Diamantes Negros
Crédito: Diamantes Negros
A 25 Janeiro de 1964, nasce em Sintra um grupo musical, que foi formado inicialmente pelos seguintes elementos: Carlos José "Cainhas" (Bateria), Carlos Rodrigues (Saxofone), Álvaro José Silvestre (Guitarra), Carlos Henriques "Xixo" (Guitarra). Em 31 de Dezembro desse mesmo ano junta-se mais um elemento ao grupo, de seu nome Lismanel (Guitarra baixo). Com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos estes rapazes, conseguiram de alguma forma, trazer um novo som, comparado com o que na altura se fazia. Grupo de baile, e também de exibição, foi sem dúvida um grupo muito marcante para a época. O seu reportório baseava se em musicas dos Shadows, Beatles, Beach Boys e outros grupos marcantes da época.
O ínícioÁlvaro José Silvestre, (nascido a 4 de Setembro de 1943) que demonstrava qualidades inatas para a harmónica, e menos com as violas, e Carlos José Paulo dos Santos, (nascido a 7 de Fevereiro de 1947) que sempre tivera tambores e caixas em casa, já que o pai tinha sido baterista e tocava bombo na banda de Sintra. Com uma viola cedida por um amigo de ambos Álvaro começou a aprender a tocar o instrumento, mas os progressos eram lentos. Carlos Santos lembrou-se então do Xixó, colega de escola, que tinha piano em casa e que até sabia tocar a "Marcha Turca de Mozart". Xixó viria a ter um papel importante na banda pela sua teimosia e habilidade, que fizeram dele o líder e o ponto de referência da banda. Robustiano, filho mais velho de um guitarrista de fado, foi durante algum tempo parte integrante do projecto conjunto.
A primeira sala de ensaio foi a garagem do pai do Xixó . A bateria era uma porta de chapa de zinco duma capoeira das galinhas, o baixo era um cavaquinho preto do Robustiano que era suposto ser o baixista. Na época o Álvaro José, o Xixó e o Robustiano eram os guitarras, e andavam à procura de um cantor. Mas no princípio de 1964 o presidente da Sociedade União Sintrense, resolveu marcar uma para 25 de Janeiro de 1964 bem como para o Carnaval na Sociedade, logo a seguir, precipitando os acontecimentos.
Já com aquele compromisso assumido, resolveram incluir um saxofonista que foram buscar à filarmónica de S. Pedro: Carlos Alberto Rodrigues de seu nome e de alcunha "O Sabonete". Entretanto o Robustiano, pouco concentrado no projecto, foi dispensado quando faltavam apenas quinze dias para a apresentação, ficando a banda reduzida a quatro membros: Caínhas (Carlos José Paulo dos Santos ) na baterista, Álvaro José na viola ritmo, Carlos Rodrigues no saxofone e Xixó no piano, guitarra solo e voz. Apesar da má qualidade dos instrumentos o sucesso em 25 de Janeiro de 1964 foi tão grande que “fez com que o comboio só parasse com a guerra colonial”.
25 de Janeiro de 1964
O espectáculo iniciou-se às 22 horas com a música “Peace Pipe” dos Shadows, provocando o delírio, continuando até às cinco da manhã. Das canções tocadas faziam parte vários temas dos Shadows, músicas francesas, italianas (Marino Marini, "Quando calienta el Sol", "Perdoname").
Quem estava melhor equipado era o Xixó . com uma viola nova, "Egmond" que custara 3 contos, uma fortuna para a época; O Álvaro José tinha uma "Tulip" comprada em segunda mão; Caínhas tinha uma bateria velha que encontrada numa casa de penhores. A aparelhagem da guitarra de acompanhamento do Álvaro José era uma telefonia e a ligação para o "pick-up" era feita com duas bananas. A amplificação era débil mas a audiência não exigia muito mais.
CrescimentoPara o espectáculo da passagem de Ano de 1964, no restaurante do Posto de S. José no Ramalhão, incluíram um baixista: Luís Manuel com um contrabaixo, um rabecão emprestado, com mau som. Tiveram dois vocalistas, mas por pouco tempo: Carlos Rebelo, do Cacém, e Júlio Ribeiro. de Cascais, ex-"Fliers". Depois voltaram à formação de cinco elementos e, quando o Álvaro José foi para a guerra em Angola, entrou Henrique Max.
Caínhas casou-se a 10 de Setembro de 1967 e foi para Angola em Janeiro de 1968, na véspera da festa do IV Aniversário do Conjunto. Ainda entraram o baterista ("Charly") e o vocalista (Martins) dos "Dundees" do Cacém, banda que tinha terminado nessa altura. O sucesso continuou mas por pouco tempo. A guerra colonial que foi mobilizando os elementos da banda, tudo destruiu.
Diamantes Negros no MySpace, onde se podem escutar algumas das suas interpretações.
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No concurso Yé-Yé no Monumental (Lisboa, 1966)Vários outros nomes fizeram parte da família "Diamantes Negros", para a história ficam os seus nomes: Jaime Pereira (guitarra baixo), To Gandara (guitarra), Henrique Max (guitarra e voz), Marinho Monteiro (bateria), Carlos Branco "Camena" (guitarra e voz), Francisco Martins (voz)
A colectânea "Biografia do Pop-Rock", publicada pela Movieplay em 1997, incluía a sua "O Dia Em Que Te Vi (Hully Gully)".
Os Diamantes Negros retomaram a sua actividade, actualmente com a seguinte formação: Lismanel (guitarra baixo e voz), Júlio Ribeiro (voz), José Raimundo "charlie" (bateria), Mário Braga (guitarra e voz), Necas (guitarra), Miguel Barreto (teclas)
Página oficial dos Diamantes Negros
O dia em que te vi (versão da canção "You've Got Your Troubles" dos Fortunes)
Naquele dia em que te vi, tão só
Desamparada a chorar
Na tarde amena estavas tu, tão só
Corri para ti para te abraçar
Como tu também eu sofri
Tão grande é o meu amor por ti
Vi nos teus olhos lágrimas de dor
Tão lindos olhos são os teus
As alegrias que te dei, amor,
São mais que as estrelas que há nos céus
Como tu também eu sofri
Tão grande é o meu amor por ti
Então falámos
Depois passeámos
Os dois
Os dois, lado a lado.
(solo)
Como tu também eu sofri
Tão grande é o meu amor por ti
(1ª voz)- E nunca mais te esquecerás de mim
Pois eu terei, para te ajudar
(2ª voz)- Nunca mais te esquecerás de mim, amor,
e eu terei para te dar os beijos teus, só teus
só teus, meu amor.
Os dias doces e as noites sem fim
E o amor perdeu para te amar
E o amor perdeu para te amar
E o amor perdeu para te amar
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