz da verdade
Nunca fez caridade
E todo dia ao acordar
Eu vou querer saber
Que pedaço é esse que me falta
Que não me deixa esquecer
A dor, o pranto nos olhos
A fúria do seu olhar
Apesar de todo desencanto
Eu não desistto de amar
Não vai haver mais dor pra mim
Daqui por diante vai ter que ser assim
Declare guerra
Vivendo em tempo
fechado
Correndo atrás de abrigo
Exposto a tanto ataque
Você ta perdido
Nem parece o mesmo
Tá ficando pirado
Onde você encosta dá curto
Você passa, o mundo desaba
E pra te danar
Nada mais dá certo
E pra te arrasar
Os falsos amigos chegam
E pra piorar
Quem te governa não presta
Declare guerra aos que fingem te amar
A vida anda ruim na ladeia
Chega de passar a mão na cabeça
De quem te sacaneia
E pra se ajudar
Você faz promessas
E pra piorar
Até o papa te esquece
E pra te arrasar
Só o inferno te aceita
Desabrigado
Em cada riso, em cada
gesto seu
Vi em você meu abrigo
Agora agrido, só pra não lembrar
O que sobrou dos nossos sorrisos
Agora é tarde, tarde demais
De nada vale o meu grito
Todos querem aue eu reaja
Que eu não fique desse jeito tão passivo
Desabrigado, molhado pela chuva
Desapaixonado pela sua fuga
Eu tô em casa, eu tô na rua
Procurando uma cura
No vazio do meu quarto
Eu tô quebrando a cabeça
Cercado de saudade
Marcado pela inatividade
Ah! Sumir do mapa
Às vezes é a solução
E não pensar no coração
De quem fica sozinho, sem razão
Dignidade
De você eu não quero
um centavo
Muito menos ser o seu escravo
Parece difícil acreditar
Que eu tenha algum amor pra dar
Já fiz de tudo
Entrei no teu mundo
Só pra te mostrar
Que o que eu sinto
É muito mais fundo
Parece que vai estourar, baby, baby
Não quero que você faça minha cama
Apesar d\'eu gostar de conforto
Porquê amar desse jeito, baby
É o mesmo que estar morto
Com tanta discussão
Falei demais, perdi a razão
Eu falo, eu grito, eu xingo
Porque eu preciso
Eu não vivo sem você não
Dinheiro pra mim não tem valor
Quando o assunto é amor
Vale muito mas não vale nada
E eu nunca tive nada de mão beijada
Dolorosa
Fim, a noite acabou
Feito o gim
Espuma branca
Lavando o meu pé
Os amigos de sempre vão embora pra casa
E o garçom fecha o bar
Mal-humorado e cansado
Será que você não vê ?
Que o teu lugar é do meu lado
Nós dois indo juntos pra casa
Eu já tô vendo o meu fantasma
Guardando lugar pra amanhã
Mas se você voltasse
Pra mim
Por baixo da mesa
Chutando o meu pé
Piscando o olho
Pra gente ir embora
Doce ar de chantagem
Pra uma noite melhor
Nós dois e mais ninguém
Que o teu lugar é do meu lado
Nós dois indo juntos pra casa
Eu já tô vendo o meu fantasma guardando lugar pra amanhã
Down em mim
Eu não sei o que o meu
corpo abriga
Nessas noites quentes de verão
Nem me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Outra vez vou te cantar, vou te gritar
Te rebocar do bar
E as paredes do meu quarto
Vão assistir comigo
A versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar a minha cara
Com certeza você já foi embora
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Outra vez vou me esquecer
Pois nessas horas pega mal sofrer
E da privada, eu vou dar com a minha cara
De panaca pintada no espelho
E descobrir sorrindo que o banheiro
É a igreja de todos os bêbados
Eu ando tão down
Eu ando tão down...
Eclipse oculto
Nosso amor não deu
certo
Gargalhadas e lágrimas
De perto fomos quase nada
Tipo de amor que não pode dar certo
na luz da manhã
E desperdiçamos os blues do Djavan
Demasiadas palavras
Fraco impulso da vida
Travada a mente na ideologia
E o corpo não agia como se o coração
tivesse antes que optar
Entre o inseto e o inseticida
Não me queixo
Eu não soube te amar
Mas não deixo
De querer conquistar
Uma coisa qualquer em você
O que será ?
Como nunca se mostra
O outro lado da lua
Eu desejo viajar
No outro lado da sua
Meu coração galinha de leão
Não quer mais amarrar frustração
O eclipse oculto na luz do verão
Mas bem que nós fomos muito felizes
Só durante o prelúdio
Gargalhadas e lágrimas
Até irmos pra o estúdio
Mas na hora da cama
Nada pintou direito é minha cara falar
Não sou proveito sou pura fama
Não me queixo
....
Nada tem que dar certo
Nosso amor é bonito
Só não disse ao que veio
Atrasado e aflito
E paramos no meio
Sem saber os desejos aonde é que iam dar
E aquele projeto ainda está no ar
Não quero que você
Fique fera comigo
Quero ser seu amor
Quero ser seu amigo
Quero que tudo saia
Como o som do Tim Maia
Sem grilos de mim
Sem desespero sem tédio sem fim
Não me queixo
....
Enquanto ela não chegar
Quantas coisas eu ainda
vou provar
E quantas vezes para a porta eu vou olhar
Quantos carros nessa rua vão passar
Enquanto ela não chegar
Quantos dias eu ainda vou esperar
E quantas estrelas eu vou tentar contar
Quantas luzes na cidade vão se apagar
Enquanto ela não chegar
Eu tenho andado tão sozinho
Que nem sei no que acreditar
E a paz que busco agora
Nem a dor vai me negar
Não deixe o sol morrer
Errar é aprender
Viver é deixar viver
Quantas besteiras eu ainda vou pensar
E quantos sonhos no tempo vão se esfarelar
Quantas vezes eu vou me criticar
Enquanto ela não chegar
Estranho exemplo
O vento é um desenho
Quando batem suas asas
A rocha e o seu silêncio
São milênios de palavras
A água está fervendo
Pra terminar evaporada
Nos trazem um estranho exemplo
Como faltar dentes a uma risada
O lenço na janela do apartamento
E o selo de um postal
O medo de ficar num engarrafamento
Longe do quintal
No espelho o reconhecimento
Como a foto no jornal
Nos trazem um estranho exemplo
Como o Brasil para Portugal
E talvez o vento vá batendo
Sobre a água sem palavras
Até a rocha evaporar
Lá em cima o céu
Aqui os pés no chão
A fé quer dizer que sim
Quem vai dizer que não
Eu queria uma bomba
Solidão a dois de dia
Faz calor depois faz frio
Você diz \"já foi\" e eu concordo contigo
Você sai de perto eu penso em suicídio
Mas no fundo eu nem ligo
Você sempre volta com as mesmas notícias
Eu queria ter um bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder me livrar
Do prático efeito
Das tuas frases feitas
Das tuas noites perfeitas
Solidão a dois de dia
Faz calor depois faz frio
Você diz \"já foi\" e eu concordo contigo
Você sai de perto eu penso em suicídio
Mas no fundo eu nem ligo
Você sempre volta com as mesmas notícias
Eu queria ter um bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder te negar
Bem no último instante
Meu mundo que você não vê
Meu sonho que você não crê
Eu queria ter um bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder te negar
Bem no último instante
Eu tô feliz
Eu tô feliz, mas eu não
sou feliz
Quase sempre eu tô mal, mas esse é um momento especial
Eu tô feliz, mas eu não sou feliz
Aproveite a minha companhia porque não é todo dia
Eu tô feliz, mas eu não sou feliz
Não vi nenhuma coisa engraçada, mas eu tô dando risada
A vida não é um piquenique
Não é uma roda-gigante
Não é doce, não é algodão doce
Porque dura
E é dura porque dura
Mas agora não
Fios elétricos
Ruas...Poesia bruta,
Sentimentos de concreto,
Sangue que corre por fios elétricos
Ruas... Poema em linha reta,
Tua marginália tão discreta
Avenida que embriaga,
O fio da navalha
Ruas...poesia crua,
Pagadas na calçada,
Arranha-céu observa
Com olhos de vidraça
Ruas...poesia suja,
Um beijo no asfalto.
Neons vomitam, marcas,
Cruzes, cruzamentos, encruzilhadas...
Pela via expressa, pelas marginais,
Outdoors, placas e sinais.
Terno, eterno movimento
Que deixa o tempo pra trás
Ruas...Poesia bruta
Sentimentos de concreto
Sangue que corre por fios elétricos
Ruas...poesia crua,
Pagadas na calçada,
Arranha-céu observa
Com olhos de vidraça
Pela via expressa, pelas marginais,
Outdoors, placas e sinais.
