Grandes personalidades da Elétrica/Eletrônica
Thomas Edson
O mais fértil inventor de todos os tempos criou o fonógrafo, a lâmpada elétrica, o projetor de cinema e aperfeiçoou o telefone. Traçou desse modo o perfil do mundo de hoje.
Decididamente, o professor não gostava dele. "O garoto é confuso da cabeça, não consegue aprender", queixava-se o reverendo Engle daquele menino de 8 anos, agitado e perguntador, os cabelos eternamente despenteados, que se recusava a decorar as lições como faziam todos os alunos – e ainda por cima ouvia a mal. Naquele ano de 1855, o reverendo Engle era o único professor da única sala de aula da cidadezinha de Wal, no Estado Americano de Ohi, perto da fronteira com o Canadá – E, assim, o implacável diagnóstico fulminou, três meses depois de ter começado a carreira escolar do estudante Thomas Alua Edson. Foi irremediável: nunca mais ele voltaria a freqüentar um lugar de ensino.
Pode-se especular por toda a eternidade que a diferença teria feito para a história pessoal de Edison se ele tivesse tido um professor menos bitolado que não confundisse excesso de curiosidade com falta da inteligência. É bem possível que as rotinas da educação arcaica terminassem por asfixiar a desmandada vontade de saber daquele aluno irrequieto – e, isso sim, poderia ter feito enorme diferença para o perfil dos tempos modernos. Pois raras pessoas ajudaram tanto a escola o mundo atual como Thomas Alua Edison, o inventor da lâmpada Elétrica o Fonógrafo, do microfone e do projetor de cinema para citar apenas as maiores repercussão entre as literalmente mil-e-tantas utilidades que ele criou ou aperfeiçoou ao longo de uma vida trabalhada virtualmente sem tréguas quase até o final de seus 84 anos.
Edison foi a encarnação mais que perfeita do supremo mito americano do self made man – o homem que principia de baixo e apenas pelos próprios méritos termina coberto de gloria e fortuna. Edison e os Estados Unidos parecem ter nascido um para o outro. Em 1865, quando acaba a guerra civil entre o Norte e o Sul, que matou 617 mil americanos, Edison tem 18 anos e ganha a vida como telegrafista. Em 1929, quando a quebra da bolsa de Nova York anuncia os anos negros da depressão, ele já passou dos 80 e festeja meio século da criação da lâmpada Elétrica. Entre essas duas datas os Estados Unidos deram um salto sem precedentes. A explosão capitalista, que criou em tempo recorde um país vertiginoso, exigia incessantes inovações técnicas. E a tecnologia, ao produzi-las, acelerava ainda mais o ritmo das mudanças em todos os setores. Num país insaciavelmente ávido por novidades, Edison esteve sempre no meio dessa roda-viva.
Ele provavelmente não teria ido muito longe se não tivesse tido a mãe que teve. Ex-professora, casada com um pequeno comerciante chamado Samuel Edison Nancx. Sentia por Thomas um carinho especial, talvez por sido ele o caçula de seus sete filhos, três falecidos em crianças, todos bem mais velhos que o menino. Além de afeto, Nancy tinha suficiente sensibilidade para perceber que não havia nada de errado com Al-a culpa, ela sabia, era na escola onde o rejeitava. E assim passou a educá-lo em casa, cercando-o de livros de História e Ciência, peças de Shakespeare e romances de Charles Kickens.
O filho não a decepcionaria, leitor apaixonado pelo que lhe caísse nas mãos, apreciava especialmente escritos científicos. Não contente em ler, sentia necessidade de repetir as experiências mostradas nos livros de Química, acabando por montar em casa um pequeno laboratório. Os tempos, porém eram difíceis para Samuel Edison, que a essa altura já se havia mudado com a família em busca de melhores oportunidades, para Porthuron, Michigan, junto à fronteira Canadense. Não só para pagar os materiais necessários a suas experiências mas principalmente para ajudar no sustento da casa AL arranjou emprego no trem diário que ligava Porthoron a Petroit, a futura capital mundial do automóvel.
Eram três horas e meia para ir, outras tantas para voltar e seis horas entre uma viagem e outra – tempo mais que suficiente para vender a bordo frutas, balas, bombons, biscoitos e chocolates (na ida), tudo isso mais a edição vespertina do Free Press, o principal jornal de Detroit (na volta), e ainda para longas sessões de leitura, seja no bagageiro do trem, seja na biblioteca pública da cidade. Tempo suficiente também para experiências no laboratório que Al foi instalado a bordo, no saco lejante bagageiro, com a benevolente cumplicidade do chefe do trem, seduzido pelo espírito empreendedor daquele garoto de 12 anos.
Naquela época o que fascinava os americanos mais ou menos como hoje o computador era a eletricidade, cujo segredos começaram a ser desvendados pelo inglês