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N D
I C
E
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- 1ª Parte –
VIAGEM E PRIMEIROS DIAS DE ESTADIA
NO PARQUE
ll
- 2ª Parte –
VISITAS À SERRA E OUTROS
POLOS DE INTERESSE
TURÍSTICO
lII - AGRADECIMENTOS
IV – ANEXOS – FOTOS
-
Da primeira parte da crónica
- Da segunda parte da crónica
PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA
Parte
1
VIAGEM E PRIMEIROS DIAS DE
ESTADIA NO PARQUE
(de 9 a 19 de Novembro
de 2006)
1 – A VIAGEM MAPUTO - CHITENGO
Depois
da última visita que fiz ao Parque Nacional da Gorongosa, em Janeiro
de 2000 e goradas que foram duas outras tentativas de ali voltar
em 2002 e 2004,
consegui finalmente, de 10 a 19 do corrente, visitar de novo este
maravilhoso santuário da fauna bravia que em tempos foi considerado
o melhor de África!
Fiz a viagem de Maputo para o Parque de carro, na companhia de um
velho amigo e
companheiro de trabalho, o Dr. Paul Dutton, eco-biologista sul
africano de reconhecidos méritos no campo da fauna bravia, que se
mantém activo e presta serviço como consultor da Carr Foundation,
do já famoso milionário norte americano Greg Carr que há dois
anos a esta parte vem
desenvolvendo um importante projecto de restauração e
desenvolvimento no mesmo Parque.
Os cerca de 1.200 quilómetros que separam Maputo do Chitengo foram
percorridos tranquilamente na razoável viatura do Paul, em dois
dias, com uma reconfortante
paragem e pernoita em Inhassoro na casa de praia de um amigo comum,
o Ricardo Teixeira Duarte.
Desde 1994 que não me encontrava
com o Paul Dutton e esta foi uma
excelente oportunidade para um desfiar de recordações dos tempos
(e foram muitos anos, antes e depois da independência)
em que ambos demos o melhor do nosso esforço em prole da
defesa e conservação da vida animal selvagem em Moçambique.
2 . – CHEGADA AO PARQUE
Animado pelas constantes informações que vim recebendo ao longo dos últimos
10 meses, da parte do nº 2 do Projecto Carr, Vasco Galante,
cheguei ao Parque com a
curiosidade muito aguçada de conhecer os progressos
ali alcançados depois da minha ultima visita há cerca de 7
anos. A chegada ao Chitengo, no final da tarde do dia 10, foi
sentida com alguma emoção, felizmente não tão forte como aquela de que fui acometido em Janeiro
de 2000 quando ali cheguei depois de 19 anos de ausência e
encontrei ainda fortes vestígios de destruição causados pela
guerra.
O encontro que tivera em Lisboa, em finais do ano passado, com
Greg Carr e Vasco Galante, realizado justamente para falarmos do
Parque, da sua história e do seu desenvolvimento,
sobretudo nas décadas de 60 e 70, fora o ponto de partida
para uma aproximação e consequente colaboração com a direcção
do Projecto da Carr Foundation e daí o honroso convite
que da mesma recebi para visitar o Parque sempre que
desejasse.
Também a ligação que sempre tive com duas das principais
figuras que desde 1994 têm estado à frente da administração do
Parque, concretamente o Dr. Baldeu Chande e o Engº Roberto Zolho,
dois bons amigos que sempre me dispensaram carinhosas atenções,
me dera coragem para voltar e me sentir ali como nos velhos
tempos em que fui colaborador directo do mesmo Parque.
O ambiente que fui encontrar no Chitengo, de muitas caras novas,
de cientistas e técnicos ainda provisoriamente instalados mas
empenhados num trabalho sério e árduo, não me surpreendeu e
rapidamente me familiarizei com as pessoas
que muito gentilmente me receberam e cada um à sua maneira
quiseram ouvir-me sobre o passado histórico do Parque.
O jantar servido numa mesa comum e participado pelos responsáveis
e todo o staff técnico e científico presente no Chitengo, foi a
primeira das muitas atenções de que fui cumulado durante a estadia
no Parque e que muito
me sensibilizaram. Naturalmente
que o estatuto
de decano dos serviços de fauna bravia, que me vem sendo atribuído
por ser o mais idoso dos antigos funcionários dos serviços de
fauna bravia ainda na ribalta, muito contribui para que este tipo de
manifestações vão acontecendo, felizmente, na minha vida!
3 . – A PRIMEIRA VISITA AO INTERIOR DO
PARQUE
As actividades no Parque
começam ao raiar do Sol, tal como antigamente e
isso implica
levantar cedo. Não se faz qualquer esforço pois também as normas
de deitar se regulam pelo mesmo diapasão: cedo!
A primeira surpresa ao sair do bungalow
foi o espectáculo dos babuínos (macacos-cão) que em bandos de
algumas dezenas invadem sistematicamente o acampamento do Chitengo
todas as manhãs, numa atitude de atrevimento que leva as pessoas
prudentemente a desviarem-se do seu caminho! Também uma ou duas famílias
de facoceros (javalis africanos) têm o mesmo hábito e sem receio
dos humanos vagueiam pelo acampamento e se alimentam nos seus bem
tratados relvados. Esta situação, que preocupa já os responsáveis
do Parque, decorre porque devido à guerra que grassou na região o
Chitengo fora abandonado durante
anos e naturalmente estas duas espécies ali encontraram boas condições
de alimentação, nomeadamente nos frutos das mangueiras e
mafurreiras.
