PRINCIPAIS MÉTODOS DE OBTENÇÃO DOS HALETOS

1- Halogenação de alcanos
2- Halidirificação de alcenos
3- Halogenação de alcenos
4- Halidrificação de alcinos
5- Halogenação de alcinos
6- Halidrificação de cicloalcenos
7- Halogenação de cicloalcenos
8- Halogenação de anéis aromáticos
9- Halidirificação de dienos conjugados (adição 1,4)
10- Reação de álcoois com HX diluído
11- Reação de álcoois com cloreto de tionila
12- Reação de álcoois com haletos de fósforo


          1- Halogenação de alcanos

          A halogenação de um alcano se dá por substituição de um átomo de hidrogênio por um halogênio, resultando em um haleto de alquila. Veja aqui os detalhes desse processo.

halogenação de alcanos


          2- Halidrificação de alcenos

          O HCl, o HBr e o HI transformam os alcenos nos correspondentes haletos de alquila. A reação consiste em fazer passar o haleto de hidrogênio, gasoso e anidro, diretamente através do alceno. Alcenos com mais de dois carbonos poderiam dar origem a mais de um produto. Veja aqui os detalhes desse processo.

halidrificação de alcenos


          3- Halogenação de alcenos

          O cloro e o bromo transformam facilmente os alcenos em dihaletos vicinais, dissolvidos normalmente em um solvente inerte, como o tetracloreto de carbono. O iodo, em geral, não reage. A adição prossegue rapidamente, à temperatura ambiente ou inferior, constituindo a melhor maneira de se obter di-haletos vicinais. Sabemos que as moléculas de um halogênio qualquer é apolar, ou seja, não há diferença de eletronegatividade entre os átomos na molécula. Sabemos também que a adição em alcenos se dá pelo ataque dos elétrons pi a um eletrófilo. Neste caso, não há um eletrófilo com carga real. No entanto, as moléculas do halogênio criam um dipolo induzido pelo forte campo elétrico gerado pelas nuvens pi das moléculas do alceno que se encontram no meio. A densa nuvem eletrônica da dupla ligação tende a repelir a nuvem eletrônica do halogênio, fazendo com que o átomo de halogênio que estiver mais próximo da dupla seja relativamente mais positivo e o mais afastado relativamente negativo.

halogenação de alcenos


          4- Halidrificação de alcinos

          Quando reagidos com HX, os alcinos produzem haletos e, se existir excesso de HX poderemos obter dihaletos germinados. Veja o exemplo da reação entre acetileno e HBr:

halidrificação de alcinos


          5- Halogenação de alcinos

          Quando reagidos com halogênios, os alcinos produzem dihaletos. Caso exista halogênio em excesso, poderemos obter um derivado tetrahalogenado. Veja o exemplo:

halogenação de alcinos


          6- Halidrificação de cicloalcenos

          Os cicloalcenos podem reagir com HX, da mesma forma como os alcenos, produzindo haletos:

halidrificação de ciclenos


          7- Halogenação de cicloalcenos

          Os cicloalcenos podem reagir com halogênios, da mesma forma como os alcenos, produzindo dihaletos vicinais:

halogenação de ciclenos


          8- Halogenação de anéis aromáticos

          O benzeno e outros anéis aromáticos podem ser halogenados, em presença de AlCl3 ou FeCl3 (ácidos de Lewis). À primeira vista, acharíamos que a reação se iniciasse como na halogenação de um alceno ou de um cicloalcano: devido à alta reatividade da ligação pi, esta atacaria o halogênio simplesmente pela existência das cargas formais na molécula desse halogênio (dipolos induzidos). No entanto, como já vimos, os anéis aromáticos, por serem estruturas ressonantes, possuem menor reatividade que alcenos e ciclenos. Por isso é necessário "potencializar" essa carga formal do halogênio. Para isso, usa-se, por exemplo, o AlCl3, que é um ácido de Lewis, e age recebendo um par de elétrons de um dos átomos do halogênio. Veja aqui mais detalhes desse processo.

halogenação do benzeno


          9- Halidrificação de dienos conjugados (adição 1,4)

          A ressonância dos dienos conjugados deslocaliza a nuvem pi e produz formas canônicas do composto, tornando possíveis mais duas posições para os reagentes adicionados - a posição 1,2 e a posição 1,4. Por este motivo, os produtos de uma reação desse tipo são chamados produto de adição 1,2 e produto de adição 1,4. Veja abaixo a reação entre o butadieno - 1,3 e o HBr:

halidrificação de dienos conjugados - adição 1,4

          As quantidades relativas de cada um dos produtos formados depende da temperatura em que a reação foi efetuada. Quando ela se realiza a baixas temperaturas (aprox. -80o C) obtém-se uma mistura de 20% do produto 1,4 e 80% do produto 1,2. Se ela for realizada em temperaturas mais elevadas (aprox. 40o C), porém, obtém-se uma mistura de composição inversa: 20% do produto 1,2 e 80% do produto 1,4. A temperaturas intermediárias obtém-se uma mistura cuja composição se situa entre as duas indicadas. Outra observação importante é a de que qualquer um dos compostos separadamente se transforma na mistura dos dois isômeros, por aquecimento, indicando que ela resulta do equilíbrio entre os dois compostos.


          10- Reação de álcoois com HX diluído

          Os álcoois podem ser tratados com ácidos halogenídricos (HX), produzindo haletos. Veja:

reação de álcoois com HX diluído


          11- Reação de álcoois com cloreto de tionila

          Com cloreto de tionila, os álcoois produzem haletos:

reação de álcoois com cloreto de tionila


      12- Reação de álcoois com haletos de fósforo

          Pode-se obter haletos pela reação de um álcool com haletos de fósforo, especialmente, os cloretos. Veja:

reação de álcoois com PCl3



Química 2000 - Wagner Xavier Rocha, 1999