J. S. GODINHO
Trabalho apresentado no III CONGRESSO BRASILEIRO DE APOMETRIA
LAGES-SC
7 A 10/09/1995

ÍNDICE

MENSAGENS DA MENTORA E DO AUTOR
DESDOBRAMENTO MÚLTIPLO - CONCEITO
UTILIDADE E APLICAÇÕES
OS NÚCLEOS DE POTENCIAÇÃO
A AUTO-OBSESSÃO E SEU TRATAMENTO
SINTOMAS QUE REVELAM DESARMONIAS NOS NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA
ESTUDO DE CASOS
DEPOIMENTO DE UM ESPÍRITO
CONCLUSÃO

CONCLUSÃO MENSAGENS DA MENTORA E DO AUTOR

“Cada um deposita fé naquilo que quer e deseja. Infelizmente nem todos acreditam no mesmo que nós, mas nem por isso deixarão de ser nossos amigos e companheiros de caminhada. “

“Nenhuma oportunidade deve ser desperdiçada, e nós temos nas mãos valiosos instrumentos para aliviar o sofrimento alheio e enriquecer os nossos conhecimentos. Usemo-los para ensinar aprendendo e aprender ensinando.”

Irmã Tereza

Nosso trabalho é uma humilde contribuição com os esforços imensos dos verdadeiros pesquisadores do psiquismo. Não pretendemos ser eruditos e nem granjear méritos especiais, que sabemos, não possuirmos e de cujo merecimento temos dúvida.

Colocamos este trabalho no papel, em homenagem aos companheiros de luta que, por generosidade e amor, dão tanto de si buscando aliviar seus semelhantes.

Queremos sim cooperar, seguindo o exemplo dignificante daqueles que lutam ao nosso lado, sem outra pretensão a não ser aprender e servir.

Se estamos avançando o sinal, pedimos que o Mestre Jesus, na sua infinita sabedoria, nos dê um basta.

J. S. Godinho

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DESDOBRAMENTO MÚLTIPLO - CONCEITO

O Desdobramento Múltiplo é a técnica de desdobramento e incorporação em separado de cada corpo ou nível de que se compõe o AGREGADO ESPIRITUAL. Através desta técnica temos conseguido estudar de forma mais direta e detalhada cada um dos quatro primeiros corpos da escala ascendente: duplo etérico, corpo astral, mental inferior e mental superior.

O processo é simples, basta desdobrar o paciente pela técnica da Apometria e proceder à primeira incorporação, que quase sempre é o duplo etérico envolvendo e trazendo em si os demais corpos do espírito. Aplica-se energia na cabeça do médium incorporado comandando-se o desdobramento e incorporação do segundo corpo em outro médium. Incorporado o segundo, usa se a mesma técnica para o terceiro e quarto.

É claro que a equipe mediúnica tem de estar perfeitamente sincrônica e afinada, deve saber o que está fazendo e porque está atuando. Deve ser estudiosa e interessada, ter mente aberta e liberta de conceitos ou preconceitos, ser observadora e isenta de críticas ou prevenções, responsável e esforçada na busca da vivência Evangélica. Sem isso a experiência fica muito difícil e pode nem acontecer.

Como forma de verificação se realmente os corpos estão desdobrados, nós imaginamos um teste: resolvemos focalizar com a mente, os cordões de ligação dos corpos e aplicar energia, tracionando-os. Os médiuns acusaram imediatamente uma sensação desagradável na nuca, algo como um puxão acompanhado de dor.
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UTILIDADE E APLICAÇÕES

O dirigente de trabalho realmente interessado e estudioso dos problemas e fenômenos do comportamento humano, tem no Desdobramento Múltiplo, uma ferramenta extraordinária de trabalho e pesquisa, pois o agregado humano dissociado, faculta uma visão muito mais clara e objetiva e compreensão maior dos processos perturbadores da harmonia comportamental e da saúde do ser encarnado.

Os atributos de cada nível ou corpo ficam aí bem evidenciados. bem como os desvios relacionados com esses atributos. Podendo-se trabalhar com cada um deles separadamente de forma bastante segura e eficiente.

Cremos que com a rearmonização dos corpos mais próximos do consciente físico (duplo etérico, astral, mental inferior e mental superior), geralmente impregnados de informações negativas efervescentes, automatizadas ao longo da evolução e conflitos de toda ordem, a criatura consegue a desejada cura.

Por imposição dos mecanismos e estruturas superiores do espírito, Alma Moral e Consciencial sediadas no Corpo Buddhi, que determinam e comandam o processo evolutivo superior, esses quatro corpos inferiores se tornam em verdadeiros núcleos de potenciação, onde a ordem do bem em conflito com os desejos e condicionamentos inferiores se atritam permanentemente, gerando, em direção ao consciente e corpo físico, cargas muito intensas de desarmonias.