Planeado o primeiro passeio que se seguiu após o café e as
torradas da manhã (madrugada queria eu dizer), tomamos assento num
confortável e bem
apetrechado 4x4, juntamente com os meus companheiros de viagem de
Maputo, Paul e Gilian, do Dr. Baldeu
Chande, da bióloga Alexandra e do Hendrik Pott, este o
condutor do game drive
voluntário para esta que não é a sua habitual tarefa
mas que gosta de fazer de vez em quando para desanuviar o espírito!
Os preparativos e a saída do Chitengo, a caminho dos tandos,
por me serem ainda tão familiares, fizeram-me recuar quarenta anos
e sentir-me como nos tempos em que isso era uma rotina muito agradável
porque se esperava sempre um dia diferente no interior do
Parque. E na verdade
era isso que acontecia pois os muitos milhares de animais que
povoavam estes tandos, savanas, lagos, rios e florestas, eram os nossos actores
favoritos porque nos
proporcionavam espectáculos de rara beleza, como eram as lutas
entre os machos, o acto de procriação, os nascimentos das crias, o
banho dos elefantes e a forma como as mães educam e protegem os
filhos, o canto das
aves mais barulhentas como a águia pesqueira, os calaus
trompeteiros, os
francolins, as galinhas do mato, os toracos, as ibis e as rolas,
cujo eco vindo de longe é uma autêntica sinfonia que nos
encanta! E quando o dia era mesmo de sorte, podíamos ainda deparar
com coisas raras de ver como eram os leões a caçar (na Gorongosa
normalmente só caçam durante a noite),
uma jibóia a engolir um antílope ou encontrar um daqueles
grandes e cada vez mais raros elefantes
conhecidos por cambacos que vagueiam
distantes das manadas porque a lei da natureza dá aos mais novos
força suficiente para os afastarem das fêmeas!
Voltar a estes sítios que
tão bem conheci e que foram palco de muitos anos de trabalho, é
muito reconfortante, pese embora o desalento que sinto pela escassez
de animais que agora povoam o Parque.
Mas as surpresas agradáveis começaram a surgir logo que
atingimos o tando
do Sungué. Ali por
perto da Casa dos Leões vimos
os primeiros animais, como impalas, inhacosos,
facoceros, changos e oribis. Ao longe, em várias direcções
e a recortar o horizonte, divisamos silhuetas
de outros das mesmas espécies.
Este primeiro contacto com os famosos tandos da Gorongosa, após a minha última visita de há sete anos,
deu para perceber que a recuperação dos animais da planície,
embora lenta, é uma realidade, sobretudo para aquelas cinco espécies.
O mesmo não se pode dizer de outras de maior porte como os búfalos,
zebras, bois-cavalo e elandes que aos milhares povoavam praticamente
toda a zona turística do Parque e que agora
estão ainda num processo lento de recuperação. Para estas
espécies há mesmo um projecto de reintrodução
já iniciado com búfalos vindos do Kruger Parque.
Transposta aquela planície,
onde se presencia um
dos mais belos pôr de Sol em Moçambique, com a silhueta da Serra
da Gorongosa desenhada a Oeste, no fundo azul do céu, o nosso guia
seguiu pela picada 4 que é uma das melhoras rotas para encontrar leões
e que conduz ao lago Urema. Algumas paragens para fotografar
pequenos grupos de
Inhacosos, de impalas, famílias
de facoceros, antílopes isolados como changos e oribis e aves de grande porte como o solitário e pachorrento calau
da terra, foram
animando o grupo até ao miradouro do
Urema. Não vimos leões mas a certeza de que eles existem
por perto e em bom número é já uma consolação!
Outra surpresa agradável ocorreu quando chegamos ao miradouro do
lago Urema e constatamos que ocorrem ali três verdadeiros milagres:
a presença já de muitas dezenas de hipopótamos, algumas centenas
de crocodilos e, de pasmar, enorme quantidade de Inhacosos com
efectivos a rondar os dois mil! Em Janeiro de
2000 contavam-se pelos dedos das mãos os Inhacosos e os
crocodilos e havia apenas um tresmalhado hipopótamo!
Este fenómeno, quanto aos hipopótamos e crocodilos, justifica-se
pelo facto das cheias que entretanto ocorreram e fizeram transbordar
o rio Zambeze. Este grande rio é atravessado pelo Vale do Rift que
faz ligação com o oceano Indico na região da Beira e passa
precisamente no coração do Parque onde o Lago Urema é receptor
das águas vindas do Norte e albergue
natural destes animais que sempre acompanham o curso das cheias.
