A Lição do Cristal

 

O cristal é um elemento da natureza. Nós, seres humanos precisamos nos ligar aos elementos naturais. Assim como nós somos diferentes uns dos outros, os cristais também são diferentes entre si, tem propriedades, energias, vibrações diferentes.

Nós não escolhemos os cristais, eles nos escolhem, sabem das nossas necessidades, daquilo que estamos precisando naquele momento. Querem portanto ficar próximos a nós e querem nos passar o que ele tem de mais precioso que é a sua energia, da mesma forma passamos as nossas energias para o cristal. Isso torna essa relação bastante pessoal. Não deixe outra pessoa tocá-lo.

Se um dia você sentir vontade de entrega-lo a alguém, entregue-o com muito carinho pois então o cristal já cumpriu a sua função com você e a outra pessoa tem necessidade da ajuda do seu cristal.

Eis a lição do cristal, mostra-nos o desapego que devemos ter com as coisas materiais, até mesmo com os sentimentos. O apego, é um sentimento que no Mundo Astral, se mostra como fios cinzentos e magnéticos que nos prendem a pessoas e objetos. Devemos transforma-los em laços rosados de amor, pois quem ama, liberta.

O cristal nos ama, pois ele nos escolheu, nos deu o que tinha de melhor, recebeu muito também, mas um dia cumpriu o que tinha de cumprir e agora deve seguir o seu caminho.

Tudo o que possuímos nos é ou foi emprestado. O nosso próprio corpo um dia nos foi emprestado, devemos cuidá-lo com muito carinho e um dia quando o dono vier buscá-lo devemos prestar contas e devolve-lo com o mesmo amor e gratidão com que nos foi emprestado.

Transcrevo a seguir, palavras de Jamiro dos Santos Filho e um conto de Malba Tahan que nos conta uma história fascinante, que reforça ainda mais a necessidade de restituirmos a Deus o que momentaneamente nos pertencia.:

 

As Jóias

O drama da existência humana, possui duas fases distintas que é necessário aceitarmos, para que, ao depararmos o momento, estejamos preparados e não derrapemos no desespero, que nos levará a estados comprometedores.

Essas duas fases correspondem a nossa chegada à carne e a partida, ou retorno ao plano espiritual.

... que apenas alternamos a nossa "morada na casa do Pai" até que estejamos purificados; que enfim, fomos criados com o objetivo de alcançarmos a Felicidade total, não tem motivos de se rebelar contra a vontade do Pai, quando nos leva filhos, irmãos, pais, que são verdadeiras jóias em nosso poder.

"O rabi Meir se ausentara de casa para pregar a Santa Lei a seus discípulos, e durante a sua ausência, hospedara em sua casa o luto e a desesperação. Dois de seus filhos haviam morrido quase de repente, e sua mulher petrificada pela dor, contemplava aqueles dois corpos, buscando neles, em vão, algum indício de vida. O respeito à vontade divina deram à mísera mulher uma grande força de alma. À noite voltou a casa o rabi, e apenas transposta a soleira indagou da sua esposa um tanto perturbado: E os filhos?

- Terão ido à escola, respondeu a mulher com voz trêmula e sumida, fitando o céu, evitando o olhar do marido.

- Como tardam hoje os nossos filhos. É certo que não sabes mesmo de nada, oh! esposa minha?

- Preciso de um conselho seu, disse a mulher.

- O que é?

- Ontem um amigo nosso me procurou e deixou sob minha guarda algumas jóias. Vem ele agora reclamá-las. Ai de mim! Não contava que viesse tão cedo. Devo restituí-las?

- Oh! Minha esposa! Essa dúvida é pecaminosa!

- Mas já me afizera tanto àquelas jóias!

- Não te pertenciam.

- Mas eu queria-lhes tanto bem ...

- Oh! Mulher - exclamou atônito o marido, que começava a pensar com temor nalguma coisa estranha e terrível. Que dúvidas! Que pensamentos! Sonegar um depósito, que coisa sagrada!

- É isso mesmo - balbuciava, chorosa a mulher. - Preciso muito do teu auxílio para fazer essa dolorosa restituição. Vem ver as jóias depositadas. E as suas mãos geladas tomaram das mãos do atônito marido e conduziram-no à câmara nupcial, ergueram as franjas do lençol fúnebre - aqui estão as jóias. Reclamou-as Deus.

Diante daquela visão o pobre pai prorrompeu em pranto, e exclamou golpeado pela Dor. - Oh! filhos meus, filhos de minha alma, doçura da minha vida, luz dos meus olhos, oh! meus filhos!

- Esposo meu. Não disseste, há pouco, que é forçoso restituir o depósito quando o reclama o seu dono legítimo?

- Com os olhos marejados de lágrimas, o sábio fitou a esposa cheio de admiração e de inevitável ternura.

- Oh! meu Deus - suspirou - posso balbuciar alguma queixa contra a Tua Vontade?

E os dois infelizes prostraram-se a um só tempo, e por entre lágrimas repetiram as santas palavras de Jó:

- "Deus deu, Deus tirou. Bendito seja o Seu Santo Nome. " "

Jó, Capítulo 1, Versículo 21: Aí, disse assim: - Nasci nu, sem nada, e sem nada vou morrer. O Deus Eterno deu, O Deus Eterno tirou; Louvado seja o Seu Nome.

 

ORAÇÃO

Eu não sou o meu corpo físico,

Eu não sou os desejos que o afetam,

Eu sou a mente;

Eu sou a Divina Chama,

Dentro do meu coração,

Eterna, Antiga, Sem Começo

E sem Fim!

Mais radiante do que o Sol,

Mais puro do que a Neve,

Mais sutil do que o Éter,

É o Espírito - o Eu,

O Ser dentro do meu coração!

EU sou esse Ser: esse Ser sou EU!