Irmã Tereza, que estuda o orienta o tema em nosso grupo, nos diz que cada corpo tem seu núcleo de potenciação particular e nós deduzimos então que todos juntos, formam o grande núcleo de potenciação da consciência, estudado e pesquisado pelo Dr. Jorge Andrea em sua obra.

Essas cargas, quando liberadas em excesso ou mal dosadas, geram os desequilíbrios comportamentais ou fisiológicos. O trabalho de rearmonização objetiva e correta de cada nível, fará com que o psiquismo do paciente fique menos sobrecarregado, podendo, dentro de seu grau de capacitação alcançado e da proposta reencarnatória, conduzir-se de forma mais harmoniosa e menos conflitada.

Por estudo e observação nos trabalhos, percebemos também que os vícios químicos, principalmente onde hajam os componentes alucinógenos, perturbam as barreiras vibratórias desses núcleos fazendo com que cargas de conflitos e memórias de passado vertam para o consciente perturbado e desarmonizando a criatura.

O duplo-etérico, que se perde pela morte física, ao se reconstituir para nova reencarnação, recarrega-se com informações instintivas, do atavismo ancestral e dos níveis de consciência, arquétipos e automatismos gravados ao longo da evolução, recursos esses de que se vale instantânea e automaticamente, nos momentos de enfrentamento de situações conhecidas ou desconhecidas, provendo os recursos necessários e colocando o corpo físico nas melhores condições possíveis de funcionamento e eficiência.

Ao mesmo tempo grava em si também as desarmonias e traumatismos existentes em seus parceiros, como já tivemos oportunidade de observar duplos lesados que geravam dores não diagnosticadas em seus corpos físicos. O duplo-etérico é tão delicado, que uma leve pancada que não lesa o corpo físico pode lesá-lo com certa gravidade provocando sintomas a nível físico.

Notamos que ao desdobrarmos o paciente, a espiritualidade, traz geralmente à incorporação, o corpo mais necessitado, mas em havendo equipe preparada para Desdobramento Múltiplo, a tarefa fica mais facilitada pois aí já serão incorporados dois ou mais corpos do paciente.

Diz Miramez na obra Francisco de Assis, que ao reencarnar-se o espírito herda de seus pais, suas incoerências e dificuldades comportamentais, que lhe são transmitidas pelos genes, pois cada vício ou comportamento do ser, se grava profundamente no seu cosmo e se transmite como herança vibratória a seus descendentes. Os cromossomas gravam nas suas delicadas linhas de força, essas desarmonias e fazem com que essas informações se revelem no devido tempo.

No caso de desdobrarmos a criatura e os componentes da mesa não estiverem atentos e nem detiverem conhecimentos sobre o Desdobramento Múltiplo, poderão confundir outro corpo com um obsessor ou outro espírito, pois entre um corpo e outro pode haver completa e total oposição comportamental, confundindo os trabalhadores menos atentos.

Por outro lado, como referimos antes, dois corpos associados numa mesma freqüência ou apegados numa mesma encarnação ou vício, dificultarão o desdobramento. Não poucas vezes lutamos com essa dificuldade sem entendê-la. Nesses casos devemos tratá-los separadamente e até isolá-los, se for o caso, mas sempre estar atentos a isso pois aí reside a grande dificuldade no tratamento de viciados em geral e no alcoolismo principalmente, porque muitas vezes o paciente vem repetindo o vício há várias encarnações.

Diz Irmã Tereza que um corpo seja qual for, aferrado em determinado condicionamento pode tornar-se um verdadeiro tirano, dominando, perturbando e oprimindo os demais, tornando-se verdadeiro vampiro das energias do corpo físico e das demais energias que deveriam servir a comunidade do agregado espiritual. Quando isso acontece, a criatura fica incapacitada para a vivência da proposta encarnatória ou assimilação de novos programas vivenciais. Como tratamento temos que apagar seus conhecimentos e lembranças através da despolarização de memória, fazendo com que esqueça seu passado de poder e mando, reduzindo e redimensionando sua configuração, pois geralmente apresenta-se agigantado, monstruoso e disforme, nutrido egoísticamente pelas energias que deveriam servir a evolução harmônica do conjunto.

Com isso a parte encarnada fica prejudicada pois os estímulos oriundos do corpo búdico não chegam a repercutir no agregado cerebral, onde só chegam os impulsos provenientes do usurpador que manobra os demais porque conhece as tentações do mundo material.

Acontece também de um desses corpos, de forma deliberada, prejudicar sua parte encarnada numa tentativa de livrar-se dela, muitas vezes de forma sorrateira e sutil, deseja a morte do corpo físico, mas covardemente não assume sua intenção, aí então busca um vício ou um comportamento perigoso, onde pode acontecer um “acidente”.