Terno, eterno movimento
Que deixa o tempo pra trás
Flores do mal
Não me atire
Num mar de solidão
Você tem a faca, o queijo
E meu coração nas mãos
Não me retalhe em escândalos
Nem depois cobre o perdrão
Deixe que eu cure a ferida
Dessa louca paixão
Que acabou feito sonho
Foi o meu inferno
Foi o meu descanso
A mesma mão que acaricia
Fere e sai furtiva
Faz do amor uma estória triste
O bem que você me fez
Nunca foi real
Da semente mais rica
Nasceram flores do mal
Não me esqueça por tão pouco
Nem diga adeus por engano
Mas é sempre assim
A mesma mão que acaricia
Fogo de palha
Esse seu fogo
É fogo de palha
Toda essa palha
Toda essa bala
Não quer dizer nada
Não atinge ninguém
É tão bem comportada
Não arrisca nada
Só pra se manter
Parece que não é de carne e osso
Cumpre bem as regras do bem gosto
Aposto tudo no rei de espadas
O que ela diz, não diz nada
Aposto tudo aquilo que eu tiver
Mesmo que eu não tenha quase nada
Fúria e folia
Passeando pela cidade
destruída
Bombas foram lançadas
E tudo reduzido a pó
Na praça aberta sou
Um colar de livres pensamentos
Quem quer comprar o jornal de ontem
Com notícias de anteontem ?
Me chamo vento
Nada sei
Apenas vivo a perambular
Uns trabalham por dinheiro
Outros por livre e espontânea vontade
Eu trabalho para o nada
Espalhado pelo chão
Sou solidão a dançar
Com a lingua no formigueiro
Ando ando ando ando sem parar
Na poeira dos fatos, nas transparências
Viver, é fúria e folia
Rumo ao mágico
Passeando pela cidade destruída
Bombas foram lançadas
E tudo reduzido a pó
Na praça aberta sou
Um colar de livres pensamentos
Sou solidão a dançar
Com a língua no formigueiro
Viver é fúria e folia
Rumo ao mágico
Guarda essa canção
Era só um outro tempo
de encantos escondidos em certas pessoas
Como ela especiais, no seu jeito de se entregar
Timha um nome que nadava como um cisne, encantando as pessoas
E uma luz que amarela, hoje cisma em me despertar
Eu que não esqueço das longas noites no Leblon
Olhos, boca, pés e tudo mais, muito acima do chão
Guarda essa canção
Como o último desejo
Do fundo do coração
À superfície do beijo
Esse tempo todo que foi lindo não é pra cabar assim
Chega então pra dentro do meu sonho e toma conte de mim
Vamos beber do mesmo copo, nosso corpo celebrar
Um tempo que se foi e a sorte que ele nos lançou
Sonhando viver entrelaçados
Copo de vinho na mão
Num blues carregado
Foi o fim daquele tempo e a sorte, ela te levou irmã
Guarda essa canção
Como o último desejo
Do fundo do coração
À superfície do beijo
Eu que não esqueço das longas noites no Leblon
Olhos, boca, pés e tudo mais, muito acima do chão
Guarda essa canção
Como o último desejo
Do fundo do coração
À superfície do beijo
Iceberg
O que você está vendo
É a ponta do iceberg
Você não perde por esperar
O meu julgamento de Nuremberg
Pode se preparar
Tudo o que é sólido
Desmancha no ar
Mas o que é leve
Vale enquanto pesar
Vem chumbo grosso na sua direção
Se prepare querida pruma revolução
Línguas de fogo do céu cairão
Flechas de aço na mira do seu coração
Porque você não é o único navio no mar
E com a minha insustentável leveza
Eu vou te derrubar
Com palitos de fósforo e algodão
Eu sou revolução
O iceberg do seu Titanic
A vida não é nenhum piquenique
Invejo os bichos
Os piratas governam
E carrascos executam com alegria
E eu andando pelas ruas
Assistindo toda essa confusão
Dia sem sol
Noite sem lua
E o medo solto nas ruas
Os olhos vidrados como espelhos
Lentes escurecidas pela preguiça
Alguma coisa aconteceu
Acaba de chegar a polícia
O céu cinzento reflete
O terror do asfalto
Graça é pirraça
Esperança e covardia
Olho pro lado e um cara esbraveja
Palavrões com ar de mistério
A paz dos animais é tão admirável
Que não dá pra levar a humanidade a sério
Invejo os bichos, invejo os bichos
Que no mundo não procuram nexo
Vivem em paz sem ganância ou capricho
E só brigam por comida e sexo
Jardins da babilônia
Suspenderam os jardins
da Babilônia
E eu pra não ficar por baixo
Resolvi botar as asas pra fora, porque
Quem não chora dali não mama daqui
Diz o ditado
Quem pode, pode
Deixa os incomodados que se incomodem
Minha saúde não é de ferro não
Mas meus nervos são de aço
Pra pedir silêncio eu berro
Pra fazer barulho eu mesmo faço
Pegar fogo nunca foi atração de circo
Mas de quelquer maneira pode ser
Um caloroso espetáculo, então
O palhaço ri dali, o povo chora daqui
E o show não para
E apesar dos pesares do mundo
Vou segurar essa barra
Minha saúde não é de ferro não
Mas meus nervos são de aço
Pra pedir silêncio eu berro
Pra fazer barulho eu mesmo faço
Suspenderam os jardins da Babilônia
E eu pra não ficar por baixo
Resolvi botar as asas pra fora, porque
Quem não chora dali não mama daqui
Diz o ditado
Quem pode, pode
Deixa os incomodados que se incomodem
Lente
Suspenderam os jardins
da Babilônia
E eu pra não ficar por baixo
Resolvi botar as asas pra fora, porque
Quem não chora dali não mama daqui
Diz o ditado
Quem pode, pode
Deixa os incomodados que se incomodem
Minha saúde não é de ferro não
Mas meus nervos são de aço
Pra pedir silêncio eu berro
Pra fazer barulho eu mesmo faço
Pegar fogo nunca foi atração de circo
Mas de quelquer maneira pode ser
Um caloroso espetáculo, então
O palhaço ri dali, o povo chora daqui
E o show não para
E apesar dos pesares do mundo
Vou segurar essa barra
Minha saúde não é de ferro não
Mas meus nervos são de aço
Pra pedir silêncio eu berro
Pra fazer barulho eu mesmo faço
Suspenderam os jardins da Babilônia
E eu pra não ficar por baixo
Resolvi botar as asas pra fora, porque
Quem não chora dali não mama daqui
Diz o ditado
Quem pode, pode
Deixa os incomodados que se incomodem
Linda e burra
Estou tã0 perto de você
Mas me sinto tão longe
Eu procuro aparecer
Mas algo me esconde
Eu não sei quando vai acabar esse vudu comigo
Mas, baby, eu te quero e me finjo de amigo
Hey, você é linda
Baby, baby
Mas é tão burra
Se enfeita toda pra mim
Mas nunca tá afim
A culpa não é minha
Você é quem me corta
Não sabe o que perde
E nem se importa
Se enfeita toda pra mim
Mas nunca tá afim
Maior abandonado
Eu tô perdido
Sem pai nem mãe
Bem na porta da tua casa
Eu tô pedindo
A tua mão
E um pouquinho do braço
Migalhas dormidas do teu pão
Raspas e restos
Me interessam
Pequenas poções de ilusão
Mentiras sinceras me interessam
Me interessam
Eu tô pedindo
A tua mão
Me leve para qualquer lado
Só um pouquinho
De proteção
Ao maior abandonado
Seu corpo com amor ou não
Raspas e restos me interessam
Me ame como a um irmão
Mentiras sinceras me interessam
Me interessam
Maioridade
Agora eu sei quanto eu
cresci
Já acredito no meu caminho
Se até agora eu tô vivo
É que deve ser verdade
Vejo a cidade da minha janela
Debruçado nos meus erros
Extravagantes e comuns
Me guio sem razão
À casa de um homem
Ao coração de uma mulher
Mas meu coração não é ficção
Agora eu sei, nem contramão
Agora eu sei
Que eu cresci
Junto com os meus pecados
E aprendi como eles são engraçados
Eu já vivi de tudo um pouco
Mas tô esperando um truque novo
Que me largue caindo
Do alto de um abismo
O tempo vai dizer
Se o que espero me interessa
Se eu levo a vida
Ou se é ela que me leva
Mal nenhum
Nunca virão ninguém
triste
Porque não me deixaram em paz
As guerras são todas tão tristes
E não tem nada de mais
Me deixem bicho acuado
Por um inimigo imaginário
A correr atrás dos carros
Como um cachorro otário
Me deixem ataque equivocado
Por um falso alarme
Quebrando objetos inúteis
Como quem leva uma porrada
Me deixem esmurrar a faca
Amolar a faca cega da paixão
E dar tiros a esmo
E ferir sempre o mesmo cego coração
Por isso não me escondam suas crianças
Nem me chame o síndico
Não me chame a polícia
Não me chame o hospício
Eu não posso acusar mal nenhum
Malandragem dá um...
