Steppen Wolf

por José Roberto Miccoli,

Embora fundados no sul da Califórnia, os Steppenwolf tiveram origem numa banda de blues de Toronto, os Sparrow. John Kay, Michael Monarch, Goldy McJohn, Rushton Moreve e Jerry Edmonton assumiram o novo nome em 1967, inspirado no romance de Herman Hesse (O lobo da estepe). John Morgan substituiu Moreve antes de gravar. O albúm de estreia do grupo, designado Steppenwolf, em 1968 (pela editora Dunhill), inclía “Born to be wild” que alcançou o 2º lugar nos EUA. Este hino rebelde foi escrito por Dennis Edmonton (Mars Bonfire), guitarrista dos Sparrow e irmão do bateirista Jerry, e foi imortalizado na famosa sequência de abertura do filme Easy Rider (1969) e adquiriu o estatuto de clássico desde então. Foi da letra desta música que se extraíu o termo heavy metal, que seria largamente utilizado, desde então como sinónimo de rock pesado.

Ainda em 1968, saíu o albúm Steppenwolf The Second, e no início de 1969, At Your Birthday Party. O bom acolhimento destes trabalhos pelo grande público possibilitou o lançamento de um albúm ao vivo, denominado Early Steppenwolf, em 1969, com a inclusão de “The Pusher”, uma música de 21 minutos, que também foi incluída na trilha sonora de Easy Rider. Os Steppenwolf cultivaram uma imagem de hard-rock, e os trabalhos posteriores misturaram este estilo pesado com o blues. “Magic Carpet Ride” e “Rock Me” também foram singles Top 10 nos EUA e o grupo procurou usar o sucesso para incentivar a discussão e a crítica de assuntos contemporâneos como a política, drogas e o preconceito racial.

Os recém chegados Larry Byrom (guitarra) e Nick St. Nicholas, membros fundadores do Time, foram apresentados no albúm Monster, o trabalho mais coeso do Steppenwolf. Um albúm conceptual, baseado na visão parcial de Kay da América contemporânea (1970), foi um marca na história do grupo. Em 6 de Agosto de 1970, os Steppenwolf participaram, juntamente com Paul Simon, Janis Joplin, Johnny Winter e outros num festival, em Nova York, que tinha como objetivo arrecadar fundos para a campanha contra a Guerra do Vietname. Mudanças adicionais minaram a coesão da banda, e as mais recentes formações pareciam contentar-se em apresentar uma imagem comercial espúria, em lugar de trilhar os caminhos dos primeiros anos da banda.

O grupo acabou por se dissolver em 1972, mas a carreira solo de John Kay, com dois álbuns: Forgotten Songs and Unsung Heroes (1972) e My Sportin´ Life (1973), provou ser consistente e o Manbeast (formado por Edmonton e McJohn), não resultou e dois anos depois, estava reformulado um novo Steppenwolf, com Kay, Edmonton, McJohn, George Biondo no baixo e o guitarrista da Flying Burrito Brothers: Bobby Cochran. Esta formação gravou dois albúns: Slow Flux (1974) e Hour of the Wolf (1975) e voltou a separar-se em 1978.

John Kay reformou a sua criação várias vezes durante os anos seguintes, mas foi incapaz de repetir as glórias anteriores. Nos anos 80, John Kay tentou candidatar-se a presidente dos EUA, mas a sua condição de imigrante inviabilizou as suas pretensões. Depois disso, uniu-se a Michael Wilk, Ron Hurst e Michael Palmer para formar o John Kay and Steppenwolf, que desde então produziu 5 albúns e tem feito tournées mundiais praticamente todos os anos. Recentemente, Danny Johnson foi incorporado no grupo, fixando-se a formação que está em actividade. Os Steppenwolf já venderam mais de 20 milhões de discos durante sua brilhante carreira, e John Kay foi, em 1996, admitido no Hall da fama da "Canadian Academy of Recording Arts and Sciences", como reconhecimento pelo seu trabalho pela música. Em 1994, John Kay e John Einarson escreveram "Magic Carpet Ride" que, mais do que uma autobiografia, é um testemunho do que significou toda uma época.


Página Principal