Muito comum isso no caso das pessoas que buscam drogas e desencarnam por overdose, deixando a impressão de que são vítimas dos pais, da sociedade, do traficante ou de outra circunstância qualquer, nunca de si mesmas. Parecem pobres coitados incompreendidos e na realidade são doentes da alma.
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OS NÚCLEOS DE POTENCIAÇÃO

Dr. Jorge Andrea separa os níveis do inconsciente em “inconsciente puro”, onde estariam os centros diretores da vida, ponto de partida do psiquismo a irradiar-se por todo o cosmo do espírito, distribuidor dos impulsos nutridores, e a camada seguinte inferior denominada “inconsciente passado ou arcaico”, onde estariam ou seriam os núcleos de potenciação.

Ele diz que quando os impulsos do inconsciente puro são desordenados, acabam por gerar desequilíbrios psicológicos ou comportamentais.

Entendemos que o que gera desequilíbrios psicológicos ou comportamentais, é a rebeldia dos corpos inferiores ao Buddhi que não deixam passar os impulsos nutridores e energias diretivas da vida, impedindo sua chegada ao plano consciente. Com isso vão também sofrendo uma pressão contínua e cumulativa em virtude da lei do incessante progredir espiritual que os oprime e os deforma, tal qual a Lei da Ação Telúrica.

Irmã Tereza diz que seu grupo também estuda a Apometria, o Desdobramento Múltiplo e o psiquismo de um modo geral e que todos os corpos estão impregnados das mesmas informações, pois que elas navegam pelo agregado espiritual mas se gravam nos corpos detentores dos atributos correspondentes, formando aí pequenos mas verdadeiros núcleos de potenciação, influenciando-se mutuamente, num verdadeiro entrechoque de forças. Mas esse fluir ascendente e descendente de forças só acontece se os cordões estiverem livres de bloqueios e um ou dois corpos desarmônicos podem criar verdadeiras barreiras impeditivas desse trabalho.

Já atendemos casos em que os cordões encontravam-se amarrados e estrangulados por anéis ou então impregnados de uma energia viscosa semelhante a piche. É preciso limpá-los, energizá-los e colocá-los em funcionamento. É como se fosse a tubulação de uma refinaria ou usina, onde um cano entupido pode gerar um verdadeiro desastre, causando prejuízo de monta no trabalho do conjunto.

Informações ou impressões de caráter emocional se gravam no corpo astral por ser este a sede das emoções.

Os hábitos de sensações, apego aos gozos de riqueza e prazeres mundanos, os conhecimentos intelectivos repassados por terceiros se fixam no corpo mental inferior ou concreto, por ser este o repositório das percepções e aí permanecem até que a criatura convença-se de que tem de abrir mão daqueles que não lhe servem ao processo evolutivo em seu próprio benefício, pois nem tudo o que é agradável convém.

Já o mental superior grava automatismos de mando e poder, como também a inteligência criadora tem aí a sua sede pois são atributos desse corpo que busca sempre a conquista do progresso intelectual e o domínio do meio e das forças que o cercam. Quando bem sucedido, pode despertar em si o orgulho arrasador por saber-se dono de poder, mando e conhecimentos que muitas vezes por imprudência, egoísmo e ambição é direcionado em prejuízo dos outros.

Por outro lado, também ocorre que essas criaturas cujos corpos intermediários se rebelaram desviando-se da proposta encarnatória, tem imensas dificuldades em automatizar hábitos novos, não conseguem levar em frente um propósito harmonizador, uma atitude saudável.

Tudo lhes fica dificultado, é como se arrastassem as dores do mundo. Até uma prece parece destituída de eco ou de significado, é como se Deus não lhes pudesse ouvir, revelando claramente a falta de sintonia com as estruturas superiores do espírito onde está brilhando a centelha divina.

E quando por rebeldia consciente, o encarnado que pela educação, orientação, exemplos e conselhos recebidos, deveria buscar o progresso encarnatório e não o faz deliberadamente, também é vítima de um outro fenômeno bastante interessante: a degradação das Formas. Primeiro no corpo cujo atributo esteja ligado a ação negativa e em segundo lugar de maneira mais lenta e imperceptível, no corpo físico. Vemos isso claramente nos alcoólatras, fumantes, drogados, sexólatras de várias ordens, debochados em geral, gananciosos, odientos, etc.
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A AUTO-OBSESSÃO E SEU TRATAMENTO

A auto-obsessão tem se revelado ao longo de nossas investigações como verdadeira fera devastadora de sonhos e projetos de vida por agir sorrateiramente nas profundezas desconhecidas dos escaninhos do psiquismo humano.