Vou apertar
Mas não vou acender agora
Vou apertar
Mas não vou acender agora
Se segura malandro
Pra fazer a cabeça tem hora
É, você não está vendo
Que a boca tá assim de corujão
Tem dedo de seta adoidado
Todos eles afim de entregar os irmãos
Ô malandragem dá um tempo
Deixa essa pá de sujeira ir embora
E é por isso que eu vou apertar
Mas não vou acender agora
É,vou apertar
Mas não vou acender agora
Vou apertar
Mas não vou acender agora
Se segura malandro
Pra fazer a cabeça tem hora
É que o 281 foi afastado
O 16 e o 12 no lugar ficou
E uma muvuca de espertos demais
Deu mole e o bicho pegou
Quando os homens da lei grampeiam o coro come a toda hora
E é por isso que eu vou apertar
Mas não vou acender agora
Vou apertar
Mas não vou acender agora
Vou apertar
Mas não vou acender agora
Se segura malandro
Pra fazer a cabeça tem hora
Manhã sem sono
Se eu durmo, é que eu
quero
Sonhar só com ela
E se acordei, foi por acaso
Porque no sonho ela me amava
Se eu acordei
Foi por descuido
Era clara a manhã sem sonho
Minha cara inchada de sono
Era clara a manhã sem sonho
Se eu saio, é que eu quero
Me encontrar com ela
E um calmante até que ajuda
Porque o meu coração, ele pula, pula
Se ela me abraça e vai embora
Não é o meu amor quem não me ama
Nem a noite azul que me engana
Não é o meu amor quem não me ama
Marcas no pescoço
A rua escura deserta
Acelera o desejo
Eu piso fundo no mundo
Com o farol aceso
Uma sirene: Polícia!
No retrovisor
Não sei se é paranóia
Ou se sou infrator
Em cada curva fechada
Espero pelo pior
Estranho cheiro de sangue
Ninguém ao redor
No carro o rádio anuncia
Mais um assassinato
Vejo seu corpo na esquina
Paro o carro e salto
Como vou te esquecer?
Seu beijo é mesmo assim
Marcas no pescoço me dizem
Que o tempo todo só
Querias assistir o meu fim
Um dia seu nome é Ana
No outro dia, Janete
O tempo todo na cama
Afiando a gilete
Só sai na rua se for
Em busca de uma brisa
E quando o dia começa
Você corre da polícia
A vida inteira agitou
E hoje vive no vício
Um vai e vem, entra e sai
Na porta do edifício
Seu veneno é cruel
Seu olhar assassina
Me queimo no seu calor
Coração de heroína
Como vou te esquecer?
Seu beijo é mesmo assim
Marcas no pescoço dizem
Que o tempo todo só
Querias assistir o meu fim
Me acalmo, me desespero
O amor deflagra guerras
No coração de quem ama
É um bandido sórdido
Uma menina linda
o amor lança seu ferrão
No desamparo dos amantes
É um inseto louco em volta da luz
Um lobo solitário uivandona escuridão
Do amor pouco sei
E quase tudo espero
Amando eu me acalmo e me desespero
O amor faz da vida voz
Um gemido surdo
De mim um escravo lanhado
Um tigre encurralado
O amor sombreia as trevas
Clareia até cegar
É um lar que não abriga
O crime perfeito de dois assassinos
Menina mimada
Foi você que quis ir
embora
Agora volta arrependida e chora
Olhar pedindo esmola
Baby, eu conheço sua escola
Quem sabe eu faço um blues em tua homenagem
Eu vou rimar tanta bobagem
Você é tão fácil, menina mimada
De enfeites, brochinhos e queixas
Queixas, queixas, queixas
Foi você mesma quem quis
Foi você que quis ir embora
Agora toca a campainha e cora
Diz que esqueceu a sacola
Baby, eu conheço tua história
O cara já está buzinando lá embaixo
Fazendo papel de palhaço
Cheio de flores, promessas
Menina mimada, você é um fracasso
Cigarros ?
Leva o maço
Foi você mesma quem quis
Meus bons amigos
Meus bons amigo
Onde estão
Notícias de todos
Quero saber
Cada um fez sua vida
De forma diferente
As vezes me pergunto
Malditos ou inocentes
Os nossos sonhos
Realidades
Todas as vertigens
Crueldades
Sobre os nossos ombros
Aprendemos a carregar
Toda vontade
Que faz vingar
No bem que fez
Pra mim, assim
Assim, me fez
Feliz assim
O amor sem fim
Não esconde o medo
De ser completo
E imperfeito
Milagres
Nossas arma estão na
rua
É um milagre
Elas não matam ninguém
A fome está em toda parte
Mas a gente come
Levando a vida na arte
Todos choram
Mas só há alegria
Me perguntam
O que eu faço
E eu respondo
Milagres, milagres
As crianças brincam
Com a violência
Nesse cinema sem tela
Que passa na cidade
Que tempo mais vagabundo
Esse agora
Que escolheram pra gente viver
Não amo ningúem
Eu ontem fui dormir
todo encolhido
Agarrando uns quatro travesseiros
Chorando bem baixinho, bem baixinho, baby
Pra nem eu, nem Deus ouvir
Fazendo festinha em mim mesmo
Como um nenem, até dormir
Sonhei que eu caía do vigésio andar
E não morria
Ganhava três milhões e meio de dólares
Na loteria
E você me dizia com a voz terna,
Cheia de malícia
Que me queria pra toda vida
Mal acordei já dei de cara com a tua
No porta-retrato
Não sei por que toda manhã parece um parto
Quem sabe depois de um tapa?
Eu hoje vou matar essa charada!
Se todo alguém que ama
Ama pra ser correspondido
Se todo alguém que eu amo
É como amar a lua inacessível
É que eu não amo ninguém
Não amo ninguém
Não amo ninguém, parece incrível
Não amo ninguém
E é só amor que eu respiro
Não há dinheiro que pague
Eu sempre acreditei
Que a qualquer hora
Eu pudesse lhe deixar
Pensei que sem você
Não poderia
Nunca me queixar
Mas quando eu fiquei sem lhe ver
Então é que eu pude entender
Agora que você
Está comigo
Eu posso até dizer
Que foi tão grande o castigo
Que me fez compreender
O erro que cometi
Sofrendo foi que eu aprendi
Que não há dinheiro no mundo
Que me pague a saudade que senti
Não há dinheiro no mundo
Que me pague a saudade
Eu sempre acreditei
Que a qualquer hora
Eu pudesse lhe deixar
Pensei que sem você
Não poderia
Nunca, nunca me queixar
Mas quando eu fiquei sem lhe ver
Então é que eu pude entender
O erro que cometi
Sofrendo foi que aprendi
Que não há dinheiro no mundo
Que me pague a saudade de você
Não me acabo
Eu é que não fumo
cigarro porque faz mal pro pulmão
Mas também não vou viver só de pão pullman
Eu é que não me acabo atrás de qualquer sensação
Mas também não vou acordar cedo toda manhã
Porque eu
Cuido da minha saúde
Eu
Eu sempre tive virtude
Eu
Não vou me destruir
Mas também não deixo de me divertir
O meu exercício predileto é pescar
Passo muitas horas do dia só pensando
Às vezes levo o meu corpo para passear
Enquanto ele faz cooper eu fico esperando
Eu...
Não me fuja pelas mãos
No silêncio da Amazônia
Eu confirmo com você
Não há nada nesta noite, não
Paralelo ao meu querer
Você fica bem nos meus braços
Luzindo na minha mão
Prenda útil, presa rara
A beleza de um pavão
Todo mundo foi embora
Embora, todo mundo fora
Nada mais nos apavora
Você é minha namorada
Não me fuja pelas mãos
Todo mundo foi pra longe
Pelas frestas do salão
Mas contei à toda cidade
Dos seus lábios de romã
Você fica bem nos meus braços
Luzindo na minha mão
Prenda útil, presa rara
A beleza de um pavão
Todo mundo foi embora
Embora, todo mundo fora
Nada mais nos apavora
Você é minha namorada
Não me fuja pelas mãos
Todo mundo foi embora
E sozinho cá estou
Olhei pela fechadura
Vejo nua meu amor
Não quero seu perdão
A gente nasce
A gente cresce
E vive
O tempo todo perto dela
E é tão bonita
Essa razão
Tão sem razão
A gente leva a vida inteira
Pra entender a vida
Dia após dia sem imaginar
Que para estar no paraíso
Basta amar, basta amar
Me dá vontade de contar tão suave
Tantas mentiras pra derrotar
A verdade brilhando no seu olhar
Não me faça pensar
Que vai ser tudo igual
Eu fui o melhor
Fui o pior
Se tenho seu amor
Não quero seu perdão
Na calada da noite
O meu cantar está
polido
Posso, vou esbravejar
Sinto não corro perigo
Zumbido de flexa no ar
O rumo da bola de vidro
Pode do céu despencar
Queimar a fúria dos homens
Queimando, cinzas tudo virar
Então saio andando
E ouço um papo fraco de outrora
Todo mundo pensa em glórias
Estou vendo o rio agora
Oh! Que sonho popular
É tudo questão de justiça
Eu não nasci na Suiça
Tão pouco no Canadá
Então me faz lembrar
Onde estou?