Depois de uma paragem
e de nos regalarmos com a paisagem do lago Urema vista do
miradouro, seguimos a rota que passa pela lagoa do Paraíso, agora
com pouca água devido à época seca que se atravessa (as chuvas
aproximam-se), mas mesmo assim bem frequentada pelas espécies já
referenciadas na planície do Sungué e por grande variedade de aves
como os imponentes jabirus, os desengonçados marabus, as elegantes
garças e cegonhas, as barulhentas ibis, as grandes sécuas, os
gansos do Nilo, os vaidosos grous
coroados, os colhereiros na sua frenética faina de pesca, as
galinhas d’água, os mergulhões, os pássaros martelo e uma
infinita variedade de aves mais pequenas. Aqui a paisagem convida a
bater muitas fotos e a observar os animais. É também o sítio
ideal onde se ouvem com intensidade os silvos agudos das águias
pesqueiras, tão característicos e penetrantes!
Tomamos depois a picada 11 que acompanha a margem direita do rio
Urema até à ligação da estrada Urema-Chitengo onde estivemos bem
perto de um grupo de cerca
de 20 hipopótamos. Esta zona apresenta-se, tal como outras que
visitei nos dias seguintes, bem regenerada
de vegetação espessa, com árvores e arbustos que
constituem habitat
preferencial para as espécies de floresta como
inhalas, imbabalas, porcos do mato, macacos, cabritos
vermelhos, civetas, manguços e porcos espinho que já ali estão
muito bem representadas e em relação às quais a caça furtiva em
massa que se verificou nos anos de guerra civil não causou o
impacto terrível verificado nas restantes espécies comuns no
Parque, algumas delas levadas à extinção!
Estávamos agora na zona frequentada pelos elefantes, cujo número
tem aumentado significativamente e atingem já mais de duas centenas,
quando em 2000 rondava os 125 exemplares e formavam aquela que foi a
primeira manada a regressar ao Parque depois da razia dos anos de
guerra que levou à estaca zero não só esta como outras
importantes espécies. A hora já avançada do dia e o calor que se
fazia sentir não nos permitiu encontrar os grandes paquidermes, de
certo já recolhidos ao ambiente mais fresco da floresta distante
das picadas.
Nos dias seguintes tivemos mais sorte!
O resto da manhã foi passada a observar alguns grupos de hipopótamos
nos pontos de mais concentração de água ao longo do rio Urema.
Tomamos depois a picada do Urema e fizemos os 25 Kms de regresso ao
Chitengo sempre entretidos com o brusco e regular aparecimento dos busch
animals pois todo o percurso é revestido de densa e verdejante
floresta!
Um dia gratificante e memorável!
Maputo, Dezembro de 2006
Celestino Gonçalves
Ver 2ª parte da crónica
PARQUE
NACIONAL DA GORONGOSA
VISITAS À SERRA E OUTROS
POLOS DE INTERESSE TURÍSTICO
Parte
2
(de 9 a 19 de Novembro de 2006)
Quem visita actualmente o Parque Nacional da Gorongosa na condição de
turista comum e o faça pela primeira vez, pode
voltar de lá plenamente satisfeito. Chegado ali pela manhã,
pernoitar no Chitengo e regressar pela tarde do dia seguinte, com um
pouco de sorte e utilizando o seu próprio carro
nos percursos turísticos assinalados num mapa que lhe é
distribuído, pode ver muitos e variados animais das espécies que
nos últimos doze anos têm regressado
e multiplicado nas imensas planícies, savanas, florestas, rios e
lagoas do Parque.
Não é ainda, naturalmente (e todos sabemos porquê), a Gorongosa
de outros tempos, pujante de grandes manadas e grupos de animais,
mas graças às
medidas de protecção que ali vêem sendo desenvolvidas desde 1994
que já se podem ver espécies que ali foram praticamente extintas
no período de guerra e nos dois anos que se seguiram ao acordo de
paz de 1992. Elefantes,
búfalos, leões, hipopótamos, crocodilos, pivas, palapalas,
impalas, changos, oribis, facoceros, imbabalas, inhalas, cabritos
cinzentos e macacos, têm já
uma representação considerável nas áreas abertas ao
turismo e podem ser observados ao longo das picadas bem
tratadas do Parque. No caso das pivas, que em poucos anos passaram
de umas escassas dezenas a mais de duas mil, podemos considerar que
é uma recuperação fantástica que a continuar neste ritmo em
breve teremos todos os tandos
repletos deste emblemático animal de planície, que antes da guerra
atingiu mais de seis mil exemplares!
A par da boa representação daquelas espécies os visitantes
podem contar com uma extraordinária fauna alada que continua
presente como antes, enriquecendo sobremaneira o colorido das
paisagens e contribuindo com os seus cantos para que ali nos
sintamos na verdadeira selva africana!
Não é tão significativa ainda a recuperação de quatro outras
espécies igualmente emblemáticas,
como as zebras, os bois-cavalo, as gondongas e os elandes,
que são ainda em reduzido número e teimam em manter-se afastadas
da zona turística, onde
outrora eram aos milhares nas planícies e savanas.
Também os chamados necrófagos, como hienas, chacais e os próprios
abutres, que praticamente desapareceram do Parque devido à quebra
da cadeia alimentar de que dependiam, tardam em aparecer justamente
porque tal cadeia ainda não foi reposta. Sê-lo-á, certamente,
quando os grandes herbívoros e os carnívoros como os leões
voltarem a povoar a Gorongosa numa escala
que alimente e equilibre a mesma cadeia.
