SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ...
... assim na Terra, como no Céu. Um problema que tenho encontrado freqüentemente. Quando oramos, repetindo as palavras ensinadas por Jesus, no Sermão da Montanha, creio que não pensamos adequadamente, com o coração, aquelas palavras. Isso me lembra, o quanto devemos nos esforçar para entender os desígnios de Deus, qual é a Sua Vontade, devemos orar e esperar, no Senhor, com paciência, fé e amor.
Que seja feita a Vontade de Deus, a Vontade Divina, e não a nossa vontade, a nossa humilde vontade, a vontade humana, cheia de ilusões neste mundo de matéria. Creio que não somos sábios o suficiente, aliás, nem nos lembramos, sequer, do nosso compromisso reencarnatório, aquele contrato que assinamos antes mesmo de recebermos a autorização para o reencarne.
Bem que quando recebemos a notícia de que poderíamos vir para a matéria, novamente, ficamos muito felizes com a nova oportunidade, pulamos de alegria, prometemos acertar a nossa vida novamente, prometemos que desta vez, tudo iria dar certo, aquilo que gostaríamos de fazer certo, agora.
No Ministério da Reencarnação, fomos aconselhados a cortar as nossas promessas a uma décima parte daquilo que tencionávamos fazer. Era tanta coisa a acertar, tanta coisa ... Acatamos aos conselhos tão sábios, meio a contragosto porque a nossa intenção era de resolver um montão de pendências, de dores, de remorsos... e de um jeito meio certo, dizem que : de boas intenções, o inferno está cheio.
E agora, na carne, nos perdemos, nos iludimos. Orgulho, vaidade, inveja, como somos esquecidos daquele mínimo que assinamos, desejando ardentemente fazer muito mais, e nem a décima parte das nossas intenções estamos conseguindo fazer.
Um dos pepinos que dá, é que algum pedaço da gente se revolta, e esta revolta, em geral, pode ser causada por boas lembranças. Lembranças de uma vida tão boa, que a gente se esquece de viver a vida presente, são saudades de alguma coisa que o corpo físico atual não tem nem condições de saber, porque ele não conheceu, não vivenciou. Mas tem alguma coisa, lá dentro, um nível consciencial, que viveu tudo aquilo, que se recusa a participar da vida presente, não aceita a proposta reencarnatória.
Uma senhora, casada, para ela, a relação conjugal era uma obrigação, não gostava daquilo, aceitava o marido porque ele assim queria, mas ela não participava. Em uma existência anterior, ela vivenciou uma vida religiosa, extremamente doce e dedicada, a sua vida dedicada à contemplação, transcorreu tranqüila, e desde o seu nascimento até o desencarne, nenhum percalço, nada houve que perturbasse aquela vida cercada de paisagem bucólica, montanhas distantes, jardins, uma fonte de água doce e fresca sob as árvores, pássaros e orações. A doce freira, recusava-se suavemente a viver a nova experiência encarnada e exercia a doce influência naquela senhora.
Uma vivência, cheia de poder, riqueza e glória, recusa-se a aceitar a vida humilde do trabalhador, - Eu sou este baixinho aí? De jeito nenhum! Nunca! Pobre desse jeito?
Várias vidas saudáveis, agora se recusam a aceitar o corpo tetraplégico. Um acidente atinge o cérebro do menino. Todos os níveis conscienciais abandonam aquele corpo, quase um vegetal. Ele tem como tarefa, transmitir o seu amor a aquela família, através da luz dos seus olhos. Lutando amorosamente contra as dores, físicas e morais, pela pura vontade do espírito, demonstrando, principalmente ao pai, que ainda valia a pena estar ali, com esforço, progredindo a cada movimento, por menor que seja. Principalmente pela luz dos seus olhos.
E a história do senhor, que tinha tantos trejeitos femininos devido a várias encarnações como mulher de vida fácil.
A filha que trata a mãe como se fosse sua filha e a mãe que se comporta em certas ocasiões como se fosse a filha da filha.
Um gordo, mas bem gordo mesmo, teve uma vivência onde morreu de tanto comer, em um concurso de gastronomia, portanto nada o satisfazia, dia e noite, funcionava como uma draga, comendo compulsivamente.
O poderoso senhor de outrora manda comprar tal prédio, o carro importado "top" de linha, com mania de grandeza, agora está internado no setor da psiquiatria. A atual vivência completamente destrambelhada.
São tantos os exemplos de que o nosso passado nos alcança, as nossas assombrações particulares, as nossas vidas desregradas, de uma forma ou de outra, desequilibradas. Foram tantas as bobagens que o nosso radicalismo criou, e agora temos que resolver, lutando contra as nossas próprias tendências, e acho que já dá para ver a que nível devemos nos esforçar. Empurrando goela abaixo de todos os níveis conscienciais rebelados, a atual experiência, com esforços tremendos, com tenacidade, em vigília total, pois esses rebeldes estão de tocaia, só esperando um deslize, para fugirem ou influenciarem esta encarnação.
Portanto volto a aquele ponto inicial onde oramos: Seja feita a VOSSA vontade ... (no Seu tempo), e não a minha vontade, quando eu quero.