Os Nodos Lunares

Vivian Seixas Colonese

 Os Nodos Lunares são de grande importância na análise de um Mapa Natal, pois sinalizam um direcionamento de vida.

São definidos como os pontos no espaço onde a órbita da Lua ao redor da Terra cruza a eclíptica (trajetória aparente do Sol ao redor da Terra).

Este encontro ocorre em dois lugares opostos entre si, formando o que chamamos de Eixo Nodal. O Nodo Norte atravessa a eclíptica em trajetória ascendente e o Nodo Sul em trajetória descendente. Os Nodos portanto localizam-se sempre em signos opostos, se um por exemplo, está no signo de Gêmeos o outro estará em Sagitário, seu oposto.

Se  considerarmos que a Lua representa tudo o que é passado, conhecido, ancestral, que a Terra representa basicamente o presente, a realidade concreta, as necessidades atuais, as necessidades prementes e o Sol, o estado potencial, o que pode ser realizado, o ímpeto em direção ao crescimento, ao futuro, veremos então que neste sentido os nodos seriam como um fio condutor entre o passado, o presente e o futuro.

No Nodo Sul, experimentamos uma sensação de conforto, quando estamos fracos, inseguros, temos tendência a ficar aí, não trocamos o certo pelo duvidoso. É como se tivéssemos participando de algo que nos fornece sempre a mesma sensação, nunca nada de novo. Se permanecemos aí por um longo período, começamos a sentir uma sensação de vazio e o desejo de experimentar algo novo, esse algo é o nosso Nodo Norte.

O Nodo Norte é indicador de nosso propósito de vida, a faculdade que precisamos desenvolver para promover nosso crescimento, é o ponto de ascensão, de elevação, algo a ser alcançado, o ponto a chegar, o caminho não percorrido para o progresso, a descoberta, o desafio, o que está por fazer. Representa aquilo que deve ser feito a fim de assumirmos o caminho de  evolução.

É sempre deixar um estado conhecido para ir ao encontro do desconhecido, sair da repetição e partir para o novo. Se quisermos apreciar algo diferente devemos ir para o Nodo Norte e para tanto deverá ser abandonada a segurança do Nodo Sul.

Esta passagem é uma liberação, um ganho em direção ao desenvolvimento. Uma pessoa se desenvolve ao longo da vida ao cumprir os desígnios do Nodo Norte.

Os Nodos Norte e Sul, também são conhecidos como: Cabeça e Cauda do Dragão respectivamente.

Podemos entender a cabeça como um ponto de absorção, onde ingerimos os alimentos, absorvemos novas idéias. É um ponto de ganho, de aumento do conhecimento, de realização. A cauda, significa o que devemos doar, nos desfazer, não podemos guardar. É a disseminação do conhecimento que trazemos do passado.

A cabeça é a porta para o futuro, o ponto onde a Lua fura a eclíptica para entrar no futuro. A cauda é a porta para o passado, ponto em que a Lua fura a eclíptica para entrar no passado.

Considerando que estamos falando dos Nodos Lunares e que a Lua simboliza o fator de nutrição, veremos então que os Nodos nos falam das energias que ingerimos e digerimos.

O Nodo Norte indica a direção das energias que nos nutrem, que nos alimentam na busca de nossa realização solar, no nosso caminho de conscientização e realização individual.

Tudo o que está abaixo do plano da eclíptica significa o passado. A pessoa está digerindo, disseminando o conhecimento que traz, as experiências já adquiridas. O que está acima a pessoa absorve, alimenta-se do que vem, ganha conhecimento.

Num mapa natal a importância do Eixo Nodal é muito grande, devendo ser trabalhado de forma integrada. Podemos usar conscientemente as energias do Nodo Sul como trampolim para nos alçar ao Nodo Norte. A cauda pode indicar os talentos que trazemos que devem ser doados, passados aos outros ou utilizados para nos lançar em direção à cabeça. Necessitamos portanto aprender a integrar os eixos a fim de expressar os Nodos de uma forma harmoniosa.

Não devemos usar a energia do Nodo Sul somente em nosso próprio benefício e nem nos deter neste ponto sem partir para o Nodo Norte pois desta forma estaríamos estagnando. Verdadeiramente temos essa sensação de estagnação. Podemos nos sentir confortáveis, mas é um  conforto aparente, que nos frustra, nos dá a nítida impressão de que estamos parados, rodando num vazio que não nos acrescenta nada. É algo desgastado e desgastante.

Quando a  pessoa segue o Nodo Norte, participa de algo novo, desconhecido e sente que é ali que deve estar, pois lhe diz respeito. Tem uma sensação de felicidade, renovação, identificação, percebe que é uma experiência apropriada, que tem a ver com ela

Jornal Ganesha 05/2000

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