O projecto Carr Foundation, como já tive a oportunidade de dizer,
foi como que uma dádiva dos deuses que surgiu há dois anos, altura
em que, não obstante
algumas tentativas de reabilitar o Parque durante os anteriores dez
anos, com gastos avultados de verbas oriundas do próprio Estado e
de organizações internacionais que apoiam a conservação da vida
animal, se verificava uma autêntica estagnação que poucas esperanças
deixava para um futuro risonho deste maravilhoso santuário.
A execução dos programas deste projecto, que visam
diversas áreas como reintrodução de espécies,
reabilitação de
infra-estruturas, construção de novos acampamentos, centros de formação
e de investigação, museu, pontes, estradas, escolas, postos sanitários,
estância termal, pista de aviação, etc., é já bem patente em
obras de significado investimento, umas já concluídas,
outras em construção como pontes na principal via de acesso
ao Parque, o
santuário de caça (onde
já foram colocados cerca de 50 búfalos importados do Kruger Park)
, restauro de boa parte
do acampamento turístico do Chitengo, abertura e limpeza da rede de
estradas e picadas, etc.
Outras acções
decorrem num ritmo satisfatório, tanto na zona do Parque como na
periferia, com destaque para a região da Serra,
considerada o pulmão do Parque porque dali vem praticamente
toda a água que forma e alimenta o grande ecossistema da Gorongosa.
A criação de viveiros de árvores nativas e até endémicas para a
recuperação dos danos causados no revestimento florestal das
encostas e até dos planaltos superiores da Serra, a formação e
implantação de um corpo de fiscais e os estudos com vista à criação
de uma indústria de ecoturismo
com a directa participação das comunidades residentes, são
trabalhos já bem visíveis em Nhancuco, Canda e
outros locais, com aceitação das autoridades, incluindo das
tradicionais que começam a compreender os objectivos do Projecto
Carr que é facultar-lhes postos de trabalho e rendimentos tirando
partido dos recursos naturais únicos que a própria Serra oferece.
Visível também nessas acções é a
formação, no Chitengo,
de agentes para a fiscalização
(estes não só para a Gorongosa mas para qualquer outra área de
conservação do país). O programa de apoio às comunidades é
outra das tarefas prioritárias que já apresenta resultados muito
positivos sobretudo nas áreas da saúde, ensino e agricultura.
Os estudos já feitos e os que decorrem nesta fase do Projecto
Carr, que prevê uma duração de 30 anos,
envolvem cerca
de duas dezenas de técnicos e cientistas, nacionais e estrangeiros,
que, em condições
ainda precárias em termos de instalações, se multiplicam em acções
no terreno e nos gabinetes, no sentido de se alcançarem o mais rápido
possível os objectivos do Estado e da Fundação: a recuperação
do Parque e o seu desenvolvimento a níveis nunca antes atingidos.
Todas estas actividades contam também com quase
três centenas de funcionários e trabalhadores moçambicanos,
que estão imbuídos de um espírito novo e concomitante com o clima
de entusiasmo que reina nos mentores do Projecto e nos responsáveis
do Estado que em conjunto levam por diante esta obra admirável que
muito vai dar que falar além fronteiras!
A direcção e acompanhamento de todas estas actividades são
feitos pelo próprio Greg Carr, o americano que ali investe uma
fatia da sua fortuna pessoal, sem qualquer propósito de lucros
ou de retornos. Um homem
que já era famoso pela forma como fez a sua fortuna mas que
agora, graças ao projecto de recuperação da Gorongosa, se tornou
mundialmente uma figura admirada como conservador da vida animal e
amigo das populações em vias de desenvolvimento. A ele se deve,
pois, a viragem de cento e oitenta graus operada nestes dois últimos
anos e que conduz o Parque aos resultados previstos no seu projecto
que é torná-lo de novo o melhor de África!
Durante a minha recente estadia no Parque, de 10 a 19 de Novembro
último, graças ao
estatuto de convidado, tive o
privilégio de efectuar deslocações, de carro e de helicóptero, a
locais aos quais o visitante comum ainda não tem acesso. O Vasco
Galante, director das comunicações,
nem precisou que lhe fizesse qualquer pedido especial
pois organizou um programa que incluiu várias visitas,
nomeadamente à zona turística e outros locais onde o projecto está
a desenvolver acções, como é o caso da
Serra da Gorongosa, das
quedas do Murombodzi, das falésias do planalto de Cheringoma
e das nascentes de água
quente no Bué-Maria (futuras termas). Também visitamos o santuário
de caça instalado do lado esquerdo da estrada pouco depois da
entrada no Parque.
Depois dos primeiros contactos com os animais da zona turística,
o Vasco levou-me no seu carro, juntamente com os meus colegas de
viagem de Maputo para o Parque -o Paul Dutton e a Gilian - ,
ao primeiro daqueles passeios, precisamente às quedas do
Murombodzi que ficam na nascente do rio do mesmo nome, a uma
altitude de 900 metros na Serra.