Onde estás?
Narciso
Meu bem, se situe
E pare de me dar resposta pronta
Que você tem problemas, eu sei
São coisas da idade
Por isso é que você me imita
Desliga a razão da tomada
Desfila por toda cidade
Antecipando o fim
Quem você quer não diz nada
Vara a madrugada
Procurando por mim
Eu tenho tudo o que você precisa
E mais um pouco
Nós somos iguais
Na alma e no corpo
Você que se cuide
E pare de sair pela tangente
Essas drogas de assuntos acabam sempre
Nesse frente a frente
Agora me enfrente
Como uma imagem no espelho
Nenhum bicho, ou planta pode ousar assim
A verdade nua em pêlo:
Todo humano é santo
E pode amar, sim
Eu tenho tudo o que você precisa
E mais um pouco
Nós somos iguais
Na alma e no corpo
No topo do mundo
Amor de mil vidas,
entrelaçadas avenidas
De mão dupla, a vida é única, única saída
Me dê a mão, vamos sumir até o asfalto derreter
O chumbo do mundo, meu bem, esqueça tudo
Ar condicionado ligado
Almofada de pluma para o meu amor
Me dê a mão vamos sair
Loucos pelos cantos do mundo
Esqueça tudo, vamos subir
Pro topo do mundo
Vidas partidas, ilimitadas avenidas
De mão dupla, a vida é única, única saída
Me dê a mão, vamos sumir até o asfalto derreter
O chumbo do mundo, meu bem, esqueça tudo
Mar horizontal, céu, solidão
Planos pro futuro do mundo
Impossíveis, irresponsáveis
Como fugir prum restaurante qualquer
Ar condicionado ligado
Almofada de pluma para o meu amor
Me dê a mão vamos sair
Loucos pelos cantos do mundo
Esqueça tudo, vamos subir
Pro topo do mundo
Nós
Mas não é só isso
O dia também morre e é lindo
Quando o sol dá a alma
Pra noite que vem
Alma vermelha, que eu vi
Vê, são tantas histórias
Que ainda temos pra armar
Que ainda temos que amar
Por enquanto cantamos
Somos belos, bêbados cometas
Sempre em bando de quinze, vinte
Tomamos cerveja e queremos carinho
E sonhamos sozinhos
E olhamos estrelas prevendo futuro
Que não chega
Não, não é só pensar no fim
Nas profecias
É pensar que um dia
Sob algum luar
Vou te mendar um recado
Baby, um reggae bem gingado
Alucinado de amor
Amassado num guardanapo
Pra rirmos dos louco, sábios e mendigos
E dos palhaços noturnos
O sal da terra ainda arde e pulsa
Aqui neste instante
E olhamos a lua, e babamos nos muros
Cheios de desejo
Nunca existiu pecado
A rapidez velha do
tempo
Revive inquisições fatais
Um novo ciclo de revoltas
E preconceitps sexuais
Por mais liberdade que eu anseie
Esbarro em repressões fascistas
Mas tô a margem disso tudo
Desse mundo escuro e sujo
Não tenho medo de amar
Pra mim nunca existiu pecado
Essa vida é uma só
Nesse buraco negro eu não caio
A esperança é um grande vício
Cuidado com suas traições
E não deixe de cuspir no lixo o gosto amargo das decepções
A humanidade tá um porre amenos
Não aprendeu a respirar
Quebrou pra esquina errada
E avançou os sinais
O inferno é aqui
Foi decretado
Estado de calamidade social
Agora já se paga os pecados
Com carnê mensal
O inferno é aqui
E não adianta, nem tentar fugir
O preço que se paga é alto
Para existir
Na rua
O povo todo traz na cara
A insatisfação
Já não sorriem
Tolos miseráveis
Filhos da nação
O último a sair
Que apague a luz
E desça da cruz
Com tempo pra fugir
Em direção a um futuro
Que não terá fim
O invisível
Todos estão cegos
Nessa manhã ensolarada
Apenas eu vejo a luz
Os automóveis atolados na lama
Lagartos dançam na sua fama
E nós dois em que cama?
Nem tudo são rosas
Às vezes é amargo demais
Ela nem bate a porta
Felicidade balão solto
No ar, no coração
E brilha
Teu sorriso criança
Brinca entre os mendigos
Uma grande dúvida toma conta de tudo
O sol forte continua a iluminar
Nem tudo que reluz é ouro
Às vezes é nada mesmo
Nem tudo que vem
Volta atrás
Apenas eu vejo a luz
Será que só eu?
O poeta está vivo
Baby, compra o jornal
E vem ver o sol
Ele continua a brilhar
Apesar de tanta barbaridade
Baby, escuta o galo cantar
A aurora dos nossos tempos
Não é hora de chorar
Amanheceu o pensamento
O poeta está vivo
Com seus moinhos de vento
A impulsionar
A grande roda da história
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento
Se você não pode ser forte
Seja pelo menos humana
Quando o Papa e seu rebanho chegar
Não tenha pena
Todo mundo é parecido
Quando sente dor
Mas nú e só ao meio-dia
Só quem está pronto para o amor
O poeta não morreu
Foi ao inferno e voltou
Conheceu o Jardim do Édem
E nos contou
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento
O que a gente quiser
Diga o que faço
Mas não faça o que digo
Se eu estou por perto
É sinal de perigo
Apronto e desapronto
Mas não passo recibo
Choro e ressuscito
Dou risada e vomito
Salto pra outra
Pro que der e vier
Dois mais dois é sempre
O que a gente quiser
O que você faz à noite
O que você faz à
noite
Depois do fim da festa
Quando nada mais lhe resta
Ninguém mais presta atenção
Que que você faz
Depois do fim da festa a febre se manifesta
E o corpo implora proteção
Que que você faz
Quando um bar parece um barco
E a cidade um oceano
Que que você faz
Se nenhuma escolha parece certa
E toda descoberta é um plano
À noite - você é o que faz
Se você faz o que quer - à noite
O sono vem
Te escrevo essa carta
pois não tenho voz
Suficiente pra nós
Não durmo direito há alguns dias
Só alguns dias
E vem a tranquilidade do sono
Se mistura a realidade do sonho
E nessa hora ninguém é de ninguém
Essa carta que eu te escrevo
Não impede que eu fique mudo
Mas o resto da carta, o resto de tudo
O resto do mundo eu só mostro
Quando você se entregar
Se eu parar de pensar em você
O sono vem, o sono vem
É só eu parar de pensar em você
Que o sono vem, o sono vem
Mas talvez eu ainda ache
Que as pílulas pra dormir
Na minha vida se encaixem
Como uma forma de fugir
Ahh...de você
O tempo não pára
Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara
Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára
Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha no palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformaram o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára
Odeio-te meu amor
Durante séculos você
me abraça
Parece sempre a primeira vez
Tanta carência me sufoca
É um pavor
Quero deixar bem claro
Odeio-te meu amor!
Você parece este planeta exausto
Será que amar é tão ruim assim ?
Minha piscina de cacos de vidro
Mergulho fundo, sou um faquir feliz
Mergulho fundo, sou um faquir feliz
Por que a gente é esse horror ?
Quero deixar bem claro
Odeio-te meu amor!
As montanhas tem segredos
São outros planetas
Vamos tentar, ainda é tempo
Me dê a mão, vamos ficar a sós
Um beijo bem molhado, vamos cuidar de nós
Freud é tão simples
Odeio-te meu amor!
Aprendemos a ser livres
Que fogueira é essa ?
Estamos na inquisição ?
Que fogueira é essa ?
Odeio-te meu amor!
Pedra flor e espinho
Hoje eu não quero ver
o sol
Vou pra noite, tudo vai rolar
O meu coração é só um desejo de prazer
Não quer flor, não quer saber de espinho
Mas se você quiser, tudo pode acontecer no caminho
Mas se você quiser, sou pedra flor e espinho
Automóveis piscam seus faróis
sexo nas esquinas, violentas paixões
Não me diga, não me diga o que fazer
Não me fale, não me fale de você
Mas se você quiser, eu bebo seu vinho
Mas se você quiser, sou pedra, flor e espinho
Eu quero te ter
Não me venha falar de medo
Não me diga não
Olhos negros, olhos negros
Eu quero ver você
Ser o seu maior brinquedo
Te satisfazer
Olhos negros, olhos negros
Olhos que procuram em silêncio
Ver nas coisas cores irreais
O seu instinto. É o meu desejo mais puro
Esse seu ar obscuro, meu objeto de prazer
Pense e dance
Penso.