Com o desenvolvimento da técnica do Desdobramento Múltiplo que nos dá a condição de atingir os quatro primeiros níveis de consciência ou quatro primeiros corpos (duplo-etérico, corpo astral, mental inferior e mental superior), poderemos identificar melhor onde estão sediadas as raízes das desarmonias que são somatizadas a nível físico ou comportamental.

Os dirigentes e médiuns ao buscarem conhecer em profundidade os atributos de cada corpo, terão bastante facilidade em identificar as causas dos problemas e diagnosticá-las. Com isso, ficando mais fácil programar um tratamento mais adequado. Pois agora já se sabe que se um dos corpos estiver em desarmonia com a nova proposta encarnatória, poderá transformar-se em verdadeiro obsessor dos demais, prejudicando seriamente a contraparte encarnada, provocando doenças, desajustes, comportamentos do tipo dupla ou múltiplas personalidades, atitudes confusas e agressivas, fugas, etc.

Quando dois ou mais corpos se associam, ou estão aferrados em um mesmo apego, viciação ou automatismos, fica muito difícil a abordagem, pois o paciente resiste aos tratamentos e orientações até mesmo os mais especializados.

Principalmente nos casos de alcoolismo, acontece de dois corpos estarem associados pois na maioria das vezes a criatura já vem viciada de várias encarnações e todos os seus níveis inferiores estão impregnados por automatismos geradores da necessidade do álcool. Deve haver também, uma profunda conscientização da criatura para que a mesma convença-se da necessidade urgente de curar-se, lute e se esforce honesta e corajosamente, arregimentando forças para livrar-se do vício que a destrói impiedosamente, pois quando as forças inferiores dos níveis de consciência em desajuste predominam, a personalidade encarnada pode ser levada ao suicídio como tentativa de evadir-se de seu calvário de sofrimentos e até mesmo por resistência rebelde às propostas e correções que se fazem necessárias à vida encarnada.
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SINTOMAS QUE REVELAM DESARMONIAS NOS NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA

Quando pessoas que apreciam ou gostam de estudar ou buscar conhecimentos novos bem como exercitar-se em novas e mais positivas vivências, apresentam sintomas de fadiga constante, dor de cabeça, inquietude ou mal estar não bem identificado e diagnosticado, pode significar que um dos níveis ou corpos está em desalinho.

Sabemos já que os fluxos coordenadores que descem do buddhi para os corpos inferiores podem ser barrados por algum dos corpos e não conseguirem chegar ao corpo físico e da mesma forma os fluxos de informações apreendida pelo consciente físico nas suas experiências, dentro da sua proposta encarnatória e enviados para as estruturas superiores podem ser barrados por um dos corpos em sua viagem ascendente.

Com isso teríamos em tese, uma sobrecarga por acumulação ou congestionamento, de produtos que não puderam ser transportados por haver impedimentos ou barreiras no caminho. Esse acúmulo gera então as desarmonias e fadigas, produzindo um refluxo energético, nesses casos então teríamos como o sintoma mais comum, a dor de cabeça e a sensação de fadiga durante uma leitura ou a não absorção das informações lidas ou dificuldades em se reter e memorizar o que se leu.

Pessoas normalmente pacíficas que diante de um problema reagem violentamente ou fora dos padrões normais poderão ser enquadradas na sintomática acima exposta.

É preciso portanto, decifrar o paciente, entender o porque do que ele faz e diz e principalmente decifrar o que ele não diz. É preciso aprender a usar a APS (Alta Percepção Sensorial) somada ao Amor Fraterno e a vontade de auxiliar.

A cura esta diretamente relacionada com a identificação, correção ou eliminação do elemento propulsor, descobrir a raiz do mal, identificá-lo e conduzir acertadamente o paciente para o tratamento adequado.

O que ocorre é que muitas vezes a nível consciente, a criatura quer, mesmo com vontade débil, reajustar-se no presente, mas nos níveis inconsciente não quer, não aceita e não deseja e tudo faz para que isso não aconteça. É como se o espírito não se reencarnasse por inteiro. A parte encarnada fica isolada do resto do conjunto, fragilizada, impotente. Nesses casos, só a conscientização, tratamento e doutrinação do corpo ou nível desajustado, possibilitará a sincronização do agregado espírito-matéria.

No nível consciente, a criatura infeliz busca desesperadamente encontrar uma solução para o seu drama, na maioria das vezes quer que lhe curem. Busca a solução que vem de fora, o que raramente consegue. Quer a cura sem modificar-se. Quer sarar para continuar com os mesmos vícios, com as mesmas atitudes negativas. Não sabe ou não quer tomar conhecimento de que a dor ou o sofrimento é sinal de que o sofredor é um incurso nas Leis da Justiça Superior por contumaz desrespeito a essas mesmas leis.