Antes de atingirmos este destino visitamos uma ex-colega e amiga
dos primeiros anos pós independência, a Teresa D'Espiney, uma
beirense licenciada em medicina veterinária e especializada em
fauna bravia, que depois de ter trabalhado na EMOFAUNA (Empresa Moçambicana
de Fauna) esteve em vários projectos do ramo
noutros pontos de África e agora, qual Diana Fossey, se
isolou nas florestas da encosta da Serra da Gorongosa, não a
proteger gorilas, que ali não existem, mas a desbravar mato, a
plantar árvores, ananases e outras culturas, numa salutar comunhão
com a natureza e com as comunidades rurais, um velho sonho que
finalmente realiza e que só é acessível a pessoas dotadas de
grande coragem e rara sensibilidade! A sua fazenda, situada a cerca
de 500 metros de altitude, é atravessada pelo
rio Nhandare, que nasce lá no
alto da Serra e traz água
em abundância, mesmo na época seca e cujas margens
conservam uma exuberante vegetação com árvores de grande porte.
Um local de rara beleza onde fizemos uma pausa e
nos refrescamos naquelas
águas cristalinas, antes do almoço
vegetariano (com produtos da horta) que a anfitriã nos ofereceu e a
outros membros do Projecto,
incluindo o próprio Greg, que entretanto ali apareceram de
surpresa para igualmente visitarem esta intrépida sertaneja de quem
todos são admiradores e amigos!
Ainda no trajecto para as
quedas o Vasco fez novo desvio pela povoação de Nhancuco, para nos
mostrar os viveiros de árvores nativas destinadas ao
reflorestamento das encostas da Serra, já em franca produção. Ali
se desenvolvem, bem como noutras aldeias da periferia da Serra,
actividades do programa de apoio às comunidades, bem como acções
de fiscalização por parte do corpo de guardas especialmente
preparados para o efeito.
A partir dos viveiros de Nhancuco continuamos a subir durante meia
dúzia de quilómetros, agora por caminho mais íngreme e sinuoso até
às quedas, um trajecto que só as viaturas 4x4 podem fazer enquanto
melhor estrada não for construída. Os últimos
500 metros foram percorridos a pé visto que só existe (propositadamente
e por questões de salvaguarda do
meio ambiente) um carreiro que conduz ao rio, a uns cem
metros a jusante das quedas. Ali chegados e depois de nos regalarmos
com o maravilhoso espectáculo daquelas águas caindo directas e em
cascata de mais de cinquenta metros de altura, por entre frondosas
árvores, a tentação de nos banharmos é tão grande que alguns
mergulharam, mesmo vestidos, nas piscinas naturais que se formam nas
rochas dos vários patamares da falésia e do leito do rio. Os mais
atrevidos chegam mesmo a suportar com o “chuveiro” vindo lá de
cima, nas partes de menor
precipitação. Isto só é possível
nesta época do ano porque o caudal é baixo a comparar com a grande
avalanche de águas da época das chuvas, que se mantém até Julho/Agosto.
Estava ainda bem viva na minha memória a extraordinária beleza deste
local, que não visitava há mais de 40 anos!
O regresso das quedas
ocorreu ao fim da tarde desse
dia e na passagem pela vila da Gorongosa fizemos uma paragem para um
refresco na pousada, um dos vários edifícios ali construídos na
última década que antecedeu a independência pelo maior
comerciante da região, o Dário Santos Mosca, pessoa muito
conhecida e estimada pelas populações locais e com quem privei
durante os anos de actividade no
Parque e posteriormente em Portugal enquanto viveu.
Não resisti em colher fotos das pinturas das paredes do bar, por
serem alusivas à fauna bravia do Parque e terem sido feitas na década
de 60 por um artista beirense – Maga - que conheci, o mesmo
que pintou, na mesma altura,
alguns murais nas paredes
dos bungalows do acampamento do Chitengo.
Mas a ida às quedas do Murombodzi não esgotou a minha
curiosidade pelo resto da Serra, que na década de 60 conheci,
sobretudo as encostas e planaltos da região norte quando efectuava
operações de fiscalização e também durante um
demorado reconhecimento florestal a pé com o engenheiro
silvicultor Aguiar Macedo e outro funcionário do Parque, o Luís
Fernandes. Alguns dias depois da minha chegada ao Parque, o Vasco
Galante, dispondo já do helicóptero que entretanto
regressara da África do Sul, facultou-me várias deslocações
utilizando este meio de transporte. Aproveitando um trabalho de reportagem das actividades do projecto que o
jornalista António Elias, dos jornais Notícias e Domingo,
ali foi fazer na mesma altura, sobrevoamos e visitamos
locais como a própria Serra, as falésias do planalto de
Cheringoma, os viveiros de Nhancuco, as nascentes de água quente do
Bué-Maria, o santuário de caça e as áreas do Parque onde a
recuperação dos animais é mais evidente.
O voo à Serra
proporcionou-nos logo à partida,
poucos minutos após a descolagem do Chitengo, um encontro
com uma das duas maiores manadas de palapalas já em recuperação no Parque,
muito próximo da zona turística. Cerca de meia centena
destes elegantes antílopes negros
correram velozmente à aproximação do helicóptero e logo o
piloto se desviou para não lhes provocar mais instabilidade. Vimos
ainda um pequeno grupo de gondongas, também fugidias,
durante a rota.