Como vai minha vida
Alimento todos os desejos
Exorciso as minhas fantasias
Todo mundo tem um pouco de medo da vida
Pra que perder tempo
Desperdiçando emoções
Grilar com pequenas provocações
Ataco se isso for preciso
Sou eu quem escolho e faço
Os meus inimigos
\"Saudações a quem tem coragem\"
Aos que estão aqui pra qualquer viagem
Não fique esperando a vida passar tão rápido
A felicidade é um estado imaginário
Não penso
Em tudo que já fiz
E não esqueço
De quem um dia amei
Desprezo os dias cinzentos
Eu aproveito pra sonhar
Enquanto é tempo
Eu rasgo o couro com os dentes
Beijo uma flor sem machucar
As minhas verdades
Eu invento sem medo
Eu faço de tudo
Pelos meus desejos
Pense, dance, pense, pense, dance
De olho no lance
Perdidos na selva
Perdidos na selva
Mas que tremenda aventura
Você até jura
Nunca sentiu tamanha emoção
Meu uniforme brim caqui
Não resistiu ao ataque
Das suas unhas vermelhas
Meu bem, você rasgou meu coração
Ooooh...
Eu e minha gata
Rolando na relva
Rolava de tudo
Covil de piratas pirados
Perdidos na selva
Orangotangos de tanga no tango
Tigres em pele botando a mesa
É papagaio, bem-te-vi e araras
Revoando flores,folhas e varas
Oh! Mas que calor tropival
Mas que folhagem maneira
É sururu carnaval
Deu febre na floresta inteira
Ooooh...
Eu e minha gata
Rolando na relva
Rolava de tudo
Covil de piratas pirados
Perdidos na selva
Eu e minha gata
Rolando na relva
Rolava de tudo
Covil de piratas pirados
Perdidos na selva
Quando o avião deu a pane
Eu já previa tudinho
Mim Tarzan, you Jane
Incendiando mundos nesse matinho
Ooooh...
Eu e minha gata
Rolando na relva
Rolava de tudo
Covil de piratas pirados
Perdidos na selva
É, eu e minha gata
Rolando na relva
Rolava de tudo
Covil de piratas pirados
Perdidos na selva
Pergunte ao tio José
Quando parece não
haver um jeito novo ou diferente
Um jeito novo ou diferente de não ser igual aos chatos
Que você conhece
Quando aparece na TV um político metido num óculos de míope
Falando sobre a fome e a miséria, discorrendo e descrevendo
Sem dar um solução
Quando você chora de angústia e de dor
Pelo corre solto e sem vergonha
Pelo jogo preparado, pelo xadrez padronizado
Ou quando o seu sonho se desfaz em desesperança
Feito o presidiário morto sem saber
Morto sem saber na multidão de uma cela superlotada
Porque você não escreve
Pra coluna do Tio José
Ele responde tudo
Qualquer pergunta que você quiser
Quando os padres-nossos rezados na igreja
Não lhe atende o pão pedido, não lhe atende o pão pedido
Para aqueles oito filhos escravados na favela
Quando no palácio o banquete de mil talheres
Abundância não comida
É comida pelo caminhão do lixo dentro do negro
Pacote plástico de madrugada
Ou quando você vence o urubu do vestibular
E rala de boteco em boteco, de boteco em boteco
Pedindo ao português, ao espanhol um lugar de cozinheiro
Porque você não escreve
Pra coluna do Tio José
Ele responde tudo
Qualquer pergunta que você quiser
Política voz
Eu não sou o mudo
Balbuciando
Querendo falar
Eu sou a voz
Que há dentro de mim
Guardada
Falante
Querendo arrasar
Com teu castelo de areia
Que é só soprar
Que é só soprar soprar
E ver tudo voar
Eu não sou a porca
Que não quer atarrachar
E nem a luva
Que não quis na sua mão entrar
Eu sou a voz
Que quer apertar o cerco e explodir
Toda essa espécie de veneno
Chamado caretice
E expulsar do ar,
Do ar, do ar
A nuvem negra que só quer perturbar
Soprar
E ver tudo voar
Soprar
E não ficar nada pra contar
Ponto fraco
Benzinho, eu ando
pirado
Rodando de bar em bar
Jogando conversa fora
Só pra te ver
Passando, gingando
Me encarando
Me enchendo de esperança
Me maltratando a visão
Girando de mesa em mesa
Sorrindo pra qualquer um
Fazendo cara de fácil
Jogando duro
No coração, gracinha
Todo mundo tem um
Ponto fraco
Você é o meu, por que não?
Por aí
Se você me encontrar
assim
Meio distante
Torcendo cacho
Olhando o chão
É que eu tô pensando
Num lugar melhor
Ou eu tô amando
E isso é bem pior
Se você me encontrar
Rolando pela casa
Fumando filtro
Roendo a mão
É que eu não tô sonhando
Eu tenho um plano
Que eu não sei achar
Ou eu tô ligado
E o papel pra acabar
Se você me encontrar num bar
Desatinado
Falando alto coisas cruéis
É que eu tô querendo
Um cantinho ali
Ou então descolando alguém pra ir dormir
Mas se eu tiver nos olhos
Uma luz bonita
Fica comigo e me faz feliz
É que eu tô feliz a tanto tempo
Que eu me esqueci
O que é verdade
E o que é mentira em volta de mim
Por que a gente é assim?
Mais uma dose?
É claro que eu estou a fim
A noite nunca tem fim
Por que que a gente é assim?
Agora fica comigo
E vê se não desgruda de mim
Vê se ao menos me engole
Mas não me mastiga assim
Canibais de nós mesmos
Antes que a terra nos coma
Cem gramas, sem dramas
Por que que a gente é assim?
Mais uma dose?
É claro que eu tô a fim
A noite nunca tem fim
Baby, por que a gente é assim?
Você tem exatamente
Três mil horas pra parar de me beijar
Hum, meu bem, você tem tudo
Pra me conquistar
Você tem exatamente
Um segundo pra aprender a me amar
Você tem a vida inteira
Pra me devorar
Pra me devorar!
Mais uma dose?
É claro que eu tô a fim
A noite nunca tem fim
Por que a gente é assim?
Por você
Por você eu dançaria
tango no teto
Eu limparia os trilhos do metrô
Eu iria a pé do Rio à Salvador
Eu aceitaria a vida como ela é
Viajaria à prazo pro inferno
Eu tomaria banho gelado no inverno
Por você eu deixaria de beber
Por você eu ficaria rico num mês
Eu dormiria de meia pra virar burguês
Eu mudaria até o meu nome
Eu viveria em greve de fome
Desejaria todo dia a mesma mulher
Por você, por você
Por você, por você
Por você conseguiria até ficar alegre
Pintaria todo o céu de vermelho
Eu teria mais herdeiros que um coelho
Portos livres
Navegar em alto mar
Eu quero o desafio do mundo
Todos os segundos
Novidades no meu radar
Palavras dizem é doce
O perfume do mar
Não me engano
No meu caminho
Sob a neblina
No mar bravio
O mundo é perverso
Com seus milhões de vampiros
Não vai ser fácil
Vê se entende o que eu digo
Eu guardo todo sentimento
Do mundo em mim
Eu nunca vou saber
Todo o mistério que existe em alguém
Pessoas são estrelas
Das galáxias mais distantes
Passando por aqui
Venha sem medo
Vamos correr o desafio do mundo, já
Vamos vivendo as sensações das coisas boas ou más
Há portos livres onde chegar
Palavras, doces desejos
Na solidão do mar
Eu nunca vou saber
Todo o mistério que existe em alguém
Pessoas são estrelas
Das galáxias mais distantes
Passando por aqui
Posando de star
Pouco importa que essa
gente
Vá falar mal
Eu já tô pra lá de rouco
Louco total
Eu sou o teu amor, me entenda
Você precisa descobrir
O que está perdendo, o que está perdendo
Botando banca
Posando de star
Você precisa é dar(-se)
Vem viver comigo
Vem me experimentar
Solta as coisas lindas
Que te ardem, me traz
Você sem texto, sem cinema
Não faz do sexo um problema
Eu armo uma cena, eu armo uma cena
Quebro garrafa
Morro de chorar
Mas ainda te faço dar(-se)
Tudo o que eu quero
É uma noite de luar, de luar
São palavras doces as que eu quero escutar
Eu sou o teu amor, me entenda
Você precisa descobrir
O que está perdendo, o qeu está perdendo
Botando banca
Posando de star
Ah, você precisa é dar(-se)
Presente ordinário
Pra que me serve o
pente
Se eu não quero desenrolar os cachos ?