Somente quando já cansado de sofrer e plenamente consciente de que tem de fazer algo por si mesmo, se reajustar com as Leis da Vida é que se resolve por abrir essas portas, embora relutantemente. Busca conhecer o que já foi, com a finalidade de ajustar-se. É a consciência de que a “Semeadura é livre mas a colheita é obrigatória.”.

Pode-se trabalhar, levando cada nível a enfrentar o passado e de certa forma, passando-o a limpo, todas as mazelas, erros, apegos, automatismos, podem ser despolarizados, dando condições melhores a que o paciente possa reajustar-se, enfrentar as vicissitudes, provas e propostas programadas para a nova personalidade. Os estudos sobre Desdobramentos Múltiplos continua, percebemos que cada um deles pode ser dissociado em sete sub-níveis e cada sub-nível em sete partes novamente. Muitas vezes, dentre estes sete, encontramos mais algumas personalidades diferentes destas e poderão aparecer outras sete, e assim infinitamente.

O espírito se divide para que um dia possa se harmonizar, voltando a ser uno novamente na centelha divina. Enquanto não faz este retorno, se divide infinitamente para que possa ser recuperado e harmonizado. É isto o que acontece na Dissociação dos Níveis.

Até que todas estas personagens sejam tratadas, a criatura continuará apresentando desequilíbrios emocionais e até mesmo físicos. Enquanto ela não produzir em si a reforma íntima e as alterações necessárias e adequadas, sempre haverá personalidades rebeladas. Lembremos sempre que a ponta encarnada (personalidade real ou visível) deve ser sempre a condutora firme e forte das demais. Caso não o faça, sempre haverá alguém problemático em meio a todo este agregado.
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ESTUDO DE CASOS

CASO 01.
Uma criança de seis meses. Dizia a mãe, que fazia já cinco meses que seu filho chorava dia e noite, a sua situação se complicava: o marido que trabalha em serviço pesado não suporta mais a situação, precisava descansar e não conseguindo dormir, pelo choro da criança, estava por sair de casa. Havia esgotado a procura de soluções nos consultórios médicos, sem diagnóstico. Ela estava desesperada.
Abrimos a freqüência, não havia obsessores. Ao desdobrá-la, constatamos que a criança apresentava algumas amarras magnéticas que foram retiradas sem dificuldades pelo médium que a incorporou. Sintonizada em primeiro desdobramento não chorava, mas permanecia em choro no colo da mãe.
Resolvemos testar desdobrar mais uma vez a criança e incorporá-la em outro médium. Aí confirmou-se o Desdobramento Múltiplo, incorporou chorando desesperadamente e apresentava uma dificuldade com uma perna. Atendido o problema e harmonizado o corpo ou nível incorporado no segundo médium, a criança sossegou, dormindo em seguida no colo da mãe.
Conversamos novamente com o primeiro corpo incorporado e ele nos disse que nada sentia e que quem sentia a dor era o outro, revelando que cada corpo conserva ou tem individualidade e uma certa independência.

CASO 02.
Deficiente física e mental, vinte e nove anos, sexo feminino. Agressões constantes contra a mãe.
Desdobrada, a moça incorporou revelando grande sofrimento. Humilde na primeira incorporação, encontrava-se envolta em amarras magnéticas negativas, revelou não suportar a mãe a quem estava ligada por comprometimentos do passado. Não avançou nas informações. Parecia ser vítima de circunstâncias infelizes.
Mesmo resistindo, foi desdobrada uma segunda vez. Parecia haver um acordo entre mental inferior e superior pois o apego aos prazeres, poder e mando do passado estavam ai bem evidenciados. Desdobramento dificultado revela sempre dois corpos rebeldes associados negativamente.
Revelou-se em todo seu ódio, violência e crueldade recalcados em si mesma. No passado fora afortunada castelã, vivendo em festas, orgias e futilidades. Possuidora de grande castelo, cujas muralhas altíssimas adentravam ao mar de onde costumava arremessar impiedosamente, os frutos pecaminosos de seu comportamento dissoluto.
A mãe atual fora, no passado, sua vítima, pois naquela encarnação tivera a infelicidade de ser sua filha. Assim que parida, teve o mesmo destino de seus outros irmãos, fora arremessada do alto da muralha, penhasco abaixo, onde ondas furiosas destroçavam e consumiam os restos do que ali fosse jogado.
Jamais assumira a maternidade enobrecedora que a teria libertado dos sofrimentos que hoje enfrenta revoltada. Dizia furiosa por querer libertar-se daquele maldito corpo, traste defeituoso e inútil que ela não pediu e não merecia, pois julgava ser dona de sua vida e ter o direito de divertir-se a vontade como bem entendesse.
Detestava a mãe que ela havia jogado fora no passado e que mesmo assim, teve a petulância de traze-la para esta vida de misérias e encarcerá-la naquele monte de carnes horripilantes e disformes, do qual desejava libertar-se o mais cedo possível. Queria distância da mãe e desse corpo.
Como tratamento aplicamos despolarização de memória apagando os apegos do passado já que a doutrinação não surtia o efeito desejado. A criatura revelava a mais extrema rebeldia, considerando-se vítima inocente quando na realidade era o terrível algoz de si mesma.
A mãe pobre e humilde, tratava-a com muita paciência e carinho, revelando a superioridade moral de que era portadora. Isso incomodava também a paciente pois a presença superior da mãe destacava sua inferioridade.
Após este atendimento não tivemos mais notícias, creio que pela dificuldade de locomoção da paciente.