O sobrevoo da Serra emocionou-me sobremaneira logo que o aparelho
atingiu os primeiros cumes a sul e começou e divisar-se na minha
memória a ideia que conservava desta majestosa montanha de cerca de
30 por 20 Kms., com 1862 metros de altitude no seu pico mais elevado
que é o Gogogo (a segunda mais alta do país). Essa ideia tornou-se
completamente distorcida agora a observa-la de cima,
numa abrangência a perder de vista, com florestas, rios,
vales e planaltos do
interior a formarem paisagens deslumbrantes, onde os verdes se
multiplicam desde o mais carregado das copas das árvores ao mais
desbotado de amarelo das planuras, passando pelo cativante esmeralda
e pelas misturas esfuziantes das cores acre, amarelo e castanho das
folhas de muitas espécies
florestais de altitude, autêntica simbiose de
tons que a natureza ali nos dá. Um
espectáculo soberbo, de rara beleza, que mexe com os nossos
sentidos, que passou aos nossos olhos
nessa viagem e
que jamais se esquecerá!
Após tão emocionante sobrevoo o experiente piloto, o Berthus
Reineke, que conhece já toda a região como as suas próprias mãos,
levou-nos às encostas da Serra para vermos o que se pode
classificar de grande calamidade para a conservação do meio
ambiente e sobretudo das águas que generosamente escorrem
da montanha. Trata-se das actividades de garimpeiros que
sulcam e abrem poços nos leitos
e margens dos rios (ao que parece à margem das leis) para retirarem
ouro, deixando esses locais completamente desfigurados e poluídos
com o mercúrio utilizado nessa mineração. Por onde passam esses
exploradores fica um rasto de destruição e degradação dos solos
ribeirinhos cujas consequências em termos ambientais e para a saúde
das populações são muito graves. Vimos crianças brincando nas águas
barrentas e envenenadas dos rios onde decorrem essas actividades!
Dali o simpático Berthus rumou aos viveiros de Nhancuco onde se
fez a primeira aterragem para que o jornalista se inteirasse dos
trabalhos ali em curso. De seguida retomamos o voo em direcção ao
antigo acampamento da Bela Vista, um local muito bonito que outrora
fora escolhido para um turismo selectivo,
com construções erguidas
durante os primeiros anos da minha actividade no Parque e que
a guerra destruiu completamente. Disse-nos o Vasco, pelos
intercomunicadores, que
em breve se iniciaria a recuperação desse acampamento.
Seguiu-se depois a rota das planícies da zona mais baixa, os
chamados tandos, com
sobrevoo repetido do lago Urema onde se aglomeram já algumas
centenas de hipopótamos e crocodilos e muitos milhares de aves aquáticas
com predominância de flamingos. Ali perto, nos tandos
do Goínha, vimos sucessivas manadas de
centenas de
pivas, o animal (antílope) em
maior recuperação desde a calamitosa destruição da fauna do
Parque.
Uma vez ultrapassado o
lago para sul,
o helicóptero entrou na zona turística de savana e
florestas de galeria onde os elefantes encontraram ambiente (alimentar
e de tranquilidade)
para se reinstalarem e reproduzirem depois do colapso que os reduzira a zero nesta região nos
anos mais críticos que foram os últimos que antecederam o
final da guerra em 1992 e os dois
seguintes, até 1994, quando o Parque foi alvo da maior chacina
antes de ser recuperado definitivamente pelas autoridades da fauna.
Em 2000, quando ali estive, eram 125, numa só manada. Agora
ultrapassam em muito as duas centenas, dispersos em mais grupos e até
já aparecem os cambacos
isolados! O piloto mostrou-nos uma dessas manadas mas fê-lo
seguindo as instruções rigorosas de não voar muito baixo e
circundar afastado para não provocar instabilidade nestes sensíveis
e complicados animais.
O rumo seguinte abrangeu o sobrevoo do santuário de caça, onde
estão já em franca adaptação meia centena de búfalos importados do
Kruger Park. Minutos depois aterrávamos
junto das nascentes de água quente do Bué-Maria, um local de
floresta densa muito perto do
rio Pungué e que o Projecto
Carr pretende desenvolver com infra-estruturas adequadas a uma estância
termal.
O regresso ao Chitengo fez-se sobrevoando o rio Pungué, sempre
atraente com as suas águas rasgando os areais do seu leito agora em
grande parte à vista por se estar na época seca. Foram mais de três
horas, na sua quase totalidade passadas no ar, observando as
maravilhas que tornam
este o local cujo ecossistema de
características únicas é considerado
o mais completo para a
fauna e flora de todo o continente africano.
A visita às falésias de Cheringoma,
noutro dia da estadia, foi
mais uma jornada inolvidável, tanto pelo que nos foi dado ver do ar
(muitos animais e paisagens bonitas), como pela observação
directa, no terreno, desta maravilha da natureza.
O helicóptero levou-nos ao ponto mais alto do planalto
onde nasce o rio Nhandindi, que ali mesmo, através de milhões de anos,
rasgou as rochas calcárias e se despenha a mais de 50
metros, formando um conjunto de impressionantes falésias que
ladeiam o mesmo rio até atingir as planuras do Vale do Rift, onde
despeja as suas águas cristalinas nas barrentas do Mucombeze,
depois se fundem com as do Urema,
do Ding-Ding e finalmente do Pungué a caminho do Indico.
Será neste mesmo lugar que o Projecto vai criar um acampamento com
características muito especiais visto que será vocacionado para
turistas, estudiosos e adeptos
do contacto com estes fenómenos da natureza!