O que eu acho não se escreve
E os seus lábios, eles sabem o que faço
Pra ter mistério invente
Como um cérebro pedindo mais espaço
Pra que me serve o pente
Se eu não quero desenrolar os cachos ?
Quis um dado com o 7
Fiz um maço de 21 cigarros
Fala de seus pais
Que cobrem os seus pés com pés de lã
Cospem de manhã
E o novo namoro da sua irmã irá durar
Pra sempre, que é pra sempre que a gente quer
Pra sempre, que é pra frente que a gente vai
Pra sempre, que é pra frente que a gente quer
Uh! E o pente que eu falo nessa canção
Irá moldar com esses fios
A auréola da sua santidade
E colar pérolas em seu ninho
Pro dia nascer feliz
Todo dia a insônia
Me convence que o céu
Faz tudo ficar infinito
E que a solidão
É pretensão de quem fica
Escondido, fazendo fita
Todo dia tem a hora da sessão coruja
Só entende quem namora
Agora vam\' bora
Estamos, meu bem, por um triz
Pro dia nascer feliz
Pro dia nascer feliz
O mundo acordar
E a gente dormir
Pro dia nascer feliz
Essa é a vida que eu quis
O mundo inteiro acordar
E a gente dormir
Todo dia é dia
E tudo em nome do amor
Essa é a vida que eu quis
Procurando vaga
Uma hora aqui, outra ali
No vai-e-vem dos teus quadris
Nadando contra a corrente
Só pra exercitar
Todo o músculo que sente
Me dê de presente o teu bis
Pro dia nascer feliz
Pro dia nascer feliz
O mundo inteiro acordar
E a gente dormir, dormir
Pro dia nascer feliz
Essa é a vida que eu quis
O mundo inteiro acordar
E a gente dormir
Puro êxtase
Toda brincadeira não
devia ter hora para acabar
Toda quarta-feira ela sai sem pressa pra voltar
Esmalte vermelho
Tinta no cabelo
Os pés num salto alto
Cheios de desejo
Vontade de dançar até o amanhecer
Ela está suada pronta pra se derreter!
Ela é puro êxtase
Êcstasy
Barbie
Betty Boops
Puro êxtase
Galo cantou, se encantou deixa cantar
Se o galo cantou é que tá na hora de chegar
De tão alucinada
Já tá rindo à toa
Quando olha para os lados
À todos atordoa
A sua roupa montada parece divertir
Os olhos gulosos de quem quer lhe despir
Quando o sol bater na janela do seu quarto
Quando o sol bater na
janela do seu quarto
Lembra e vê que o caminho é um só
Porque esperar se podemos começar tudo de novo
Agora mesmo.
A humanidade é desumana
Mas ainda temos chance
O sol nasce pra todos
Só não sabe quem não quer
Quando o sol bater na janela do seu quarto
Lembra e vê que o caminho é um só
Até bem puco tempo atrás
Poderíamos mudar o mundo
Quem roubou nossa coragem ?
Tudo é dor
E toda dor vem do desejo
De não sentirmos dor
Quando o sol bater na janela do seu quarto
Lembra e vê que o caminho é um só
Quando você não está por perto
Eu quero ficar nu
diante dos teus olhos
Falar bem perto do seu ouvido
Decifrar tua alma e os gemidos
Temos tempo pra viver
Quero descobrir o amor de novo
Encontrar em alguém o que eu procuro
Livrar o amor do escuro
E destruir o muro
Que cerca meu coração
Vai ser bom pra mim
Ficar só é tão ruim
A vida me sorriu, permitiu você nascer
Estrela pra dar sorte
Por tudo que a gente fez
É pura tua luz, teu rosto, teu olhar
Quando você está longe
A mim só resta lembrar
Vai ser bom pra mim
Ficar só é tão ruim
Quando você não está por perto
Meu mundo é um deserto no frio
Que o Deus venha
Sou inquieto, áspero
E desesperançado
Embora amor dentro de mim eu tenha
Só que eu não sei usar amor
Às vezes arramha
Feito farpa
Se tanto amor dentro de mim
Eu tenho, mas no entanto
Continuo inquieto
É que eu preciso que o Deus venha
Antes que seja tarde demais
Corro perigo
Como toda pessoa que vive
E a única coisa que me espera
É exatamente o inesperado
Mas eu sei
Que vou ter paz antes da morte
Que eu vou experimentar um dia
O delicado da vida
Vou aprender
Como se come e vive
O gosto da comida
Quem me escuta
Ei! quem me escuta?
Eu tô com sede de amor
Você que nem liga
Pras minhas intenções
Eu tenho um plano
E não canso de correr atrás
E essa espera tira a minha paz
Eu me alimento de conquistas notáveis
Do gosto forte das paixões violentas
A vida passa depressa
A às vezes esquece
De dar prova de sorte
E o melhor a quem merece
Não vou perder
Um só segundo
Pra me ganhar eu te dou o mundo
Quem mandou você me enfeitiçar
Agora é tarde
Não dá pra te largar
Quem me olha só
Já reguei quase todas
as plantas
Já chorei sobre todo o jardim
Elas gostam da chuva que molha
Elas pensam que o sol é ruim
Quando o sol nos meus olhos brilhava
Por amar minha flor tanto assim
Fui feliz sem saber que secava
A rosa e trazia o seu fim
Hoje sente dó, quem me olha só
Entre flores, folhas e capim
Elas gostam da chuva que molha
Se alimentam do mal que há em mim
Hoje sente dó, quem me olha só
Eu tenho o espinho do carinho
Hoje sente dó quem me olha sozinho
Hoje sente dó, quem me olha só
Eu tenho o espinho do carinho
Hoje sente dó quem me olha sozinho
Rock da descerebração
Descerebrem-se,
celebrem
Eu tô aqui pra animar
Desesperem-se, roubem
Quem sabe eu possa ajudar
Depois desculpam-se, esqueçam
Eu volto só pra lembrar
E habituem-se, morram
Eu é que não vou enterrar
E se a pior pessoa da cidade
Me ajudar
Viro operário padrão
Eu e meu patrão
Que se esconde nos fundos
Gelado de felicidade
Caguetem-se solidários
Antes do Interrogatório
Engrandeçam a mentira
Deêm sentido à vida
Tenham fé tenham medo
Ou usem anestesias
Uniforme fantasias
Vejam que liquidação
E se as suas consciências
Tão bondosas dizem não
Bom motivo
Pra comemorar
O rock da descerebração
Rock do vapor
Eu não sou bandido
Sou trabalhador
Moro na favela
Não é por gosto seu doutor
Muita conta pra pagar
E os filhos pra criar
Com a sogra na minha aba
A irmã com a namorada
Morando todo mundo
Empilhado no meu barraco
Morando todo mundo
Empilhado no meu barraco
Sou trabalhador
Mas podia ser vapor
Eu não sou vapor
Porque sou trabalhador
Sou o último a falar
E o primeiro a apanhar
Moro na favela onde mora meu amor
Lá no morro também
Mora gente de bem
Lá no morro também
Mora gente de bem
Sou trabalhador
Mas podia ser vapor
Eu não sou vapor
Porque sou trabalhador
Moro na favela
Não é por gosto seu doutor
Tenho um patrão
Que é a imagem do cão
Já não tenho mais saída
Vou fugir pela entrada
Já não tenho mais saída
Vou fugir pela entrada
Rock'n geral
Roch\'n geral é até
mais tarde
Sem hora marcada
Fazendo assim um carnaval
Full time
Roch\'n geral é bem alto
Pra se ouvir de qualquer nave
Ou de um coração meio surdo
Que não sabe amar
Roch\'n geral é apaixonado
Neném sem pecado
Querendo mamar
Hey, mama, can\'t tou hear me cry?
Ei, mãe, não está me ouvindo chorar?