CASO 03.
No trabalho de laboratório ou experimentação que fazemos nos cursos de Educação da Mediunidade e Técnicas Apométrica, temos também presenciado muitos casos interessantes. E um deles nos chamou atenção de forma particular.
A cobaia desdobrada e estudada foi o colega de trabalho J A, pessoa moderada nos hábitos, postura calma, colaboradora, harmônica e fraterna.
Feito o desdobramento, o primeiro veículo incorporou calmo e tranqüilo, não revelando nada de anormal. O segundo corpo também disse que com ele tudo estava bem, as emoções estavam controladas. O terceiro revelou, receoso que havia um que era revoltado e costumava reprimir as propostas dos demais e freqüentemente lhes criava dificuldades.
Desdobrado e incorporado o quarto elemento, que é o corpo mental superior ou causal, revelou arrogância bastante acentuada. Recusava-se a falar e ameaçava “acertar-se” mais tarde com os outros, subalternos que não tinham direito a não ser a obediência a ele.
Estava apegado em encarnação passada de poder e mando quando pudera dominar a tudo e a todos. Considerava os demais corpos, inclusive o físico, como insignificantes e desprezíveis a quem não devia satisfações ou cooperação.
Analisando o fato junto ao colega em estudo, ele nos confirmou dificuldades relacionadas com os atributos do mental superior. E é interessante analisarmos que a Lei Divina sendo de cooperação e de solidariedade, manda se fazer aos outros o que se quer para si mesmo.
No caso do agregado espiritual, para que a pessoa seja plena, em propostas e realizações, tem também que haver essa mesma cooperação e sincronia entre todos os corpos ou níveis. Não havendo, a pessoa se desajusta e passa a refletir ou somatizar dificuldades da mais variada ordem.

CASO 04.
Jovem de 26 anos, sexo masculino, solteiro do tipo “nada dá certo, eu não consigo, os outros tem ciúme inveja, etc.”.
Dedica-se ao escapismo por drogas, álcool e a velocidade. Um familiar, preocupado com a situação do rebelde que não aceita sugestões de tratamento e diz não acreditar em nada, nos procurou.
Aberta a freqüência, mostrou-se por inteiro na sua fraqueza e incapacidade diante dos desafios de sua programada existência. Ao incorporar, esbravejando, disse que lhe deixassem em paz, pois não desejava ser auxiliado, se ele quisesse ele mesmo teria vindo. Só não tinha se suicidado ainda porque era muito covarde, mas que haveria de desencarnar por acidente ou overdose. Não suportava mais viver. Ocultamente desejava e queria deixar a vida com impressão e a imagem da vítima que lutara bravamente para tombar vencido pelos males da sociedade.