Noutras ocasiões, de
helicóptero e de carro, acompanhei ainda o Vasco Galante e o
jornalista Elias
em deslocações visando essencialmente o encontro com
elefantes e leões.
Tivemos sucesso quanto aos primeiros, mas de leões apenas
encontramos os poisos já que por duas vezes chegamos atrasados
alguns minutos em relação a outros visitantes que os viram, uns na
picada 4, outros na 6.
Paciência, a sorte não nos acompanhou neste particular mas o facto
real da sua presença já razoável no Parque é mais um consolo que
ficou desta visita!
Dias depois do meu regresso a Maputo recebi telefonemas do Vasco e do Hendrik dizendo
que os leões apareciam praticamente todos os dias, um dos grupos até
com crias. Mandaram-me fotos, uma das quais aqui deixo porque se
trata do animal que sempre foi e se mantém
como o emblema do Parque!
Entretanto, numa
tarde de pausa no Chitengo, ministrei
uma palestra aos alunos do curso de fiscais de caça que ali decorre
integrado no programa de formação de agentes para os Parques
Nacionais e Reservas do país.
Naturalmente que o tema abordado foi sobre a fiscalização e
o combate à caça furtiva, baseado na minha experiência
profissional de longos anos de actividade, tanto no Parque Nacional
da Gorongosa (1963/1969), como
noutros pontos do norte, centro e sul de Moçambique.
No dia 19, à tarde e depois de mais um game drive na zona turística, parti para a Beira no helicóptero
que igualmente levou o jornalista António Elias no seu regresso a
Maputo.
Curiosamente o meu companheiro de viagem na ida para o Parque, o Paul Dutton, também viajou no heli
para a Beira, mas para ir a
uma consulta de urgência face
a problemas de saúde, felizmente sem gravidade, tendo regressado no
mesmo dia ao Parque onde ficaria até à segunda semana de Dezembro.
Atordoado de tantas emoções vividas nos últimos 10 dias, mas
muito feliz, regressei a Maputo, no dia imediato, no avião
executivo do Greg Carr, em
companhia de 3 técnicos consultores sul africanos que regularmente
se deslocam ao Parque.
Outras viagens se sucederam e vieram a tornar esta estadia em Moçambique
como das mais emocionantes de todas as anteriores!
Maputo, Dezembro de 2006
Celestino Ferreira Gonçalves
Fiscal de caça e expert
em fauna bravia que viveu e trabalhou em Moçambique de 1952 a
1990
Ver agradecimentos
Ver fotos
AGRADECIMENTOS:
-
Ao Greg Carr, pelo convite que me fizera em finais de 2005, em
Lisboa e pelas atenções que me dispensou e me fizeram sentir tão
à vontade no Parque como nos tempos em que ali trabalhei!
-
Ao Vasco Galante, o grande colaborador, impulsionador e extraordinário
entusiasta dos trabalhos de recuperação e desenvolvimento do
Parque, por todo o
apoio e deferências generosas à minha pessoa, facultando-me uma
estadia inesquecível!
-
Ao Roberto Zolho, administrador do Parque, por mais uma vez me ter
recebido com o desvelo e carinho de um filho!
-
Ao Baldeu Chande, outro dos “filhos” que não esquece os velhos
que lhe deram as bases do seu conhecimento e que, mesmo assoberbado
com as suas novas funções no Parque, não deixou de me dar “uma
mãozinha” em alguns momentos da estadia!
-
Ao Hendrik Pott, o simpático e incansável encarregado polivalente
do Chitengo - cujo pai conheci e admirei como caçador e
simultaneamente conservador da vida animal na província de
Inhambane -, pelos cuidados e atenções inexcedíveis que teve com
o velho durante a estadia no Parque!
-
Ao António Jorge (Tójó),
antigo fotógrafo da Safrique e do Banco Nacional Ultramarino,
que recentemente visitou o Parque Nacional da Gorongosa, pela cedência
da foto das palapalas e pela elaboração da capa da crónica.
-
Finalmente, ao meu particular amigo e ex-colega de trabalho, o
consagrado eco-biologista Telford Paul Dutton, que, ido de Durban
(Africa do Sul), onde vive, para o Parque da Gorongosa em missão de
consultoria ao Projecto Carr Foundation, me deu boleia a partir de
Maputo, encaixando-me (como sardinha em lata) numa nesga do interior
do seu carro abarrotado de tralha para as suas actividades de campo!
A todos um BEM HAJA!
Maputo, Dezembro de 2006

Ver
fotos

PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA
IV -
ANEXOS - FOTOS
1ª Parte
VIAGEM E PRIMEIROS DIAS DE
ESTADIA NO PARQUE
IV – ANEXOS – FOTOS DA 1ª PARTE DA
CRÓNICA
O
carro de Paul Dutton em que viajamos de Maputo para a
Gorongosa
(Foto
tirada numa das ruas de Xai-Xai) |
Com
Paul Dutton (direita) o velho amigo e companheiro de muitos
anos nos Serviços de Fauna Bravia em Moçambique.