Seco
Seco
Pareço um enxuto leito de rio
Sem chuva
Nem vegetação
Seco
Igual a carne seca
Fruta seca
Um som seco
Seco
Sem babados
Direto
Despojado
Informação seca
Como um canto
Sem acompanhamento
Com a goela seca
Seco
Batendo na terra
Buscando algo
Que não seja seco
Selvagem
Meu casaco de couro
É minha armadura contemporânea
Meus óculos escuros
Impõe limites ao sol
Cuidado comigo baby
E navego impune
Entre o bem e o mal
Misturo
Substâncias novas
Viver eu sei
É uma viagem sem volta
Meu corpo traz
Toda a força
Do meu espírito ágil
Sobreviver pra mim
É um instinto fácil
Eu tenho a fome dos lobos
A sede dos bandidos
Varo a cidade feito louco
Sou raio no meio da tempestade
Eu carrego a voltagem
De toda essa modernidade
Sem vergonha
Eu sei que esses
encontros
Por acaso
São coincindências demais
Eu viro a cabeça
Eu sento na mesa
Você vem atrás
E tantos elogios
Por acaso
São coincidências demais
O olho aceso
Café, sobremesa
Você vem atrás
Eu armo o picadeiro
Mas no fim você tropeça
E cai
E perde a canastra e ri
E diz \"até mais\"
Pra me provocar
Me deixar maluco
Eu vou atrás
Sem vergomha e sem culpa
Na paz
Seremos macacos outra vez
Pra que toda essa
inteligência
Se você põe tudo a perder
Engana que pensa mas não pensa
Se rende pro mal e não pro bem
Agora compare as diferenças
O que não existe entre eu e você
Estamos num mundo de incertezas
Nós somos o medo de viver
Por que não repara a experiência
Descer os degraus da evolução
Com Charles Darwin resignado
Voltando pelado na contra-mão
Seremos macacos de novo
Não mataremos mais por dinheiro
Apenas por instinto
Abortados os desejos
Restará o ímpeto
Redescobriremos o fogo
E o poder há de virar
Razão pra você
Ainda seremos macacos
Outra vez
Só as mães são felizes
Você nunca varou
A Duvivier às cinco
Nem levou um susto
Saindo do Val improviso
Era quase meio-dia
Do lado escuro da vida
Nunca viu Lou Reed
Walkin\' on the wild side
Nem Melodia transvirado
Rezando pelo Estácio
Nunca viu Allen Ginsberg
Pagando um michê na Alaska
Nem Rimbaud pelas tantas
Negociando escravas brancas
Você nunca ouviu falar em maldição
Nunca viu um milagre
Nunca chorou sozinha dentro de um banheiro sujo
Nem quis ver a face de Deus
Eu já frequentei grandes festas
Nos endereços mais quentes
Tomei champanhe e cicuta
Ouvindo comentários inteligentes
Mais triste do que de uma puta
No Barbarela às 15 pras 7
Já reparou como os velhos
Vão perdendo a esperança
Com seus bichinhos de estimação e plantas
Eles já viveram tudo
E sabem que a vida é bela
Já reparou na inocência cruel das criancinhas
Com seus comentários desconcertantes
Elas adivinham tudo
E sabem que a vida é bela
Você nunca sonhou
Em ser currada por animais
Nem transou com cadáveres
Nunca traiu o teu melhor amigo
Nem quis comer a sua mãe
Só as mães sãos felizes
Porque nos dão a vida
Só as mães são felizes
Porque podem nos dar a vida
Você nunca ouviu falar em maldição
Nunca viu um milagre
Nunca chorou sozinha dentro de um banheiro sujo
Nem quis ver a face de Deus
Só as mães são felizes
Só pra variar
Tem que aconter alguma
coisa neném
Parado é que eu não posso ficar
Quero tocar fogo onde bombeiro não vem
Vou rasgar dinheiro
Tocar fogo nele
Só pra variar
Antes d\'eu me confessar pro padre, neném
Eu vou comer três quilos de cebola
Ver de perto a Papa, ah que luxo meu bem
Vou rasgar dinheiro
Tocar fogo nele
Só pra variar
Eu vou jogar no lixo a dentadura, neném
Eu vou ficar banguelo numa boa
É que eu vou fundar mais um partido também
Vou rasgar dinheiro
Tocar fogo nele
Só pra variar
Só pra variar
Mas diz que o paraíso já tá cheio neném
Eu vou levar um lero com o diabo
Antes que o inferno fique cheio também
Vou rasgar dinheiro
Tocar fogo nele
Só pra variar
Só pra variar
É uma pena eu não ser burro
Assim eu não sofria tanto
Ah, mas essa noite eu vou dormir
Só pra variar
Sombras no escuro
Escuro...
Medo de abrir os olhos
Não ver quem passa a seu lado
Apressado
Escuro...
Uma criança com medo.
Um velho doente,
Ter um sonho terminado
É o inesperado pra tudo
Vôo cego pra morrer
É um filho no útero
Com vontade de nascer
É um homem de trinta
Que não quis crescer
Escuro...
É o ser apaixonado
Amado e depois abandonado
É o Brasil sorrindo
Com seus dentes cariados
Pros que rezam pra Deus
E imploram um futuro
A miséria e a fome
São apenas sombras no escuro
É o inesperado pra tudo
Sonho que dinheiro nenhum compra
Ao som de um sol
Swing, sex e sax
O sol do sexo espalha
Espumas de paz
E a magia de selvagens galáxias
Uma morena menina
Flutuando à beira-mar
Ao som de um sol
Swing, sex e sax
O sol do sexo espalha
Espumas de paz
E ser um anjo louco a lambusar
O mel do bom do bem
E ser um anjo torto a explodir
Ruas cidades e jardins
Num show de raios
Vídeo e cometas
E derrubar as preteleiras sim
(e desfraldar uma bandeira a mil)
Por fim a esse domínio de bárbaros
Ao som de um sol
Senha do sonho do planeta feliz
Sonhos pra voar
Eu preciso da beleza
Pra iludir meus olhos
Eu preciso de dúvidas
Pra encontrar uma certeza
O homem precisa de grandeza
Dentro dele está sua maior riqueza
O homem precisa de grandeza
Tirar da vida o que vale a pena
O homem precisa da liberdade
De sonhos pra voar
O homem precisa de mulher e filhos
Pra ter onde voltar
O homem precisa do escuro
Pra descobrir o que há na luz
O homem precisa de força
Pra levantar a espada
E descer da cruz
Sub-produto do rock
Mamãe tá certo
Eu me dei mal na escola
Isso acontece
Mês que vem eu melhoro
Mamãe tá certo eu pisei na bola
Quebrei vidraça
A maior arruaça
Mamãe tá certo
Eu fui pro fundo e não pode
O mar tá bravo
Que bode!
Pode cortar televisão e vitrola
Parar o jogo
Você é a dona da bola
Só não me xingue, só não me xingue
De sub sub sub sub sub
O que?
Subproduto de rock
Será um tipo de inhoque
Subproduto de rock
Alguém me dê um toque
O que é que quer dizer ?
Supermercados da vida
Nos supermercados da
vida
Se conhece o homem e seus preços
Baratos ou caros
Eles vendem suas almas
Nessa podridão
Poesia amorfa
Pedra que eles não querem lapidar
Nos supermercadso da vida
Se conhece o homem e seus preços
Pra eles tudo é pequeno
Em suas mãos e cabeças
Rolam cheques e moedas
Numa farta mesquinharia
Sua visão é embaçada
Muito longe se aspira a felicidade
Pois neles tudo é reles
Prateleiras de mau caratismo
Como corações congelados
Num freezer enguiçado
Como porcos na lama
Passeando pelo lixo que são suas vidas
Entre restos e restos
Destroem o prazer de viver
Nos supermercados da vida
se conhece o homem e seus preços
Baratos ou caros
Eles vendem suas almas
Tão longe de tudo
Solidão amigo do peito
Me dê tudo que eu tenha por direito
Me diga, me ensina
Ao dormir não sinto medo
Hé um sol, existe vida
Me trate com jeito
Eu tenho saída
Eu quero calor e o mundo é frio
Minha vaidade não enxerga o paraíso
Eu preciso de alguém
Pra fugir sem avisar ninguém
Não vou olhar pra trás
A saudade está morta
E já não me importo
De estar longe demais
Longe demais de tudo
Eu tô longe demais
Longe demais de tudo
Eu tô longe demais
Tão perto de mim
E tão longe de tudo
Tá difícil de aturar
Tá difícil de aturar
viver com você
Mas é difícil de aguentar viver sem você
Todo dia é o mesmo sermão
Parece coisa de religião
Repetindo pela enésima vez
Que eu não passo de hoje
Que tudo acabou
Você não aprendeu a respeitar
O meu jeito de ser, de me comportar
Queria que eu fosse um magnata
Prá te bancar enforcado num terno e gravata
Tá difícil de aturar viver com você
Mas é difícil de aguentar viver sem você
Quando a gente se juntou
Era só eu te amo, era só eu te adoro
Depois de um tempo maravilhoso
Esse sonho mudou e pra pior, o que é pior
Eu tento sexo, você foge do sarro
E não suporta mais o cheiro do meu cigarro
Tá difícil de aturar viver com você
Mas é difícil de aguentar viver sem você
Resolvi botar as cartas na mesa, prá ter certeza
Que você ainda gosta de mim
Vem me beija boca, diz que tava louca
Você é tudo pra mim
Sei que o amor e o ódio estão, mas não acho certo
Você me tratar assim
Tente outra vez
Veja,
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez
Beba,
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não, não, não
Tente,
Levante sua mão sedenta a recomece a andar
Não pense que a cabeça aguenta se você parar
Não, não, não, não, não
Há uma voz que canta,
Há uma voz que dança
Há uma voz que gira
Bailando no ar
Queira,
Basta ser sincera e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente outra vez
Tente,
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez
Todo amor que houver nesta vida
Eu quero a sorte de um
amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum veneno anti-monotonia
E se eu achar a sua fonte escondida
Te alcance em cheio o mel e a ferida
E o corpo inteiro feito um furacão
Boca, nuca, mão, e a tua mente, não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria
Torre de Babel
Se eu chego
Você tá saindo
A gente ama odiando
Mas não em deixe sozinho
Me dá pão com veneno
Jurando fidelidade
Sua verdade não me engana
Nesse tempo de maldade
Que piração
Tou na terra ou no céu ?