CASO 05.
Paciente L D, sexo masculino quarenta e três anos, separado, inteligente, curso superior, sendo aposentado em grande empresa onde trabalhara desde formado. Diagnóstico de caso difícil pois o paciente além de ser revoltado e confuso, era muito descrente e tinha a sensação de estar sendo permanentemente vigiado. Nenhuma terapia psicológica ou psiquiátrica lograram resultados.
Bloqueado sexualmente há mais de dois anos, recentemente abandonado pela esposa e familiares que o rejeitaram. No entanto sua revolta só apareceu depois do abandono. Sempre fora bom pai, responsável, sem vícios e marido comportado.
Aberta a freqüência, vislumbrou-se de imediato um grupo de “prostitutas e prostituídos do astral”. Assediando o paciente, a esposa e familiares, cobrando dívidas do passado. Ao desdobrá-lo, a espiritualidade fragmentou-o incorporando direto em mental inferior, demonstrando atitude humilde e retraída, pedindo que a deixassem como estava. Não precisava e não desejava ajuda, não queria mexer em coisas passadas.
Nessas alturas, os médiuns tinham identificado três coisas importantes: Primeiro, um antigo bordel ainda em funcionamento no astral onde ele e a esposa foram os proprietários e também se prostituíam desenvolvendo os hábitos de hetero e homossexualidade, e foi lá que suas antigas vítimas e comparsas montaram sua base, saindo para procurá-los e assediá-los. Segundo, que o corpo mental inferior incorporado apresentava-se usando um vestido de mulher e longos e fartos cabelos, pintura, etc.. Terceiro, parecia haver uma tela holográfica ao redor do paciente da altura de 1,50 m em que um enorme rosto estava sempre projetado com olhar severo e reprovador. E para todos os lados que ele, mental inferior se movimentasse, o rosto e os olhos estavam sempre voltados. Como o mental inferior vibra mais próximo ao consciente físico, reproduzia a sensação de estar sendo observado.
Julgamos no início tratar-se de clichê criado e projetado por algum obsessor. Não era.
Desdobramos mais uma vez o paciente e aí então tivemos resposta para o fenômeno inusitado. Incorporado o mental superior, foi logo dizendo que não o deixaria em paz, vigiando-o sem cessar, até que ele se tornasse o que deveria ser, homem de verdade.
O estranho rosto era uma projeção do mental superior vigiando ao mental inferior para que ele não prejudicasse a personalidade encarnada, para que não cedesse à polaridade feminina que por remorso encontrava-se muito acentuada.
Corrigida a dificuldade de ambos os corpos, fizemos o reacoplamento, sincronizando-os e harmonizando suas polaridades.
Em conversa posterior com o paciente, ele já se dizia muito aliviado e começava a entender os seus conflitos e o porque de reações que não se explicavam. Os prognósticos para um segundo atendimento são melhores.
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DEPOIMENTO DE UM ESPÍRITO