(Foto
na Esplanada da Maxixe, numa paragem para refrescar!) |
Pesca
artesanal na praia de Inhassoro |
Quando
passávamos sobre a ponte do rio Save |
Uma
refeição improvisada à beira da estrada, perto do rio Pungué |
Junto
da placa que devido ao seu bonito enquadramento é já um ex-libris
doParque Nacional da Gorongosa situado a 11 Kms do portão de
entrada |
Outra
foto que se impõe quando se chega ao portão de entrada ! |
A
primeira refeição no Chitengo após a chegada, rodeado pelo
Engº Roberto Zolho (esquerda) director e um dos mais
abnegados defensores do Parque desde os tempos difíceis da
guerra civil até ao presente! À direita está a bióloga
Alexandra, uma especialista em fauna alada. |
A
gostosa e sugestiva sobremesa com que o velho foi mimoseado na
primeira refeição! |
A
primeira foto com Greg Carr, tirada durante uma amena conversa
após o jantar do dia da chegada ao Chitengo |
Logo
de manhã os babuínos visitam o acampamento do Chitengo!
(Foto
cedida pelo Projecto Carr) |
Preparativos
para o primeiro game
drive.
Na
foto, à esquerda,
está o Dr. Baldeu Chande, consagrado biólogo moçambicano
especialista em fauna bravia que acaba de regressar ao Parque
onde tem desenvolvido trabalho de relevo!
À
direita está o Hendrik Pott, encarregado geral do Chitengo,
um verdadeiro gentleman, incansável no atendimento aos
turistas, funcionários e técnicos do Parque, assim como aos
visitantes oficiais! |
Mapa
da rede turística do Parque
(Foto
extraída do site www.gorongosa.net) |
O
grupo do nosso primeiro game drive.
Da
esquerda para a direita: O velho, Gilian, Paul Dutton, Hendrik,
Alexandra e Baldeu Chande. |
Os
primeiros animais fotografados – Facoceros e Inhacosos –
na planície do Sungué |
O
que resta da “Casa dos Leões”, uma das cinco casas
construídas em 1940 junto do rio Sungué, para acampamento
turístico e que devido a inundações frequentes viria a ser
abandonado e tomado pelos leões. Foi um verdadeiro ex-libris
do Parque! |
Foto
parcial da manada de búfalos recentemente reintegrada no
Parque
(Foto
cedida pelo Projecto Carr) |
Grupo
de impalas junto da picada 4
(Foto
cedida pelo Projecto Carr) |
Grupo
de hipopótamos no rio Urema |
Uma
pausa no miradouro do Urema |

Com
Vasco Galante (esquerda), director de comunicações do Parque
e considerado o braço direito de Greg Carr. Aqui já
envergava roupa emblemática do Parque que muito gentilmente
me foi oferecida!
|
Ver fotos da parte 2
PARQUE
NACIONAL DA GORONGOSA
2ª parte
VISITAS À SERRA E OUTROS
POLOS DE INTERESSE TURÍSTICO
IV – ANEXOS – FOTOS DA 2ª PARTE DA
CRÓNICA

Formação
de guardas da Serra, em Canda |
A Teresa no seu meio
ambiente |
A Teresa ouvindo as
“críticas” do velho |
Uma pausa para refrescar
nas águas do Nhandare |
Com o guarda Pita nos
viveiros de Nhancuco |
As majestosas quedas do
rio Murombodzi |
O
banho na piscina natural das quedas |
Um
dos murais pintados nas pousada da Gorongosa
|
O primeiro contacto com
o helicóptero |
Palapalas
do Parque – Foto recente, gentilmente cedida por António
Jorge (Jójó)
|
Encosta sul da Serra |
Um dos magníficos vales
do interior da Serra |
O
Monte Gogogo, o mais alto da Serra |
Destas encostas escorrem
os riachos onde os garimpeiros actuam ilegalmente
|
Paragem
em Nhancuco para reportagem e abastecimento de ananases |
O Lago Urema, coração
do Parque |
Manada
de elefantes sobrevoada ao largo
(Foto
F.Carr) |
O
simpáctico Pereira, encarregado do santuário de caça
em frente do boma de recepção de animais |
Nascente de águas
quentes do Bué-Maria |
Com o Vasco Galante
junto da piscina natural das águas quentes |
O grupo que visitou as
falésias do planalto de Cheringoma |
Aspecto da nascente do
rio Nhandindi |
Um pormenor das falésias
de Cheringoma |
Um grupo de tímidas
leoas com crias por perto, recentemente fotografadas no Parque
(Foto F.Carr) |
Grupo de zebras, uma das
espécie mais sacrificadas no Parque e cuja recuperação
decorre lentamente (Foto F. Carr)
|
Belo
exemplar de leão, menos tímido que as suas parceiras
(Foto
F. Carr) |
Foto
de família, com o grupo de alunos do curso de fiscais
À
esquerda: a Drª
Brit, coordenadora do Centro de Formação do Chitengo; ao
centro, de verde: o Dr.
Bechane, instrutor do mesmo curso |
Em
amena conversa com o jornalista António Elias, no Chitengo |
Com
o arquitecto Ivo (o Chico para os amigos), um dos
colaboradores do Projecto Carr |
Com
o velho amigo comandante Luís
Barroso, proprietário da Eta Air Charter, que sempre
nos apoia na Beira |
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