Balé Habeas Corpus
 
 
 

Vozes de Soror Saudade
Em busca da identidade artística



Em literatura, há uma teoria que diz que nem sempre há equivalência entre o signo lingüístico e o pensamento, fazendo com que certas idéias, emoções e sentimentos sejam considerados inefáveis. Portanto, considera-se que a língua não é o instrumento perfeito, pois não permite aos homens uma completa comunicação, deixando uma parte do pensamento obnubilado.
Entretanto, o que a linguagem convencional não consegue realizar é muito bem superado pela não-convencional: a poesia! É nela e através dela que toda língua encontra seu mais sublime momento de perfeição e de superação de limites lingüísticos, com sua capacidade de recriar, redefinir conceitos e de fazer o grande feito de expressar o inefável!
É neste ponto que surge a figura da poetisa Florbela Espanca, filha da planície alentejana, que soube, bem como a escritora Clarice Lispector, vencer a barreira da inefabilidade, revelando-nos um mundo interior repleto de sonhos, amores, ideais, dores, fracassos, alegrias e... muita vida.
Os bailarinos do Balé Habeas Corpus encamparam a idéia de produzir um espetáculo onde a força da poesia de Florbela Espanca pudesse servir, ao mesmo tempo, de espetáculo de estréia do grupo e de superação das barreiras de comunicação artística, fazendo com que seus membros rompessem com o arbítrio e a burocratização da arte, deixando oficialmente de ser vinculado à Universidade do Amazonas e passando a ser independente.
Potanto, o espetáculo "Vozes de Soror Saudade" é o habeas corpus de uma companhia de dança que não se permitiu burocratizar e ser tiranizada pela psicopatia artística, garantindo, assim, o seu direito à liberdade lingüística, artística e, sobretudo, profissional.

Adalto Xavier




Vozes de Soror Saudade
Ficha técnica

Coreografia - Adalto Xavier
Assistência de Coreografia - Andrea Nascimento
Textos - Florbela Espanca
Músicas - Canções interpretadas por Madredeus, Dulce Pontes e Ala dos Namorados
Sonoplastia - Adalto Xavier
Iluminação - Diógenes "Batata" e Herculano Silva (Fila Luz)
Maquiagem - Balé Habeas Corpus
Contraregragem - Elias Pinheiro de Matos
Direção Teatral - Wagner Mello
Figurinos - Adalto Xavier (concepção) e Marilde's Ateliê (execução)
Pesquisa, Adaptação e Direção Geral - Adalto Xavier



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