Que a Paz do Mestre Jesus esteja em seus corações e de todos aqueles que orientaram.
Boa parte do que eu recebi, foi porque algumas vezes vocês me ajudaram, embora não seja do conhecimento de vocês exatamente quem eu sou, porque não me conheceram como espírito encarnado, e sim, me viram algumas vezes desencarnada, mas venho recebendo este auxílio há muito tempo.
Muitas vezes, a cada espaço de tempo correspondente a trinta dias mais ou menos, eu recebia um atendimento diferente e era tratada como um espírito diferente, porque eu manifestava comportamentos diferentes, atitudes opostas àquelas que eu havia manifestado na sintonia anterior, o que não significava que era realmente um espírito diferente, mas simplesmente, alguém que tinha se permitido deixar os seus níveis ou corpos abandonados em lugares diferentes, fazendo com que eles não conseguissem receber as mesmas energias que recebia aquele que estava sintonizado naquele corpo emprestado.
Utilizando, muitas vezes, de forma extremamente enérgica, a voz do médium que me era emprestada, ou muitas vezes, fazendo com que as energias dele fossem sugadas de tal forma que se sentisse extremamente cansado, ou ainda, achando que estava com ódio de seus companheiros de trabalho, quando na realidade foi a minha presença que manifestou isso.
Passei por um longo tratamento e a cada atendimento, como meus amigos chamam, eu recebia uma nova parte minha. Para mim, isto sempre foi muito estranho, porque eu sempre achei que fosse única e completa, e que não haveria possibilidade que existisse outra cópia que parecesse comigo, mas eu tinha estas outras pessoas dentro de mim mesma e elas estavam perdidas, pela minha rebeldia nas manifestações difíceis que tive nas minhas vidas quando encarnada e nos momentos em que estive também em várias regiões do mundo espiritual.
Nem sempre após minhas mortes eu estive em lugares desagradáveis, eu já havia vivido em lugares bons outras vezes, mas estas lembranças foram se apagando de mim, a cada nova vida que tinha no campo físico. Após, e durante a última encarnação que tive, que se deu no século passado, mesmo durante ela, eu estive durante longos anos em áreas extremamente negativas, achando que estava fazendo a coisa certa e que ninguém, jamais, em momento algum, sob hipótese alguma, iria se aproximar de mim e me convencer de que o lugar em que eu vivia não era agradável.
Mas foi preciso aquele desencarne para que eu pudesse aceitar o socorro. Lá, foi o sofrimento maior que eu tive, quando eu percebi várias estruturas muito parecidas comigo e ao mesmo tempo muito diferentes, se perdendo a partir de uma estrada principal, como se outras sombras estivessem sugando para outros pontos diferentes daquele lugar em que eu habitava. As lembranças que eu tinha da minha recente encarnação não restavam mais na minha mente e eu não tinha mais onde ir. Vagar por aquela estrada, significava ir para que lugar?
Lugar nenhum.
Eu não sabia para onde estava indo.
Sabia simplesmente que estava completamente sozinha.
Sozinha inclusive pelo fato de não ter outros por perto de mim mesma. Aos poucos, à medida em que eu era atendida, e hoje tenho consciência disso, aquelas partes minhas que foram sugadas pelas sombras, foram caminhando de volta para esta estrada principal, atrás de mim, foi restando luz, e em minha frente, ainda muita sombra, tristeza e desilusão.
Mas hoje, a estrada é toda colorida, atrás, ao meu lado e à minha frente. Não sei quando será possível uma nova oportunidade de nascer e manifestar-me num corpo físico. Só sei que não será necessário passar pelo complexo tratamento que vão vivenciar aqueles que serão encaminhados para o maior acúmulo de energias negativas que eu já vi em todo o tempo que eu vivenciei e que a maioria de vocês nunca ouviu falar e nem nunca sequer chegou perto.
Este novo planeta do qual falo, não tem comparação diante daqueles lugares que se vive nos umbrais do planeta Terra, eles são céu se comparados a este lugar. Agradeço a Deus por não precisar ir para lá, e por agora ter a oportunidade de fazer as mínimas coisas para ajudar aqueles que correm o risco de serem levados para lá, pela sua própria vontade. Eu demorei muito tempo para aprender que é assim que a gente escolhe o lugar que deseja ir.
Eu sempre achava que Deus me mandava para aqueles lugares, hoje eu sei que estava indo por mim mesma. Uma vez que eu sou filha de Deus, agradeço a todos aqueles que de uma forma ou de outra, muitas vezes, simplesmente pelas suas atitudes, me ensinaram a sentir a filiação divina novamente.
Muitos de vocês jamais saberão todas as vezes que sintonizei, porque isto não aconteceu em uma casa espírita somente, mas em várias, espalhadas em lugares diferentes. Hoje, eu sou uma só, e posso acreditar nisso.
Eu assistia e continuarei assistindo as aulas, as conversas que muitos tem com mentores e os amigos mais avançados no mundo espiritual. Eles às vezes falam que os espíritos mais endurecidos vestem a forma feminina para aprenderem a serem mais suaves e tranqüilos. Para mim isto não foi o suficiente, porque mesmo vestindo a forma feminina, cometi as mais diferentes atrocidades que homem algum teve coragem de fazer.
Hoje eu permaneço na forma feminina e agora sei que não importa realmente a forma física que se vista, o sexo que se esteja ocupando, na realidade, importa é que o nosso coração e a nossa mente estão juntos, comandando a vida física que vamos ter, mas Deus sabe o que faz e em todos os séculos que eu me mantive no meu próprio cárcere, me fizeram aprender que precisamos que nós mesmos, nos libertemos. E é isto que eu desejo ensinar a aqueles que estão sofrendo o mesmo que eu sofri.
Se me derem a oportunidade e se Deus me permitir, gostaria de estar perto daqueles que serão atendidos e muitas vezes, estão extremamente rebeldes. Pedi aos amigos que orientam a minha caminhada para que a minha história fosse mostrada a público no mundo espiritual.
Para aqueles encarnados que ainda estão rebelados, saibam que a rebeldia não levará nenhum deles em algum lugar agradável, muito pelo contrário, levará a solidão de estarem perdidos numa estrada sem fim, percebendo que a cada dia mais, suas partes estão sendo sugadas para outros lugares, repelidas pela sua própria rebeldia.
Rebeldia não combina com futuro agradável, basta abolirmos a rebeldia de nossas vidas para que nosso futuro seja mais luminoso. Eu sei que demorei muito tempo para perceber isto, mas perderei mais tempo para mostrar o que vivenciam, aqueles que como eu, tive que vivenciar. É preciso mudar urgentemente, para não habitar o lugar mais frio e mais fétido que se possa imaginar, mas extremamente necessário para aqueles que não aceitam o que a bondade divina nos reservou, neste ou em outros planetas que já poderíamos estar habitando.
Obrigada por me ouvirem, e que Deus esteja com todos. Espírito Desconhecido.
VOLTA

 

CONCLUSÃO

Desdobramento Múltiplo ocorre em lugares diferentes com médiuns diferentes. É instrumento útil pois permite o auxílio ao nosso semelhante e facilita a compreensão dos sintomas apresentados pelo paciente

Cada palavra aqui escrita, cada pensamento aqui colocado, representa o esforço despretensioso de uma equipe de trabalhadores encarnados e desencarnados que busca conhecer e entender como funcionam os veículos utilizados pelo ESPÍRITO na sua escalada evolutiva.

Desejamos aprender servindo e servir aprendendo, com a finalidade de auxiliar a criatura a encontrar a felicidade, razão maior de sua existência.
VOLTA