Ninguém se entende
Nessa Torre de Babel
O mundo tá acabando
Não vai sobrar quase nada
Nossa hora tá chegando
E ainda fazem piada
Apertando o cerco
Você se desespera
Não há remédio
Você tá na terra
Tua canção
Te faço uma canção
Tão antiga e tão bonita
Não tem queixa, nem ferida
É proteção pra toda vida
Porque você entende meus sonhos
Teu sexo tem o gosto que eu gosto
Tua boca, carne, tua saliva
Fazem minh carne mais viva
Então eu faço esse carinho
E assim fico menos sozinho
Meu coração não chora mais
Na ponta de qualquer espinho
Não tenha medo do escuro
Do futuro ou da hora de acordar
Dorme em paz, amor, o tempo
Que a minha canção soar
E não deixe de sonhar
Com o possível e o impossível
No amor é quase sempre assim
Tudo imprevisível
Um dia na vida
Não existe nada vivo
Dentro desse quarto
Todo dia eu pego o medo
Meço, mato e guardo
Num cansaço calmo de sobreviver
Cantar pra subir, descer e dar uma banda
Um dia na vida vale
Você vem, você quem ?
Um dia na vida
Vale pra comemorar
O nosso encontro
Em nenhum lugar
Pra que escrever poesias num papel higiênico
E depois se limpar com as tristezas de sempre
Um dia na vida
Outro fósforo, outro sol
\"A vida é um piscar de olhos
E o amor, um alô e um tchau\"
Um dia na vida passa de carona na esquina
Um dia na vida vale qualquer tentativa
Um índio
Um índio descerá de
uma estrela
Colorida e brilhante
De uma estrela que virá
Numa velocidade estonteante
E pousará no coração
Do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada
A última nação indígina
E os espíritos dos pássaros
Das fontes de água límpidas
Mais avançado que as mais avançadas
Das mais avançadas das tecnologias
Virá
Impávido, que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee
Virá que vi
O axé do afoxé filhos de Gandhi
Virá
Um índio preservado
Em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás
E todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor,
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz
Em som
Num ponto equidistante
Entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto sim resplandescente
Descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá
Fará não sei dizer assim
Assim de um modo explícito
Virá
Impávido, que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee
Virá que vi
O axé do afoxé filhos de Gandhi
Virá
E aquilo que nesse momento
Se revelará aos povos
Surpreenderá a todos
Não por ser exótico
Mas pelo fato de poder
Ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
Vale quanto pesa
Quanto você ganha pra
me enganar
Quanto você paga pra me ver sofre
E quanto você força pra me derreter
Sou forte feito cobra coral
Semente brota em qualquer local
Um velho novo cartão postal
Aquela madrugada deu em nada
Deu em muito deu em sol
Aquele seu desejo me deu medo
Me deu força me deu mal
Ai de mim, de nós dois
Ai de mim de nós dois
Vale quanto pesa, reza a lesa, de nós dois
Ai de mim, de nós dois
Temos um passado já marcado
Não podemos mentir
Beijos demorados afirmados
Não podemos mentir
Sou forte feito cobra coral
Semente brota em qualquer local
Um velho novo catão postal
Aquela madrugada deu em nada
Deu em muito, deu em sol
Aquele seu desejo me deu medo
Me deu força, me deu mal
Ai de mim, de nós dois
Ai de mim, de nós dois
Samba, de nós dois
Ai de mim, de nós dois
Vale quanto pesa, reza a lesa de nós dois
Ai de mim de nós dois
Vem comigo
Bebe a saideira
Que agora é brincadeira
E ninguém vai reparar
Já que é festa
Que tal uma em particular
Há dias que eu planejo
Impressionar você
Mas eu fiquei sem assunto
Vem comigo, no caminho eu explico
Vem comigo, vai ser divertido
Vem comigo
Vem junto comigo
Eu quero te contaminar
De loucura
Até a febre acabar
Há dias que eu sonho beijos ao luar
Em ilhas de fantasia
Há dias com azia
O remédio é o teu mel
Sinto tanto frio
No calor do Rio
Já mandei olhares
Prometendo o céu
Agora eu quero é no grito
Vem comigo
Vem quente que eu estou fervendo
Se você quer brigar
E acha que com isso estou sofrendo
Se enganou meu bem
Pode vir quente que eu estou fervendo
Pode tirar o seu time de campo
Pois o meu coração é do tamanho de um trem
Iguais a você eu já peguei mais de cem
Pode vir quente que eu estou fervendo
Pode tirar o seu time de campo
Pois o meu coração é do tamanho de um trem
Iguais a você eu já peguei mais de cem
Pode vir quente que eu estou fervendo
Se você quer brigar
E acha que com isso estou sofrendo
Se enganou meu bem
Pode vir quente que eu estou fervendo
Pode vir quente que eu estou fervendo
Pode vir quente que eu estou...
Pode tirar o seu time de campo
Pois o meu coração é do tamanho de um trem
Iguais a você eu já peguei mais de cem
Pode vir quente que eu estou fervendo
Você pode tirar o seu time de campo
Pois o meu coração é do tamanho de um trem
Iguais a você eu já peguei mais de cem
Pode vir quente que eu estou fervendo
Pode vir quente que eu estou fervendo
Pode vir quente que eu estou fervendo
Pode vir quente que eu estou fervendo
Vida fácil
Tento escapar do seu
controle
Eu enlouqueço e me atiro contra o muro
Porque espero sempre alguém pra me segurar
Depois do salto, parado no ar
Não sei cuidar de mim como você
Pirado, pirado eu tento escapulir
Por que preciso de alguém pra me dizer
Cuidado, posso querer me destruir
Posso querer de repente me sentir
Longe de tudo
Porque espero demais de quem eu amo
Eu amo fundo
Os lugares mais lindos do mundo
A gente não esquece fácil
Dão vontade de viver além
Da nossa vida frágil
Caminho por entre ruínas
Restos de pessoas que eu conheci
Eu sei, eu sei que o tempo move montanhas
No coração dos homens eu vi
Posso querer de repente sumir
Sumir do mundo
Porque espero sempre alguém que me ame, me ame fundo
Eu amo fundo
Os lugares mais lindos do mundo
A gente não esquece fácil
Dão vontade de viver além
Da nossa vida frágil
Você parece com todo mundo
Relógios e flores
Todo o tipo de presentes
Eu te dei todas as coisas
Mas te perdi
Você se parece com todo mundo
Eu investi demais
Sem por no seguro
Você empresta e cobra
Mais tarde com juros
Você chora e fede
Como todo mundo
Você mente e esconde
No teu cofre escuro
Mas vacila e entrega
Um mistério sujo
Você se parece com todo mundo
Eu te amei demais
Eu sofri pra burro
Beijinhos e tapas
Todo tipo de carinho
Te mostrei vários amores
Mas te perdi
Ameaças, trapaças
Todo o tipo de chantagem
Eu usei todos os truques
Mas me esqueci
Que todo mundo ama
Exagera tudo
Mas depois disfarça
Foge pelos fundos
Você parece com todo mundo
Eu sonhei demais
Eu fiquei maluco
Eu fiquei maluco por você
Vou correndo até você
Se quase nunca há
verdade
No que a sua vaidade passa
Sem uma estória de ilusão
A vida não teria graça
Esteja onde estiver vou correndo até você
Não sei no sol quem enfrento
A sorte tem porte de vento
Na guerra te amo mais
Hoje eu não preciso de paz
Esteja onde estiver
Vou correndo até você
Ah, ah, ah
Nem o medo, nem a fé
Parecem resolver
Ah, ah, ah
Esteja onde estiver
Vou correndo até você
Sorte tem quem se apaixona
Sem tralhas, nem pianos, nem ais
Sorte, tem muita sorte
Quem decide ir e vai
Esteja onde estiver
Vou correndo até você